Gestão Clínica Instrumentos de suporte Margarita Esteve Brasília, Setembro de 2014 Fatores relevantes Transformação dos serviços sanitários: • • • • • Crescimento da demanda dos serviços de saúde. Avance na aplicação e inovação das tecnologias. Crescimento do valor da qualidade e da melhoria contínua. Aumento imparável dos custos. Dificuldades de financiamento por parte dos Estados. Dar respostas orientadas a: • Procura de eficiência. • Equidade na previsão de serviços. • Melhoria na distribuição dos recursos. M Esteve Página 2 O que se entende por Gestão Clínica A Gestão clínica consiste em um processo de remodelação organizativa, seu objetivo é incorporar o profissional sanitário na Gestão dos recursos utilizados em sua prática clínica. “Um processo para maximizar os rendimentos de saúde de uma comunidade com recursos limitados, garantindo o fornecimento de um nível adequado de serviços e os monitorizando caso a caso para assegurar a melhoria continua com a finalidade de integrar os objetivos de saúde a nível nacional e as necessidades individuais”. * * Relatório de Coopers & Lybran 1997. Denominação de Gestão Clínica M Esteve Página 3 GESTAO CLÍNICA Processo GPC TC Protocolos EVIDENCIA CIENTÍFICA M Esteve Página 4 Algumas diferenças entre GPT, TC e PC GPC TC/VC PC No âmbito de referencia Largo Intermédio Reduzido Abarca mais âmbitos Processo assistencial Situação clínica pontual Elaboração Equipe multidisciplinar Equipe multidisciplinar Equipes de peritos Carácter Recomenda sua utilização Normativo Normativo Permite variações Sem variações Aplicação implementação Requer a concepção de uma estratégia específica Metodologia normalizada do registro da atividade Sem uma estratégia definida Formato Documento que recolhe recomendações Algoritmos, mapa de Documento de ações decisões clínicas, pistas de concretas trabalho. Custo de elaboração Alto Médio M Esteve Médio - baixo Página 5 Metodologia clínica integrada (Câncer da mama) Guia de prática clínica Prevenção Diagnóstico Estágio Tratamento Reabilitação Seguimento Complicações Paliativo M Esteve Trajetórias clínicas Biopsia de mama Mastectomia Quimioterapia Protocolos clínicos Mamografia Recolha de amostras Anat. Patológica Dor pós-operatória P. Linfedema Quimioterapia Dor oncológica Página 6 Aplicabilidade da GC na prática diária A integração da Gestão clínica na prática assistencial se reflete de diferentes formas no funcionamento das unidades assistenciais, tendo em conta que os novos modelos se encaminham para: • Avançar na estandardização dos processos. • Desenvolver alternativas a hospitalização convencional. • Aumentar a coordenação entre níveis assistenciais. • Desenvolver sistemas de informação integrados abrangendo a historia clínica informatizada. M Esteve Página 7 Definição Trajetória Clínica (TC) • As trajetórias clínicas / vias clínicas são os principais instrumentos da Gestão clínica para a normalização dos processos. • Está demonstrado que sua implantação diminui a variabilidade clínica. Se define como: “Uma ferramenta organizativa multidisciplinar para pacientes com uma determinada patologia ou situação clínica, com uma trajetória clínica previsível e num quadro temporal determinado, detalhando de forma sequencial as atividades de todos os profissionais que intervêm no processo”. M Esteve Página 8 Objetivos trajetórias Clínicas AUMENTAR A Satisfação dos USUARIOS MELHORAR LA EFICIÊNCIA FAVORECER A Coordenação E A Cooperação ENTRE OS PROFISSIONAIS MELHORAR A QUALIDAD ASSISTENCIAL M Esteve Página 9 Elaboração das Trajetórias Clínicas METODOLOGÍA Protocolização de intervenções médicas Protocolização de intervenções de outros profissionais Protocolização de intervenções de enfermaria Planos de cuidados normalizados Consenso Trajetória clínica M Esteve Página 10 Características das Trajetórias Clínicas • Integrar o cuidado (médico, enfermeiro, dietético…) • Incluir objetivos de cuidado clínico e de estada média. • Assegurar a continuidade assistencial. • Identificar as expectativas do cuidado ao paciente. • Permitir a avaliação continua dos resultados. • Permitir a individualização. M Esteve Página 11 Limitações das Trajetórias Clínicas • Heterogeneidade. Pacientes, diagnósticos. • Resistencia à mudança: profissional, organizativa. • Pouca cultura de trabalho em equipe e melhoria continua. M Esteve Página 12 Conteúdo das Trajetórias Clínicas • Definição de caso tipo para cada diagnóstico ou procedimento. • Resolução de problemas relacionados com o diagnóstico ou procedimento. • Formulação de objetivos intermédios aquando da alta, associados a cada problema. • Mapa de atividades que irão ser levadas a cabo, fruto de consenso de cada disciplina (médico, enfermeira, terapeuta, nutricionista, etc.) para solucionar o índice de problemas. • Folha de registro de variações no tocante à norma definida. • Recomendações aquando da alta. M Esteve Página 13 Variações • A diferença que existe entre o que se realizou e o que estava planeado ou por fazer segundo a norma. • Diferença entre as intervenções e os resultados definidos na Trajetória clínica e o estado real do paciente. M Esteve Página 14 Causas das variações • O paciente: Má evolução da patologia, aparecimento de sucessos adversos ou imprevisíveis. • Os profissionais clínicos: Reconsideração do caso, má indicação no inicio da Trajetória Clínica, nova interpretação da situação clínica. • A organização da Instituição: Avarias dos aparelhos médicos, má concepção dos circuitos. M Esteve Página 15 Mapa de atividades da TC Fx de fémur Dia -3 Analgesia M Esteve 1ª opção até imobilização fratura • Paracetamol 1gr/6-8h (micro conta-gotas15 min) ev • Metamizol 2gr/6-8h (micro conta-gotas 15 min) ev • Avaliar: morfina 0’05 mg/kg/4horas ev Medicação de resgate ou 1ª opção, sem alergias. • Dexketoprofeno 50 mg/8h (micro contagotas 15 min) ev e/ou Morfina 0’05 mg/kg/4h ev Dia -2 1ª opção Paracetamol 1gr/6-8h (micro conta-gotas15 min) ev • Metamizol 2gr/6-8h (micro conta-gotas15 min) ev Medicação de resgate ou 1ª opção, sem alergias. • Dexketoprofeno 50 mg/8h (micro contagotas 15 min) ev e/ou Morfina 0’05 mg/kg/4h ev Página 16 Mapa de atividades da TC FX de fémur / plano de cuidados integrados PROBLEMAS e Objetivos: Ansiedade • Comunicará suas duvidas/ preocupações. • Estará informado de todos os cuidados. • Apresentará diminuição da ansiedade depois da aplicação das medidas terapêuticas. Dia -3 ATIVIDADES • Acolhimento aquando do ingresso • Informar do processo e do entorno: o paciente a família Turno: M T N • Entregar dossiê acolhimento e folha de direitos e deveres (em Sala) • Avaliar sinais e sintomas de ansiedade c/turno. Turno: M T N M Esteve Página 17 Fases do projeto de implementação 1. Informação das equipes assistenciais. 2. Criação dos grupos de trabalho (visão multidisciplinar): Revisão e concepção da nova documentação / consenso de conteúdos do projeto metodológico. 3. Elaboração do plano de formação. 4. Elaboração da Trajetória clínica: concepção do mapa assistencial. 5. Cronograma do trabalho. 6. Avaliação permanente de seu cumprimento. M Esteve Página 18 Implementação Antes da implementação se realiza uma oficina de formação da equipe assistencial da unidade correspondente para recordar a metodologia e apresentar a documentação a seguir e a forma de a registrar. A colocação em marcha se faz de modo progressivo segundo um cronograma de trabalho estabelecido. M Esteve Página 19 Avaliação do cumprimento • Estabelecem-se indicadores de qualidade para avaliar planos de cuidados e trajetórias clínicas. • A Direção de Enfermagem escolhe um responsável para a avaliação continua de seu cumprimento. • Revisão e alteração das normas e das trajetórias clínicas a partir das variações encontradas. • São estabelecidos novos indicadores, com maior nível de exigências, para a avaliação continua. M Esteve Página 20 Resultados da avaliação Resultados TC fratura de fémur: redução estada média. Días 25 20 15,9 días 11,69 días 15 10 4,3 días 4,34 días 5 0 Sem TC - 2012 Estada média M Esteve Com TC - 2013 Media de dias entre data ingresso e data IQ Página 21 Resultados da avaliação Resultados TC fratura de fémur percentagem de cumprimento. % cumprimento 0 10 20 30 40 50 60 70 Verificaçao do conhecimento do dia de alta (48h antes) por parte da familia Notificaçao do Prealt ao centro de cuidados primarios 24h antes da alta Avaliaçao por médico Geriatría dia 1 pos IQ M Esteve 90 100 86,2% Registro do día IQ Realizado relatorio alta médica provisional 80 40,23% 35,63% 54% 66,67% Página 22 Resultados da avaliação Resultados TC ICTUS: Redução estada média. Percentagem 48,6 % 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Sem TC 47,8% Com TC 35,7% 26,1% 23,2% 12,9% 2,9% Entre 1 e 7 Entre 8 e 14 Entre 15 e 21 2,9% Mais de 21 Días M Esteve Página 23 Resultados da avaliação Resultados TC Ictus Percentagem Sem TC 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 72,9% 55,1% 11,8% 2,9% Mobilizaçao dos pacientes 24 h apos o ingresso M Esteve Com TC Dor ombro 9% 1,4% Infeçao nosocomial Página 24 Definição Protocolo / Procedimento Protocolo: Conjunto de atividades relacionadas com um determinado problema ou uma determinada atividade assistencial, que se aplicam igualmente a um grupo de pacientes (protocolo úlceras por pressão, protocolo pre-cirúrgico). Procedimento: Explicação ou método sobre como se realiza um conjunto de atividades (procedimento de sondagem vesical). M Esteve Página 25 Objetivos do Protocolo • Normalizar as diferentes ações da prática clínica. • Permitem conhecer de modo organizado o método de atuação para os diferentes procedimentos de cuidado aos pacientes. M Esteve Página 26 Elaboração do Protocolo • Os protocolos / procedimentos são elaborados por um grupo de peritos do tema e assentam nos melhores dados disponíveis. • Sua estrutura é sempre homogênea e normalizada para todos os protocolos da organização. • Uma vez elaborados, são revistos pela unidade de metodologia que é responsável de sua manutenção, codificação, difusão e estabelecimento do circuito para as formas de aprovação por parte das direções correspondentes. M Esteve Página 27 Formato Protocolo • Título do procedimento / código / acreditação / número de versão • Autores / aprovação por parte da direção ou das direções implicadas • Datas de edição e aprovação • Vigência do protocolo: datas de revisão • Palavras chave (Identificação: pulseira de identificação, segurança do paciente,…) • Índice dos conteúdos M Esteve Página 28 Formato Protocolo • • • • • • • • • • • M Esteve Descrição do protocolo/ procedimento Objetivo Destinatários Preparação do paciente antes do procedimento Procedimento: descrição do material necessário, profissionais implicados e sequência de atividades. Descrição de problemas relacionados com o procedimento e atividades a realizar. Pontos a reforçar Sistemática de avaliação : Indicadores Registros Referências bibliográficas Anexos Página 29 Protocolo M Esteve Página 30 Protocolo M Esteve Página 31 Avaliação Em cada protocolo se definem um número de indicadores. Cada um tem uma ficha técnica que explicita o indicador de avaliação . Exemplo: • Protocolo: Identificação inequívoca de pacientes. • Objetivo do protocolo: garantir a identificação dos pacientes. • Indicadores: Pacientes com uma identificação correta. Pacientes sem pulseira de identificação com registro dos motivos que o justificam. M Esteve Página 32 Obrigada pela sua atenção Margarita Esteve Ortega Diretora de Enfermagem Hospital de la Santa Creu i Sant Pau de Barcelona [email protected] M Esteve Página 33