Professora: Silvia Aparecida Medeiros
Rodrigues
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Filosofia
da
Educação:
elucidações
e
articulações. Os filósofos pensadores. Novos
paradigmas e a educação. A escola hoje: a
modernidade e a pós-modernidade. Filosofia
e o cotidiano
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LUCKESI, C. C. Filosofia da educação. São Paulo:
Cortez, 1994.
_____. Filosofia da Educação. 2.ed. São Paulo:
Moderna, 1996
SAVIANI, D. Filosofia da educação brasileira. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985.
Bibliografia Complementar:
PIAGET, J. Para onde vai a educação. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1974.
SAVIANI, D. Educação. São Paulo: Autores
Associados, 2000.
O que é conhecimento ?
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... É a compreensão inteligível da
realidade, que o sujeito humano
adquire através de sua confrontação
com essa mesma realidade.
Realidade exterior - adquire realidade interior ( forma abstrata
pensada)
Elucidar a realidade
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Nossa incapacidade de trabalhar com
determinados
objetos
decorre,
fundamentalmente, de nossa ignorância
sobre eles e sobre os recursos a serem
utilizados em sua transformação
O conhecimento não pode ser confundido
com o processo de decorar informações, para
repetir em provas
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Investigação direta da realidade
Exposição dos conhecimentos já produzidos
e apresentados por seus autores
Para se ter um conhecimento adequado da mesma:
 Pensar sobre a essência e a aparência
 Crítica ao senso comum
 Entendimento do que de fato é verdadeiro
Para enfrentar a realidade:
 Não tomar a parte pelo todo
 Não tomar o particular pelo universal
 Não se pode esquecer que o passado se faz
presente
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Entendimento da realidade
entendimento exposto pelo
( pelos filósofos pensadores)
através do
pesquisador
Conhecimento
diretosujeito
do
conhecimento e objeto conhecido
Conhecimento
indiretosujeito
do
conhecimento e objeto conhecido através do
investigador.
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A maior parte do conhecimento que cada
um de nós detém foi adquirida a partir da
exposição
de
um
pensador
ou
pesquisador.
As duas formas de conhecimento estão
articuladas: não há como produzir
conhecimento direto da realidade sem se
dedicar a uma assimilação crítica dos
conhecimentos
anteriormente
estabelecidos


Conhecimento, na maior parte das vezes,
significa para a escola transmissão e retenção
de informação
Há ocasiões em que os professores
selecionam os textos mais complicados de
entendimento para que os alunos se
debrucem mais sobre eles que sobre a
realidade
que
os
textos
pretendem
apresentar e desvendar


Essas distorções dificultam o processo de
ensino e aprendizagem
O conhecimento escolar só poderá vir a ser
um conhecimento significativo e existencial
na vida dos cidadãos se ele chegar a ser
incorporado pela compreensão, exercitação e
utilização criativa.
Tendências e Correntes da
Educação Brasileira
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Concepção “humanista” tradicional;

Concepção “humanista” moderna;

Concepção analítica;

Concepção dialética
Filosofia da educação como processo:

Precisamos entender a Filosofia da Educação
como uma “ reflexão (radical, rigorosa e de
conjunto) sobre os problemas que a realidade
educacional apresenta

Filosofia da Educação como produto
O autor utiliza-se para tal acepção
“ideologia” como orientação da ação e não
como “ falsa consciência”

Os dois processos estão intimamente
relacionados
Visão essencialista de homem. O homem é
constituído por uma essência imutável,
cabendo a educação conformar-se à essência
humana ( tomismo e do neotomismo)
 Duas vertentes:
- Vertente religiosa – raízes na idade média
- Vertente leiga _ instrumento de consolidação
da hegemonia burguesa( sistemas públicos
de ensino – obrigatório e gratuito)

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Visão de homem centrada na existência, na
vida, na atividade. A existência precede a
essência. A natureza humana é mutável
determinada pela existência. ( Pragmatismo,
Vitalismo,
Historicismo,
Existencialismo,
Fenomenologia)


Primeiro: Em vez de se considerar a educação
como processo continuado, obedecendo a
esquemas predefinidos, seguindo uma ordem
lógica, considera-se que a educação segue
um ritmo vital que é variado. Predominância
do psicológico sobre o lógico;
Segundo:
momentos
educativos
são
considerados
raros,
passageiros,
instantâneos. Acontecem independentes da
vontade e da preparação.
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
Não pressupõe uma visão de homem nem um
sistema filosófico;
Pretende que a tarefa da filosofia da
educação é efetuar uma análise lógica da
linguagem educacional
O significado de uma só palavra pode ser
determinado em função do contexto
linguístico e não do contexto sócioeconômico
ou político


Interessa-lhe o homem concreto, isto é, o
homem
como
“síntese
de
múltiplas
determinações”
Considera-se que é tarefa da filosofia da
Educação
explicitar
os
problemas
educacionais, compreendidos no contexto
histórico em que estão inseridos


A concepção “humanista” moderna , admite
que a realidade é dinâmica, no entanto não a
submete a investigação da realidade, cabe ao
homem apenas admitir sua existência,
sujeitar-se ao capricho, entrar no ritmo.
Na concepção dialética o movimento segue
leis objetivas que não só podem como devem
ser conhecidas pelo homem

A concepção dialética ao encarar a
realidade como essencialmente dinâmica,
não vê necessidade de negar o
movimento como caráter essencial da
realidade ( concepção “humanista” e nem
de negar a essência para admitir o
caráter dinâmico do real ( concepção
“humanista” moderna
-
A partir da segunda metade do século XIX – a
escola surge como o grande instrumento da
realização dos
ideais liberais
“escola
redentora da humanidade”
Escola pública universal e gratuita
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Nota-se que a fase da “escola redentora da
humanidade”
corresponde
à
escola
convencional e tem suas bases na concepção
“humanista”
tradicional de filosofia de
educação
Já a “escola nova” pretende reformular
inteiramente a escola , inspirada na
concepção “humanista” moderna.
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A concepção analítica ganha influência
quando no final da segunda guerra, o
movimento da escola nova perde terreno.
Passa-se a falar em educação informal,
educação
permanente.
Ensaia-se
o
aproveitamento das conquistas tecnológicas
no processo educativo
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Primeiro precisamos ter claro que um
movimento não aboliu outro. O movimento
da escola nova não aboliu a escola
convencional.
A burguesia ao consolidar-se no poder , se
torna não apenas classe dominante como
também classe hegemônica – visão de mundo
da classe dominante – o liberalismo
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A escola como redentora da humanidade –
situava a educação em termos explicitamente
políticos – “ transformar súditos em cidadãos”
Qual era a ideia – o povo, uma vez
alfabetizado, iria apoiar seus programas de
governo ( tais programas eram os melhores
do ponto de vista dominante)
ESCOLA
NOVA
recompor a hegemonia da classe dominante
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Dessa forma a concepção dialética esteve
presente desde da fase da “escola redentora
da humanidade” – movimentos sociais
Buscando colocar a escola a serviço das
forças emergentes da sociedade, abrindo
espaços para a expressão dos interesses
populares
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Até
1930:
predomínio
da
tendência
“humanista” tradicional
De 1930 a 1954: equilíbrio entre tendências
“humanista”
tradicional
e
“humanista”
moderna
De 1945 a 1960: predomínio da tendência
“humanista” moderna
De 1960 a 1968: crise da tendência
“humanista” moderna e articulação da
tendência tecnicista
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A partir de 1968: predomínio da tendência
tecnicista e a concomitante emergência de
críticas à pedagogia oficial e à política
educacional que busca implementá-la.
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Década de 20 – “entusiasmo pela educação”
A partir dos anos 30 – “otimismo pedagógico”
Conflito entre os pioneiros da “escola nova” e
outra pela ideologia católica – Constituição de
1934
Concepção “humanista” modernapsicologismo pedagógico(déc. 40)
sociologismo (déc. 50)
economicismo (déc. 60)
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Década de 50 reedita-se o conflito
escola particular- escola pública
03 correntes: escola pública
-“ liberal-pragmatismo”(ABE)
-“liberal-idealismo”
Professores das áreas de história e
Filosofia da USP
- conotações socialista
liderado por Florestan Fernandes
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Escola particular: déc. Surge uma espécie
“escola nova católica” – AEC organizou
semanas de estudos pedagógicos – Pe. Pierre
Faure –
divulgam ideias de Montessori e
Lubienska – Após o concílio Vaticano II a
igreja se compromete com interesses
populares
Movimento Paulo Freire de Educação de
Adultos e o movimento de Educação de Base
– inspiração cristã
Concomitante com a tendência tecnicista,
emerge , na década de 70 – Tendência
crítico-reprodutivista – desencadeou teorias
como:
“ teoria do sistema de ensino enquanto
violência simbólica”;
“teoria do escola enquanto aparelho
ideológico do estado”
“ teoria da escola dualista”
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Como você professor pensa sua prática
educativa, diante das concepções de
educação apresentada ?
Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, frequentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.
 Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.
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João Cabral de Melo Neto
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Concepção “humanista” moderna