MULTIDÃO
LIVRO DE MICHAEL HARDT E
ANTONIO NEGRI
EDITORA RECORD
2004
Disciplina Governo Eletrônico Professores: Aires Rover e Orides Mezzaroba
Autores
 Michael Hardt nasceu em 1960, em Washington.
Teórico literário e filosófo político estadunidense,
leciona na Duke University. A obra mais conhecida é
Império escrita com Antonio Negri, e a continuação é
o livro Multidão: guerra de democracia na Era do
Império, lançada em 2004, em que detalha a ideia de
multitude (Spinoza) como sítio potencial para um
movimento democrático global.
 Antonio Negri filófoso marxista italiano, nascido em
1933, preso acusado de participação nas Brigadas
Vermelhas. Hoje professor da Sorbonne (Paris)
Prefácio
 Livro de filosofia que se propõe a repensar os
conceitos de poder, resistência, multidão e
democracia - bases conceituais para um novo tipo de
democracia. Marca a possibilidade da democracia em
escala global - projeto multidão. Exige uma
sociedade global aberta e inclusiva, o livro apresenta
os meios e novos conceitos para compreensão deste
tempo. Coloca como principal ameaça o estado de
Guerra. Continuação do livro Império onde
descreveu uma nova forma de soberania.
Conceito de Multidão
 Multidão: uma rede aberta e em expansão na qual todas
as diferenças podem ser expressas livre e
igualitariamente, uma rede que proporciona os meios da
convergência para que possamos trabalhar e viver em
comum multidão
 Múltipla, composta de diferenças internas que não
podem ser reduzidas, diferentes culturas, raças, etnias,
gêneros, formas de trabalho, maneiras de viver, visões de
mundo, e desejos
 Multicolorida: produção de relações, comunicações e
formas de vida
 Internet - base ou modelo de rede aberta .
Diferença entre multidão, povo e massa
 A multidão não é uma identidade (como o povo) nem
é uniforme (como as massas), suas diferenças
internas devem descobrir o commom que lhe
permite comunicar-se e agir em conjunto. Se
baseiam no comum e constroem um common numa
espiral expansiva de relações.
BIOPOLÍTICA
 Produção biopolítica - além da produção econômica
afeta e produz todas as facetas da vida social, seja,
econômicas, sociais ou políticas.
 Um dos pilares que se assenta a possibilidade de
democracia global:multidão
Capítulo 1
Guerra
 Guerra como conflito entre Estados-nação está em




declínio .
A guerra se transforma num fenômeno global, geral,
e interminável que solapa o Direito internacional
Guerras civis imperiais - local e específico condicionado pelo império global
11 de setembro: reconhecimento do estado de guerra
civil
A violência letal como potencialidade constante
provoca o generalizado estado de guerra global
Estado de Guerra global
 Guerra contra a pobreza
 Guerra contra as drogas
 Guerra contra o terrorismo
 O inimigo tornou-se abstrato , indefinido, imaterial
Limites indeterminados em termos espaciais e
temporais
 Guerra contra o terrorismo - ininterrupto exercício
de poder e violência
Guerra
 Guerra tem se tornado no princípio básico de





organização da sociedade, reduzindo-se a política a
apenas um de seus recursos ou manifestações.
Matriz geral de todas as relações de poder e técnicas de
dominação
Regime de biopoder
Não só destinada a controlar a população, mas a produzir
e reproduzir todos os aspectos da vida social
Traz morte, mas também deve produzir vida
Metáforas da guerra: esportes, negócio, vida afetiva etc
Estado de Guerra global
 Guerra = atividade policial
 Do âmbito das Relações internacionais a guerra
passa a política interna
 Torna-se um obstáculo às forças de transformação
social
 Conceito do mal traduz no Direito, segundo Negri,
no crime contra a humanidade.
Estado de Guerra
 Crime contra a humanidade criado pelo código penal




global
Transição do Estado do bem estar social para o
estado de guerra - tolerância zero
Diminuição das liberdades civis , aumento dos
índices de encarceramento
Serve para bloquear as novas formas de expressão e
de produtividade
Guerra exige suspensão das trocas e da participação
democrática
Tribunal Penal Internacional
 Estados Unidos não se submetem e mantem tipos




próprios de sanção - como Guantánamo
A violência é legitimada não a priori de acordo com a
lei, mas a posteriori de acordo com o resultado
A presença constante do inimigo e a ameaça de
desordem servem para legitimar a violência imperial.
Inimigo: abstrato, fugidio, inapreensível,
amplificados e transformados em figuras gigantescas
Sintomas de uma realidade desordenada
Uso da inteligência na Segurança
 Segurança - cooperação e violência
 Início de XXI - 2 mil conflitos armados permanentes
 Distinções entre violência legítima e ilegítima?
guerras de opressão e libertação?
 confusas
 violência que ameaça a ordem global ou que a
mantém??
Contrainsurgências
 Contradições internas da máquina da Guerra
 Resistência e libertação
 Nascimento da nova Guerra
 Guerra Fria - Terceira Guerra Mundial
 Estado de guerra civil Imperial (1989- 91) : Quarta
Guerra Mundial
Quarta Guerra Mundial
 Marco: 1972 - Tratado de Mísseis antibalísticos -
regula a produção de armas atômicas
 Menos voltada para a defesa frente uma mega
ameaça, mais centrada em miniameaças
proliferantes;
 Menos preocupada com a destruição geral do
inimigo e mais inclinada para a transformação ou
mesmo produção do inimigo;
Complexo vital militar
 Guerra - biopoder - construção e reprodução da ordem





social global
Transferência da hegemonia da produção econômica da
fábrica para setores mais sociais e imateriais.
Ligada a produção econômica e avanços tecnológicos
Controle e a organização militares são exercidos por
meio de novas tecnologias de informaçao e comunicação
Tempo de mobilidade e flexibilidade - integra vetores de
inteligência, informação e trabalho imaterial
Sujeito da história - complexo vital militar
Revolução nos assuntos militares - RAM
 TRADICIONALISTAS:Virtudes da guerra - conflito
corporal
 Disposição para o sacrifício como necessária para a
manutenção do poderio de uma superpotência
Tecnologia de massa da modernidade era
subordinada a corporeidade - operários, corpos dos
soldados
 RMA - a guerra não precisa de massas de soldados são próteses das máquinas
 Novas formas de trabalho - móveis, flexíveis e
imateriais
Guerra Virtual
 Soldado biopolítico
 Guerra virtual - ataques a distância e seguras
 Incorpórea
 Homem bomba - contrário sombrio
 Cita o episódio do seriado Jornada nas Estrelas: Um
toque de Armagedon - Máquinas de desintegração guerras sem horror são eternas
Contrainsurgência
 Forma de rede é uma extensão da tendência




delineada pela evolução das organizações
guerrilheiras
Enxames ou formigueiro
Modelos tradicionais de contrainsurgência não
funcionam: Modelo de decapitação e Privação do
ambiente
Hoje é preciso nova técnica de contra-insurgência técnicas positivas
Criar e controlar o ambiente
Resistência
 Aborda a lógica que determina a genealogia e as




formas de insurgência e revolta.
Determinar as subjetividades que capazes de criar
um novo mundo.
Mais importante resistência hoje: a resistência à
guerra
Começa pela contra insurgência a análise pelo
mesmo motivo que Marx para falar de riqueza e só
depois de trabalho, em seu livro Capital.
O trabalho é primordial. Assim como a
RESISTÊNCIA é primordial em termos de poder.
Biopoder
 Era do biopoder e biopolítica em que as questões
militares estão imbricadas às questões sociais,
políticas, econômicas.
 Composição da multidão - trabalho imaterial: produz
informação, conhecimento, idéias, imagens,
relacionamentos e afetos.
 A qualidade e características do trabalho imaterial
tendem a transformar as outras formas de trabalho.
 Obscurecimento entre as horas de trabalhar e não
trabalhar, estendendo o dia de trabalho
indefinidamente - teletrabalho - flexível e móvel
Desejo de Democracia
 Produção imaterial positiva - produção de
conhecimentos e afetos - relações sociais
 Trabalho imaterial é biopolítico, produz
subjetividades, se organiza em rede
 As forças que animam as lutas de resistência não
apenas são lutas contra a miséria e pobreza, mas
mantém um profundo desejo de democracia
Princípios da genealogia da resistência
 oportunidade histórica
 forma de resistência mais eficaz
 correspondência das formas de resistência com as
transformações de vida social e econômica
 democracia e liberdade
Inventando lutas em rede
 O exército revolucionário das teorias de esquerda não




garantiam a democracia
Conceito de povo - revela uma duplicidade - já que a
relação legitimadora tende a privilegiar a autoridade em
detrimento da população como um todo.
Novo processo de legitimação que não se escore na
soberania do povo, mas na produtividade biopolítica da
multidão.
Nova forma de organização para criar uma nova
sociedade baseada na democracia, liberdade e igualdade
Guerra da multidão
Biopolítica
 O fato de ser organizado em rede não garante que seja
pacífico ou democrático
 Examinar apenas a correspondência formal pode dar a
impressão de que a inovação tecnológica é a força
fundamental que impulsiona a mudança social.
Precisamos agora examinar o conteúdo do que está
sendo produzido, como e por quem.
 .A biopolítica é imanente a sociedade, criando relações e
formas sociais através de formas colaborativas de
trabalho. A produção biopolítica dará conteúdo a
investigação de democracia, que até o momento se
mantém excessivamente formal. Também tornará clara a
base social sobre a qual é possível dar início ao um
projeto da multidão.
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