Dengue Professor: Rogerio Ferreira Introdução • A dengue, atualmente, é considerada sério problema de saúde pública, principalmente nos países tropicais, pois as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do vetor. • O vírus dengue é classificado como um arbovírus. Pertencem a família Flaviviridae, a mesma do vírus da febre amarela. • Existem quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. • Vetor é o mosquito hematófago do gênero Aedes aegypti. Epidemiologia Mapa da dengu 2011 Fonte: Ministério da Saúde Mapeamento dos municípios infestados por Aedes aegypti em 2008. Casos Notificados, Brasil, 2008-2009 Incidência de Dengue por Município de Residência, Brasil, 2008 Fonte: SVS/SES Epidemiologia Epidemiologia • O boletim divulgado no dia 02/04/2013 pela Secretaria de Estado de Saúde, registra os casos de 1º de janeiro até 30 de março, aponta o aumento da suspeita da doença em comparação ao mesmo período do ano passado. Os casos de suspeita cresceram de 56.912 para 79.587 casos este ano. • Todas as regiões do estado têm municípios com epidemia, sendo a pior situação a da Baixada Litorânea, com cidades como Cabo Frio, Arraial e Búzios. • Mortalidade caiu de 14 para 5 casos se compararmos com o mesmo período do ano passado. Fisiopatologia • Após a penetração do vírus, a doença pode manifestar-se de 3 a 15 dias, em média, de 5 a6 dias. • A presença do vírus no organismo estimula a produção de anticorpos e o deslocamento de células de defesa. • Ao ser capturado pelos monócitos, o vírus neles se multiplica e os destrói, produzindo alterações nos vasos sanguíneos e promovendo a destruição periférica de plaquetas. Tipos de dengue • Dengue clássica – tem duração de cinco a sete dias, provocando febre de 39°C a 40°C, cefaléia, mialgia, prostração, artralgia e na região retroorbitária, náuseas e vômitos. Podem ocorrer pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe e gengivorragia; • Dengue hemorrágica – os sintomas iniciais assemelham-se aos da dengue clássica, porém evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas mais intensas, como sangramento gastrintestinal (melena, hematêmese e enterorragia), além de hepatomegalia e insuficiência circulatória. Febre Hemorrágica da dengue • As manifestações clinicas iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas descritas nas formas clássicas de dengue. • Entre o terceiro e o sétimo dia do inicio da doença, quando da defervescência da febre, surgem sinais e sintomas como vômitos importantes, dor abdominal intensa, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, letargia, derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite). • Em geral, esses sinais de alarme precedem as manifestações hemorrágicas espontaneas ou provocadas (prova do laco positiva) e os sinais de insuficiência circulatória, que podem existir na FHD. • O paciente pode evoluir em seguida para instabilidade hemodinâmica, com hipotensão arterial, taquisfigmia e choque. Diagnóstico • Anamnese; • Clínico; • Exame de sangue, pesquisa do vírus no organismo; • Diagnóstico para NS1, IgM e IgG. 3° - 5° dia > 6° dia Tratamento • Administração de antitérmicos, analgésicos, antieméticos e antipruriginosos. • A hidratação oral e/ou venosa deve ser administrada de acordo com cada caso. • Para a detecção precoce de sinais de hemorragia, alguns sinais de alerta devem ser observados, tais como dor abdominal, vômitos, hepatomegalia, hipotensão arterial, oligúria e letargia (sonolência). • Uma vez instalado esse quadro, é fundamental a adoção de medidas urgentes de hidratação venosa, o que requer hospitalização. • Todo caso suspeito deve ser notificado ao serviço de vigilância mais próximo. • As ações do técnico de enfermagem consistem em orientar a comunidade quanto à importância do saneamento básico e das medidas de prevenção e controle. • Consistem em não deixar água parada em garrafas, pneus ou vasos de plantas, por se tratarem de locais de proliferação do vetor. Cuidados de enfermagem • Histórico de enfermagem (entrevista e exame físico); • Data do inicio dos sintomas. • Verificar pressão arterial, pulso, enchimento capilar, frequência respiratória, temperatura. • Realizar medidas antropometricas (peso, altura, índice de massa corporal (IMC). • Pesquisar sinais de alarme. • Realizar prova do laço na ausência de manifestações hemorrágicas. • Segmento da pele: pesquisar pele fria ou quente, sinais de desidratação, exantema, petéquias, hematomas e outros. Prova do laço • Desenhar um quadrado de 2,5cm de lado (ou uma área ao redor da falange distal do polegar) no antebraço da pessoa e verificar a pressão arterial (deitada ou sentada). • Calcular o valor médio: (PAS+PAD)/2. • Insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por cinco minutos em adultos (em crianças, 3 minutos) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses. • Contar o número de petéquias no quadrado. A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças. Orientãções • Todos os pacientes (adultos e crianças) devem retornar imediatamente em caso de aparecimento de sinais de alarme. • O desaparecimento da febre (entre o segundo e o sexto dia de doença) marca o início da fase crítica, razão pela qual o paciente devera retornar para nova avaliação no primeiro dia desse período. • Orientar o paciente sobre o uso e importância do “Cartão de Identificação do Paciente com Dengue” Mitos • Não existe transmissão fora dos períodos chuvosos; • Se pegar uma vez não terá complicações da dengue, pois as complicações só vem caso adquira pela segunda vez; • Ar condicionado e ventiladores matam o mosquito; • Para matar os ovos basta secar o reservatório de água parada; • Velas de citronela e andiroba são fundamentais no combate a dengue; • Tomar vitamina B ou comer alho e cebola afastam o mosquito; • Qualquer picada do mosquito transmite a dengue.