Viroses oculares
Principais virus
Família
Adeno
Adenoviridae
Entero
Picornaviridae
HSV
Herpesviridae
VZV
EBV
CMV
Sarampo
HIV
Fontes de
contaminação
Secreções oculares
e respiratórias, mãos
Secreções, superfícies ou
fômites , mãos
“
“
“
Paramyxoviridae
Retroviridae
Secreções, fômites,
superfícies, mãos
Secreções
respiratórias, mãos
Saliva, “ “ “
Saliva, “ “ “
Secreções respiratórias
Horizontal e Vertical
Fonte: N. S. O. Santos, Virologia Humana, 2015, cap.22
Conjuntivite viral
Fonte foto: A. L. Höfling-Lima & R. A. Oechsler
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5161
ADENOVIRIDAE
-
Icosaédricos
Não envelopados
DNA dupla fita linear
Fibras nos pentons
Gêneros:
- Mastadenovírus (em mamíferos)
- Aviadenovírus (em aves)
Adenoviruses
Figures are from your text, Flint et al.
2004, ASM Press, unless noted otherwise
Adenovirus structure and genome organization
Adenovirus infection cycle
1.
2.
Entry by endocytosis; release of core
Entry of DNA/core protein complex to
nucleus
3-5.Synthesis of E1A and E1B transcripts; export
to cytoplasm & translation
6-9. Import of E1 proteins into nucleus;
transcription, export & translation of Early
proteins
10-13. Early proteins imported to nucleus;
combine with host proteins in DNA
replication, late gene transcription
14-17. Transcripts exported to cytoplasm,
translated to structural proteins, imported
to nucleus
18-19. Particle assembly and egress
Doenças oculares causadas por
Adenovírus (Hadv)
Quadro clínico
Idade
Tipo de vírus
Sorotipo
Febre faringoconjuntival
Crianças
B, E
3,4,7,11,14
Ceratoconjuntivite
epidêmica
Adultos
D
5, 8, 19, 37
Conjuntivite folicular
aguda
Adultos
B, C, D, E
1-4,6,7,9,11,15-17,
20,22
Ceratoconjuntivite
crônica
Adultos
B, D, E
Diversos sorotipos
Febre faringoconjuntival- sinais
•
•
•
•
•
•
•
pi 12 dias; duração 1-2 semanas
Usualmente < 4anos
Febre alta ( até 40 °C)
Conjuntivite (lacrimejamento, vermelhidão, queimor, fotofobia)
Hiperemia intensa
Adenopatia periauricular
Secreção mucosa abundante => crostas nas pálpebras e dificuldade
de abertura dos olhos pela manhã
• Comprometimento de vias aéreas superiores (dor de garganta,
tosse)
• Epidemias em usuários de piscinas
• Normalmente bilateral
Conjuntivite folicular aguda
Sinais mais comuns nas conjuntivites
Adenopatia
Edema palpebral
Hemorragias
Hiperemia
Sinais em casos graves
•
•
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•
•
•
24 horas => folículos conjuntivais tarsais,
aumento dos outros sinais
secreção serosa.
O vírus invade a córnea => ceratite puntata que piora a fotobia e o
lacrimejamento.
Microhemorragias.
Uveíte anterior leve
Espessamento de secreções (borramento da visão).
A partir do sétimo dia => regressão dos sinais
Mas podem se formar pseudomembranas que devem ser removidas, pois podem
causar simbléfaro.
A partir do oitavo dia as hemorragias começam a diminuir, assim como a ceratite que
dá lugar aos infiltrados subepiteliais que podem persistir por meses.
Fonte: Castro, RS. In: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=1726
Simbléfaro
Simbléfaro (do grego sun, junto e blefaron, pálpebra) : aderência entre a superfície conjuntival das pálpebras e o globo ocular .
Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/2012/06/26/lesoes-da-palpebra-simblefaro/
Ceratoconjuntivite epidêmica
Fonte foto: A. L. Höfling-Lima & R. A. Oechsler
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5161
•
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•
•
•
Doença altamente contagiosa
pi 8-10 dias
Frequentemente unilateral
Adenopatia pré-auricular
Pode evoluir para ceratite subepitelial focal com opacidade de
córnea.
• Normalmente autolimitada • Na forma crônica=> pode persistir até 8 meses
Transmissão - Adenovírus
• Ingestão/Fecal-Oral
• Respiração
• Contato/olhos x mãos
Prevenção
• Cloração de águas
• Higiene pessoal
• Lavagem frequente de mãos
Enterovírus + envolvidos:
• Conjuntivite: Echovírus7,11; Coxsackie B2
• Coriorretinite: Coxsackie B
• Uveíte: Echovírus 11 e 19
Fonte foto:
http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=%C3%9Avea&lang=3
Conjuntivite hemorrágica aguda
•
•
•
•
•
Geralmente Coxsackie A24 ou Entero 70
Dor; sensação de corpo estranho
Edema periorbital
Hemorragias podem ser pouco evidentes
Adenopatia pode ocorrer
Herpesvírus e doenças oculares
• Vírus
Síndrome
•
HSV1
blefarite, conjuntivite, ceratite,endotelite,
uveíte, retinite
•
HSV2
ceratite, uveíte,
•
VZV
conjuntivite, ceratite,endotelite,uveíte,
retinite
•
EBV
conjuntivite, ceratite,uveíte, retinite
•
CMV
retinite, uveíte
•
HHV-6
uveíte, neurite óptica
•
HHV-8
KS conjuntival
retinite, catarata congênita
Herpes ocular – sinais prodrômicos
·
·
·
·
Dores nos olhos.
Lacrimejamento.
Sensibilidade à luz.
Hiperemia.
EBV
•
•
•
•
Na mononucleose aguda:
Edema periorbital
Conjuntivite folicular uni ou bilateral
Pode estar associado a outros linfomas de
céls. T e B
• Suspeita-se se envolvimento na síndrome de Sjögren
secundária (doença autoimune que afeta as glândulas
produtoras de lágrimas e saliva, causando olho e boca
seca).
EBV ocular• Diagnóstico:
Linfócitos atípicos
Anticorpos heterófilos
IgM anti-EBNA (antígeno nuclear do EBV)
• Tratamento: sintomático
Ceratite Herpética
• Normalmente HSV1; menos frequente HSV-2
• Ceratite herpética por HSV-1=> principal causa de cegueira em países
desenvolvidos
• Estima-se 1,5 milhão de casos/ano no mundo
• Uni ou bilateral, adenopatia, lesões dendríticas da córnea,
• Lesões duram 1 mês, mesmo com terapia
• Recorrência comum=> normal unilateral
• Pode levar a lesões cicatriciais e cegueira
Herpes ocular
Fonte: Freitas, D. IN: http://www.universovisual.com.br/publisher/preview.php?edicao=1205&id_mat=963
Ceratite epitelial:
•
Ação direta do vírus vivo replicando no epitélio da córnea. Pode
iniciar-se com uma ceratite ponteada que evolui para formação de
linhas e figuras clássicas de dendritos.
• úlceras em formato de mapas geográficos, melhor observadas com
rosa de bengala. O dendrito da infecção pelo herpes simples é
geralmente central, único (mas podendo também ser múltiplo) e
apresenta ramificações com, classicamente, bulbo terminal. A lesão
epitelial geográfica é o dendrito que perdeu seu padrão linear,
estendendo-se na forma de úlcera. Tem as bordas geralmente
edemaciadas e que coram com rosa bengala.
Tratamento: Inclui o debridamento
(com um cotonete seco retiram-se todas as células que coram com a
rosa bengala) e a introdução do antiviral tópico.
Ceratopatia neurotrófica herpética
• Ulcerações do epitélio corneano, de fundo transparente, de formato
ovóide ou arredondado, localizadas geralmente no centro da córnea.
• Apresentam as bordas elevadas devido ao empilhamento do epitélio, que
fica impossibilitado de deslizar para promover a cicatrização da úlcera.
• Quando crônicas, podem progredir para ulceração, opacificação,
vascularização e perfuração da córnea.
• A ceratopatia neurotrófica herpética :
secundária à má inervação corneana
Pode ser consequente a repetidas
Reativações da infecção.
Fonte: Freitas D. In: http://www.universovisual.com.br/publisher/preview.php?edicao=1205&id_mat=963
Tratamento HSV ocular
Tabela 1: Antivirais tópicos
para infecção ocular por
herpes simples
Tabela 2: Antivirais sistêmicos
para tratamento de herpes
Tabela 3: Uso do corticóide tópico no tratamento
das ceratites estromais herpéticas
Herpes zoster oftálmico
Reativação a partir do ramo oftálmico do nervo trigêmeo.
Representa até ¼ de todos os casos de herpes zoster.
A maioria dos pacientes com herpes zoster oftálmico apresentam um
Eritema periorbital vesicular distribuido ao longo do dermatoma afetado.
Uma minoria => conjuntivite, ceratite, uveite e paralisias do nervo
ocular/cranial.
Sequelas permanentes podem incluir inflamação crônica ocular, perde de
visão e dor debilitante.
Tratamento: acyclovir, valacyclovir e famciclovir => mais eficazes em
prevenir o envolvimento ocular quando até 72 h do início do eritema.
Diagnóstico rápido e tratamento são críticos na prevenção da perda de visão.
Fonte: SAAD SHAIKH, M.D., and CHRISTOPHER N. TA, M.D.Evaluation and Management of Herpes Zoster Ophthalmicus
Am Fam Physician. 2002 Nov 1;66(9):1723-1730. site: http://www.aafp.org/afp/2002/1101/p1723.html
Zoster oftálmico:
• Pode causar lesões papulares na pálpebra, conjuntiva ou limbo
ocular
• Podem evoluir para úlceras com reação inflamatória intensa
• Ceratite pode ocorrer semanas ou meses após o episódio de zoster
• Diagnóstico:
• Já visto
• Tratamento:
• Como no zoster: aciclovir até 72 horas após o início
• Valaciclovir, famciclovir – mais eficientes
• Prevenção:
• Vacinação contra Zoster- recomendada em >60 anos
VZV Congênito
•
•
•
•
•
Atrofia ótica
Retinopatia pigmentar
Nistagmo
Resposta pupilar anormal
Cataratas
Citomegalovírus
• Retinite – mais comum
• Pode afetar imunossuprimidos
• Usualmente pessoas com AIDS
CMV congênito
• Oculares – coriorretinite, necrose retinal,
atrofia ótica, anormalidades da
câmara anterior, uveíte, estrabismo
HIV ocular
• ~70% adultos com HIV=> complicações oculares
• Em crianças => bem menos frequentes
• Principais manifestações:
– Microvasculopatia (pontos de “lã de algodão” no exame de fundo de olho
na retina ou conjuntiva, hemorragias e microaneurismas retinais)
–
–
–
–
Infecções oportunísticas (CMV, HSV, VZV, Molusco contagioso)
Doenças neoplásicas
Doenças neuro-oftálmicas
Uveíte de recuperação imune: em pacientes recebendo
HAART,=> aumento da inflamação intraocular em resposta a infecções
>céls TCD4 aumentadas ( >100 mm3)
HIV- síndrome de recuperação imune ou
Síndrome inflamatória da reconstituição imunológica (SIRI)
• A restauração do sistema imune => intensa reação contra as infecções coexistentes, levando a manifestações atípicas por agentes oportunistas,
com acentuada inflamação tecidual.
• Preferencialmente pacientes c/contagens linfócitos T CD4 <50/mm3 e
carga viral muito alta, antes do início do HAART.
• Ocorre entre 10 e 25% dos doentes,
• Caracterizada pela piora ou aparecimento de nova afecção nos pacientes
• Maior parte dermatológicas: HSV genital, HPV, Molusco, Zoster, KS
• Pode causar colite ulcerativa por CMV
HIV- síndrome de recuperação imune ou
Síndrome inflamatória da reconstituição imunológica
(SIRI)
• Duas apresentações:
• Precoce => nos três primeiros meses após o
início da HAART, reação imune a oportunistas
subclínicos;
• Tardia => após meses ou anos => pela
evolução da reação imunológica contra
patógenos oportunistas de forma inesperada ,
p. ex. linfadenite criptocócica e as irites e
uveites pelo CMV.
Ref: Nadal SN, Manzione, CR. Síndrome inflamatória da reconstituição imunológica
Rev bras. colo-proctol. vol.29 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2009
http://dx.doi.org/10.1590/S0101-98802009000100019
Outros agentes de infecções oculares
•
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•
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Influenza
HTLV
Poliomavírus
Cachumba
Ebola
Chikungunya
HCV
Molusco contagioso
HPV
Vírus da doença de Newcastle (um paramixovírus de aves)
Outros agentes
• Conjuntivites crônicas=> Molusco contagioso
Molusco contagioso
Literatura recomendada:
• Virologia Humana. Norma S. O. Santos; Maria
Tereza V. Romanos; Márcia D. Wigg. 3a Ed.
Guanabara Koogan. 606 pgs. 2015.
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Aula 17 - Viroses Oculares