REPÚBLICA POPULISTA – ENTRE DUAS DITADURAS: UMA EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA 1946 a 1964 CONTEXTO MUNDIAL: GUERRA FRIA Liberalismo X Nacionalismo;  Democracia X Ditadura;  Capitalismo X Comunismo;  GOVERNO EURICO GASPAR DUTRA(1945 A 1950)  As eleições de 1945: Eurico Gaspar Dutra (PSD-PTB)55% Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) - 35% Iedo Fiúza (PCB)- 10%  Fator incômodo para as elites: PCB elegeu 15 deputados e 1 senador GOVERNO EURICO GASPAR DUTRA(1945 A 1950)  Constituição de 1946 – a “constituição liberal”; O Brasil era definido como uma República federativa presidencialista;  Autonomia dos três poderes;  Voto para todos alfabetizados, maiores de 18 anos, de ambos os sexos;  Liberdade e garantias individuais para a expressão de pensamento, locomoção, habeas corpus e defesa judicial;  Restrições para greves;  O divórcio continuou proibido;  GOVERNO EURICO GASPAR DUTRA(1945 A 1950)  Política externa:  Aproximação dos EUA; Henry Truman e Dutra  1946: Rompimento com a URSS;  1947: Cassação do registro de PCB e de todos políticos eleitos por ele;  Intervenção (invasão) do governo nos sindicatos;  1949:Criação da Escola Superior de Guerra GOVERNO EURICO GASPAR DUTRA(1945 A 1950)  Economia: Distanciou-se no nacionalismo de Vargas:  Política liberal: Livre importação de bens – “portas abertas à importação”;  Diminuição das reservas econômicas acumuladas no Governo Vargas:  708 milhões de dólares 92 milhões de dólares Pior desempenho industrial desde a era Vargas;  Pós 1947 – Política de seleção das importações;   Plano Salte ELEIÇÕES DE 1950 Getúlio Vargas (PTD) - 48% Eduardo Gomes (UDN) - 29% Cristiano Machado (PSD) - 21%  Vitória de Vargas: Falta de outra lideranças (velhas ou novas);  Herança do culto a personalidade do Estado Novo;  Fracasso econômico do Governo Dutra  Governo Getúlio Vargas (1950 a 1954)  Retorno da industrialização como condição para o progresso, porém dividiu a sociedade: Nacionalistas "Entreguistas" Estado deveria intervir na economia, investindo em áreas estratégicas (petróleo, siderurgica, transportes...) A economia deveria caminhar sem a interferência do Estado Limitação e controle da entrada de capital estrangeiro O capital estrangeiro é condição para o progresso do Brasil. Governo Getúlio Vargas (1950 a 1954)  Campanha “O Petróleo é nosso”:  1953: Criação da Petrobras;  1953: Proposta da Lei de Lucros Extraordinários – Barrada no Congresso (pressão da UDN);  Política Populista:  Ministro do Trabalho – João Goulart (Jango):  Defesa de aumento salarial de 100%:  Manifestos dos Coronéis (Bizzaria Mamede) – pedido de demissão de Jango;  Vargas demitiu Jango e aumentou o salário em 100% (aumento real descontando a inflação de 54%);  Ataques da “direita”:  Carlos Lacerda e seu Jornal: ‘esquerdização’ do Brasil e corrupção“ (“República dos sindicatos” e “mar de lama”);  Militares anticomunistas, políticos da UDN apoiados por grandes empresários e jornais como O Globo e o Estado de S. Paulo preparavam um golpe contra Vargas;  5 de agosto de 1954 - Atentado contra Carlos Lacerda;  24 de agosto de 1954 – Suicídio de Vargas – o último ato de um estadista;  Neutralizou a oposição;  Revolta popular – tudo o que lembrava a oposição à Vargas foi atacado; A QUEDA DE VARGAS  Assumiu o vice Café Filho: Clima de Golpe;  Indefinição política;  Instrução 113 – estabelecia facilidades para empresas estrangeiras importassem maquinas e equipamentos – submissão ao capital internacional;  SUCESSÃO PRESIDENCIAL Juscelino Kubitschek e Jango (PSD - PTB) 36% Juarez Távora (UDN) 30% Ademar de Barros (PSP) - 26% LOTT GARANTE A POSSE DE JK UDN ataca vencedores de comunistas e corruptos (mesmos ataques ao Vargas);  Alegação que não tinham maioria absoluta e eram apoiados pelos comunistas e “massa ignorante”;  Ataque de Carlos Lacerda – Tribuna da Imprensa :    Carta Brandi – documento falso envolvendo Jango com importação ilegal de armas para montar milícias operárias no pais. Bizzaria Mamede (coronel da ESG) pronunciou um violento discurso contra os candidatos eleitos LOTT GARANTE A POSSE DE JK Café Filho – que simulou um infarto – foi afastado e assumiu Carlos Luz, o presidente da câmara dos deputados;  Marechal Henrique Teixeira Lott deu um golpe preventivo – “Golpe da Legalidade”;    Depôs Carlos Luz e impediu o retorno de Café Filho; Assumiu a presidência Nereu Ramos, presidente do Senado Federal O PRESIDENTE BOSSA NOVA 1956 a 1961 GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK , O NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO (1956 A 1960)  Desenvolvimento, inflação e endividamento;  Prosperidade econômica + tranqüilidade política (comparado aos períodos anteriores) “50 anos em 5”; 1957 – Bossa Nova – Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinícius);  1958 – Teatro de Arena – Eles não usam Blacktie de Gianfrancesco Guarnieri;  Plano de Metas:energia,transporte, indústria, educação e alimentação → voltado sobretudo para a industrialização acelerada e obras de infra-estrutura;  Industrialização desenvolveu-se atrelada ao capital estrangeiro;  Multinacionais;   Construção de Brasília JK na fábrica da Vemag em 1956. SER INDUSTRIALIZADO NÃO É MESMA COISA QUE SER DESENVOLVIDO. Concentração de renda.  Mecanização do campo – êxodo rural.  Achatamento salarial.  Aumento da divida externa.  Alta inflação.  Eleições de 1960 jânio Quadros (UDN) - 48% Marechal Lott (PSD PTD) - 28% Ademar de Barros (PSP) - 23% Governo Jânio Quadros (1961)  Promessa de “varrer a corrupção” e a inflação;  Política Interna:   Falta de projetos e medidas de real importância para o país; Proibição de:  briga de galo;  Uso de lança-perfume;  Biquínis em praias;  Economia:  Herdou uma grande dívida externa (3,8 bilhões de dólares) e um alto custo de vida; Che e Jânio  Diminuiu crédito aos empresários;  Congelou salários;  Cortou ajuda governamental às importações de trigo e petróleo Governo Jânio Quadros (1961)  Política externa:  Política externa independente, recusando-se a obedecer à orientação dos Estados Unidos ou da União Soviética;  Restabeleceu relações diplomáticas e comerciais com a URSS e a China:  Enviou o vice-presidente à China comunista;  Condenou o episódio da Baía do Porcos e a interferência norte-americana que provocou o isolamento de Cuba;  Recebeu no Brasil e deu a Che Guevara uma alta condecoração, a Ordem do Cruzeiro do Sul, o que irritou seus aliados, sobretudo os da UDN; Governo Jânio Quadros (1961)  Renúncia – Tentativa de Golpe?  25 de agosto de 1961 – Encaminhou sua Carta- Renúncia ao congresso nacional.  Redigiu uma Carta Aberta ao povo brasileiro;  Congresso aceitou a renúncia de Jânio O Governo João Goulart (Jango) – 1961 a 1964  Impossibilitado de assumir – As Forças Armadas vetaram a posse de Jango:  Alegaram risco de esquerdização no Brasil – Jango era herdeiro do varguismo e líder da estrutura sindical;  Ministros militares solicitaram ao congresso que aprovasse a manutenção do presidente interino (Ranieri Mazzilli) – Congresso rejeitou pedido → CRISE POLÍTICA;  Alguns militares eram favoráveis a manutenção da legalidade, ou seja, a posse de Jango;  Setores democráticos e de esquerda articularam para garantir o respeito da constituição:  Leonel Brizola – a Voz da Legalidade Governo Jango  Solução encontrada para o impasse:  Implantação do parlamentarismo (emenda constitucional em 2 de setembro de 1961) – de modo experimental até ser realmente aprovado em um plebiscito que seria realizado em 1965;  1961 a 1963 – Parlamentarismo (frágil) no Brasil:  Rápida sucesso de três primeiros-ministros:  Tancredo Neves (PSD);  Brochado da Rocha (PSD);  Hermes Lima (PSB);  Impossível qualquer continuidade administrativa → Aprofundamento dos problemas econômicos e da crise política;  Jango tentou ampliar sua base de apoio popular;  Plebiscito antecipado para 1963:  9 milhões de votos para NÃO ao parlamentarismo contra 2 milhões favoráveis (SIM); Governo Real de Jango (1963 a 1964)  Montou seu ministério com algumas figuras notáveis da vida política e intelectual brasileira (como Celso Furtado e San Thiago Dantas);  Plano Trienal:  Objetivos centrais: Combate à inflação e a retomada do crescimento industrial;  Reformas de Base:  Agrária, tributária, financeira e administrativa;  Falta de apoio externo (capitais) e interno (setores mais conservadores  Sem o apoio das elites econômicas Jango buscou apoio nos sindicatos;  Jango cada vez mais se torna “refém” do apoio popular – radicalização de seu discurso;  Pressão de sua base popular:  Ligas camponesas no nordeste (Francisco Julião);  Surgimento da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGT);  1964 – Comício das reformas de Base na Central do Brasil;  1964 – Marcha da Família com Deus pela Liberdade – Resposta da elite e das classes conservadoras ao comício de Jango;  1964 – Golpe militar;