CAPÍTULO 6
HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO
Profa.Ivana BM Cruz, UFSM - 2011
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO
Principal constituinte do esqueleto
Funções:
- Suporte das partes moles
- Proteção dos órgãos vitais
- Alojamento da medula óssea
- Movimento – constitui um sistema de alavancas
- Depósito de cálcio, fosfato e outros íons
Deriva da mesoderme intermediária
Tipo especial de tecido conjuntivo formado por
Células e material extracelular calcificado (matriz
Óssea)
TECIDO ÓSSEO
Osteócitos – situam-se em lacunas no interior da matriz
Osteoblastos- células produtoras da parte orgânica
do osso
Osteoclastos- células gigantes, móveis, multinucleadas
reabsorvem tecido ósseo
participam dos processos de remodelação
óssea
Nutrição-
depende de canalículos que existem
na matriz e que chegam até as células
ósseas
TECIDO ÓSSEO
Todo o tecido ósseo é recoberto por camadas
Endósteo
Periósteo
- camada interna de tecido contendo células
osteogênicas
- camada externa de tecido contendo células
osteogênicas
TECIDO ÓSSEO
OSTEÓCITOS
Células encontradas no interior da matriz óssea
dentro das lacunas
Cada lacuna contém um único osteócito
Através dos canalículos os osteocitos fazem contato
Com outros osteócitos através de junções
intercomunicantes
Pequena quantidade de matriz constitui a via de
transporte de nutrientes e resíduos
São células achatadas em forma de amêndoa
TECIDO ÓSSEO
OSTEÓCITOS
Osteócito com
projeções citoplasmáticas
(Microfotografia eletrônica
e esquema)
Osteócito em sua lacuna
TECIDO ÓSSEO
OSTEÓBLASTOS
Dão origem aos osteócitos
Células que sintetizam a parte orgânica da matriz
- colágeno do tipo I, preoteoglicanas e glicoproteínas)
Capazes de concentrar fosfato de cálcio que participam
da mineralização da matriz óssea
Dispõem-se nas superfícies ósseas em um arranjo que
Lembra um epitélio simples
Em intensa atividade – cubóides
Estado pouco ativo - achatadas
Uma vez aprisionado na matriz óssea- passa a ser
chamado de osteócito
Matriz recém formada adjacente ao osteoblasto que
Ainda não está calcificada - ostéóide
TECIDO ÓSSEO
OSTEOBLASTOS
Junqueira, 2004
TECIDO ÓSSEO
OSTEOCLASTOS
Células gigantes, móveis, multinucleadas e extensamente
Ramificadas com parte dilatadas que contém de 6-50 núcleos
Na reabsorção óssea é freqüente se encontrar depressões
na matriz escavada pelas atividades dos osteoclastos
(Lacunas de Howship)
Se originam de células mononucleadas precursoras
provenientes da medula óssea, que ao contato com o
osso se une para formar os osteoclastos.
Osteoclastos secretam para dentro de um ambiente fechado:
- Ácido clorídrico
- Colagenase
- Outras hidrolases
Dissolvem a parte orgânica e a matriz óssea
TECIDO ÓSSEO
OSTEOCLASTOS
Osteoblasto
reabsorvendo
a matriz óssea
Junqueira, 2004
TECIDO ÓSSEO
MATRIZ ÓSSEA
50% parte inorgânica
Íons mais encontrados: cálcio e fosfato
Pequenas quantidades:
Bicarbonato, magnésio, potássio, sódio, citrato
Cálcio e fosfato formam cristais com estrutura da hidroxiapatita
Parte orgânica formada por Fibras colágenas (95%) do
Tipo I e pequena quantidade de proteoglicanas e
glicoproteínas
As glicoproteínas parecem ter um papel importante na
calcificação da matriz
Hidroxiapatita + fibras colágenas = dureza e resistência do
tecido ósseo
TECIDO ÓSSEO
PERIÓSTEO
Camada mais superficial contém fibras colágenas e fibroblastos
Fibras de Sharpey – penetram no tecido ósseo e prendem o
periósteo ao osso
Porção profunda – é mais celular
células osteoprogenitoras
morfologia similar a um fibroblasto
se multiplicam por mitose
se diferenciam em osteoblastos
ENDÓSTEO
Geralmente constituido por uma camada de células osteogênicas
Achatadas que revestem as cavidades do osso esponjoso,
Canal medular, e os canais de Havers e os de Volkman.
TECIDO ÓSSEO
PERIÓSTEO
TECIDO ÓSSEO
TIPOS DE TECIDO ÓSSEO
Classificação Macroscópica
Compacto
Sem cavidades intercomunicantes
visíveis
Esponjoso
Muitas cavidades intercomunicantes
visíveis
Classificação Histológica
Tecido ósseo primário – imaturo, aparece primeiro
Tecido ósseo secundário – maduro ou lamelar
TECIDO ÓSSEO
TIPOS DE TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO PRIMÁRIO
Não lamelar – aparece primeiro
É gradativamente substituído pelo tecido ósseo
secundário
No adulto pouco freqüente –persiste próximo as
Suturas do crânio, alvéolos dentários e alguns
pontos de inserção dos tendões
Apresenta fibras colágenas dispostas em várias
direções sem organização definida
Menor quantidade de minerais
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO PRIMÁRIO
Histologia dos alvéolos dentários
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO SECUNDÁRIO
Encontrado no adulto
Fibras colágenas organizadas em lamelas
paralela umas as outras ou
Disposição concêntrica em torno de canais com
Vasos – SISTEMAS DE HAVERS ou Ósteons
-Cilindro longo, ás vezes bifurcado
formado por 4-20 lamelas ósseas
concêntricas
- No centro existe um canal revestido de endósteo
Se comunicam entre si por meio de canais oblíquos,
transversais - CANAIS DE VOLKMAN
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO SECUNDÁRIO
Encontrado no adulto
Fibras colágenas organizadas em lamelas
paralela umas as outras ou
Disposição concêntrica em torno de canais com
Vasos – SISTEMAS DE HAVERS ou Ósteons
-Cilindro longo, ás vezes bifurcado
formado por 4-20 lamelas ósseas
concêntricas
- No centro existe um canal revestido de endósteo
Se comunicam entre si por meio de canais oblíquos,
transversais - CANAIS DE VOLKMAN
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ÓSSEO SECUNDÁRIO
Sistemas circunferenciais interno e externo
Constituídos por lamelas ósseas paralelas entre si
Formam duas faixas
- Parte interna- ao redor dos canais de
Volkman
- Parte externa- Próxima ao periósteo
Sistema externo mais desenvolvido
Entre os dois sistemas encontram-se inúmeros Sistemas de
Havers e lamelas intersticiais (sistemas intermediários: restos
do sistema de Havers que foram destruidos durante o
crescimento ósseo
TECIDO ÓSSEO
Sistema
Havers
Fêmur
TECIDO ÓSSEO
HISTOGÊNESE
Processos de Formação do Tecido Ósseo
OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA
OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL
TECIDO ÓSSEO
HISTOGÊNESE
OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA
Acontece no interior de membranas do tecido conjuntivo
Forma os ossos
- Frontal
- Parietal
- Partes do Occipital
-Temporal
- Maxilares inferior e superior
Contribui para o crescimento dos ossos curtos e
espessamento dos ossos longos
TECIDO ÓSSEO
OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA
Local onde inicia a ossificação
-Centro de ossificação primária
Inicia pela diferenciação de células mesenquimais
Osteoblastos
Sintetiza osteóide
Matriz se mineraliza
Engloba os osteoblastos
formando os osteócitos
Existem vários centros de ossificação que crescem radialmente
Substituindo a membrana conjuntiva existente
Crânio de recém-nascidos – áreas moles (fontanelas) –
Membrana conjuntiva ainda não substituída por tecido ósseo.
TECIDO ÓSSEO
OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA
Condensação
do mesênquima
Osteóide e
osteoblastos
Ossificação
Intra-membranosa
TECIDO ÓSSEO
HISTOGÊNESE
OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL
Inicia sobre uma peça de cartilagem hialina que
tem a forma parecida com o osso porém com
tamanho menor
Forma ossos longos e curtos
Consiste em dois processos
TECIDO ÓSSEO
HISTOGÊNESE
PROCESSOS DE OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL
1º Processo:
2º Processo:
Cartilagem hialina sofre modificações
- Hipertrofia dos condrócitos
- Redução da matriz cartilaginosa a finos
tabiques
- Mineralização dos tabiques
- Morte dos condrócitos por apoptose
Cavidades ocupadas por condrócitos são invadidas
por capilares sangüíneos e células osteogênicas
provenientes do conjuntivo adjacente
Osteoblastos
Depositam matriz óssea
Sobre os tabiques de
Cartilagem calcificada
Osteócitos+ matriz
TECIDO ÓSSEO
HISTOGÊNESE
FORMAÇÃO DOS OSSOS LONGOS
Processo complexo
Primeiro tecido ósseo a aparecer:
- ossificação intramembranosa do pericôndrio
Ossificação (osteócitos+matriz)
Osteoblastos
Se proliferam e se diferenciam
Forma o “colar ósseo”
Células cartilaginosas envolvidas
pelo colar ósseo hipertrofiam e
morrem por apoptose
Vasos sangüíneos partindo do periósteo penetram na cartilagem
calcificada levando as células osteoprogenitoras
FORMAÇÃO DOS OSSOS LONGOS
Ossificação inicia na parte mediana da diástase
FORMAÇÃO DOS OSSOS LONGOS
Centros de ossificação secundária na epífise se formam mais tarde
FORMAÇÃO DOS OSSOS LONGOS
Quando o tecido ósseo é formado nos centros secundários que
ocupa a epífise
Tecido cartilaginoso fica reduzido a dois locais
1) Cartilagem articular – persiste por toda a vida
não contribui para a formação óssea
2) Cartilagem de conjugação ou disco epifisíario
- Constituída por um disco cartilaginoso que não foi
penetrado por tecido ósseo
- Responsável pelo crescimento longitudinal do osso
- Desaparece ~20 anos de idade
Possui 05 zonas começando ao lado da epífise
FORMAÇÃO DOS OSSOS LONGOS
Zona de Repouso –cartilagem hialina sem alteração
Zona de Proliferação- divisão rápida dos condrócitos
Zona de Cartilagem Hipertrófica – condrócitos
volumosos
Zona de Cartilagem Calcificada – mineralização
Zona Calcificação
- zona que aparece
tecido ósseo
dos tabiques
apoptose dos
condrócitos
ASPECTOS CLÍNICOS RELACIONADOS
AOS TECIDOS CARTILAGINOSO E ÓSSEOS
TECIDO ÓSSEO
REMODELAMENTO NORMAL DO OSSO
Osteoclasto
Reabsorção
Precursor do
osteoblasto
Osteoblasto
maduro
Formação
da matriz
óssea
Novo
osso
TECIDO ÓSSEO
REMODELAMENTO NORMAL DO OSSO
Crescimento dos Ossos Chatos
Formação do tecido ósseo pelo periósteo situado entre
as suturas e na face externa do osso, enquanto que
ocorre reabsorção na face interna.
TECIDO ÓSSEO
REMODELAMENTO NORMAL DO OSSO
ORTODONTIA – exemplo prático da plasticidade
do tecido ósseo
-Posição dos dentes na arcada dentária ode ser modificada
por pressões laterais
-Ocorre reabsorção óssea no lado em que a pressão atua
e deposição óssea no outro lado
-No caso o osso alveolar é remodelado deslocando a
arcada dentária
TECIDO ÓSSEO
REMODELAMENTO NORMAL DO OSSO
ORTODONTIA – exemplo prático da plasticidade
do tecido ósseo
Ortodontia
Inicial
Final
MAL-FORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS
Osteogenesis imperfecta
- Doença do osso de cristalMutação nos genes que codificam a cadeia
longa de colágeno do tipo I
Relativamente rara (1:21,000 nascidos)
No Brasil se estima que existam 12000
portadores da doença
a
Dentes com coloração ambar,
descoloração ou cinzas
Tipico da dentinogenesis
imperfecta associada a
Osteogenesis imperfecta
b
MAL-FORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS
Osteogenesis imperfecta
TIPOS
Tipo I
- Leve e mais freqüente
- Redução na quantidade de colágeno
- Caráter dominante
- Média 20-30 fraturas antes da
puberdade
Podem apresentar:
- Esclerótica azul
- Perda de audição
- Dentinogenesis imperfecta
- Deficiência de crescimento
- Afrouxamento das juntas
- Coloração translucida ambar
cinza, púrpura ou descoloração
devido a deposição continua da
dentina.
- Coroas curtas e bulbosas
-Dentina com 60% mais água
-Esmalte pode rachar
MAL-FORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS
Dentinogenese imperfecta
Descoloração
Dentes cinzas
MAL-FORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS
AMELOGENESIS IMPERFECTA
Defeito genético herdável
Atinge 1: 14.000 crianças nascidas
Dentes sensíveis a temperatura e estímulos químicos
Capa do esmalte delgada e disforme
Dentes sensíveis a temperatura e estímulos químicos
MAL-FORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS
MAL-OCLUSÃO
Prognatismo – crescimento mandibular superior as demais
estruturas da face
MAL-FORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS
Assimetria facial
tratada com
ortodontia
REFERÊNCIAS – BIBLIOGRÁFICAS E DE FIGURAS
JUNQUEIRA LC & CARNEIRO J. Histologia Básica. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2004; 2008
KERR JB. Atlas de Histologia Funcional. Artes Médicas, Porto Alegre, 2000.
GARTNER Color Atlas Histology. Williams & Wilkins, Baltimore, 1994.
KIERSZENBAUM AL. Histologia e biologia celular: uma introdução a patologia. Elsevier, Rio de Janeiro. 2008.
COCHARD LR. Atlas de embriologia humana de Netter. Artmed, Porto Alegre, 2001.
DOYLE MJ. Embriologia humana, Atheneu, São Paulo, 2005.
MOORE K. Embriologia Clínica, Elsevier, Rio de Janeiro, 2008.
BREW MCC. Histologia geral para a odontologia, Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2003.
ATLAS DE HISTOLOGIA – UFRGS - http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ur000002.pdf
ATLAS DE HISTOLOGIA – UERJ - http://www.micron.uerj.br/atlas/index.html
ATLAS DE HISTOLOGIA CLARETIANO http://www2.claretiano.edu.br/da/biologia/atlas_virtual/atlas_histologia.htm
ATLAS DE HISTOLOGIA UFPEL-http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/index.htm
ATLAS DE EMBRIOLOGIA HUMANA (Inglês) -http://www.embryo.chronolab.com/fertilization.htm
MULTIDIMENSIONAL HUMAN EMBRYO (Inglês) - http://embryo.soad.umich.edu/index.html
ATLAS OF HUMAN BIOLOGY – CRONOLAB (Inglês) -Http://www.embryo.chronolab.com/ fertilization.htm
ATLAS DE HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA VIRTUAL UFSM. http://w3.ufsm.br/labhisto/atlas.htm
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