SEDE PERFEITO - ESE O DEVER E A VIRTUDE O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma,e , em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. É ao mesmo tempo juiz e escravo em causa própria. Lázaro. (Paris, 1863.) E.S.E A Virtude A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. S. Vicente de Paulo era virtuoso Praticava o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmo. Toda criatura que possui virtudes não as ostenta. Tal qual a violeta, simplesmente espalha seu discreto perfume e se esconde entre a folhagem farta. O vós todos a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da perfeição está o homem, jamais esbarreis em colher elogios, porque Mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de redimir. François-Nicolas-Madeleine. (Paris, 1863.) Dever e Trabalho Obediência digna tem o nome de obrigação cumprida no dicionário da realidade. Quem executa com alegria as tarefas consideradas menores, espontaneamente se promove as tarefas consideradas maiores. * A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro. Servir além do próprio dever não é bajular e sim entesourar apoio e experiência, simpatia e cooperação. * Quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador. Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Sinal Verde. Ditado pelo Espírito André Luiz. 42a edição. Uberaba, MG: CEC, 1996. DEVER - MOMENTO ESPÍRITA Freqüentemente o dever entra em conflito com o interesse pessoal. A criatura deseja ardentemente fazer algo, mas sente que não deve. Ou quer fugir de uma situação, abster-se de determinada conduta, quando a consciência indica não ser essa a melhor solução. Surge a dúvida: Por que não é possível a satisfação do desejo? Qual a razão para o senso do dever contrariar os sonhos e as fantasias? Há alguma lógica nisso? Há uma lógica, que decorre de uma compreensão mais ampla da vida. Os espíritos reencarnam infinitas vezes. A evolução é uma conquista individual, por meio da qual se transita da ignorância para a sabedoria. Em suas primeiras experiências terrenas, os espíritos são grandemente guiados pelos instintos. De modo gradual, desenvolvem a vontade e conquistam a liberdade de optar. Em decorrência de sua ignorância, as opções que fazem nem sempre são felizes. Todos trazem as leis divinas gravadas na consciência. Com o tempo, inteiram-se do teor dessas leis. Equívocos, maldades, leviandades, tudo é registrado na consciência. Somente goza de perfeita harmonia quem aprendeu a respeitar e valorizar a vida. A paz interior é conquista daquele que se acertou com os estatutos divinos. Isso apenas é possível mediante a recomposição dos tesouros dilapidados ao longo do tempo. Onde se insuflou a guerra, impõe-se a labuta pela paz. Quem induziu os outros ao abismo dos vícios, deve auxiliá-los na recuperação. Se outrora as bênçãos do trabalho foram repudiadas, o tempo perdido deve ser recuperado. Por outro lado, alguns hábitos da época da ignorância cristalizam-se no ser, dificultando a evolução. Embora o processo de evoluir seja vagaroso, é necessário fazer esforços para transformar os hábitos viciosos e conquistar virtudes. É preciso romper com o homem velho e seus hábitos infelizes (o amadurecimento do senso moral). DEVER E FANTASIA Em sua busca pela felicidade, o homem não raro embrenha-se em caminhos tortuosos. É frequente a confusão entre ser feliz e realizar fantasias. De um lado há o passado: paixões, interesse, egoísmo, preguiça e vaidade. De outro, os projetos para o futuro, na forma de disciplina, renúncia, devotamento ao próximo ou a uma causa Para a criatura irrefletida pode parecer necessário que todos os seus sonhos se concretizem para que ela se considere plena. Realizado um projeto, surge logo outro, mais ambicioso.( casas, carros , sucesso...) Se for necessário realizar todos os sonhos para o homem se sentir pleno, a frustração será sua constante companheira.Por outro lado, ao desavisado pode parecer que tudo é legítimo para alcançar suas metas. Talvez toda dificuldade seja considerada uma desgraça, um obstáculo a ser removido a qualquer preço. Se o casamento não vai bem, pode parecer melhor terminá-lo de vez, para encontrar outra pessoa que seja perfeita. O familiar doente ou de difícil convívio quiçá se afigure alguém a ser evitado a todo custo, sob o falso pretexto de preservar a própria. A VIRTUDE DA DISCIPLINA A disciplina, freqüentemente entendida como submissão a um agente externo. O termo remeteria à ação que sujeita a vontade de outrem. Por exemplo, o pai que disciplina seu filho ou o comandante que conduz suas tropas sob um regime disciplinar severo Trata-se de uma virtude que viabiliza a aquisição de todas as outras. Sem disciplina, não há avanço e transformação moral e intelectual. A criatura indisciplinada permanece como sempre foi. A disciplina atua no plano da vontade Ela estabelece regras e define como deve ser o comportamento futuro. O homem disciplinado diz a si mesmo que deve fazer e se mantém firme no propósito. A disciplina consiste em uma força interior que permite a alteração de velhos hábitos. Não se trata apenas de decidir ser melhor, mas de colocar em prática o que se decidiu. Certamente há vacilos, mas logo o homem disciplinado retoma seu projeto inicial. Ele não se permite desistir, quando percebe a viabilidade da meta que elegeu para si. A destinação do Espírito humano é excelsa. Compete-lhe vencer a si mesmo, libertar-se de hábitos primários e preparar-se para experiências transcendentais do intelecto e do sentimento. Sem uma vontade firme aplicada na correção do próprio comportamento, ninguém avança. Maus hábitos, como maledicência, gula, preguiça e leviandade sexual, não somem por si sós. Eles devem ser corajosamente enfrentados e subjugados. O abandono de vícios é lento e doloroso. Surge uma sensação de liberdade e de leveza, com a adoção de um padrão digno de comportamento. Então, o que era difícil se torna fácil e prazeroso, pois a disciplina gera a espontaneidade. O progresso é uma das leis da vida e o homem é sempre chamado a burilar-se, aperfeiçoar-se, tornar-se melhor e mais forte. As dificuldades têm a finalidade de ajudar a desabrochar o anjo que em todos reside, mediante o exercício das virtudes cristãs. Felicidade não é sinônimo de cofres cheios, vaidades satisfeitas, absoluta ausência de problemas e desafios. Felicidade, pois, não é ter tudo o que se quer mas estar em harmonia com a própria consciência e com as Leis Divinas. Não há felicidade sem paz e não há paz sem deveres rigorosamente cumpridos. Qual o caminho mais curto para alcançar a plenitude da vida? A paz e a plenitude pressupõem o dever cumprido, a tarefa feita, a lição aprendida. O Cristo, Modelo e Guia da Humanidade, é exemplo de virtude : A piedade é a virtude que mais nos aproxima dos anjos. A felicidade nossa está no dever cumprido. Emmanuel