GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS – SRH COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS – COGERH PROGERIRH II (Financiamento Adicional) - Acordo de Empréstimo No 7630-BR AVALIAÇÃO HIDROGEOLÓGICA QUALI-QUANTITATIVA DO CAMPO DE DUNAS DO PECÉM/PARACURU NO ESTADO DO CEARÁ Geólogo Dr. Enéas Oliveira Lousada Agosto / 2012 OBJETIVO Caracterizar o potencial hídrico subterrâneo do campo de dunas Pecém/Paracuru, a fim de elucidar quanto aos parâmetros que norteiam a gestão desses recursos na região. ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO Informações prévias – Levantamento bibliográfico. Informações diretas – Cadastro dos pontos d’água. Sondagem indireta – Levantamento geofísico. Sondagens diretas – Mecânicas. Testes de aquíferos – Piezômetros. Batimetria lagoa do Pecém. Localização da área de estudo Paracuru Taíba 248,45 Km2 Pecém Condições climáticas 1305,81 PPT Total = 1.308,81 mm PPT Total = 1.048 mm Condições hidrogeológicas Fonte: Modificado de Souza (2002) INVENTÁRIO HIDROGEOLÓGICO No cadastro constam informações de 160 pontos, incluindo poços tubulares e lagoas. Identificação do Ponto D'água N° do ponto Lat.(N) Long.(E) Altitude (m) Cota Dados Hidrogeológicos Tipo de Nome do aquifero aquifero Proprietário Endereço Distrito Municipio Localidade Nat. Do Tipo de poço imóvel Dados Construtivos Executor Prof. Método de Método de Tipo de Data do Data de Informada locação Perfuração revestimento início conclusão (m) Diam. de Prof. Alt. da revestimento Registrada boca (cm) (pol) (m) Dados de Bombeamento Vazão Nível Nível Fonte de Equipamento de Pot. do equip. Temp. de Finalidade Uso (m³/h) estático dinâmico energia bombeamento (cv) funcionamento Qualidade da Água Análise físicoAnálise Desaliniz Cor química bacteriológica ador Situação atual Licença Outorga Vigência da outorga N° de família atendida Parâmetro físico-químico (in loco) Cond. Elétrica Salinidade STD Odor pH T (°C) (µs/cm) (%) (mg/l) Situação Atual Resposável pelo Nome do ponto d'água outorgado Recenseador N° de hectares irrigados Complemento de abastecimento Possíveis Fontes de Poluição Data Observação QUALIDADE DA ÁGUA Águas alcalinas Águas ácidas PIEZOMETRIA – FLUXO SUBTERRÂNEO Lat. Long. Alt (N) (E) (m) N.E. (m) Alt. da NE final boca (m) (m) Piezometria (m) VAZÕES (m3/h) Espelhos d’água – 6 Poços – 154 Profundidade entre 16 e 56m – 6 poços Profundidades menores que 16m – 148 poços GEOFÍSICA 75 SEV’s Mapa de pontos das SEV’s GEOFÍSICA Resultados CAMADA GEOEL. 1 ESPES. PROF. RESIST. RESIST. MÉDIA MÉDIA MÉDIA VARIAÇÃO (m) (m) (m) (ohm.m) 4,9 4,9 8010,4 205 – 73.121 DESCRIÇÃO LITOLÓGICA Dunas: Cobertura arenosa, insaturado, superfície de recarga. Dunas e/ou Paleodunas: Areias 2 10,4 15,3 610,1 48 – 9.977 selecionadas, por vezes siltosas, saturado, aquífero freático clástico. Fm. Barreiras e/ou saprolito, argilo 3 39,7 55,0 28,6 2,4 – 277 arenosa de gran fina e/ou rocha alterada, aquiclude. 4 973,8 172 – 10.884 Rocha cristalina, embasamento impermeável, aquífero fissural. TESTES DE AQUÍFERO COOPER & JACOB Poços (Testes de aquífero) K (m/s) T (m2/s) Por. Efet. - Sy (%) Pecém - posto de gasolina - P1 Pecém - Siderurgica - CSP - P2 São Pedro - Sítio Frexeiras - P3 Taíba - Caetano - P4 Tabuba - P5 Pecém - Paú - P6 Siupé - Queimadas - P7 Taiba - Lag Cobras - CAGECE - P8 Paracuru - Cabra Morta - P9 Paracuru - Cor. Canaduca - P10 Média 5.89E-04 4.13E-03 9.32E-04 1.44E-03 1.68E-04 9.03E-04 1.17E-03 6.91E-04 1.60E-03 3.71E-05 1.17E-03 1.17E-02 5.79E-03 1.43E-02 4.18E-03 8.37E-04 3.01E-03 3.76E-03 1.23E-02 5.33E-03 2.54E-04 6.15E-03 11.427952 15.093916 12.20225 12.984711 9.5529823 12.147272 12.605205 11.691692 13.181629 7.6989929 11.85866 UTM-N UTM-E 9606692 9604343 9621480 9602392 9608354 9606955 9612375 9609799 9619830 9614540 518821 517657 502594 508245 510125 515353 506273 511117 498537 504131 MODELO – Visual Modflow 4.3 ID Lat.(N) Long.(E) Alt (m) N.E. (m) Alt. da boca (m) NE final (m) Altimetria Piezometria (m) MODELO – Visual Modflow 4.3 ID Lat.(N) Long.(E) top (m) Esp. Aquif. (m) Bottom (m) Vazão (m3/h) VAZÃO (m3/dia) VAZÃO (10anos-3650dias) ESPESSURA SATURADA MODELO – Visual Modflow 4.3 ID Lat.(N) Long.(E) top (m) Esp. Aquif. (m) Bottom (m) Vazão (m3/h) VAZÃO (m3/dia) VAZÃO (10anos-3650dias) Paracuru ESPESSURA SATURADA Taíba Pecém MODELO – Visual Modflow 4.3 Paracuru Taíba Pecém N Batimetria Lagoa do Pecém Total armazenado 280.205,80 m3 Consumo de água – 200 litros/hab/dia = 73 m3/hab/ano A Lagoa do Pecém pode abastecer 3.838 habitantes durante 1 ano População de São G. Amarante em 2010 – 43.890 habitantes 8.778 m3/dia A Lagoa do Pecém pode abastecer a cidade de São Gonçalo do Amarante por 31 dias ABASTECIMENTO ATUAL São Gonçalo do Amarante Sistema de captação por 9 poços instalados na localidade da Lagoa das Cobras. Sistema de bombeamento com potência de vazão para 60 m³/h. Sistema de armazenamento com capacidade de 120 m³. Estação Lagoa do Pecém Captação Armazenamento Tratamento ABASTECIMENTO ATUAL Paracuru Sistema de captação superficial da Lagoa Grande. Sistema de bombeamento com potência de vazão para 80 m³/h. Sistema de armazenamento com capacidade de 200 m³. Estação Lagoa Grande Captação Armazenamento Fonte: Banco do Nordeste, PRODETUR/NE II Tratamento RESERVA PERMANENTE Vs = A . b . ηe Onde: A – área de ocorrência do aquífero (m2); b – espessura média saturada do aquífero (m); ηe – porosidade efetiva Aplicando: Vs = A . b . ηe Vs = 161.492.500 m2 x 10,4 m x 11,86 Vs = 19.919.130.920 m3 Vs = 1,99 x 1010 m3 RESERVA RENOVÁVEL Ven = A . Δh . ηe Onde: A – área de ocorrência do aquífero (m2); Δh – variação média do nivel d´água subterrâneo (m); ηe – porosidade efetiva. Aplicando: Medidas em junho e novembro Ven = A . Δh . ηe Ven = 161.492.500 m2 x 0,5 m x 11,86 Ven = 960.880.375 m3 Ven = 9,6 x 108 m3 CONCLUSÕES Relações – reservas x consumo População de Paracuru em 2010 31.636 habitantes População de São G. Amarante em 2010 43.890 habitantes População total (Paracuru + São G. Amarante) 75.526 habitantes Reserva permanente (Vs) 1,99 x 1010 m3 = 19.919.130.920 m3 Reserva renovável (Ven) 9,6 x 108 m3 = 960.880.375 m3 Reserva total 2,1 x 1010 m3 = 20.880.011.295 m3 Consumo de água (padrão) 200 litros/hab/dia = 73.000 litros/hab/ano Consumo de água total / ano (região) 5.513.398 m3 Consumo de água em indústrias / ano (região) 38.584 m3 Consumo total / ano (região) 5.551.982 m3 Consumo de água total / ano 0,6% da reserva renovável CONCLUSÕES Cotas piezométricas variam de 2 a 30 m - grande amplitude. Áreas de topografia elevada (dunas) – níveis piezométricos em cotas mais elevadas (30m). Áreas de depressões (drenagens) – níveis piezométricos em cotas mais baixas (2m). Fluxo é descendente em direção às drenagens fluviais, bem como em direção ao nível do mar. Condutividade hidráulica média = 1,17 x 10-3 (m/s) – Areia grossa Porosidade efetiva média = 11,8 % O potencial aquífero no domínio Dunas/Paleodunas é superior à demanda da região. Captação da água subterrânea ocorre através de poços tubulares ou amazonas, ou ainda nas lagoas. CONCLUSÕES As lagoas são formadas pela exposição do nível freático e representam importante ambiente para captação. Critérios para exploração das lagoas. Vulnerabilidade à contaminação. Distância de 100m entre os poços de captação de água subterrânea. Instalação de piezômetros para avaliar o rebaixamento do nível da água. Captações nas áreas de camadas saturadas mais espessas, associadas ao Domínio Dunas/Paleodunas. Redimensionamento das captações com adaptações armazenamento (caixas d’água) e redes de distribuição. Ações de fiscalização e outorga. de centrais de Obrigado! “Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. Paulo Freire