Ia. Semana de Medicina Preventiva 4 a 8 de maio de 2015 MED RIO – check-up Câncer de Próstata - Saúde do Homem Francisco Sampaio Unidade de Pesquisa Urogenital – UERJ www.urogenitalresearch.org Declaração Não possuo nenhum tipo de relacionamento financeiro com Indústria Farmacêutica, de Equipamentos ou de Próteses. Não irei discutir uso de medicação fora do mercado ou investigacional. Francisco Sampaio Unidade de Pesquisa Urogenital – UERJ www.urogenitalresearch.org Epidemiologia Os homens são menos saudáveis que as mulheres • • • A cada trê s mortes de adultos, duas são de homens Em 2013 a expectativa de vida da população masculina atingiu 71,3 anos, enquanto a feminina chegou a 78,6 anos Os homens possuem mais doenças do coração, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada • Medo de descobrir que estão doentes • Acham que nunca vão adoecer • Admitir doença é reconhecer fraqueza • Não procuram o serviço de saúde Quando Procurar um médico? Cardiologista • 30 anos com história familiar ou patologias associadas • 35 anos assintomático. Urologista Manneken Pis / Bruxelas, Bélgica • 40 anos de idade O que é a Próstata? • • • • • Parte do Sistema Reprodutor Masculino Tamanho de uma noz Abaixo da Bexiga e Anterior ao Reto Envolve a Uretra Função – Produção da ejaculação Câncer de Próstata • Câncer mais comum no homem • 68.800 casos novos em 2014 (INCA) • 13.129 mortes (2011) • Só apresentam sintomas quando em estágio avançado Diagnóstico Ussom de Próstata Biópsia guiada por ussom transretal Ressonância Magnética Multiparamétrica da Próstata (3 Tesla) Rastreamento American Urological Association • Início aos 55 anos até 69 anos European Association of Urology Baseado no PSA basal, que deve ser feito aos 40-45 anos. • Intervalo de 8 anos sem repetir o exame se PSA basal <1.0 ng/mL • Repetir uma vez a cada 2-4 anos se PSA basal >1.0 ng/mL • Parar de fazer screening >75 anos se o PSA basal < 3 ng/ml Tema controverso Resultados • Fazer o screening com intervalo curto de ≤ 3 anos apresentou maior custoefetivo do que intervalos mais longos. • Nesta estratégia a mortalidade por CA de próstata durante a vida é reduzida em 13%, e 33% dos pacientes detectados com a doença são overdiagnosed e overtreated Conclusão • O screening para CA de próstata pode ser custo-efetivo quando é limitado a 23 anos de periodo de screening entre 55 a 59 anos. Realizar o screening acima de 63 anos é menos custoefetivo • • • • 162.388 homens (89.352 - controle [C]) (72.891- screening[Sc]) Redução de 21% da mortalidade 01 vida salva para 27 tratamentos em 781 homens que fizeram o screening Redução de 64,6% das metástases Schroder FH, Hugosson J, Roobol MJ, Tammela TL, Zappa M, Nelen V, et al. Screening and prostate cancer mortality: results of the European Randomised Study of Screening for Prostate Cancer (ERSPC) at 13 years of follow-up. Lancet. 2014. Câncer de Próstata Aumento do risco Fatores protetores • Gordura animal • Carne vermelha • Cálcio • Dieta rica em vegetais • Selênio • Vitaminas D e E • Licopeno • ômega - 3 Tratamento Watchful waiting Indicação: 1. Men with life expectancy < 10 years and very low-, low-, or intermediate-risk according to risk stratification 2. Men unwilling to accept side effects of active treatment, especially patients with short life expectancy Doença localizada • Prostatectomia Radical (expectativa de vida > 10 anos) • Radioterapia • Terapias focais Doença disseminada • Bloqueio hormonal Periférico e/ou Central • Castração cirúrgica Saúde do Homem Disfunção Sexual Erétil Disfunção Sexual x Disfunção Erétil Disfunção Sexual Disfunção Erétil A inabilidade consistente ou recorrente de atingir e /ou manter uma ereção peniana suficiente para desempenho sexual satisfatório A DE é altamente prevalente Homens de 40 a 70 anos D.E. (52%) Completa (10%) Moderada(25%) Mínima (17%) Sem DE (48%) • A idade é o fator mais significativo no surgimento da DSE*. * A. B., O'Donnell, A. B., Brambilla, D. J. et al.: Prevalence and incidence of androgen deficiency in middle-aged and older men: estimates from the Massachusetts Male Aging Study. J Clin Endocrinol Metab, 89: 5920, 2004 A situação no Brasil No Brasil, cerca de 25 milhões de homens tem algum grau de disfunção erétil e 12 milhões possuem DE moderada ou severa) Em 2000: 10% da população com DE procurava tratamento. Em 2005: 40% Em 2010: 60% Em 2000: homens com problemas de ereção demoravam 5 anos para buscar um tratamento. Em 2005: demoram 2 anos e meio. Em 2010: demoravam 1 ano e meio Fisiopatologia da Disfunção Erétil Disfunção Erétil por classificação Desconhecida 5% Orgânica 25% Mista 45% Psicogênica 25% Manual Clínico de Medicina Sexual – Disfunções no Homem. Baseada nos Relatórios da 2a Convenção Internacional de Disfunção Sexual, 2003. Fisiopatologia da Disfunção Erétil Causas da Disfunção Erétil Orgânica Neurogênica 10% Neurológica 14% Medicamento 21% Vascular 58% Outras causas: cirurgia, traumas, radiação e endócrinas Manual Clínico de Medicina Sexual – Disfunções no Homem. Baseada nos Relatórios da 2a Convenção Internacional de Disfunção Sexual, 2003. Fatores de risco para DE Disfunção Erétil Neurogênica Etiologias periféricas • Diabetes mellitus • Alcoolismo • Uremia • Polineuropatia Trauma cirúrgico ou Radioterapia • Etiologias centrais • Esclerose múltipla • Distúrbios de medula espinhal • Discopatias • Tumores • Acidente Vasc Cerebral • Parkinsonismo • Atrofia de sistemas múltiplos Disfunção Erétil Hormonal • Hipogonadismo • Menos ereções noturnas • Libido diminuída • Volume ejaculado diminuído • Hiperprolactinemia • Hipo- e hipertiroidismo • Outros distúrbios endócrinos Disfunção Erétil Induzida por Drogas • Medicamentos •Anti-hipertensivos •Anti-depressivos •Anti-histamínicos •Anti-androgênicos Drogas Recreativas •Tabaco •Álcool •Maconha - Cannabis •Cocaína •Heroína •Metadona D.E. Psicogênica Entre 10 e 30% dos casos podem ser relacionados a fatores psicológicos como ansiedade, depressão e problemas de relacionamento. Pode ocorrer inibição da atividade para-simpática e/ou excesso da atividade simpática. Impacto psicológico Diagnóstico Exame físico • Exame genito-urinário direcionado • Pênis - fibrose, nódulos - comprimento funcional (pênis encoberto) - higiene (prepúcio) • Testículos - tamanho, simetria, nódulos - dor, sensibilidade • Exame vascular geral • Pressão arterial • Pulsos periféricos • Extremidade inferior (estase venosa) • Características sexuais secundárias • Ginecomastia • Obesidade (IMC) • Padrão masculino de distribuição capilar Testes laboratoriais recomendados • Glicose plasmática em jejum e/ou HbA1c • Testosterona (manhã 8-11 ) • Perfil lipídico Testes laboratoriais opcionais • Sulfato Dehidroepiandrosterona • Globulina ligadora de hormônios sexuais • Prolactina (recomendada se libido ou testosterona forem baixas) • Hormônio folículo-estimulante e hormônio luteinizante • Hormônio estimulante da tireóide • Hemograma completo • Enzimas hepáticas • Antígeno prostático específico Testes diagnósticos específicos (1) • Farmacoteste no consultório • PGE1, papaverina/fentolamina, droga tripla • Opcional com estímulo sexual manual ou visual • Doppler/Ultrassonografia duplex • Combinada a drogas vasoativas Testes diagnósticos específicos (2) • Monitorização da tumescência e rigidez penianas noturnas (NPTR) • Testes neurológicos específicos • Testes vasculares específicos Tratamento - Inibidores da PDE 5 • Viagra® (Sildenafil) - Pfizer • Cialis® (Tadalafila) • Levitra® - Lilly (Vardenafila) - Bayer • Vivanza® (Vardenafila) - Medley • Helleva® (Lodenafila) - Cristália Inibidores de PDE-5: mecanismo de ação Interações Alimentos - Administrado com refeições contendo 30% de gordura, não houve alteração no tempo de absorção de vardenafila Bebida alcoólica - Administrado após o consumo de bebidas alcóolicas, não houve alteração na farmacocinética de vardenafila Contra-indicações - Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula - Uso concomitante de nitratos ou doadores de NO - Pacientes em uso de indinavir ou ritonavir - Não deve ser usado por mulheres ou crianças Efeitos Colaterais Mais comuns (~10%) Menos comuns (entre1% e 10%) Rubor Facial Dor de cabeça Indigestão Náusea Vertigem Rinite Disfunção Sexual : uma Oportunidade para Intervenção no Caminho para a Doença Estilo de vida pobre: Falta de exercício Comer Muito Fumar Estresse Excesso de Trabalho Intervenção Alterações no Estilo de Vida Sintoma Sexual: DE Baixo desejo T Baixa Intervenção Alterações no Estilo de Vida + Testosterona Síndrome Metabólica: Obesidade Central Hipertensão Hiperlipidemia Resistência à Insulina Hipogonadismo Makhsida N et al. J Urol 174: 827-834 (2005) Eventos CV : IM AVC ANDROPAUSA Definição • O hipogonadismo é uma condição clínica em que baixos níveis de testosterona são encontrados em associação com sinais e sintomas específicos • No homen idoso, a condição é geralmente chamada de andropausa ou LOH - Late Onset Hipogonadism). Hipogonadismo de Início Tardio (HIT) T<300 =19,8% Nardozza Junior A, Szelbracikowski Sdos S, Nardi AC, de Almeida JC. Age-related testosterone decline in a Brazilian cohort of healthy military men. Int Braz J Urol. 2011 Sep-Oct;37(5):591-7 DEFICIÊNCIA ANDROGÊNICA DO ENVELHECIMENTO MASCULINO DAEM – Parcela significativa (13,3%) da população masculina brasileira acima dos 40 anos tem sintomatologia sugestiva de DAEM – Falha erétil, falta de desejo e/ou desempenho sexual insatisfatório, irritabilidade, alterações do sono, dores nas articulações e músculos e estado depressivo, entre outros, compõem essa sintomatologia – Deve-se investigar DAEM em homens acima de 40 anos com falha de ereção e sem resposta ao inibidor da fosfodiesterase tipo 5 – Deve-se investigar DAEM em homens acima de 40 anos com sintomatologia depressiva e que não respondem ao tratamento antidepressivo Questionário ADAM 1. Tem observado diminuição de libido? 2. Tem observado falta de energia? 3. Percebe redução da força muscular? 4. Perdeu altura? 5. Diminuiu a “alegria de viver”? 6. Fica triste ou rabugento com freqüência? 7. Percebe que as ereções são menos vigorosas? 8. Tem diminuído capacidade para atividades esportivas? 9. Sente sonolência após o jantar? 10.Tem percebido piora no desempenho profissional? Mecanismos de ação da Testosterona Genitália externa Próstata Pele Cabelos, pelos Receptor de Androgênio Músculo Medula óssea Osso Cérebro Tecido adiposo Estradiol aromatase Receptor de Androgênio Testosterona 5 α redutase Dihidrotesto Receptor de Estrogênio Osso Cérebro Mama Andropausa - Diagnóstico clínico Diminuição de pelos Depressão, falta de iniciativa, dificuldade de concentração Obesidade visceral, síndrome metabólica Diminuição da força muscular, dores musculares e articulares Dor lombar, perda de altura, fraturas Diminuição de libido, disfunção erétil Diminuição de libido, disfunção erétil Diminuição da barba, pelos axilares e corporais Anemia Fadiga crônica, perda de energia Diminuição do bem estar Aumento da gordura corporal Perda de massa muscular Perda de massa óssea Sintomas vegetativos Comprometimento sexual Estudo Populacional da Saúde Masculina no Brasil Deficiência de Testosterona Tratamento Queixas compatíveis Contraindicações Monitorização Terapia androgênica: contra-indicações Absolutas: Câncer de próstata Câncer de mama Relativas: Apnéia do sono Policitemia Epilepsia Enxaqueca Retenção hídrica A incidência de Câncer de Próstata a medida que os níveis de tendem a declinar A incidência detestosterona Câncer de Próstata a medida que os níveis de tetosterona tendem a declinr %CaP Total T 40-49 50-59 60-69 70-79 Obesidade Central A obesidade central é considerada o fator de risco nº 1 para a saúde do homem. A associação inversa entre a testosterona e a obesidade central consta bem documentada. A obesidade central é um fator de risco principal para DE, e a redução da obesidade central pode melhorar a função erétil. O tecido adiposo abdominal coloca os homens em um círculo vicioso que pode ser quebrado restaurando a testosterona para sua variação normal (“natural”). Os inibidores da PDE5 são altamente eficaz em homens obesos. Relação com os Lipídeos Os triglicérides elevados e o HDL baixo foram identificados como fatores de risco para a saúde masculina. A associação deles com a testosterona baixa e a DE foi demonstrada em estudos epidemiológicos e de intervenção. A testosterona IM e o gel de testosterona melhoram o padrão de lipídeo. Os inibidores da PDE5 eficazes em pacientes com dislipidemia, independente do controle glicêmico. Relação à Hipertensão A hipertensão é bem conhecida como um fator de risco para a saúde cardiovascular. A hipertensão está relacionada à deficiência de testosterona. Muitos estudos demonstraram o alto predomínio de DE nos homens com pressão arterial alta. Há evidência recente que a testosterona reduz significativamente a hipertensão. Os inibidores da PED5 são eficazes em pacientes com hipertensão independente do tratamento antihipertensivo. Relação com a Resistência à Insulina A resistência à insulina (controle glicêmico) é de importância central para o diagnóstico e tratamento da diabetes tipo 2. Até 50% dos pacientes com diabetes são hipogonadais. A restauração da testosterona para a variação normal (“natural”) melhora o controle glicêmico. O predomínio da DE em homens diabéticos pode atingir 70%. Pacientes diabéticos com DE são difíceis de tratar. Eles respondem razoavelmente bem aos inibidores da PDE5, independente do controle glicêmico. Os pacientes diabéticos com DE podem ser candidatos muito interessantes para o tratamento de combinação com inibidores da PDE5 e testosterona exógena. Conclusões - Testosterona Estudos epidemiológicos demonstram associações entre a baixa testosterona e condições co-mórbidas, por exemplo: obesidade central, hipertensão, dislipidemia, e diabetes tipo 2. Estudos epidemiológicos demonstram associações entre DE e condições co-mórbidas, por exemplo: obesidade central, hipertensão, dislipidemia, e diabetes tipo 2. Normalmente a disfunção erétil é a primeira manifestação dessas comorbidades. Portanto, a DE é o portal para a saúde masculina. A DE deve instigar os médicos a tomarem uma abordagem mais “holística” quanto à saúde masculina. Effects of Castration and Late Hormonal Replacement in the Structure of Rat Corpora Cavernosa Ocorreu uma diminuição significativa nos valores de colágeno, músculo liso, espaço vascular r area total do corpo cavernos após 2 meses nos grupos castrados quando comparado aos controles. A reposição hormonal com testosterone foi capaz de reverter as alterações observadas. Concurso de Beleza • Mulheres entre 45 e 55 anos de idade Vencedora Ganhador da Mega Sena LOVE Recomendação • Nos homens hipogonadais, não são obtidos resultados muito favoráveis antes de 3 meses de tratamento. • Muitos pacientes esperam uma solução rápida de sua DE. • Pacientes que não respondem aos inibidores PDE5 podem não voltar ao consultório médico. • A prescrição de um inibidor PDE5 e – na mesma consulta – coleta de amostra de sangue para medir a testosterona (e outros parâmetros) pode ser uma boa estratégia, principalmente em homens com obesidade central e outros sintomas de deficiência de testosterona: • « Tratar a DE e verificar a Testosterona » Avaliação Médica!!! Reconhecer e Admitir o problema. • Procure seu Urologista, existem soluções. Qual o Risco?