Prof. Bruno Cesar
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A Renascença foi de grande
importância para o
desenvolvimento dos
princípios sadios da
Hermenêutica. Nos séculos
XIV e XV, a ignorância densa
prevaleceu quanto ao conteúdo
da Bíblia. Houve doutores de
divindade que nunca a haviam
lido inteira. E a tradução de
Jerônimo era a única forma pela
qual a Bíblia era conhecida.
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A Renascença chamou a atenção para a necessidade de se
voltar ao original. Reuchlin e Erasmo – chamados os dois
olhos da Europa – seduzidos pela ideia, insistiram em
que os intérpretes da Bíblia tinham O dever de estudar as
Escrituras nas línguas em que haviam sido escritas. Além
disso, facilitaram grandemente esse estudo: o primeiro
pela publicação de uma Gramática Hebraica e um Lexico
Hebraico; e o último, publicando a primeira edição
crítica do Novo Testamento Grego.
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O sentido quádruplo da Escritura foi sendo
gradualmente abandonado e foi estabelecido o
princípio de que a Bíblia tinha apenas um
sentido.
Os Reformadores criam na Bíblia como sendo a
Palavra inspirada de Deus. Mas, por mais estrita
que fosse sua concepção de inspiração,
concebiam-na como orgânica ao invés de
mecânica. Em certos particulares, revelaram até
mesmo uma liberdade notável ao lidar com as
Escrituras. Ao mesmo tempo, consideravam a
Bíblia como a
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Autoridade suprema e como corte final de
apelo em disputas teológicas. Em oposição à
infalibilidade
da
Igreja,
colocaram
a
infalibilidade da Palavra. Sua posição é
perfeitamente evidenciada na declaração de
que a Igreja não determina o que as Escrituras
ensinam, mas as Escrituras determinam o que a
Igreja deve ensinar.
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O caráter essencial da sua exegese era o
resultado de dois princípios fundamentais: (1)
Scriptura Scripturae interprepres, isto é, a
Escritura é a intérprete da Escritura; e (2) omnis
intellectus ac expositio Scripturae sit analogia fidei,
isto é, todo o entendimento e exposição da
Escritura deve estar em conformidade com a
analogia da fé. E, para eles, a analogia fidei é
igual à analogia Scripturae, isto é, o ensino
uniforme da Escritura.
Ele prestou à nação alemã um grande
serviço ao traduzir a Bíblia para o alemão
vernáculo. Também se engajou no trabalho de
exposição, embora somente em uma extensão
limitada. Suas regras hermenêuticas eram muito
melhores do que a sua exegese.
Embora não desejasse reconhecer nada além do
sentido literal e falasse desdenhosamente da
interpretação
alegórica
não
se
afastou
inteiramente do método desprezado.
Defendeu o direito do julgamento particular;
enfatizou a necessidade de se levar em
consideração o contexto e as circunstâncias
históricas; requeria fé e discernimento espiritual
ao intérprete; e desejava encontrar Cristo em toda
parte da Escritura.
Foi a mão direita de Lutero e seu
superior em ciência. Seu grande talento e
conhecimento extensivo, também em grego e
hebraico, forma adaptados para transformá-lo em
um intérprete admirável. Em sua obra exegética,
avançou os princípios sadios de que (a) As
Escrituras devem ser entendidas gramaticalmente
antes de serem entendidas teologicamente; e (b)
As Escrituras têm apenas um sentido claro e
simples.
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Foi, por consenso, o maior exegeta da
Reforma. Suas exposições cobrem quase todos os
livros da Bíblia, e seu valor ainda é reconhecido.
Os princípios fundamentais de Lutero e
Melanchthon também foram os seus, e ele os
superou ao ajustar sua prática com sua teoria.
Viu, no método alegórico, um artifício de Satanás
para obscurecer o sentido da Escritura.
Acreditava firmemente no significado simbólico
de muito do que se encontrava no Antigo
Testamento,
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Mas não compartilhava da mesma opinião de
Lutero de que Cristo deveria ser encontrado
em toda parte da Escritura. Além disso,
reduziu o número de Salmos que poderiam ser
reconhecidos como messiânicos. Insistiu no
fato de que os profetas deveriam ser
interpretados à luz das circunstâncias
históricas. Como ele via, a excelência primeira
de um expositor consistia de uma brevidade
lúcida. Além disso, considerava que “a
primeira função da um intérprete é deixar o
autor dizer o que ele diz, ao invés de atribuir a
ele o que pensamos que ele deveria dizer”.
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Não fizeram nenhum avanço exegético durante
o período da Reforma. Não admitiam o direito
do julgamento particular e defendiam, em
oposição aos protestantes, a posição de que a
Bíblia deve ser interpretada em harmonia com
a tradição.
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O Concílio de Trento enfatizou
(a) que a autoridade da tradição eclesiástica
devia ser mantida,
(b) que a autoridade suprema tinha de ser
atribuída à Vulgata, e
(c) que era necessário confirmar a interpretação
de alguém à autoridade da Igreja e do consenso
unânime dos Pais da Igreja.
Onde
esses
princípios
prevalecem,
o
desenvolvimento
exegético
chega,
inevitavelmente, a uma parada repentina.
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A Reforma Protestante trouxe esperança aos
cristãos e ao mundo inteiro. Como frutos desse
movimento Escolas e Universidades foram
fundadas para estudar a Bíblia e demais
questões. Seus princípios permanecem entre os
protestantes ainda hoje.
Precisamos olhar agora para os séculos XIX e
XX, especialmente para o método denominado
de “Histórico-Crítico”.
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Praticamente todo o conteúdo desses slides são
da excelente obra:
BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação
Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2000.
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- Bruno