Manifesto futurista de Marinetti – 1909: exaltação da vida moderna, da máquina, da eletricidade, do automóvel, da velocidade e uma inevitável ruptura com os modelos do passado. “ Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exataltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto perigoso, a bofetada e o soco.” “Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas e utilitárias.” Manifesto Técnico da Literatura Futurista – 1912: proposta da “destruição da sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, como nascem”, do uso de símbolos matemáticos e musicais e o menosprezo pelo adjetivo, pelo advérbio e pela pontuação. O barulho da rua invade a casa. Boccioni, 1911 Ode Triunfal Álvaro de Campos À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! [...] Alemanha, 1910: herança da arte do final do século XIX, preocupada com as manifestações do mundo interior e com uma forma de expressá-la. Importância da expressão, da materialização (numa tela ou folha de papel) de imagens nascidas no mundo interior, não importando os conceitos então vigentes de belo e feio. “Ao contrário de outras vanguardas, que refletem otimistamente sobre a técnica e o progresso, como por exemplo os futuristas, os expressionistas são mais afetados pelo sofrimento humano do que pelo triunfo.” Desenvolveu-se inicialmente na pintura, valorizando as formas geométricas (cones, esferas, cilindros...) ao revelar um objeto em seus múltiplos ângulos. A proposta centrava-se na liberdade que o artista deveria ter para decompor e recompor a realidade a partir de seus elementos geométricos. Picasso: “O trabalho do artista não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo.” A literatura cubista valoriza a aproximação das várias manifestações artísticas (pintura, música, literatura, escultura), preocupando-se com a construção do texto e ressaltando a importância dos espaços em branco e em preto da folha de papel. Les Demoiselles D’Avignon. Picasso, 1907 Mulher chorando. Picasso, 1937 Suíça, 1916. Mais radical movimento de vanguarda europeia. Nega o presente, o passado e o futuro. É a total falta de perspectiva diante da guerra. É contra as teorias e ordenações lógicas, pouco se importando com o leitor. Criação de palavras pela sonoridade, quebrando as barreiras do significado. Grito contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra. Tzara: “Que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo, negativo a executar. Varrer, limpar. A propriedade do indivíduo se afirma após o estado de loucura, de loucura agressiva, completa, de um mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e destroem os séculos.” Merzpicture 26,41.okola. Schwitters, 1926. Paris, 1924. Suas origens estão mais próximas do Expressionismo e da sondagem do mundo interior, em busca do homem primitivo, da liberação do inconsciente, da valorização do sonho. “Ficaram altamente impressionados com os escritos de Freud, os quais demonstraram que, quando os nossos pensamentos em estado de vigília são entorpecidos, a criança e o selvagem que existem em nós passam a dominar. Foi essa ideia que fez os surrealistas proclamarem que a arte nunca pode ser produzida pela razão inteiramente desperta. Admitem que a razão pode darnos a ciência mas afirmam que só a não-razão pode dar-nos a arte.” Sonho provocado pelo voo de uma abelha em torno de uma romã, em um segundo antes do despertar. Salvador Dalí, 1944.