LARISSA BOTELHO GAÇA Psicóloga Clínica/ Neuropsicóloga Mestranda em Neurociências – UNIFESP – EPM CRP: 06/103843 Abuso sexual Enurese e Encoprese Estratégias para modificar a baixa autoestima em adolescentes Transtornos alimentares em adolescentes Tratamento de problemas de habilidades acadêmicas Estratégias de aprendizagem de autoregulação do estudante como essenciais para seu sucesso acadêmico, segundo alguns autores Mesmo com capacidade superior, deficiência para controlar as próprias atividades cognitivas, afetivas e motoras influenciaria de forma negativa o desempenho escolar dos estudantes Foco em COMO aprender ao invés de O QUE aprender Autores da auto-regulação consideram estudantes como participantes ativos em sua aprendizagem e têm capacidade para organizar, planejar, auto-instrução, automonitoração e auto-avaliação em seu comportamento acadêmico Intervenção da TCC ◦ Controle Antecedente Foco nos eventos cognitivos que precedem a dificuldade comportamental . Utiliza-se, por exemplo, treino de auto-instrução e treino de estratégias Intervenção da TCC ◦ Controle de consequencias Análise e reação ao problema de habilidade acadêmica: AUTOMONITORAMENTO E AUTOMANEJO * Baseado no controle de consequências Auto-instrução Pode-se treinar uma estratégia inicialmente definida pelo terapeuta. A seguir, o paciente a pratica de maneira aberta e encoberta utilizando auto-instruções verbais. O terapeuta fornece devolutivas e pede que a criança faça também auto-avaliação Auto-instrução Fornecer reforços arbitrários no início do tratamento. A base desta estratégia é ensinar os estudantes a terem consciência das demandas de cada tarefa, o que levaria,então, a uma compreensão e capacidade para monitorar o uso de estratégias. Ex.: procedimentos simples como ensinar os impulsivos a pensarem antes de agir. Automonitoramento Ato de observar e registrar aspectos do próprio comportamento e eventos internos e externos que se julga estarem funcionalmente relacionados àquele comportamento Automonitoramento AMA Automonitoramento da atenção AMD Automonitoramento de alguns aspectos do desempenho acadêmico Automonitoramento Execução do procedimento em sala de aula: Selecionar o comportamento Coletar dados da linha de base Disposição para cooperação do estudante Instrução no procedimento Execução de automonitoramento (sozinho) Avaliação da efetividade da intervenção Automanejo Abrange as estratégias de auto-percepção, auto-registro, auto-avaliação, automonitoramento e auto-instrução Utilizado em estudantes em educação especial com problemas de habilidades acadêmicas Automanejo Focar em desenvolvimento de uma habilidade acadêmica específica e empregada diretamente em sala de aula. *Pode-se envolver os pais e as tarefas de casa na técnica, como no exemplo... Automanejo Exemplo de estudo realizado: Registrar início e fim da tarefa de casa, local e tempo para conclusão Registrar o número de atividades corretas e incorretas Auto-reforçar-se a partir do sucesso no automonitoramento Auto-instruir-se e estabelecer metas para a finalização da próxima tarefa Considerações Estudantes altamente resistentes ao procedimento de auto-instrução Professor deve estar incluso na intervenção, para que se evite fracassos na sala de aula Há limitações na técnica, embora obtenha-se sucesso em muitos casos Auto estima não é simplesmente uma função de processos internos. Há influência de processos familiares, alta crítica parental, traumas (abuso sexual), etc Definição Não é reconhecido como transtorno ou síndrome, embora algumas características estejam associadas a uma ampla gama de transtornos: Baixo autovalor, auto-imagem instável, alta autocrítica e auto-avaliações distorcidas Pode ser associada: ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Transtorno distímico Depressão maior TDAH Transtorno desafiador de oposição Fobia Social Bulimia Nervosa Hiper generalização (como sou ruim em matemática, sou péssimo estudante) Pensamento do tipo tudo ou nada (eu sou totalmente estúpido) Atitudes Disfuncionais (se eu fracasso em algo, é porque sou um perdedor) Padrões pessoais não realistas Disfunções na auto avaliação Expectativas perfeccionistas para si mesmo Crenças de que os outros esperam perfeição Lembranças seletivas de informações pessoais relevantes ◦ Modelo explanatório enviesado ◦ ◦ ◦ ◦ Reestruturação cognitiva Aspectos do self Pensamentos automáticos Erros cognitivos Aspectos ambientais Exercício prático... Definições – DSM IV Anorexia Nervosa ◦ Recusa em manter IMC adequado ◦ Medo intenso em aumentar de peso, mesmo quando está abaixo do normal ◦ Influência indevida do peso sobre a autoavaliação ou negação do baixo peso corporal atual ◦ Nas mulheres: ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos Definições – DSM IV Anorexia Nervosa ◦ Tipo Restritivo: Não envolver-se em um comportamento de comer compulsivamente ou de expurgo durante o episódio de anorexia nervosa ◦ Tipo Compulsão Periódica/Purgativo: envolver-se nos comportamentos supracitados durante o período de anorexia nervosa Definições – DSM IV Bulimia Nervosa Ingestão, por período limitado de tempo de uma maior quantidade de alimentos maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período Falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio Definições – DSM IV Compulsão alimentar ◦ Falta de controle ◦ Ingestão muito grande de comidas (2 a 5 mil calorias) ◦ Ingestao rápida, sem saborear ◦ Não come carboidratos e gorduras ◦ Come-se às escondidas ◦ Desencadeantes: fome, ansiedade, irritação, tristeza, frustração, solidão, tédio ◦ Mal estar, interrupção externa, falta de alimentos, sentimentos de culpa e fracasso Definições – DSM IV Tipos de compulsão alimentar: ◦ Purgativo e Não Purgativo Definições – DSM IV Transtornos alimentares não especificados ◦ Todos os critérios para bulimia são preenchidos, com excessão da frequencia, que é menor que duas vezes por semana, ou a duração do transtorno é menor do que três meses ◦ Uso inapropriado de comportamentos compensatórios por individuos de peso normal após ingestão de pequenas quantidades de comida Definições – DSM IV Transtorno da compulsão alimentar periódica ◦ Episódios recorrentes de compulsão periódica, associados: Comer muito rápido Comer até se sentir incomodamente farto Comer muito sem estar com fome Comer sozinho por confusão com quantidade de alimentos que consome Repulsa por si mesmo, depressão, culpa No mínimo 2 dias por semana, por 6 meses Tratamento - Bulimia Nervosa Episódios de expurgo mantém-se, também, por reduzir a ansiedade. Provocam sofrimento e baixa auto-estima ⇒ ◦ tratar os sintomas comportamentais ◦ substituir o padrão de restrição alimentar por outro adequado ◦ Modificar pensamentos disfuncionais e sentimentos negativos relacionados ao peso e à forma do corpo ◦ Perfeccionismo excessivo Tratamento - Anorexia Nervosa ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Avaliar e focar a natureza egossintônica Aumento da motivação para mudança Análise funcional da anorexia Prescrição de objetivos de peso Normalização dos padrões alimentares Auto-estima Crenças disfuncionais em relação à comida Tratamento ◦ Considerar nivel de entendimento cognitivo e maturidade social do paciente, capacidade de raciocinio abstrato, flexibilidade cognitiva e motivação ◦ Ao invés de enfatizar discurso racional de distorções cognitivas, encorajar o uso de auto afirmações adaptativas ◦ Envolvimento dos pais na terapia Tratamento – intervenções em grupo – Objetivos para o paciente ◦ ◦ ◦ ◦ Que ele seja capaz de definir terapia cognitiva Entenda princípios básicos da TCC Habilidades para classificar seu humor Consiga identificar pensamentos automáticos Tratamento – intervenções em grupo – Objetivos para o paciente ◦ Saiba desafiar pensamentos automáticos negativos ◦ Identifique distorções cognitivas ◦ Saiba utilizar o Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais ◦ Tenha habilidades em resolução de problemas ◦ Seja capaz de usar pelo menos uma técnica comportamental ◦ Consiga utilizar apropriadamente pelo menos uma intervenção de terapia cognitiva Não há critérios diagnósticos específicos, pois não há conjunto de sintomas específicos decorrentes. Há vítimas que apresentam efeitos mínimos, outras desenvolvem alterações intensas. Avaliação ◦ Entrevistas com a criança, cuidadores e profissionais da escola. ◦ Avaliar depressão, ansiedade e estresse pós traumático Alterações Cognitivas Alterações Comportamentais Alterações Emocionais Alterações Físicas Percepção de falta de valor Isolamento Vergonha Hematomas e sangramentos Percepção de culpa Agressões físicas e verbais Medo Traumas físicos nas regiões oral, genital e retal Diferença aos pares Furtos Ansiedade Traumas físicos nos seios, nádegas, coxas e baixo ventre Baixa concentração e atenção Fugas de casa Irritabilidade Coceira, inflamação e infecção oral, genital e retal Alterações Cognitivas Alterações Comportamentais Alterações Emocionais Alterações Físicas Transtornos de memória Comportamento hipersexualizado Raiva Odores estranhos na área vaginal Desconfiança Abandono de hábitos lúdicos Tristeza Doenças sexualmente transmissíveis Dissociação Mudança em padrões de alimentação e sono Culpa Gravidez Baixo rendimento escolar Cptos. Regressivos, como chupar o dedo e enurese Dores e doenças psicossomáticas Distorções Cognitivas, como tudo ou nada, rotulação inadequada Compts. Autodestrutivos, como machucar a si mesma, tentativas de suicídio Desconforto em relação ao corpo Principais fatores de risco na família ◦ Pais ou cuidadores com história de abuso ◦ Estresse familiar por saúde, problemas financeiros e de relacionamento ◦ Falta de comunicação na família ◦ Práticas disciplinares punitivas ◦ Isolamento do grupo familiar ◦ Desemprego ◦ Abuso de álcool e outras substâncias ◦ Ausência de relações hierárquicas de poder equilibradas (Koller e de Antoni, 2004). Consequências ao longo da vida ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Estresse pós traumático Álcool Tabagismo Depressão Autoavaliação negativa do estado de saúde Altos níveis de estresse Problemas familiares e conjugais Mulheres: problemas na regulação emocional e funcionamento interpessoal Consequências ao longo da vida ◦ Mulheres vítimas de abuso e com TEPT: Maior sensibilidade a críticas Inabilidade para ouvir outros pontos de vista Insatisfação conjugal Maior isolamento social Pobre ajustamento social Alta intensidade de reação emocional Medo de experenciar a raiva Dificuldades em expressar raiva adequadamente (Cloitre, Cohen, Koenen e Han, 2002) Tratamento ◦ Terapia focada em sintomas de ansiedade, depressão e problemas comportamentais decorrentes do ocorrido ◦ Dirigida à redução de sintomas de estresse pós traumático ◦ Ansiedade e esquiva: exposição gradual e dessenssibilização sistemática ◦ Treino de relaxamento ◦ Interrupção e substituição de pensamentos perturbadores por outros que recuperem o controle das emoções ◦ Depressão: estratégias de coping e reestruturação de cognições distorcidas Tratamento ◦ Atentar-se para prevenção de futuras revitimizações ◦ Estabelecer uma sensação de controle para a criança dentro da estrutura colocada pelo terapeuta Tratamento ◦ Passos Psicoeducação (sobre abuso sexual infantil) com criança e cuidador Mostrar as relações entre as mudanças de comportamento ocorridas e o trauma – importante para as distorções cognitivas que a criança desenvolve Treinamento de habilidades para lidar com problemas Exposição gradual às lembranças traumáticas Educação sobre encontros, sexualidade e manutenção de segurança do corpo Uso de jogos para expressão de pensamentos e sentimentos Tratamento ◦ Possibilidades de intervenções grupais e familiares também ◦ Terapia de grupo reduziria sentimentos de diferença e autoestigmatização Para cuidadores não abusivos: estratégias comportamentais para manejar e monitorar sintomas das crianças; estratégias para prevenção de recorrência do abuso; adequação do funcionamento familiar; estratégias para oferecer apoio afetivo e protetor necessário Definição Micção involuntária durante o sono, pelo menos duas vezes por semana, em crianças sem anomalias congênitas ou adquiridas do trato urinário ou sistema nervoso, em idade na qual o controle esfincteriano habitualmente está presente. Considera-se que, a partir dos cinco anos de idade, a maioria das crianças saudáveis já adquiriu o controle voluntário da micção Definição Enurese primária: quando nunca houve período de controle Enurese secundária: quando há enurese após período de controle esfincteriano, durante três a seis meses Epidemiologia Mais comum dos 5 a 10 anos. Mais frequente em meninos do que em meninas Etiologia Fatores biológicos e psicossociais GENÉTICA: maior prevalência do fenômeno em crianças provindas de pais que apresentaram enurese quando comparados com as de pais nãoenuréticos (Shaffer, 1987). Para diagnóstico Deve-se considerar se há disfunções orgânicas, hormonais ou maturacionais Para diagnóstico Deve-se considerar se há disfunções orgânicas, hormonais ou maturacionais Tratamento cognitivo-comportamental Reforço Positivo a comportamentos: Aumento da ingestão hídrica diurna Limitação de líquidos após o jantar Micções diurnas regulares (no máximo a cada três horas) ◦ Esvaziamento vesical antes de dormir ◦ ◦ ◦ ◦ Tratamento cognitivo-comportamental ◦ Dispositivo do alarme acoplado à roupa ◦ Uma vez por dia, a criança deve ingerir três copos de água, e ser solicitada a adiar a micção por períodos cada vez mais prolongados (incrementos de três minutos). ◦ Cada aumento de tempo deve ser recompensado, e o processo interrompido quando a criança conseguir adiar a micção por 45 minutos Tratamento cognitivo-comportamental ◦ Psicoeducação ◦ A identificação das crenças centrais e nucleares ◦ Identificação de pensamentos automáticos, dos pressupostos e regras ◦ Estratégias compensatórias ◦ Construção de tarefas adequadas ◦ Envolvimento familiar Tratamento farmacológico ◦ Hormonal (desmopressina) ◦ Antidepressivos tricíclicos ◦ Anticolinérgicos Defecação, em momentos e lugares inadequados, de maneira voluntária ou involuntária, em ausência de patologia orgânica, em indivíduo com idade na qual normalmente teria-se controle A encoprese é normalmente associada a constipação e retenção de fezes com um hiperfluxo subsequente Classificação Primária: não se observa nenhum período de continência ao longo da vida Secundária: presença temporária de controle esfincteriano anterior (1 ano de controle) Mais comum no sexo masculino Tratamento Semelhante a enurese Dieta alimentar Dessenssibilização Treino ao toalete Observar se pais são extremamente punitivos Knapp, P. et al. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica São Paulo: Edt. Artmed; 2004. Reinecke, M. A.; Dattilio, F. M.; Freeman, A. Terapia Cognitiva com crianças e adolescentes. Edt. Artmed, 1999. Petersen, C. S. et al. Terapias cognitivo - comportamentais para crianças e adolescentes. Edt. Artmed, 2011.