DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO
EVANGELIZADORA DA IGREJA
NO BRASIL
2015-2019
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CNBB
OBJETIVO GERAL
EVANGELIZAR,
a partir de Jesus Cristo, na força do Espírito
Santo,
como Igreja discípula, missionária, profética
e misericordiosa,
alimentada pela Palavra de Deus e pela
Eucaristia,
à luz da evangélica opção preferencial pelos
pobres,
para que todos tenham vida,
rumo ao Reino definitivo.
2
INTRODUÇÃO

História de promoção da pastoral com decisões
colegiais a respeito da evangelização nas dioceses

Continuidade às DGAE 2011-2015, atualizando-as à luz
da EG, para continuar a aplicação do DAp

Amplo processo para “avançar no caminho da
conversão pastoral e missionária”, a “não deixar as
coisas como estão” e a se “constituir em estado
permanente de missão”.

A celebração do 50º aniversário do Vaticano II e o Ano
Santo Extraordinário da Misericórdia nos convidam a
prosseguir na renovação pastoral

Renovação profunda das nossas comunidades e
entusiasmo missionário
3
CAPÍTULO 1
4
A PARTIR DE JESUS CRISTO
A IGREJA VIVE DE CRISTO

Jesus Cristo é a fonte da Igreja e de sua fé. Ela comunica
o Evangelho em sua realidade. O fundamento do
discipulado missionário é Jesus Cristo e a paixão por Ele
leva à conversão pessoal e pastoral

A Igreja está a serviço do Reino. O Reino de Deus está
próximo, então Deus mesmo está próximo. O Reino é a
Pessoa e a mensagem de Jesus. Neste sentido, nos
alegramos o Ano Santo da Misericórdia

O encontro transformador com Jesus nos insere na
comunhão com a Trindade e nos comunica a missão de
anunciar o Reino. A Igreja existe no mundo como obra
das três Pessoas divinas
5
IGREJA: LUGAR DO ENCONTRO
COM JESUS CRISTO

Na comunhão, ao contemplar o Cristo, descobrimos o
Verbo entre nós, para anunciar o Reino, a graça, a
justiça e a reconciliação, cuidar das ovelhas que não
fazem parte do rebanho. Deus se comunica conosco pelo
Verbo feito carne

O encontro com Jesus, mediado pela Igreja, convida à
conversão e ao discipulado missionário.

As motivações para evangelizar são o amor, a salvação
que recebemos de Jesus, e o desejo de amá-lo sempre
mais

Desse encontro nasce a fé que exige a decisão de estar
com o Senhor, para compreender suas razões
6
ATITUDES FUNDAMENTAIS DO
DISCÍPULO MISSIONÁRIO

O discípulo missionário encontra na alteridade e na
gratuidade as marcas que configuram sua vida à de
Cristo.

Alteridade se refere ao próximo. As diferenças exigem
respeito mútuo, encontro, diálogo, intercâmbio de vida,
partilha e solidariedade.

A gratuidade encontra no mistério pascal sua expressão
maior e sua fonte. A vida só se ganha na entrega, na
doação

Essas atitudes cortam a raiz da violência, da exclusão, da
exploração e de toda discórdia. Os discípulos
missionários expressam o amor de Deus, promovem
justiça, paz, reconciliação e fraternidade
7
A IGREJA “EM SAÍDA”

Ser verdadeiro discípulo missionário exige o vínculo
efetivo e afetivo com a comunidade. Devemos exercer a
missão na Igreja, em saída. No ‘ide’, estão presentes os
cenários e os desafios sempre novos da missão, e hoje
todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária

A Igreja conclama a todos para reunir-se na
fraternidade, acolher a Palavra, celebrar os
sacramentos e sair em missão, no testemunho, na
solidariedade e no claro anúncio de Jesus Cristo.

Somos chamados a viver uma intimidade itinerante com
Jesus, que é partilha da sua vida, sua missão e seus
sentimentos
8
CAPÍTULO 2
9
MARCAS DE NOSSO TEMPO
INTRODUÇÃO

Devemos anunciar o Evangelho e testemunhá-lo,
acolhendo as alegrias e esperanças, tristezas e
angústias do homem de hoje, procurando enfrentar os
desafios e conhecer a realidade, atentos aos sinais dos
tempos para nela mergulhar iluminados pela fé

Evangelizar é, em primeiro lugar, dar testemunho

Os elementos do contexto em que a Igreja vive e age são
aqui apresentados e interpretados numa perspectiva
pastoral, na linha do discernimento evangélico
10
RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE
UMA MUDANÇA DE ÉPOCA

Mudanças de época afetam a compreensão e os valores a
partir dos quais se afirmam identidades e se
estabelecem ações e relações

Vemos o relativismo, a ausência de referências sólidas, o
excesso de informações, a superficialidade, o desejo de
conforto e facilidades, a aceleração do tempo

Temos tendências desafiadoras como individualismo,
fundamentalismo e unilateralismos. A atual crise
cultural atinge a família

Estas tendências desdobram-se em outras como o
laicismo milita, a negação da Cruz, a irracionalidade da
cultura midiática, o amoralismo
11
RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE
UMA MUDANÇA DE ÉPOCA

O mercado regula as relações. Felicidade, realização e
sucesso, se opõem ao bem comum e à solidariedade.
Pobres são supérfluos e descartáveis

O avanço econômico sobre áreas indígenas e
quilombolas e pescadores ameaçam sua sobrevivência e
causa degradação ambiental. É preciso dizer não ao
dinheiro que governa sem servir

A banalização da vida traz consigo violência. A
corrupção agrava a situação e gera descrédito

A hegemonia da economia sobre a cultura exige
discernir sobre a origem profunda da atual crise
econômico-financeira: uma crise antropológica
12
RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE
UMA MUDANÇA DE ÉPOCA

No âmbito religioso, há o pluralismo, com práticas
fundamentalistas, emocionais e sentimentalistas
para preencher o vazio e aproveitar das carências
pela manipulação do Evangelho. Salvação é
prosperidade, saúde física e realização afetiva

O secularismo nega a transcendência, traz
indiferença religiosa e relativismo. Isso dilui a
pertença eclesial e o vínculo comunitário
13
RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE
UMA MUDANÇA DE ÉPOCA

No âmbito católico, há uma crise do compromisso
comunitário. Vemos pastoral de manutenção,
comunidade como prestadora de serviços religiosos,
passividade do laicato, concentração do clero,
centralização excessiva, mundanismo religioso,
apegos a vantagens e privilégios, subjetividade sem
comunhão com o Mistério, linguagem inadequada,
uniformidade...

Cresce a responsabilidade pessoal
14
RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE
UMA MUDANÇA DE ÉPOCA

O discípulo missionário reage segundo o espírito das bemaventuranças, colocando-se atentamente na presença do
Senhor. Não faltam sinais de esperança

Constata-se o avanço do trabalho de leigos, ministros
ordenados e membros da vida consagrada se dedicam com
ardor à missão, comunidades respondem aos novos
desafios, setores de juventude se organizam, crescem
movimentos, associações, grupos, pastorais e serviços

Desafios existem para serem superados. Devemos
responder missionariamente à mudança de época com o
recomeçar a partir de Cristo, com criatividade pastoral,
através de novo ardor, novos métodos e nova expressão
15
CAPÍTULO 3
16
URGÊNCIAS NA AÇÃO
EVANGELIZADORA
INTRODUÇÃO

A Igreja em saída deve superar uma pastoral de
conservação para assumir uma pastoral decididamente
missionária, numa atitude de conversão pastoral,

Neste contexto emergem cinco urgências na
evangelização que precisam estar presentes nos
processos de planejamento. Tais urgências são o elo
entre tudo que se faz em termos de evangelização

Devemos ser uma Igreja em estado permanente de
missão, casa da iniciação à vida cristã, fonte da
animação bíblica da vida e da pastoral, comunidade de
comunidades, a serviço da vida em todas as suas
instâncias. Estes aspectos se referem a Jesus Cristo, à
Igreja, à vida comunitária, à Palavra e à Eucaristia
17
INTRODUÇÃO

A Igreja suscita o desejo de encontrar Jesus através do
mergulho gradativo no mistério do Redentor. Daí a
importância do primeiro anúncio e da iniciação à vida
cristã, no contato com a SE que alimenta, ilumina e
orienta toda a ação pastoral. Transformados por Jesus e
comprometidos com o Reino, formam comunidades que
tornam-se sinais de que o Reino se manifesta em nosso
meio na vitória sobre o pecado e suas consequências

As cinco urgências apresentam a evangelização na
perspectiva da inculturação, para fazer a proposta do
Evangelho chegar à variedade dos contextos culturais e
dos destinatários
18
IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE
MISSÃO
“IDE PELO MUNDO
INTEIRO E ANUNCIAI A BOA
NOVA A TODA CRIATURA!
QUEM CRER E FOR
BATIZADO SERÁ SALVO!”
19
(MC 16,15)
IGREJA EM ESTADO
PERMANENTE DE MISSÃO

Jesus envia, pela força do Espírito, seus discípulos
em missão. A Igreja é missionária por natureza

Aparecida e a EG convocam a Igreja a ser toda
missionária e em estado permanente de missão.
Todos somos convidados a alcançar todas as
periferias que precisam da luz do Evangelho

A missão é o paradigma de toda a obra da Igreja,
com três características: urgência, amplitude,
inclusão
20
IGREJA EM ESTADO
PERMANENTE DE MISSÃO

É necessária uma consciência missionária que nos interpele a
sair ao encontro das pessoas, famílias, comunidades e povos
para lhes comunicar e compartilhar o encontro com Cristo

O distanciamento de Jesus e do Reino traz consequências
principalmente o desrespeito e destruição da vida

Urge pensar estruturas pastorais que favoreçam a consciência
missionária que derruba as estruturas caducas e muda o
coração do cristão, numa conversão para uma pastoral
decididamente missionária. Precisamos agir com firmeza e
rapidez e reforçar seu compromisso com a Missão Continental
21
IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA
CRISTÃ
“PAULO E SILAS ANUNCIARAM A PALAVRA DO
SENHOR AO CARCEREIRO E A TODOS OS DA
SUA CASA. E, IMEDIATAMENTE, FOI BATIZADO,
JUNTO COM TODOS OS SEUS FAMILIARES”
22
(AT 16,32S)
IGREJA: CASA DE INICIAÇÃO À
VIDA CRISTÃ

O estado permanente de missão implica uma efetiva
iniciação à vida cristã que desperta uma resposta
consciente e livre. A mudança de época exige que o
anúncio de Jesus Cristo seja explicito

É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus, fascinar-se
por Ele e optar por segui-lo

A iniciação à vida cristã não se esgota na preparação aos
sacramentos, mas se refere principalmente à adesão a
Jesus Cristo, numa catequese de inspiração catecumenal

Nossas comunidades precisam ser mistagógicas,
preparadas para favorecer que o encontro com Jesus
Cristo seja permanente
23
IGREJA: CASA DE INICIAÇÃO À
VIDA CRISTÃ

A catequese de inspiração catecumenal fundamenta-se
na centralidade do querigma. Este primeiro anúncio
desencadeia um caminho de formação e de
amadurecimento que é o catecumenato

Ela requer atitudes: acolhida, diálogo, partilha, escuta
da Palavra e adesão à vida comunitária. Implica
estruturas eclesiais apropriadas. Pressupõe um perfil de
catequista/evangelizador, ponte entre o coração que
busca Jesus Cristo e Seu seguimento na comunidade

Esta perspectiva destaca o lugar da liturgia na ação
missionária e no seguimento de Cristo Por isso, toda
atividade pastoral se realiza em referência à liturgia
24
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO BÍBLICA
DA VIDA E DA PASTORAL
“TODA ESCRITURA É INSPIRADA POR DEUS E É
ÚTIL PARA ENSINAR, PARA ARGUMENTAR,
PARA CORRIGIR, PARA EDUCAR CONFORME A
JUSTIÇA”
25
(2TM 3,16)
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO
BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

Iniciação cristã e Palavra de Deus estão intimamente
ligadas. Todos sejam iniciados na contemplação da vida
à luz da Palavra, para que ela seja colocada em prática

Deus se dá a conhecer no diálogo que estabelece
conosco. É importante que o povo seja formado para se
abeirar das SE na sua relação com a Tradição viva da
Igreja

Todos devem redescobrir o contato com a Palavra de
Deus como lugar privilegiado de encontro com Cristo.
Introduzam as novas gerações na Palavra através do
adulto, dos amigos e da comunidade eclesial
26
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO
BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

O atual excesso de informações exige formação. O desafio
é escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes.
Todos devem estar familiarizados com a Palavra e com o
Deus da Palavra para continuar firmado em Cristo e
interpelar os corações que o questionam

A Bíblia, algumas vezes, não é compreendida como luz
para a vida, mas instrumentalizada até mesmo para
engodo

A Palavra dirige-se a todos para gerar solidariedade,
justiça, reconciliação, paz e defesa da criação. A Palavra
é de Deus. O discípulo missionário a acolhe na gratuidade
e na alteridade, deixando-se interpelar
27
GREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO
BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

A Palavra deve ser acolhida em comunhão com a Igreja.
Assim, a Palavra é saboreada sobretudo na
eclesialidade.

Quanto bem tem feito a leitura da vida à luz da Palavra.
Comunidades se nutrem dominicalmente da Palavra de
Deus. Quanta riqueza acontece nos Círculos Bíblicos,
nos Grupos de Reflexão, nos Grupos de Quadra e outros

A animação bíblica de toda a pastoral é um caminho de
conhecimento e interpretação da Palavra, de comunhão
e oração com a Palavra de evangelização e proclamação
da Palavra. O contato com a Palavra de Deus forma
santos
28
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES
“SOIS UMA RAÇA ESCOLHIDA, UM SACERDÓCIO
RÉGIO, UMA NAÇÃO SANTA, UM POVO
ADQUIRIDO PARA DEUS”
29
(1PD 2,9)
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES

O discípulo missionário vive sua fé em comunidade, que
implica convívio, vínculos profundos, afetividade,
interesses comuns, estabilidade e solidariedade. Ela
acolhe, forma e transforma, envia, restaura, celebra,
adverte e sustenta

Paróquias devem tornar-se comunidades de
comunidades vivas e dinâmicas

A busca por Jesus Cristo faz surgir diversas formas de
vida comunitária. Alimentadas pela Palavra e pela
Eucaristia, articuladas entre si na fé e na missão, se
unem, dando lugar a comunidades de comunidades,
como as CEBs e outras formas de comunidades
30
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES

Temos comunidades territoriais, transterritoriais,
ambientais e afetivas que permitem novos horizontes de
vida comunitária

Desafios: ambientes marcados pela urbanização, onde
vizinhança não significa convívio, e os ambientes
virtuais. Nada substitui o contato pessoal

A existência de comunidades fechadas contradiz a
dinâmica do Reino e a Igreja missionária

A comunidade gera fraternidade e união. O diálogo é o
caminho para a boa convivência, a comunhão e a
educação para a unidade na diversidade. A comunhão
gera testemunho eficaz
31
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS
“EU VIM PARA QUE TODOS
TENHAM VIDA
E A TENHAM EM ABUNDÂNCIA”
(JO 10,10).
32
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS


A vida é dom de Deus! É nossa missão o serviço à
vida plena. As condições de vida que contradizem o
projeto do Pai desafiam os discípulos missionários
que angustia-se diante de todas as formas de vida
ameaçada. Através da promoção da cultura da
vida, testemunham sua fé naquele que veio dar a
vida em resgate de todos
Contemplando os diversos rostos de sofredores, ele
vê o rosto de seu Senhor. Seu amor pelo
Crucificado o faz reconhece-Lo nas situações de
morte, a não aceitá-las. Ele não se cala diante da
vida impedida de nascer, da vida sem alimentação,
casa, terra, trabalho, educação, saúde, lazer,
liberdade, esperança e fé
33
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

A caridade é expressão da própria essência da Igreja. Daí a
opção preferencial pelos pobres, implícita à fé cristológica
naquele que se fez pobre para nos enriquecer com sua
pobreza. Ela deve atravessar todas as suas estruturas e
prioridades pastorais. O cristão não pode mantendo
distância das chagas do Senhor

Precisamos contribuir para superar a miséria e a exclusão e
não podemos restringir a solidariedade à doação. Opção
pelos pobres implica convívio, relacionamento fraterno,
atenção, escuta, acompanhamento nas dificuldades,
buscando a mudança de sua situação e a transformação
social. Os pobres são sujeitos da evangelização e da
promoção humana e estão no centro da vida da Igreja
34
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

É importante a atuação política. Os leigos e leigas
devem participar na construção de um mundo
mais justo, fraterno e solidário. É urgente a
formação e o apoio aos leigos e leigas para que
atuem iluminados pelo Ensino Social da Igreja

É preciso avançar na consciência ecológica. Não
somos meramente beneficiários, mas guardiões
das outras criaturas. Temos uma responsabilidade
a respeito da criação e deve fazer valer isso na
esfera pública
35
CAPÍTULO 4
36
PERSPECTIVAS DE AÇÃO
INTRODUÇÃO

A Igreja Particular responde às urgências na ação
evangelizadora de acordo com as suas peculiaridades.
A fidelidade ao Evangelho e o testemunho de unidade
exigem uma ação orgânica em torno a alguns
referenciais comuns

Estas perspectivas de ação querem contribuir para uma
Igreja comunhão e participação e uma pastoral
orgânica e de conjunto mais eficaz. Trata-se de linhas e
formas de ação, de critérios, que precisarão ser
concretizadas em cada Igreja Particular, A proposta
destas perspectivas de ação se situa no contexto de
celebração dos 50 anos do encerramento do Vaticano II
37
IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE
MISSÃO
38
IGREJA EM ESTADO
PERMANENTE DE MISSÃO

A Igreja oferece a todos o Evangelho assumindo uma nova
evangelização:

Aos que frequentam regularmente a comunidade e aos que
conservam a fé católica, acompanha com a pastoral
ordinária;

Aos que não vivem as exigências do batismo, oferece
oportunidade de conversão;

Aos que não conhecem Jesus Cristo ou que o recusam,
anuncia o Evangelho especialmente através do testemunho;

Cabe a cada comunidade eclesial perguntar quais são os
grupos humanos ou as categorias sociais que merecem
atenção especial e lhes dar prioridade no trabalho de
evangelização
39
IGREJA EM ESTADO
PERMANENTE DE MISSÃO

A juventude merece atenção especial. A crescente
participação do Brasil nas JMJs têm mostrado a força
evangelizadora dos jovens. O projeto “300 anos de
bênçãos: com a Mãe Aparecida – Juventude em Missão”
vem reforçar a dimensão missionária na formação dos
jovens

As missões populares têm se mostrado um caminho eficaz
de evangelização. Também as visitas são testemunho de
uma Igreja em saída

Uma Igreja em estado permanente de missão nos leva a
assumir a missão ad gentes
40
IGREJA EM ESTADO
PERMANENTE DE MISSÃO

Na missão, o discípulo se depara com o desafio do
ecumenismo. São necessários gestos concretos que
penetrem nos espíritos e sacudam as consciências,
impulsionando à conversão. Cada Igreja Particular
está desafiada a dar passos consistentes no campo
do ecumenismo

Outro desafio é o diálogo inter-religioso,
principalmente o diálogo com judeus e muçulmanos,
com as expressões religiosas afrodescendentes e
indígenas e com os ateus. O diálogo inter-religioso
precisa integrar nossas comunidades eclesiais
41
IGREJA EM ESTADO
PERMANENTE DE MISSÃO

O diálogo e a cultura do encontro tornam-se atitudes
necessárias e urgentes diante de manifestações, às vezes
violentas, de intolerância em relação a outras
expressões de fé e cultos religiosos. As nossas
comunidades, a exemplo de Jesus, devem acolher e
atender pessoas de outras tradições religiosas e
dialogar com elas

Faz-se necessário estimular a partilha e a comunhão dos
recursos da Igreja no Brasil, desenvolvendo e
ampliando o projeto Igrejas irmãs. Neste sentido,
merece especial apoio o projeto Comunhão e Partilha,
promovido pela CNBB
42
IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA
CRISTÃ
43
IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À
VIDA CRISTÃ

É necessário desenvolver, em nossas comunidades, um
processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao
encontro pessoal com Jesus Cristo

A catequese de inspiração catecumenal adquire grande
importância. Trata-se não de uma continuada. Isso
implica melhor formação dos responsáveis e um
itinerário catequético permanente

A inspiração catecumenal implica em uma estreita
relação entre Bíblia e catequese. A Tradição e a
Escritura constituem um só depósito da Palavra de
Deus. A catequese fornece uma adequada formação
bíblica aos cristãos
44
IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À
VIDA CRISTÃ

Deve haver uma estreita relação entre catequese e
liturgia. Neste contexto, sobressai a formação litúrgica.
A melhor catequese litúrgica é a liturgia bem celebrada

A pastoral da liturgia deve animar a vida litúrgica para
que os cristãos possam participar de forma ativa,
consciente e plena, e colher seus frutos. Isto supõe:
formar agentes, preparar celebrações, realizar ações
celebrativas e avaliar o processo

A piedade popular deve ser valorizada, estimulada e
purificada. É útil para a preservar e a transmitir a fé,
para a iniciação à vida cristã e para a promoção da
cultura
45
IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À
VIDA CRISTÃ

A iniciação à vida cristã requer atenção às pessoas,
valorizando suas experiências, ajudando-as a reconhecer a
própria busca de Deus e a abrir-se à Sua presença. A
comunidade e a família têm papel indispensável nesta
iniciação

A formação precisa articular fé e vida e integrar cinco
aspectos : o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o
discipulado, a comunhão e a missão. Integra vivência
comunitária, participação em celebrações, interação com os
meios de comunicação, inserção nas pastorais e capacitação

A formação do laicato deve ser uma das prioridades da
Igreja Particular
46
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO BÍBLICA
DA VIDA E DA PASTORAL
47
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO
BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

A animação bíblica da vida e da pastoral deve envolver
toda a comunidade. Seus objetivos são: propiciar meios
de aproximação das pessoas à Palavra, para conhecê-la
e interpretá-la corretamente; entrar em comunhão e
com a Palavra por meio da oração; evangelizar e
proclamá-la como fonte de vida em abundância para
todos

A Igreja valoriza a liturgia como âmbito privilegiado
onde Deus fala à comunidade.

A homilia atualiza a mensagem da Bíblia levando os
fiéis a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de
Deus na própria vida
48
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO
BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

Sejam criadas e fortalecidas equipes de animação
bíblica da pastoral. Realizem atividades que reúnem
grupos de famílias, círculos bíblicos e pequenas
comunidades e cursos e escolas bíblicas para leigos e
leigas

Devem ser estimuladas iniciativas para colocar a Bíblia
nas mãos de todos. É necessário ajudar a ler e
interpretar a Escritura

A leitura orante deve ser incentivada e reforçada para
que proporcione comunhão com o Senhor e ilumine a
realidade vivida pelos participantes, animando-os e
despertando-os para o serviço do Reino de Deus
49
IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO
BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

É importante favorecer o conhecimento da Bíblia entre
os agentes culturais, mesmo nos ambientes secularizados
e entre os não crentes, assim como nas escolas e
universidades. Também se pode estimular manifestações
artísticas, acompanhadas da formação dos artistas

Importa utilizar o espaço “dos novos meios de
comunicação social, especialmente a internet com
inúmeras redes sociais, lembrando, porém, que “o
encontro pessoal é insubstituível

Também é importante a instituição de ministros e
ministras da Palavra e à sua formação continuada e de
qualidade
50
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES
51
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES

Devemos acelerar o processo de animação e
fortalecimento de comunidades investindo na
descentralização das paróquias, principalmente pela
setorização, com equipes próprias para favorecer o
nascimento de comunidades, pois isso valoriza os
vínculos humanos e sociais

As CEBs, alimentadas pela Palavra, pela Eucaristia,
pela oração e pela fraternidade, são sinal de vitalidade
da Igreja e também presença eclesial junto aos pobres.
Elas se deparam com os desafios da mudança de época
e se veem desafiadas a discernir novos caminhos
52
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES

As pequenas comunidades são uma riqueza que o
Espírito suscita para evangelizar. Todos devem se
comprometer com a paróquia, a assumir os planos
pastorais da Igreja Particular, e se unir em torno
das DGAE

A pastoral vocacional se torna prioritária,
principalmente no cuidado com as vocações ao
ministério ordenado e à vida consagrada. Deve
suscitar e desenvolver uma cultura vocacional

O número insuficiente de sacerdotes e sua má
distribuição impossibilitam a muitas comunidades
a participação regular na celebração da Eucaristia
53
IGREJA: COMUNIDADE DE
COMUNIDADES

A participação de todos nos destinos da
comunidade é necessária. Para isso, devemos
promover:

a diversidade ministerial

A unidade da diocese, sob a orientação do bispo

o carisma da vida consagrada

assembleias, conselhos e comissões, tanto em âmbito
pastoral como econômico-administrativo.


a pastoral orgânica e de conjunto
Temos também a experiência das paróquias-irmãs,
dentro e fora da diocese, análoga ao projeto Igrejas-54
irmãs
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS
55
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

A Igreja, através de uma pastoral social estruturada,
orgânica e integral, tem a vocação e a missão de
promover, cuidar e defender a vida

O serviço à vida começa pelo respeito à dignidade da
pessoa humana, através de iniciativas como: a) defender
e promover a dignidade da vida humana; b) tratar o ser
humano como fim e não como meio; c) tratar todo ser
humano sem preconceito nem discriminação. Neste
sentido, destaca-se a CF

Um olhar especial merece a família que precisa ser
considerada um dos eixos transversais de toda a ação
56
evangelizadora. É preciso uma pastoral familiar intensa,
vigorosa e frutuosa
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

É preciso o empenho na defesa da dignidade das
mulheres, das pessoas com deficiência e dos idosos

Crianças, adolescentes e jovens precisam de maior
atenção. É importante promover e apoiar a pastoral
juvenil, do menor, da criança e da sobriedade

No âmbito da Economia, é necessário compartilhar as
alegrias e preocupações dos trabalhadores e das
trabalhadoras, por meio da presença evangelizadora, nos
locais de trabalho, sindicatos, associações de classe e
lazer. Urge lutar contra o desemprego, o subemprego e a
perda de direitos
57
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

Atenção especial merecem os migrantes forçados a
buscar trabalho e moradia: os migrantes brasileiros no
exterior; os migrantes sazonais; as vítimas do tráfico de
pessoas; os trabalhadores explorados; os novos
migrantes estrangeiros

É urgente o estabelecimento de estruturas destinadas a
acompanhar os migrantes e refugiados e a se empenhar
na busca de uma política migratória justa

No âmbito da cultura, cabe promover uma sociedade
que respeite as diferenças, combatendo o preconceito e
a discriminação
58
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

Cabe apoiar as iniciativas em prol da inclusão social
e o reconhecimento dos direitos das minorias

Importante é a formação de pessoas que estejam em
níveis de decisão, evangelizando os novos areópagos:
mundo universitário com uma consistente pastoral
universitária; mundo da comunicação, com
investimentos tecnológicos e qualificação de pessoal;
presença pastoral junto aos empresários, aos
políticos, aos formadores de opinião no mundo do
trabalho, dirigentes sindicais e líderes comunitários
59
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

Devemos incentivar a Pastoral da Cultura, que atinja os
núcleos de criação e difusão cultural e a diversidade da
cultura popular. Neste contexto, a evangelização deve
aproximar a fé e a razão, através do diálogo com a
sociedade

É importante o cuidado da vida no planeta. A devastação
da Amazônia exige atitudes. Requer-se esforço e
presença profética, valorizando as culturas locais e
estimulando uma evangelização inculturada

Devemos educar para a preservação da natureza e o
cuidado com a ecologia humana, através ações como a
preservação da água, do solo e do ar
60
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

Promova-se a participação social e política dos leigos e
leigas. Cresce a importância do fortalecimento da
sociedade civil, da luta contra a corrupção e do serviço
pela unidade e fraternidade dos povos

Como cidadãos, empenho para que organizações
católicas colaborem ou ajam em parceria para
implantação e execução de políticas públicas para a
defesa e a promoção da vida e do bem comum, segundo
a DSI

A paz pressupõe a participação em campanhas que
busquem efetivara convivência pacífica
61
IGREJA A SERVIÇO DA
VIDA PLENA PARA TODOS

Urge uma presença mais efetiva da Igreja nas
periferias existenciais, em regiões suburbanas e
em situações de fratura social

O empenho pela promoção humana e pela justiça
social exige esforço para educar a comunidade
eclesial no conhecimento e na aplicação da DSI,
como decorrência da fé cristã. A ética social cristã
precisa ocupar lugar de destaque em nossos
processos de formação e planos pastorais
62
63
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

As DGAE 2015-2019 são referencial para o planejamento
pastoral das Comissões Episcopais Pastorais e Regionais
da CNBB, para as Dioceses e outros organismos eclesiais

Planejar a pastoral é uma ação carregada de sentido
espiritual. Por isso, todo processo precisa ser rezado,
celebrado e transformado em louvor a Deus

Confiamos à Mãe Aparecida o esforço que será feito para
a aplicação destas Diretrizes, como também os frutos
que delas são esperados.

A presença atuante do Espírito Santo nos anima na
missão
64
ANEXO
65
INDICAÇÕES DE
OPERACIONALIZAÇÃO
INDICAÇÕES DE
OPERACIONALIZAÇÃO

É preciso encontrar caminhos para as urgências serem
colocadas em prática

Cabe a cada realidade local, a começar pelos Regionais
da CNBB e pelas Dioceses, transformar as Diretrizes em
planos pastorais

Planos são o conjunto de atividades articuladas entre si
para se chegar a um objetivo, no caso, o indicado pelas
Diretrizes

As Diretrizes respondem à questão: aonde precisamos
chegar? Os planos respondem a outras questões: como
(passos ou etapas), quem (responsáveis), com o quê
(recursos) e quando (prazos)
66
INDICAÇÕES DE
OPERACIONALIZAÇÃO

O primeiro passo implica a constituição dos organismos
que vão trabalhar na elaboração do plano de pastoral.
Por isso, já nos primeiros momentos, é necessário pensar
nos conselhos, comissões específicas e assembleias

O segundo passo é a resposta a uma única pergunta:
compreendemos realmente o que as Diretrizes nos
pedem? Torna-se indispensável estudar as Diretrizes

O terceiro passo consiste em perceber até que ponto as
Diretrizes anteriores foram realmente seguidas, até que
ponto o plano pastoral ainda em vigor foi efetivamente
cumprido
67
INDICAÇÕES DE
OPERACIONALIZAÇÃO

O quarto passo consiste em identificar onde nos
encontramos, tanto no âmbito eclesial quanto no social.

O quinto passo consiste na mobilização do maior número
de pessoas. É preciso ouvir os engajados nas atividades
pastorais, os que frequentam a comunidade apenas aos
domingos ou em ocasiões específicas, os de outras
confissões cristãs, os que buscam a Deus na sinceridade
de coração e os que rejeitam a Cristo

O sexto passo exige a tomada de decisões que se referem
ao modo como o plano vai se desenvolver. Diante das
urgências, decisões precisam ser tomadas
68
INDICAÇÕES DE
OPERACIONALIZAÇÃO

O sétimo passo é a construção de programas e os
projetos, respondendo às questões concretas de como,
onde, quem, com quem, com o quê e quando. Trata-se de
discernir quais atividades ajudam a concretizar as
Diretrizes e quais não devem mais entrar no próximo
plano

O oitavo passo envolve o acompanhamento da execução
do plano. Devemos estabelecer os instrumentos que
acompanharão o seu cumprimento, para contínua
revisão e adequação dos rumos. Merecem destaque as
coordenações diocesanas e locais e assembleias
periódicas onde se verifica o cumprimento do plano
69
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DGAE 2015-2019 - Pastoral Fé e Política