A FAMÍLIA: O TRABALHO E A FESTA 14-OUTUBRO-2011 O Senhor é a minha força O Senhor é minha força Ao Senhor o meu canto. Ele é meu Salvador N’Ele eu confio e nada temo. (bis) Dois excertos bíblicos Jo 1, 11-12 Lc 2, 40-42.51-52 como Jesus veio ao meio de nós. como Jesus viveu no seio de uma família humana. Duas questões Por que motivo a família deve escolher um estilo de vida? Quais são os novos estilos de vida para a família de hoje, a propósito do trabalho e da festa? 11Veio ao meio dos seus, e os seus não O receberam. 12Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1, 11-12). Não O receber Duas atitudes Recebê-Lo Os que não O receberam Querem eliminá-Lo EliminamNo das suas vidas Os que o receberam Acolhem-No deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus Dois estilos de vida são colocados perante nós: Rejeitamos este Jesus que “veio ao meio dos seus” Ou Acolhemo-Lo, recebemo-Lo em nossa casa, como João recebeu Sua Mãe (Jo 19, 2627) O «estilo» que Jesus nos pede, para vir ao meio de nós é um estilo capaz de receber e de gerar Jesus pede capaz de «receber» se souber preservar: que a família seja lugar que acolhe e gera a vida em plenitude. • • • • • a sua própria intimidade, a história de cada um, as tradições familiares, a confiança na vida, a esperança no Senhor. Jesus pede capaz de «gerar» quando: que a família • faz circular os dons recebidos, • conserva o ritmo da existência quotidiana entre: • trabalho e festa, • afeto e caridade, • compromisso e gratuidade. seja lugar que acolhe e gera a vida em plenitude. Esta é a dádiva que se recebe em família: conservar e transmitir a vida, no casal e aos filhos. A família tem o seu ritmo… DESCANSO RESPONSABILIDADE TERNURA IMPULSO É LUGAR DE SONHO CHEGADA PARTIDA PAZ A Família deve aprender a viver e a conjugar os tempos do trabalho com aqueles da festa. O domingo: tempo de confiança, de liberdade, de encontro, de descanso e de partilha. momento do ENCONTRO entre o homem e a mulher. Dia do Senhor, o tempo da oração, da Palavra de Deus, da Eucaristia e da abertura à comunidade e à caridade. Assim, os dias da semana receberão luz do domingo e da festa… Este é o estilo de vida que Jesus nos propõe… É necessário que cada um olhe para si mesmo, para a sua casa, considere: • • • • • • o estilo do seu habitar, as escolhas que ali faz, os sonhos que cultiva, os sofrimentos que vive, as lutas que enfrenta, as esperanças que alimenta. E se pergunte: Qual é o estilo de vida da minha família? Que estilo de vida queremos? 40O menino ia crescendo e fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele. 41Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa [...] 51Em seguida, desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes submisso. A sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. 52E Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens (Lc 2, 40-42.51-52). Em seguida, desceu com eles a Nazaré… É em Nazaré que Jesus vive o período mais longo da sua vida (30 anos). Torna-se homem, isto é: a sua vida é marcada: faz-se um de nós, um menino… cresce como um jovem no seio de uma família; vive a experiência da religiosidade e da lei; pela oração e o trabalho diários; pelo descanso do sábado; pelo calendário das festas anuais; vive e cresce num contexto social, cultural e religioso judaico. Jesus vive num contexto marcado pela espiritualidade judaica e pela fidelidade à lei… «Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa». Jesus vive num contexto marcado pela espiritualidade judaica e pela fidelidade à lei… A família e a religiosidade judaicas, uma família patriarcal e uma religião doméstica, com o estilo de um amor de casal puro e meigo, fazem compreender que Jesus viveu profundamente a sua família. Nazaré: É o lugar do crescer em sabedoria e graça de Deus, no contexto de uma família que recebe e gera. «O menino ia crescendo e fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele». As palavras dos homens a experiência da amizade e da conflitualidade da alegria e do sofrimento as relações familiares da saúde e da enfermidade tornaram-se linguagens que Jesus aprendeu, para proferir a Palavra de Deus. as palavra de Jesus, as suas imagens, a sua capacidade de contemplar os campos, o camponês que semeia, a messe que amarelece, a mulher que mistura a farinha, o pastor que extraviou a ovelha, o pai com os seus dois filhos. De onde vêm, a não ser da família e do ambiente de Nazaré, Onde foi que Jesus aprendeu a sua surpreendente capacidade de narrar, imaginar, comparar e pregar na vida e com a vida? Nazaré é o lugar da humildade e do escondimento. O mistério de Nazaré é o conjunto de todos estes vínculos: •a família e a religiosidade, •as nossas raízes e o nosso povo •a vida diária e os sonhos. Também nós crescemos numa família humana, dentro de vínculos de acolhimento que nos fazem crescer e responder à vida e a Deus. Também nós nos tornamos aquilo que recebemos. A aventura da vida humana começa a partir daquilo que recebemos: a vida, a casa, o afecto, a língua e a fé. A nossa humanidade é forjada por uma família, com as suas riquezas e as suas pobrezas. Voltemos à questão: Quais são os novos estilos de vida para a família de hoje, a propósito de trabalho e da festa? A Igreja recomenda-nos: “Animada e sustentada pelo mandamento novo do amor, a família cristã vive o acolhimento, o respeito, o serviço para com a homem, considerado sempre na sua dignidade de pessoa e de filho de Deus. Isto deve acontecer, antes de tudo, no e para o casal e para a família, mediante o empenho quotidiano de promover uma autêntica comunidade de pessoas, fundada e alimentada por uma íntima comunhão de amor” (Familiaris Consortio, n.º 64). Cabe-nos a nós decidir: Que compromissos queremos assumir. Que estilo de vida adotar. Que resposta dar a Jesus: como O acolhemos, como O fazemos participar das nossas vidas. Que “contexto”, que ambiente criamos para os nossos filhos crescerem “em sabedoria e em graça”. Cada um de nós tem o poder de decidir!