Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456 Tema 4 – Evapotranspiração ANO 2015 Laura De Simone Borma Camilo Daleles Rennó http://www.dpi.inpe.br/~camilo/cst318/ Evapotranspiração Ciclo hidrológico troca constante de água entre a superfície terrestre e a atmosfera A água chega até a superfície terrestre através da precipitação A água sai da superfície terrestre através de processos de vaporização da água – evaporação + transpiração = evapotranspiração (ETP) Evapotranspiração vapor d’água para a atmosfera Vapor d’água indisponível para uso humano mas importante alimentador da chuva e do ciclo hidrológico • Relação entre ETP e: • Mudanças climáticas? • Mudanças no uso da terra? Evapotranspiração Oceanos, lagos, solo sem cobertura vegetal Superfície vegetada: florestas, cultivos, etc. Evapotranspiração: conjunto de processos físicos (evaporação) e fisiológicos (transpiração) que provocam a transformação da água precipitada na superfície da Terra em vapor Definições Sistema qualquer região definida no espaço capaz de receber uma sequencia de entradas de uma quantidade conservativa, armazenar parte dessa quantididade e descarregar outra parte Volume de controle sistema hipotético Quantidade conservativa aquela que não pode ser criada nem destruída. Na Física: massa, momento e energia Ciclo hidrológico no Sistema Terrestre Fluxos e armazenamentos são sistemas interligados; Linha tracejada – indica que qualquer grupo de sistemas interligados pode ser agregado a um sistema maior. Os sistemas menores podem ser chamados de subsistemas Quantidade conservativa: Água (líquida, vapor d’água), energia (radiação, calor) Dingman, 1993 Leis de conservação • Lei de conservação da massa: em qualquer sistema físico não se cria nem se destrói matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma para outra • Lei de conservação da energia (Primeiro princípio da Termodinâmica): a energia pode se transformar de uma forma em outra, mas não pode ser criada nem destruída • Segundo princípio da Termodinâmica: na medida em que a energia é utilizada, ela vai se transformando em uma forma menos utilizável Lei de conservação “a quantidade de uma substância conservativa que entra em um volume de controle durante um dado período de tempo menos a quantidade que deixa esse volume durante esse período é igual à quantidade armazenada no volume durante esse período“ Qdte entra – qtde sai = qtde armazenada I -Q = DS I Q DS - = Dt Dt Dt i -q = DS Dt i -q = dS dt (1) i = I Dt q= Q Dt (2) Equações de balanço (3) BALANÇO DE ÁGUA E DE ENERGIA Balanço hídrico dS P + Gin = Q + ET + - Gout dT dS P Gin (Q ET Gout ) dt Lei de conservação da massa aplicada a uma bacia hidrográfica Balanço de energia Radiação de ondas curtas (S) – 0,1 a 0,4 μm 100% 30% devolvida para o espaço - reflexão Albedo (α) Superfícies 19% absorvida pela atmosfera 51% absorvida pela superfície terrestre Lei de conservação da energia aplicada ao sistema terrestre Intervalo de a Florestas coníferas 0,10-0,15 Florestas temporárias 0,15-0,20 Cereais 0,10-0,25 Batatas 0,15-0,25 Algodão 0,20-0,25 Campo 0,15-0,20 Superfície de água 0,03-0,10 Solos escuros 0,05-0,20 Argila Seca 0,20-0,35 Solo arenosos (secos) 0,15-0,45 Balanço de energia e de calor 36 unidades 64 unidades: 19 abs atm S 7 c. sensível 23 c. latente 15 abs atm L Efeito estufa Balanço de energia Balanço de calor Rn G H E Balanço de energia Das 100 unidades de energia emitidas pela radiação, 64 são absorvidas pela superfície terrestre e re-irradiadas de volta para a atmosfera Equação do balanço de energia Rn = S ¯ (1- a ) + L ¯-L- Balanço de energia onde: S – energia de ondas curtas incidente L – energia de ondas longas emitida α – albedo Rn = G + H + l E +F onde: E – calor latente H – calor sensível G – calor armazenado no solo F – energia química utilizada para a fotossíntese Balanço de calor Calor latente e calor sensível Calor sensível (H) – refere-se à porção de energia de ondas longas irradiada pela superfície terrestre que não é usada para evaporação do ar. Ela é responsável pela mudança de temperatura do ar, uma propriedade que pode ser medida ou “sentida” Calor latente de vaporização () – parcela da energia fornecida pela radiação solar para transformar água líquida em vapor d’água. Esta mesma quantidade é liberada no caso da condensação – EVAPOTRANSPIRAÇÃO Razão de Bowen razão entre a taxa de calor sensível e taxa de calor latente B= H lE B < 1 – uma maior proporção de energia disponível na superfície é passada para a atmosfera na forma de calor latente do que na forma de calor sensível Balanço de massa e balanço de energia Balanço de massa P + Gin = Q + ET + Balanço de energia Rn E H G dS - Gout dT Unidades da ET Perdas por evaporação (mm) – volume de água evaporada por unidade de área horizontal (mm) durante um período de tempo. Taxa de evaporação (mm/h) – é a velocidade com que se processa as perdas por evaporação. Fluxo de energia (MJ m-2 dia-1 ) - calor necessário para vaporizar a água livre Fatores de conversão para ETP (http://www.fao.org) altura volume por unidade área Energia por unidade de área* mm dia-1 m3 ha-1 dia-1 l s-1 ha-1 MJ m-2 dia-1 1 10 0,116 2,45 0,1 1 0,012 0,245 1 l s-1 ha-1 8,640 86,40 1 21,17 1 MJ m-2 dia-1 0,408 4,082 0,047 1 1 mm dia-1 1 m3 ha-1 dia-1 * Para água com uma densidade de 1000 kg m-3, a 20°C. TRANSPORTE DE MASSA, VAPOR E CALOR Fluxo de água entre o solo e a atmosfera (evapotranspiração) Processo complexo no qual 3 fatores são dominantes 1) Suprimento e demanda de água impostos pelas condições atmosféricas – precipitação, radiação líquida, velocidade do vento, umidade e temperatura do ar 2) Habilidade do solo de transmitir água – função da condutividade hidráulica e das características de armazenamento e retenção de água 3) Influência da vegetação – o tipo e densidade da vegetação influenciam nas taxas de transpiração, as quais, por sua vez, são condicionadas pela abertura dos estômatos e pela assimilação de água do solo por meio do sistema de raízes Esses fatores não atuam como variáveis independentes, mas como um sistema fortemente acoplado. Fluxo de ar, água e vapor ATMOSFERA Água líquida Radiação Líquida (Rn) Vapor de água (ou Calor sensível calor latente) Fluxo de vapor Calor Solutos Calor Solutos SUPERFÍCIE DO TERRENO SOLO NÃO-SATURADO ar Fluxo de água líquida NÍVEL D’ÁGUA SOLO SATURADO Água líquida Fluxos Fluxo = fator de proporcionalidade x força diretriz Força diretriz – mecanismo responsável pelo fluxo (p.e. fluxo de água em solo saturado) – gradiente ou déficit Fator de proporcionalidade – fator a ser aplicado à força diretriz, geralmente associado à capacidade de fluxo do meio (coeficiente de permeabilidade do solo) Lei de Darcy q = -K dh dz Lei de Fick F = -D dC dz Lei de Fourier q = -k dT dz Fluxo de água líquida em solo saturado Lei de Darcy qx = -K hx qx ® Khx ® - dh ® dx dh Q = dx AX Velocidade de fluxo [LT-1] Condutividade hidráulica [LT-1] Gradiente hidráulico ou gradiente de potencial [LT-1] h potencial ou carga hidráulica [L] Nível de Referência Q descarga ou vazão [LT-1] Ax área da seção transversal [L2] Difusão molecular Expressão matemática da difusão: Fz ( X ) DX dC ( X ) dz 1ª lei de Fick Onde Fz(X) é a taxa de transferência de X na direção z por unidade de área e tempo (fluxo), C(X) é a concentração de X e DX é a difusividade de X no fluído. A evaporação é (também) um processo difusivo Fluxo de energia e calor gases, líquidos e sólidos Do mais quente para o mais frio Fluidos (gases ou líquidos) Vertical Vácuo Todas as direções Advecção: o calor é transportado horizontalmente na atmosfera, por movimentos convectivos horizontais Fluxos difusivos A equação da difusão pode ser aplicada: Ao fluxo de vapor de água, V d v Fz (V ) Dv dz Ao fluxo de calor latente, LE Fz (l E) = -Dv lv Ao fluxo de calor sensível, H Fz ( H ) DH Onde: Dv difusividade do vapor d´água ρv densidade do vapor d’água λv calor latente de vaporização DH difusividade do calor sensível ca calor específico do ar à pressão constante Ta temperatura do ar d rv dz d ( a caTa ) dz Fick Fourier Fourier Fluxo de calor sensível Fluxo de calor sensível transferência de calor sensível por unidade de tempo e área ocorre quando há uma diferença entre a temperatura de superfície e a temperatura do ar H = rcp (Ts - Ta ) - densidade do ar cp – calor específico do ar sob pressão constante Quando Ts < Ta H negativo fluxo de calor sensível vai da atmosfera para a superfície Quando Ts > Ta fluxo de calor da superfície para a atmosfera Fluxo de calor latente Fluxo de calor latente Energia consumida na transformação da água líquida em vapor d’água (evaporação) A evaporação é sempre acompanhada por uma transferência de calor latente da superfície evaporativa para o ar Fluxo ou transferência de calor latente proporcional à taxa de evaporação l E = lv rw E Onde: λE - taxa de transferência de calor latente (fluxo de calor latente) w - densidade da água v – calor latente de vaporização (função da temperatura) E - taxa de evaporação ou condensação E = KE va ( es - ea ) Onde: es – pressão de saturação de vapor de água (tabelada) ea – pressão do vapor de água presente no ar atmosférico – geralmente tomada 2m acima da superfície (tabela ou fórmula) Evaporação Ponto de saturação ou algum mecanismo de resfriamento calor do sol Energia Energia T = Ta T = Ts ea es Evaporação - moléculas da superfície de água adquirem energia suficiente para ea < es romper as ligações e entrar no ar Condensação - moléculas da camada de ar condensam-se em presença de umidade e NCN’s Equilíbrio: Taxa de evaporação = taxa de condensação saturação do ar ea = es Fluxo de calor latente Mecanismo de transporte – troca de vapor d’água entre a superfície evaporativa e a camada sobrejacente Déficit de pressão de vapor - diferença entre a pressão de vapor de água na camada sobrejacente à superfície evaporativa e a pressão de vapor na atmosfera de entorno O processo tende a cessar na medida em que o ar do entorno torna-se saturado (não há mais déficit de pressão de vapor), podendo ocorrer duas situações: • • Condensação e ocorrência de chuva Substituição do ar saturado por um ar mais seco, pela ação do vento, mantendo o processo E es ea Lei de Dalton Onde: E – taxa de evaporação es – pressão de saturação de vapor de água (tabelada) ea – pressão do vapor de água presente no ar atmosférico – geralmente tomada 2m acima da superfície (tabela ou fórmula) Pressão de saturação de vapor x temperatura B) es (hPa) æ 17, 27T ö es = 0, 611exp ç ÷ è T + 237, 7 ø A) T (oC) C) [kPa] Onde: T – temperatura do meio em oC Física da evaporação O que acontece se introduzirmos energia na forma de calor no sistema águaatmosfera? ea < es Energia: calor do sol Evaporação As moléculas na superfície são atraídas pelas que estão no corpo da massa Aumento da temperatura • maior movimento das moléculas de água (energia cinética) • maior capacidade do ar de conter vapor d´água Evaporação processo de resfriamento Física da evaporação E se tirarmos energia do sistema água-atmosfera? ea > es Condensação Energia As moléculas na superfície são atraídas pelas que estão no corpo da massa Condensação processo de aquecimento TRANSPIRAÇÃO Transpiração Vaporização da água líquida contida nos tecidos das plantas e na sua posterior remoção para a atmosfera As plantas perdem água principalmente através dos estômatos – pequenas aberturas localizadas nas folhas através das quais ocorre a troca de vapor d´água Transpiração A vaporização ocorre dentro da folha, nos espaços intracelulares; a troca de vapor com a atmosfera ocorre por meio da abertura estomatal Praticamente toda a água absorvida pela planta é perdida pela transpiração, e somente uma pequena fração é usada dentro da planta http://www.fao.org/ É também através dos estômatos que as plantas absorvem CO2 Liberação de água simultânea à assimilação de CO2 - pensar Evaporação e transpiração • Evaporação: conjunto de fenômenos físicos que transformam em vapor a água livre existente na superfície do solo: – – – – • interceptada pelas plantas Cursos d’água Lagos Reservatórios Transpiração: evaporação devida à ação fisiológica dos vegetais – As plantas, através de suas raízes, retiram do solo a água para atividades vitais e transpiram pelos estômatos Evaporação x transpiração A evaporação a partir de um solo cultivado é principalmente determinada pela fração de radiação solar que atinge a superfície do solo. Essa fração decresce com o aumento da vegetação, devido a um maior sombreamento da superfície do terreno Quando a vegetação é de pequeno porte (ou pouco densa), a água é perdida predominantemente por evaporação do solo Na medida em que a vegetação se desenvolve e cobre completamente o solo, a transpiração passa a ser o processo dominante A evaporação e a transpiração ocorrem simultaneamente e não existe uma forma fácil de distinguir os dois processos – tanto nos cálculos quanto nas medições Fatores condicionantes da ETP a) Condicionantes climáticas (fortemente condicionado pelas condições meteorológicas) Radiação solar Temperatura Fornecimento de energia Umidade relativa do ar Velocidade do vento Gradiente de pressão de vapor Mecanismo de transporte de massa (vapor) a) Características da superfície evaporativa Superfície de água livre Solo • Conteúdo de água no solo e • Condutividade hidráulica Vegetação • Resistência da vegetação • Resistência aerodinâmica • Resistência do solo Resistência à perda de água RESISTÊNCIA DA SUPERFÍCIE – ETP POTENTIAL E REAL Característica da superfície evaporativa Somente ocorrerá se existir água disponível Disponibilidade de água – fator limitante do processo ETp e ETr Evapotranspiração potencial – ETp Condições atmosféricas Máxima ET que pode ser transferida para a atmosfera – depende apenas das condições atmosféricas Evapotranspiração real – Etr Total transferido para a atmosfera de acordo com a disponibilidade hídrica existente (umidade do solo) e resistência das plantas Meio não saturado Meio saturado ETp e ETr Conceitualmente, a Etr não pode exceder a Etp; ETp ETr Umidade do solo Smx 41 Resistência da superfície Resistência à “perda” de água Resistência do solo Umidade do solo Resistência da vegetação Individuo – abertura e fechamento dos estômatos Dossel – resistência aerodinâmica Resistência da vegetação A taxa de fluxo de vapor d´água é controlada pela resistência que a planta oferece à perda de água (através da abertura/fechamento dos estômatos) Da mesma forma, o solo oferece uma resistência à perda de água, que é uma função do seu conteúdo de água e do tipo de solo Resistência aerodinâmica O vento que incide horizontalmente sobre superfícies naturais retardado pela interação entre o terreno e a vegetação Essa interação cria movimentos randômicos nos quais porções de ar, de vários tamanhos, movem-se em direções não definidas durante o período de sua existência turbulência mecanismo de transporte mais eficiente que a difusão molecular e é o principal processo responsável pela troca entre o ar próximo do terreno (camada limite da atmosfera) e os níveis mais altos da atmosfera MEDIDAS Medidas da evaporação/evapotranspiração Métodos Medidas diretas Tanque de evaporação Lisímetros Medidas indiretas Balanço hídrico Formulações matemáticas – equações empíricas Equações empíricas (transferência de massa e ação do vento) Balanço de energia Método combinado – Método de Penman Correlação dos vórtices turbulentos (eddy covariance) Tanque de evaporação Tanque cilíndrico contendo água líquida exposta à atmosfera E = P – (V2 – V1) Onde: P – precipitação durante um tempo t V1 e V2 – água armazenada no início e no fim de t Necessita de um coeficiente de correlação (Kt): EL = Kt . Et. Kt entre 0,6 e 0,8 (0,7 mais utilizado) Desvantagem – estações automatizadas Tanque Classe A Lisímetros Lisímetros Caixa estanque (volume mínimo de 1m3) inserida no solo e coberta com vegetação dreno de fundo conduz a água para um sistema de medição (D) ETP é determinada pelo balanço hídrico ETr = Dw +D Dt ETr P Onde: D – drenagem P – peso w – variação de umidade Restrição – pequena área ou volume que representa Lisímetro de drenagem Lisímetro de balança Método do balanço hídrico Problema – dificuldade de medição da Desde que se disponha de uma percolação profunda bacia hidrográfica em condições Indicado: adequadas, esta pode ser usada Condições semi-áridas para estimativa da ETP através da estações secas do ano variação do conteúdo de água no simples resolução do balanço solo representa a própria ETp no hídrico: ET P Q S Onde: ET – evapotranspiração P – precipitação (pluviômetros) Q – vazão S – variação do armazenamento da água no solo (sensores) período considerado Precisão Depende do intervalo considerado não é adequado para períodos curtos Média de vários anos as variações de água armazenada no solo tornam-se desprezíveis ETP sazonal ou anual resultados satisfatórios extensivamente usado em vários experimentos, desde que as condições sejam ideais (raro) Bacias pareadas Objetivo – identificação das mudanças no uso e cobertura da terra sobre a ETP Bacia Mirim (1,26 km2) Testemunha ou controle (controle da ppt) Bacia Colosso (1,22 km2) Bacia analisada Monica Pereira, 2007 Equações empíricas Baseiam-se na primeira lei de Dalton, que estabelece a relação entre evaporação e pressão de vapor E f (u)(es ea ) Parâmetro onde é introduzido o efeito do vento (relações empíricas) Pressão de saturação de vapor da superfície de água mm/dia Pressão de saturação de vapor do ar em uma coluna acima da superfície evaporativa Equações para o cálculo indireto da E Método Dalton Equação Parâmetros fu = a transmission function which depends on the PE = fu (es - ea ) mean wind speed and turbulent mixing; es= surface saturation vapour pressure; ev = vapour pressure at the near ground surface air. (mm/dia) Cons. massa PE = P - R (mm/dia) Qn = net radiation, J/m2 s; Razão de Bowen (balanço de energia) PE = Rohwer (1931) PE = 0.44(1+ 0.118u)(pv - pva ) Qn rw LV (1+ R) (m/s) (mm/dia) Thorntwaite & Holzman (1942) Cu20.76 x00.88 y0 (pv - pva' ) u = wind speed, miles/h; pv = evaporating surface vapour pressure; pva = vapour pressure above the surface; evaporation. a æ L öæ N öæ 10Ta ö PE =1.6 ç ÷ç ÷ç ÷ è 12 øè 30 øè I ø (cm/mês) rw = water density, kg/m3; LV = latent heat of vaporisation, J/kg; R = Bowen ratio. x0, y0 = evaporating area, m; C = constant related to the temperature; u2 = wind speed at 2 m, miles/day; pv = vapour pressure at the surface; pva’ = vapour pressure above surface unaffected by PE(x0 , y0 ) = (mm/dia) Thorntwaite (1948) P = precipitation, mm/day; R = runoff, mm/day. L = length of daylight, hours; N = number of days during the month; Ta = mean monthly air temperature, oC; a=6.75∙10-7I3–7.71∙10-5I2–1.79∙10-2I–0.492 I = S12month=1(Ta / 5)1.514. Gitirana Jr, 2005 Método Equação Penman (1948) PE = Parâmetros G = slope of the saturation vapor pressure versus temperature curve, mmHg/oF; Qn = net radiation at the surface, m/s; h = psychrometric const., 0.27 mmHg/oF; Ea = 0.35(1 + 0.15Ww)(pvsatair – pvair), m/s; Ww = wind speed, km/h; pvair = near surface air vapour pressure. GQn + h Ea G +h (m/s) Blaney & Criddle (1950) PE = (0.457T +8.13)p Jensen & Haise (1963) PE = (0.025T + 0.078) Penman-Monteith (1965) T = mean daily temperature, oC; p = mean annual fraction of day that is in daylight. (mm/dia) (mm/dia) Rs 59 1 é GA + ra c p D ra ù PE = ê ú l ë G + h(1+ rs ra ) û (MJ/m2.dia) Pristley-Taylor (1972) PE = a G (Rn - G) G +h (mm/dia) Hargreaves (1985) PE = 0.0023S0 dT (T +17.8) (mm/dia) Wilson (1994) GQn + hEa AE = G + hA (MJ/m2.dia) T = air temperature, oC; Rs = incident solar radiation, mm/day. G, h = same as in Penman (1948), kPa/oC; A = Rn – G, MJ/m2 day; ra = air vol. heat capacity, MJ/m3 oC; cp = vapour pressure deficit, kPa; D = fraction of day that is in daylight; rs, ra = canopy and aerodynamic resistances to vapour transfer, day/m. a = empirical constant; G, h = same as in Penman (1948); Rn = net radiation, mm/day; G = soil heat flux, mm/day. S0 = extraterrestrial radiation, mm/day; dT = difference between the mean monthly maximum and minimum temperature, oC; T = temperature, oC. G, Qn, h, Ww, pvair = as in Penman (1948); Ea = 0.35(1 + 0.15Ww)pvair(B – A), m/s; A = 1/RH; B = 1/RHair; RH = relative humidity at the surface; RHair = relative humidity of the air. Gitirana Jr, 2005 Método de Penman Penman (1948) combinou o método do balanço de energia (radiação disponível) com o método de transferência de massa (transporte turbulento de vapor da superfície evaporativa para a atmosfera – vento) para computar a evaporação a partir de uma superfície de água livre E 0 Rn Ea Onde: Rn – radiação líquida sobre a superfície de água livre - constante psicrométrica Ea = f(u)(es-ea) – função empírica da velocidade do vento, onde es – pressão de saturação de vapor ea – pressão de vapor no ar acima da superfície (es-ea ) – déficit de pressão de vapor (mecanismo de transferência de massa) - declividade da curva de saturação de vapor à temperatura média de bulbo úmido Método de Penman D= 4098es (Ta + 237, 7)2 [ kPa°C -1 ] Fornece bons resultados devido à sua forte base teórica Assim como no método do balanço hídrico, os parâmetros utilizados podem ser obtidos em estações meteorológicas convencionais Método do balanço de energia Rn = l E + H + G l E + H = Rn - G H = rcp (T -Ta ) lE = E rc p ( e - ea ) g Rn G 1 T e Razão de Bowen Onde: (1) - densidade do ar cp – calor específico do ar sob pressão constante e – déficit de pressão de vapor T – gradiente de temperatura Rn – radiação líquida G – calor armazenado no solo - constante psicrométrica (2) (3) mm.dia-1 B= (4) H DT =g lE De g= ca P = 0, 66mb / C 0 0, 622 lv P – pressão atmosférica (mb) ca – capacidade de retenção de calor do ar (a uma dada pressão) Dados obtidos de estações meteorológicas Também conhecido como Método de Bowen ou método da radiação Metodo de Thornthwaite (método da temperatura) l N 10Ta ET p 16 12 30 I a Onde: ET – evapotranspiração mensal l – comprimento médio do dia (h) N – número de dias do mês Ta – temperatura média mensal do ar (oC) – mês em questão I – índice de calor, obtido pela relação 12 I (T / 5)1,514 I 1 T – temperatura média anual da região a – função cúbica de I, dada pela relação: a 0,49239 0,01792( I ) 0,000077( I )2 0,000000675 ( I )3 Vantagem – requer apenas dados de temperatura e insolação Desvantagem – subestima ET nos meses de máxima radiação líquida (foi desenvolvido para regiões de clima úmido) Método de Penman-Monteith (método combinado) Na formulação de Penman, as componentes embutidas no fator de proporcionalidade levam em conta apenas as condições atmosféricas. No entanto, quando o solo encontra-se na condição não saturada, o fluxo evaporativo passa a depender também das propriedades do solo; Para considerar essa situação, o método de Penman foi posteriormente adaptado por outros pesquisadores para abranger superfícies vegetadas em solos não saturados (Monteith, 1965; Choudhurry & Monteith, 1988, entre outros) Essas expressões definem o fluxo evapotranspirativo e englobam a utilização de fatores de resistência – resistência aerodinâmica (ra) e resistência da superfície (rs) para considerar a resistência que a superfície evaporativa exerce à perda de água Essas resistências exercem papel chave na determinação da ETP e são determinadas a partir das propriedades físicas do solo e da vegetação Método de Penman-Monteith Formulação de Penmam-Monteith para superfícies vegetadas E Rn G a c p es ea / ra 1 rs / ra Onde: G – fluxo de calor no solo (desprezado na Eq de Penman) a – massa específica média do ar à pressão constante cp – calor específico do ar ra e rs – resistências oferecidas pela superfície Método de Penman-Monteith Resistência aerodinâmica (ra) zm d zh d ln ln zom zoh r a k 2u z Onde: ra – resistência aerodinâmica (sm-1) zm – altura da medida da velocidade do vento (m) zh – altura da medida da umidade (m) d – altura de deslocamento plano zero (m) zom – comprimento da rugosidade, que governa a transferência de calor e vapor (m) k – constante de von Karman (0,41) uz – velocidade do vento à altura z (ms-1) Método de Penman-Monteith Resistência de superfície (rs) (para plantas) rs rl LAIef Onde: rs – resistência de superfície (sm-1) rl – resistência estomatal de uma folha bem iluminada (sm-1). Corresponde à resistência média de uma folha, individualmente. Essa resistência depende da PAR (radiação fotossinteticamente ativa), do déficit de pressão de vapor entre a folha e a atmosfera e do potencial hídrico da folha (que está relacionado à disponibilidade de água no solo) LAIef – índice de área foliar efetivo (m2 de área foliar x m-2 de superfície de solo) Método de Penman-Monteith Formulação de Penmam-Monteith para solos E s Rns c p es ea / ras 1 rs / ras Onde: ras - resistência aerodinâmica entre a superfície de solo e o ar contido no dossel Rns – radiação líquida que chega ao solo rs – resistência de superfície (sm-1) Método de Penman-Monteith Resistência de superfície (rs) (para solos) rs l ps Dm Onde: - fator de tortuosidade (parâmetro adimensional relativo à resistência à difusão do vapor d´água para um meio poroso) l – espessura da camada de solo seco (m) – essa espessura não é constante e varia em função do fluxo de água no solo devido à ação das demais componentes do balanço hídrico (percolação, fluxo lateral e fluxo ascendente) – a espessura da camada de solo seco é calculada através da solução da equação de Richards, a qual considera o fluxo em solo não saturado ps – porosidade do solo Dm difusão molecular do vapor d´água Correlação dos vórtices turbulentos (eddy correlation) • Mede diretamente os fluxos de ecossistema de uma maneira integrada: quanto CO2 e vapor de H2O entra e sai devido ao vento. • Relaciona as mudanças no fluxo de CO2 e vapor de H2O no ar acima do dossel provocado pelo movimento ascendente e descendente do ar. a E wa ' qv ' w H aca wa 'Tv ' Método preciso, porém requer instrumentos específicos Sensores podem apresentar problemas de funcionamento Gradientes horizontais podem provocar erros Dificuldade de fechamento do balanço anemometro sensor Correlação dos vórtices turbulentos (eddy correlation) 1000 a) -2 H + Le (W m ) 800 600 y = 0.93x - 4.24 2 r = 0.85 n = 4304 LE H Rnet G 400 • Como a inclinação da reta é menor do que 1, isto indica de que a soma do calor sensível e latente medido pelo método é menor do que a soma da energia disponível. 200 0 -200 1000 -2 H + Le (W m ) 800 • Esta discrepância está relacionada com questões relacionadas com a advecção e restrições na medição dos vórtices. b) y = 0.94x - 7.09 2 r = 0.86 n = 3310 600 400 200 0 -200 -200 0 200 400 600 -2 Rnet - G (W m ) 800 1000 Considerações sobre a escolha do método Grandes incertezas na determinação da evapotranpiração Balanço hídrico permite controle apenas para períodos longos Equações matemáticas requerem dados de estações meteorológicas e dados da superfície evaporativa (solo e vegetação) – nem todas fornecem bons resultados Métodos mais modernos utilizam torres com medidas ao longo da vertical – eddy covariance (torres micrometeorológicas) Considerações sobre a escolha do método 1) Proposta da análise: determinação da quantidade de ETP que realmente ocorre em uma dada situação Incorporação em um modelo hidrológico Projeto de reservatório Avaliação geral das reservas hídricas 2) Disponibilidade de dados Parâmetros meteorológicos foram medidos na área de interesse ou estimados a partir de valores regionais 3) Período de interesse Horas, dias, meses, anos, média climática Exercícios 1) Defina ETp e ETr mostrando quais são os fatores que as condicionam. Faça um esquema gráfico para melhor ilustrar. 2) Determine a Etp a partir do Método de Thornthwaite, considerando: Local: Piracicaba (SP) – latitude 22º 42´S Mês: Janeiro – T média = 24,4º C l = 13,4 h N = 31 dias Ta = 21,1º C Exercícios 3) Para uma bacia hidrográfica, estime a Etr a partir dos dados de precipitação (P) e de vazão (Q) apresentados abaixo Ano P mm Q mm 1971 1988 627 1972 2671 1454 1973 2582 1288 1974 1695 693 1975 1749 647 1976 1802 660 1977 1747 778 1978 1266 359 1079 2048 832 1980 1862 696 Exercícios 4) Na região de florestas naturais de Eucalyptus regnans, Austrália, foi desenvolvido um trabalho em uma bacia hidrográfica experimental de 52,8 ha. A floresta adulta natural da bacia tinha cerca de 150200 anos de idade, com árvores de altura variando entre 70 e 80m, DAP médio de 36 cm, sendo subbosque, área basal de 30 m/ha e densidade aproximada de 110 árvores/ha. Nestas condições, para uma precipitação anual de 1100 mm, o deflúvio anual da bacia foi de 256mm, com uma perda da interceptação da ordem de 23%. Em 1971/72 realizou-se um corte raso total da floresta em toda a bacia, mantendo-se apenas uma faixa ciliar de proteção (mais ou menos 15% da área). Após a queima da vegetação remanescente, a área foi semeada (semeadura direta e lanço de cerca de 2 kg/dia de sementes). A regeneração foi rápida e vigorosa. Em 1977, a nova floresta apresentava cerca de 10m de altura média, DAP médio de 13cm e densidade de cerca de 3400 árvores/ha. Em 1978, 13,3m de altura e 18m de DAP médio. No primeiro ano após o corte, o aumento no deflúvio da bacia foi de 308mm, em 1978 o aumento havia se reduzido para 48mm. Medições da interceptação realizadas na floresta em desenvolvimento mostraram os dados apresentados na Tabela x. Pede-se: a) Determinar as equações de regressão entre as variáveis independente (x = P) e a dependente (y = Pi) para cada ano. Supor Ps =0 e, portanto, I = P – Pi b) Plotar as respectivas curvas de regressão para cada ano, identificando cada uma delas com as respectivas equações e anotando o valor do coeficiente de regressão (r2) c) Calcular o valor médio de Pi, percentualmente em relação à P, para cada mês e o valor médio anual para cada ano d) Após o corte da floresta natural, quanto do Q (aumento do deflúvio no primeiro ano após o corte) verificado foi devido à interceptação? e) Qual a interceptação média em 1978 (mm) e qual foi a participação deste valor na redução do aumento do deflúvio? f) Faça uma apreciação resumida da variação da interceptação com o desenvolvimento da floresta Exercícios