Tema do 3T14 – A doutrina do Espírito Santo
Estudo 10 – “Dons segundo a graça”
A posse dos dons espirituais
Introdução
Texto áureo:
“Orarei com o espírito, mas também
orarei com o entendimento; cantarei
com o espírito, mas também cantarei
com o entendimento.” (1Co 14.15)
Depois de termos meditado sobre o
“batismo no Espírito, a plenitude espiritual
e a posse dos dons espirituais”, nos
capítulos 12 de Romanos e 1Coríntios e 4
de Efésios, vamos hoje, nos considerar
capacitados para tentar compreender
então como esses dons operam na vida do
crente. O apóstolo Paulo no capítulo 14 de
sua 1ª Carta aos Coríntios nos dá um
verdadeiro receituário sobre o uso e a
prática dos dons espirituais na vida do
crente.
Introdução II
Ou seja, vamos da teoria à prática.
Do conhecimento à ação.
Neste capítulo 14, temos um perfeito
manual para o crente que deseje ser, em
sua vida cristã, um digno titular do reino
de Deus na terra, exercitando com honra
e dignidade os dons espirituais porventura
recebidos do Pai.
Observem a didática paulina:
No capítulo 12 ele escreve sobre os
dons. No capítulo 13 ele ensina que sua
base deve ser o amor. Para no capítulo
14, então, detalhar sobre a melhor
forma de aplicá-los.
Para isto, neste capítulo 14 ele
vai se situar em dois dos dons
mais procurados naquela época: o
de profetizar e o de falar em
línguas. No entanto, os conselhos
sobre como conviver com a ação
desses dois dons na vida dos
crentes valem também para todos
os demais dons.
Introdução III
Depois de iniciar o capítulo 14 com um versículo (1),
que foi o nosso texto áureo do domingo passado,
dando ênfase à busca espiritual, balizada esta
procura, pela vida em amor, quando afirma:
“Segui o amor, e procurai com zelo os dons
espirituais, mas principalmente o de profetizar”...
O apóstolo poderia parar
por aí, mas ele vai continuar
por mais 37 versículos
expondo o seu ponto de
vista sobre o que significa
para a igreja a prática dos
dons espirituais.
... Ele vai demonstrar logo depois de condenar a
prática indevida do dom de línguas no versículo 2,
porque é o dom da profecia o mais importante
e essencial para a igreja. Veja o versículo 3:
“Mas o que profetiza fala aos homens
para edificação, exortação e consolação”.
Vejam, cada um dos irmãos, em sua vivência
espiritual de vida cristã, se não são esses três
sentimentos íntimos e pessoais que buscamos
quando ouvimos a voz profética conforme nos
aponta o versículo 3:
”Edificação” - a palavra pastoral que nos
proporciona crescimento íntimo, fortalecimento
das verdades eternas, vigor em nossa vida;
“Exortação” – a palavra pastoral que nos aponta
os verdadeiros caminhos do Senhor, nos adverte
do erro, nos capacita para a uma vida santa;
“Consolação” – a palavra pastoral que nos traz
paz ao coração, que nos abençoa diante das
lutas, que nos conforta em face do infortúnio.
Não é isto que dominicalmente buscamos em
nossos cultos?
Introdução IV
Esta é a tríplice e
verdadeira operação do dom
da profecia na vida do
crente, através da vida e
pregação de um pastor
inspirado.
Introdução V
A manifestação do Espírito Santo na vida da
igreja e dos crentes deu sempre margem,
por sua diversidade, a muitos excessos ou
exageros a partir dos líderes.
Para evitar estes desvios doutrinários o
apóstolo aconselha com muita propriedade a
respeito do dom de orar no v. 15:
”Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas
também orarei com o entendimento; cantarei
com o espírito, mas também cantarei com o
entendimento.”
Sim, diante desses excessos, o apóstolo
aconselha o equilíbrio, o comedimento, a
espiritualidade balizada pela racionalidade.
Este capítulo é um verdadeiro
convite à maturidade espiritual
da igreja de Cristo e dos seus
membros:
Vamos à leitura dos textos
bíblicos para nosso melhor
entendimento
Em Pentecostes o dom de línguas era compreensível. Já na
época de Paulo era incompreensível aos demais. Seria uma
espécie de êxtase espiritual:
2 Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus;
pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios;
Como o texto é longo,
vamos aos destaques:
Já a linguagem profética era plenamente entendida:
3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação,
exortação e consolação.
Paulo queria que todos tivessem momentos de êxtase espiritual,
mas o profetizar seria mais útil para a igreja:
5 Quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que
profetizeis.
Ele mesmo se fosse a Corinto falar línguas, de que
adiantaria para a igreja?,
6 Se eu for ter convosco falando em línguas, de que vos
aproveitarei se vos não falar por meio da revelação...?
Ou seja, de que aproveita a mensagem se não a entendem?
8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará
para a batalha?
Para o apóstolo o falar em
línguas seria como que uma
forma de expressão de
gozo íntimo e espiritual que
poderia acontecer em
benefício de um crente mas
não em benefício da igreja.
O objetivo de Paulo
diante de uma igreja que
surgia em meio a uma
sociedade pagã, era
mostrar ao crente a
pureza, santidade e a
inspiração espiritual do
Evangelho.
Ele não condena a busca pelos dons, mas que sejamos sábios nisto:
12 ... Já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles,
mas, para a edificação da igreja.
Ele recomenda que haja um equilíbrio do Racional com o Espiritual:
15 Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
Ele evidencia isto dando o seu próprio exemplo:
18 Dou graças a Deus porque falo em línguas mais do que vós todos...
19 Todavia na igreja quero antes falar cinco palavras com o meu
entendimento, do que dez mil palavras em língua.
Ele dá um exemplo bem forte do que pode ocorrer se a igreja der
prioridade ao dom de línguas:
23 Se a igreja se reunir... E todos falarem em línguas... E entrarem
visitantes... Não dirão porventura que estão loucos?
E, para finalizar ele é bem claro em evidenciar o que diz respeito ao
verdadeiro culto espiritual:
33 porque Deus não é Deus de confusão, mas sim se paz...
40 Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
Conclusão
Sim, o apóstolo desejava apontar para os crentes
que, sob o ponto de vista espiritual, ter a
presença do Espírito em seu ser, não requer
manifestações de vozes ininteligíveis,
gesticulação exagerada, cânticos inflamados
acompanhados de palmas ou de trejeitos
corporais, nem mesmo, declarações, ditos
altissonantes, mas sim, de
uma reação interior, discreta e silente, que o
faça sentir-se tocado e moldado pelo Espírito.
Ninguém ao lado precise se aperceber disto.
Ele, unicamente ele, na sua individualidade
simples e recatada, percebe e sente: - a sensação
única e especial de ser portador da graça
maravilhosa do Espírito de Deus em sua vida!
O apóstolo neste capítulo
nos ensina que há dons e
dons. Alguns são
exclusivos de certas
pessoas, mas o dom da
profecia (pregar,
exortar, consolar) é o
dom genérico da igreja
de Cristo. Todos
podemos praticá-lo!
Para pensar:
Quando Paulo escreve à igreja em Corinto que:
“Todos podereis profetizar, cada um por sua
vez; para que todos aprendam e todos sejam
consolados”
Ele está dizendo a mim e a você:
Por que você não está exercendo este dom?
Por que você não está falando de Cristo a
alguém?
Por que você não está ajudando ao seu irmão?
Por que você não está orando por alguém?
Ou seja, você e eu, diante de tal graça
imensurável, temos o dever de “profetizar”
testemunhando ao mundo ao redor.
Concluindo:
Qual é a sua resposta à
indagação de Paulo?
Como igreja hoje estamos
dispostos a profetizar?
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