CARACTERIZAÇÃO DE FEIÇÕES EROSIVAS LINEARES A PARTIR DA ANÁLISE MORFOMÉTRICA: ESTUDO DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ Caroline Gonçalves Mangueira PIBIC – CNPq Orientador: Leonardo José Cordeiro Santos Introdução/Objetivos Os atributos topográficos do relevo, como plano e perfil de curvatura, declividade e hipsometria, são importantes indicadores que podem caracterizar processos geoambientais, incluindo as feições erosivas lineares. Exemplo dos processos que podemos analisar são as erosões lineares mais Figura 1: Mapa de localização da área de estudo. desenvolvidas, chamadas de ravinas e voçorocas – que afetam grande parte da porção noroeste do estado do Paraná. Neste contexto, o presente trabalho buscou analisar a influência das características físicas do solo e do relevo na forma e dinâmica das voçorocas, localizadas na Formação Caiuá (Figura 1). Resultados/Discussão Os resultados obtidos se correlacionam com os compartimentos pedológicos encontrados na mesma área por NAKASHIMA (1999). O compartimento SP IV (Figura 2) é apontado como o que mais concentra formas erosivas devido as suas características morfológicas, pedológicas e hídricas. A análise da declividade revelou que quanto maior a declividade, maior será o potencial de ocorrência de novas feições. A forma de vertente também exerceu influência no controle de distribuição espacial das erosões (Figura 3) Procedimentos Metodológicos Revisão das feições erosivas identificadas por MANGUEIRA et al, 2012; Geração do MDT e dos parâmetros morfométricos primários: hipsometria, declividade, curvatura; Cálculo dos índices de Frequência de Distribuição (FD); Concentração de Erosão (CE) e Potencial de Erosão (PE); Análise integrada dos dados gerados com a Carta de Sistemas Pedológicos da Região Noroeste do PR (NAKASHIMA, 1999). Referências DANIEL, Evandro. (2012). Análise do papel da morfologia e do uso do solo na gênese e na distribuição das feições erosivas na bacia do córrego Espraiado, São Pedro (SP). São Paulo. Dissertação de mestrado – FFLCH, USP. MANGUEIRA, C. G.; COUTO, E. V.; SANTOS, L. J. C. (2012). “Relação solo e relevo na distribuição de feições erosivas no Noroeste do Paraná” in Anais do 9º Simpósio Nacional de Geomorfologia, 2012, Rio de Janeiro: UFRJ. 5p. NAKASHIMA, P. (1999). Cartografia dos Sistemas Pedológicos do Noroeste do Paraná: distribuição e subsídios para o controle da erosão. São Paulo. Tese de doutorado. FFLCH, USP. FIGURA 3: A forma convergente da vertente apresentou CE e PE de valores 61,87% e 0.183%, respectivamente. FIGURA 2: Destaque para o SP- IV, que corresponde a 15,43 % do noroeste, onde também foi encontrado o maior Índice de Concentração de erosões (MANGUEIRA et al, 2012). Os valores de CE e de PE, na análise em plano, são maiores nas vertentes de forma convergente, locais que consistem em zonas de convergência dos fluxos superficial e subterrâneo, havendo assim uma interação sinérgica favorável aos processos causadores de incisões. Conclusões Os índices aplicados para a análise de distribuição das feições erosivas segundo os parâmetros morfométricos se mostraram relevantes. Em linhas gerais, as voçorocas preferencialmente estão inseridas na média vertente, com curvatura conexa-convergente, entre 4 e 7 % de declividade. A maior contribuição do estudo, entretanto, foi a assertiva correlação entre os atributos derivados do Modelo Digital do Terreno e o Sistema Pedológico da região noroeste do Paraná.