PROJETO VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva. PROFESSORES ORIENTADORES MSc. Ângela Pereira da Silva Oliveira Mestrando João Antônio de Lima Vilela PDra. Marília Cândida de Oliveira ALUNOS Danilo Carlos de Morais Maria Ralyne Félix Sophia Rodrigues Hermes Fevereiro – 2011 Uberlândia – MG. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO - CAMPUS UBERLÂNDIA PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Rousseff MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Eliezer Moreira Pacheco DIRETOR GERAL Ruben Carlos Bevegnú Minussi DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO Murilo de Deus Bernardes DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL Juvenal Caetano de Barcelos COORDENADORA GERAL DE ENSINO Leila Márcia Costa Dias PROFESSORES ORIENTADORES MSc. Angela Pereira da Silva Oliveira [email protected] Professora de Português, Inglês e Projetos de Extensão Interdisciplinares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro IFTM - Campus Uberlândia Mestre em Educação Agrícola – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Mestrando João Antônio de Lima Vilela [email protected] Professor de Geografia, Sociologia e Projetos de Extensão Interdisciplinares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro IFTM - Campus Uberlândia Mestrando em Educação Agrícola – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro PDra. Marília Cândida de Oliveira [email protected] Professora de Irrigação e Projetos de Extensão Interdisciplinares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro IFTM - Campus Uberlândia Doutora em Irrigação/Controle e Qualidade de Água - Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus Botucatu/São Paulo Pós doutora em Controle e Qualidade de Água - Instituto da Água de Portugal ALUNOS PARTICIPANTES Kiola Andreza Santana dos Santos [email protected] 3º Ano do Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico em Agropecuária Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro IFTM - Campus Uberlândia Lana Laene Lima Dias [email protected] 3º Ano do Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico em Agropecuária Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro IFTM - Campus Uberlândia ENDEREÇO INSTITUCIONAL Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFTM Campus Uberlândia Endereço: Fazenda Sobradinho s/n – Zona Rural – Cx. Postal 592 CEP: 38.400-974 Município: Uberlândia Estado: Minas Gerais Pais: Brasil Telefone: (0055 34) 3233-8812 FAX: (0055 34) 3233-8833 Site: www.iftm.edu.br/uberlandia APRESENTAÇÃO A água é utilizada, em todo o mundo, para diversas finalidades, como no abastecimento de cidades e usos domésticos, geração de energia, irrigação, dessedentação de animais, navegação e a aquicultura. Na medida em que os países se desenvolvem, crescem, principalmente, as indústrias e a agricultura, atividades que mais consomem água, se comparadas aos outros usos. O cenário de escassez provocado pela degradação e pela distribuição irregular da água, somado ao aumento da demanda em várias atividades que dependem dela, geram conflitos, sejam dentro dos próprios países ou entre as nações (por exemplo, no caso de bacias hidrográficas se localizarem no território de mais de um país). A urgência por medidas praticáveis, ações e sugestões que possam minimizar o problema de escassez de água, e nossa preocupação com os resultados das pesquisas das últimas décadas levaram-nos a propor estratégias de melhor aproveitamento da água de chuva com o compromisso de preservar as diversas vidas do planeta – o que implica o uso racional e reutilização da água. Um dos principais objetivos do trabalho não é somente a economia com custo de água e sim a economia de água, por ser um legado para nossas futuras gerações. SUMÁRIO Página I. INTRODUÇÃO 1 II. OBJETIVOS 2 2.1. OBJETIVO GERAL 2 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 2 III. JUSTIFICATIVA 3 IV. A ÁGUA NO CONTEXTO GERAL 4 4.1. O CICLO DA ÁGUA 4 4.2. A ÁGUA NO MUNDO 5 4.2.1. A distribuição da água no mundo 6 4.3. POLUIÇÃO DA ÁGUA 8 4.4. AS FONTES DE ÁGUA 10 4.5. TIPOS DE ÁGUAS 10 4.6. OS DIFERENTES USOS DA ÁGUA 14 4.7. USO RACIONAL DA ÁGUA 17 4.7.1. Economia 18 V. APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA 20 5.1. USO DA ÁGUA DE CHUVA 21 5.1.1. Tipos de uso 21 5.2. CAPTAÇÃO DA ÁGUA DE CHUVA 23 VI. MATERIAIS UTILIZADOS PARA A CAPTAÇÃO DA ÁGUA 24 6.1. RESERVATÓRIO 24 6.1.1. Cisterna 24 VII. METODOLOGIA 26 28 7.1. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DA ÁGUA PELO TELHADO 7.1.1. Calha utilizando tambor de fibra 28 7.1.2. Calha utilizando uma cisterna de placas de cimento concreto 30 VIII. MANUTENÇÃO 32 IX. PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA X. 33 3 VALORES DA ECONOMIA DO PAGAMENTO DA ÁGUA/m XI. REFERÊNCIAS 34 36 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva I. INTRODUÇÃO A água é a substância mais reciclável na natureza e faz parte essencial de todas as formas de vida dos reinos vegetal e animal, encontrando-se por toda a parte na crosta terrestre e na atmosfera. Cerca de 70% da nossa alimentação e do nosso corpo são constituídos por água. A água é composta por dois elementos químicos: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, representados pela formula H2O. Quimicamente, nada se compara à água. É um composto de grande estabilidade, um solvente natural, e uma fonte poderosa de energia química capaz de liberar e absorver mais calor do que todas as demais substâncias comuns. A água doce, indispensável à vida, ao contrário do que a maioria pensa, é um recurso relativamente escasso, sendo que o aumento na demanda (decorrente do crescimento populacional), o desperdício e o uso inadequado, associado à poluição de toda a ordem, podem esgotar e/ou degradar esse recurso. Problemas desse tipo já ocorrem em várias regiões do mundo e, mantidas as atuais formas de uso da água, poderão abranger grandes áreas do planeta, gerando uma crise global. O uso da água refere-se à sua retirada do ambiente (superficial ou subterrâneo) para suprir as necessidades do homem e esse termo implica que uma parte do que é aproveitado volta para o ambiente. Já, o consumo refere-se à parcela que não retorna de forma direta ao ambiente (como a água da irrigação). Em termos globais, a indústria usa 24% e consome 4% da água hoje aproveitada. O uso excessivo pode acarretar a diminuição do volume ou o esgotamento dos aquíferos subterrâneos e essa questão é crucial, pois grande parte da população mundial depende dessa fonte de abastecimento. A agricultura é responsável por 70% do uso e 87% do consumo total de água no mundo. 1 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva II. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL ¾ Propor estratégias de melhor APROVEITAMENTO DA ÁGUA, com o compromisso de preservar quantitativa e qualitativamente a água necessária à sobrevivência de diversas vidas. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ¾ Despertar o indivíduo para a importância da água e da biodiversidade como direito de todos; ¾ Fornecer dados para que se conheçam os vários usos e ocupações da água; ¾ Propor a utilização da água da chuva para fins diversos; ¾ Conscientizar o cidadão quanto à economia com custo de água consumida e com a economia de água dos mananciais em geral; ¾ Divulgar o combate ao desperdício de água. 2 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva III. JUSTIFICATIVA O aproveitamento de água de chuva é uma prática muito difundida em países como a Austrália e a Alemanha, onde novos sistemas vêm sendo desenvolvidos, apresentando uma captação de água de boa qualidade de maneira simples e bastante efetiva em termos de custo-benefício. A utilização de água de chuva justifica-se devido a: ¾ Reduzir o consumo de água da rede pública e do custo de seu fornecimento; ¾ Evitar a utilização de água potável,quando esta não é necessária, como por exemplo, na descarga de vasos sanitários, regas de jardins e em hortas, lavagem de carros e de pisos, pátios, em condomínios onde não há espaço para lazer, lavagem de vidros e afazeres domésticos que não exigem água potável, lavagem de roupas, etc.; ¾ Os investimentos que demandam tempo, atenção e dinheiro serem mínimos para a captação de água da grande maioria dos telhados, e o retorno do investimento ocorre a partir de 2 anos e meio; ¾ Fazer sentido ecológico-financeiro, não desperdiçando um recurso natural, muitas vezes escasso na zona urbana e disponível em abundância nos telhados, quando chove; ¾ Ajudar a conter as enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada para galerias e rios, o que evitaria, por exemplo, as catástrofes hídricas vivenciadas pelo Brasil, nos últimos anos; ¾ Estimular a conservação de água, a auto-suficiência e uma postura definida para os problemas ambientais dos Municípios, Estados e Países; ¾ Ser uma forma de educação ambiental para as crianças e adolescentes, os quais representam o futuro dos países. 3 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva IV. A ÁGUA NO CONTEXTO GERAL 4.1. O CICLO DA ÁGUA A água apresenta-se no estado líquido nos mares, rios, lagos, pântanos e, na superfície terrestre, evapora-se por influência do calor e, em seguida, sobe para a atmosfera, condensando-se, devido ao arrefecimento da massa de ar. Ao condensar-se, formam-se pequenas gotículas que vão aumentando de dimensão, à medida que mais água condensa-se ou se junta, até que se tornam demasiadamente pesadas, caindo sob forma de precipitação. No caso do arrefecimento, este ocorre a temperaturas inferiores a 0ºC, formando-se cristais de gelo que caem sob a forma de neve. Se o arrefecimento for lento, cairá sob a forma de granizo. Da água que cai sobre a superfície terrestre, parte penetra no solo, enquanto outra parte se mantém na superfície. Parte da água infiltrada fica retida no solo, tornando o solo úmido, a restante, infiltra-se até encontrar uma camada impermeável onde se forma o lençol freático (lençol de água A água retida no solo evapora-se diretamente para a atmosfera e/ou pode ser absorvida pelas raízes das plantas. A parte da água precipitada, que não se infiltra no solo, junta-se a rios e lagos, de onde flui para os oceanos. Em todas essas superfícies líquidas dá-se a evaporação. O vapor de água proveniente deste processo junta-se à evaporação no solo e ao da transpiração dos seres vivos – que resultará na precipitação. Abaixo podemos visualizar o ciclo da água de forma ilustrativa. 4 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Fonte: TUNDIZI, 2008. 4.2. A ÁGUA NO MUNDO A água tem se tornado um elemento de disputa entre nações. Um relatório do Banco Mundial (1995) alerta para o fato de que "as guerras do próximo século serão por causa de água, não por causa do petróleo ou política". Hoje, cerca de 250 milhões de pessoas, distribuídas em 26 países, já enfrentam escassez crônica de água. Em 30 anos, o número de pessoas saltará para 3 bilhões em 52 países (GRASSI, 2001). Nesse período, a quantidade de água disponível, por pessoa, em países do oriente médio e do norte da áfrica, estará reduzida em 80%. A projeção que se faz é que, nesse período, 8 bilhões de pessoas habitarão a terra, em sua maioria concentradas nas grandes cidades. Daí, será necessário produzir mais alimento e mais energia, aumentando o consumo doméstico e industrial de água. Essas perspectivas fazem crescer o risco de guerras, porque a questão das águas torna-se internacional. Em 1967, um dos motivos da guerra entre Israel e seus vizinhos foi justamente a ameaça, por parte dos árabes, de desviar o fluxo do rio Jordão, 5 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva cuja nascente fica nas montanhas no sul do Líbano. O rio Jordão e seus afluentes fornecem 60% da água necessária à Jordânia. A Síria também depende desse rio. A populosa china também sofre com o problema. O grande crescimento populacional e a demanda agroindustrial estão esgotando o suprimento de água. Das 500 cidades que existem no país, 300 sofrem com a escassez de água. Mais de 80 milhões de chineses andam mais de um quilômetro e meio por dia para conseguir água, e assim acontece com inúmeras naco Um levantamento da ONU (Organização das Nações Unidas) aponta duas sugestões básicas para diminuir a escassez de água: aumentar a sua disponibilidade e utilizá-la mais eficazmente. Para aumentar a disponibilidade, uma das alternativas seria o aproveitamento das geleiras; a outra seria a dessalinização da água do mar. Esses processos são muito caros e tornam-se inviáveis para a maioria dos países que sofrem com a escassez. É possível, ainda, intensificar o uso dos estoques subterrâneos profundos, o que implica utilizar tecnologias de alto custo e o rebaixamento do lençol freático. 4.2.1 A distribuição da água no mundo Fonte: UNEP, 2008. 6 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Embora 3/4 da superfície da terra sejam compostas de água, ela é distribuída de forma desigual no planeta. E, ainda, a maior parte não está disponível para consumo humano, pois 97% são água salgada, encontrada nos oceanos e mares, e 2% formam geleiras inacessíveis. Apenas 1% de toda a água é doce e pode ser utilizada para consumo do homem e animais. Deste total, 97% estão armazenados em fontes subterrâneas. As águas doces superficiais - lagos, rios e barragens - utilizadas para tratamento e distribuição nos sistemas de tratamento vêm sofrendo os efeitos da degradação ambiental que atinge cada vez mais intensamente os recursos hídricos em todo o mundo. A poluição destes mananciais vem tornando cada dia mais difícil e caro o tratamento da água pelas ETAs (Estações de Tratamento de Água). A água faz parte do meio ambiente, portanto sua conservação e bom uso são fundamentais para garantir a vida em nosso planeta. O uso cada vez mais intenso dos recursos hídricos vem obrigando a adoção de medidas de regulação e modificação dos cursos d’água, o que gera variações nos ecossistemas e microclimas, com prejuízos à flora, fauna e habitat. O aumento da contaminação da água é uma das características mais importantes do uso dos recursos hídricos em todo o mundo. Nos países em desenvolvimento, são poucas as cidades que contam com estações de tratamento para os esgotos domésticos, agrícolas e industriais, incluindo os agrotóxicos. 7 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Até agora os seres humanos, a fauna e a flora vêm sobrevivendo às situações de mudança, mas se a contaminação aumentar, a capacidade de regeneração e adaptação diminuirá, acarretando a extinção de espécies e ambientes que antes constituíam em fonte de vida. Por isto, é urgente um processo de planificação para prevenir e reduzir a possibilidade de ocorrerem estes danos. Devido ao fato de só uma parte da água estar em condições de ser utilizada, ganha relevância o tema do manejo e preservação das bacias hidrográficas. A bacia é um território, microcosmo delimitado pela própria natureza. Seus limites são os cursos d’água que convergem para um mesmo ponto. As bacias, seus recursos naturais (fauna, flora e solo) e os grupos sociais possuem diferentes características biológicas, sociais, econômicas e culturais que permitem individualizar e ordenar seu manejo em função de suas particularidades e identidade. 4.3. POLUIÇÃO DA ÁGUA A poluição e o mau uso de mananciais ampliam a escassez hídrica e fazem do acesso à água potável um foco de tensão em diversas partes do globo. Alguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar. A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, tomar banho, lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido por meio do seu tratamento, 8 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva desde a retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão. Sobre a contaminação agrícola, temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios pelas chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso, muitas vezes exagerado, de adubos, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração deste elemento na água, produzindo sulfeto de hidrogênio – um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos pelo consumo de oxigênio. Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode 9 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização (causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e, com isso, podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas). 4.4. AS FONTES DE ÁGUA Entre os recursos naturais, a água é o elemento mais importante para a subsistência das espécies, que dependem de sua disponibilidade para satisfazer suas necessidades. Quase todos os aspectos da vida do homem giram em torno da água, razão pela qual os povos desenvolveram-se nas proximidades de fontes de água. As fontes naturais de abastecimento de água são: Água da chuva; Águas superficiais (rios, arroios, lagos); Águas subterrâneas (aqüíferos / lençóis). As fontes de água constituem uma unidade e é parte fundamental do sistema ecológico e imprescindíveis para o desenvolvimento econômico. Sem dúvida, do volume de água existente no planeta, somente 1% está disponível para as atividades do homem e sua distribuição sobre a Terra é desigual. 4.5. TIPOS DE ÁGUAS Água doce A vida surgiu no planeta há mais ou menos 3,5 bilhões de anos. Desde então, a biosfera modifica o ambiente para uma melhor adaptação. Em função 10 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva das condições de temperatura e pressão que passaram a ocorrer na Terra, houve um acúmulo de água em sua superfície, nos estados líquido e sólido, formando-se assim o ciclo hidrológico. Sua importância para a vida terrestre é inegável. Não há ser vivo sobre a face da Terra que possa prescindir de sua existência e sobreviver. Mesmo assim, outros aspectos desta preciosidade também podem representar sérios riscos à vida. As águas utilizadas para consumo humano e para as atividades sócioeconômicas são retiradas de rios, lagos, represas e aquíferos, também conhecidos como águas interiores. O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental resulta em prejuízos significativos para a sociedade. Uma das consequências do crescimento urbano é o acréscimo da poluição doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas e propiciando o desenvolvimento de doenças, poluição do ar e sonora, aumento da temperatura, contaminação da água subterrânea, entre outros problemas. O desenvolvimento urbano brasileiro concentra-se em regiões metropolitanas, na capital dos estados e nas cidades polos regionais. Os efeitos desta realidade fazem-se sentir sobre todo aparelhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao abastecimento de água, ao transporte e ao tratamento de esgotos cloacal e pluvial. No entanto, atualmente, muitos fatores interferem nesse ciclo, comprometendo a qualidade das águas urbanas. O desenvolvimento e o crescimento das cidades geram o acréscimo da poluição doméstica e industrial, propiciando o aumento de sedimentos e material sólido, bem como a contaminação de mananciais e das águas subterrâneas. Dentro das águas doces, as águas residuais ou residuárias são todas as águas descartadas que resultam da utilização para diversos processos. Exemplos destas águas são: 11 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Águas residuais domésticas: - provenientes de banhos; - provenientes de cozinhas; - provenientes de lavagens de pavimentos domésticos. Águas residuais industriais: - resultantes de processos de fabricação. Águas de infiltração: - resultam da infiltração nos coletores de água existente nos terrenos. Águas urbanas: - resultam de chuvas, lavagem de pavimentos, regas, etc. As águas urbanas residuais transportam uma quantidade apreciável de materiais poluentes que se não forem retirados podem prejudicar a qualidade das águas dos rios, comprometendo não só toda a fauna e flora destes meios, mas também, todas as utilizações que são dadas a estes meios, como sejam a pesca, a balneabilidade, a navegação, a geração de energia, etc. É recomendado recolher todas as águas residuais produzidas e transportá-las até a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Depois de recolhidas nos coletores, as águas residuais são conduzidas até a estação, onde se processa o seu tratamento. O tratamento efetuado é, na maioria das vezes, biológico, recorrendo-se ainda a um processo físico para a remoção de sólidos grosseiros. Neste sentido, a água residual, ao entrar na ETAR, passa por um canal onde estão montadas grades em paralelo, que servem para reter os sólidos de maiores dimensões, tais como, paus, pedras, etc., que prejudicam o processo de 12 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva tratamento. Os resíduos recolhidos são acondicionados em contentores, sendo posteriormente encaminhados para o aterro sanitário. Muitos destes resíduos têm origem nas residências onde, por falta de instrução e conhecimento das consequencias de tais ações, deixa-se para o sanitário, objetos como cotonetes, preservativos, absorventes, papel higiênico, etc. Estes resíduos, devido às suas características, são extremamente difíceis de capturar nas grades e, consequentemente, passam para as lagoas prejudicando o processo de tratamento. A seguir, a água residual, já desprovida de sólidos grosseiros, continua o seu caminho pelo mesmo canal onde é feita a medição da quantidade de água que entrará na ETAR. A operação que se segue é a desarenação, que consiste na remoção de sólidos de pequena dimensão, como sejam as areias. Este processo ocorre em dois tanques circulares que se designam por desarenadores. A partir deste ponto, a água residual passa a sofrer um tratamento estritamente biológico por recurso a lagoas de estabilização (processo de lagunagem). O tratamento deverá atender às legislações de cada país/continente que define a qualidade de águas em função do uso a que está sujeita, designadamente, águas para consumo humano, águas para suporte de vida aquática, águas balneares e águas de rega. Água mineral: Denominam-se águas minerais aquelas que, provenientes de fontes naturais ou artificiais, possuem características químicas, físicas e físicoquímicas que as distinguem das águas comuns e que, por esta razão, lhes conferem propriedades terapêuticas. Esta conceituação é a mais aceita, embora existam outras definições baseadas em tipos de águas minerais que não se enquadrem completamente no critério acima. Águas Minerais são definidas como as águas provenientes de fontes naturais ou artificiais captadas, que possuem composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa. 13 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Água salgada: O Brasil apresenta uma extensa área costeira. O mar representa uma importante fonte de alimento, emprego e energia. Sendo assim, as questões relacionadas aos oceanos assumem importância fundamental para o povo brasileiro. Os recursos estão diretamente associados com a sustentabilidade exploratória dos recursos pesqueiros por meio da pesca artesanal, do turismo e por intermédio das comunidades tradicionais da orla marítima - folclore, tradições, estilo de vida. 4.6. OS DIFERENTES USOS DA ÁGUA A proteção dos mananciais que ainda estão conservados e a recuperação daqueles que já estão prejudicados são modos de conservar a água que ainda temos, mas isso apenas não basta. É preciso fazer muito mais para alcançarmos esse objetivo de modo que o uso se torne cada vez mais eficaz. Mas, o que fazer? Qual o papel de cada cidadão? Resposta: Cada um de nós devemos usar a água com mais economia. A água é utilizada para: 14 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Consumo doméstico e humano; Atividades comerciais; Criação de animais; Atividades pecuárias e agrícolas; Produção industrial; Geração de energia; Hidroelétrica; Mineração e exploração de petróleo; Transporte em geral; Fins recreativos. Historicamente, a maioria dos países sempre privilegiou o uso da águas para a produção de energia, em detrimento de outros, como o abastecimento humano. Grande parte dos governos, em nível mundo, sempre chamou a atenção para a necessidade do aproveitamento industrial da água e para a implementação de medidas que facilitassem, em particular, seu potencial de geração de hidroeletricidade. Mas o uso múltiplo das águas das bacias hidrográficas - para a navegação, a irrigação, a pesca e o abastecimento, além da geração de energia - desencadearam conflitos em muitas regiões, onde as pressões sobre a demanda são grandes. Na agricultura, por exemplo, o desperdício de água é muito grande. Apenas 40% da água desviada são efetivamente utilizadas na irrigação. Os outros 60% são desperdiçados, porque se aplica água em excesso, se aplica fora do período de necessidade da planta, em horários de maior evaporação do dia, pelo uso de manejo de irrigação inadequados ou ainda, pela falta de manutenção nesses sistemas de irrigação. Na indústria é possível desenvolver formas mais econômicas de utilização da água por meio da recirculação ou reuso que significa usar a água mais do que uma vez. Por exemplo, na refrigeração de equipamentos, na limpeza das instalações etc. Essa água reciclada pode ser usada na produção primária de metal, nos curtumes, nas indústrias têxteis, químicas e de papel. 15 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Declaração universal dos direitos da água A ONU redigiu um documento em 22 de março de 1992 - intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água". O texto merece profunda reflexão e divulgação por todos os amigos e defensores do Planeta Terra, em todos os dias. 1 - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos; 2 - A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura; 3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água devem ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia; 4 - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam; 5 - A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras; 6 - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo; 7 - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis; 16 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva 8 - A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado; 9 - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social; .10 - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 4.7. USO RACIONAL DA ÁGUA A água doce é um recurso finito do planeta terra. E o processo de tratamento da água é criterioso e caro. Por isso, deve-se usar racionalmente e evitar qualquer desperdício: 1. Fechar bem as torneiras após o uso. A torneira aberta durante 1 minuto gasta 3 litros de água; 2. Fechar a torneira enquanto escova-se os dentes ou faz-se a barba. Uma torneira gotejando gasta 46 litros de água/dia; um filete desperdiça de 180 a 750 litros/dia; e uma torneira jorrando gasta de 25 mil a 45 mil litros/dia; 3. Desligar o chuveiro para se ensaboar e reabrir para se enxaguar. Evitar banhos demorados. O chuveiro aberto durante 15 minutos gasta 60 litros de água; 4. Antes de lavar a louça, remover restos de comida dos pratos e das panelas, ensaboar, e só abrir a torneira para o enxágue; 5. Evitar lavar as calçadas com mangueira. Elas podem ser varridas; 17 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva 6. Molhar plantas e jardins ao entardecer ou amanhecer. Isso evita a evaporação rápida da água. E utilizar regador em vez de mangueira; 7. Evitar que as crianças brinquem de tomar banho com mangueira; 8. Ficar atento aos vazamentos em pias, chuveiros e vasos sanitários; 9. Consertar imediatamente os vazamentos e fugas d’água, trocando as partes danificadas das canalizações. Não fazer remendos provisórios. Segundo Nogueira (2003), o uso racional da água parece ser uma das saídas para combater a escassez do produto. O engenheiro Paulo Ferraz Nogueira, especialista no tema, aponta três formas de reutilização de água que seguem esta tendência. As informações fazem parte de seu artigo "Escassez de Água". No texto-sugestão de pauta, Nogueira assegura que a tecnologia de Membranas Filtrantes (água reciclada), a recarga do aquífero (utilização do subsolo) e o aproveitamento das águas da chuva são alternativas viáveis para o Brasil. 4.7.1. Economia Se, ao fazer o controle do consumo de água, notar-se uma diferença grande na média dos três últimos meses, é sinal de que pode estar havendo vazamento de água no respectivo imóvel. Esse desperdício encarece a conta de água. Os vazamentos nem sempre são visíveis. Eles podem ocorrer nas caixas e válvulas de descarga, sob o piso, nas paredes ou nas boias dos reservatórios. Deve-se providenciar o conserto imediato, para não pagar pela água que não se utilizou. 18 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Para evitar aborrecimentos, é importante seguir essas dicas: 1. Verificar se o imóvel que se pretende comprar ou alugar tem dívidas pendentes junto ao departamento municipal ou estadual de água da cidade; 2. Pagar em dia a conta de água, evitando eventuais cortes no abastecimento; 3. Manter o número do imóvel na fachada, em local bem visível; 4. Consertar imediatamente os vazamentos e fugas de água nas canalizações do imóvel; 5. Construir um nicho para o hidrômetro (relógio) instalado na casa. 6. Não permitir que puxem ligação clandestina de água de respectiva instalação; 7. Exigir que o síndico ou a administradora de determinado edifício prestem contas do pagamento das tarifas mensais devidas ao departamento de água da cidade. 19 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva V. APROVEITAMENTO DE ÁGUA DAS CHUVA As águas de chuva são encaradas por grande parte das legislações hoje como esgoto, pois ela usualmente vai dos telhados e dos pisos para as bocas de lobo aonde, como "solvente universal", vai carreando todo tipo de impurezas dissolvidas, suspensas ou simplesmente arrastadas mecanicamente, para um manancial que vai acabar desaguando num rio que, por sua vez, vai acabar suprindo uma captação para Tratamento de Água Potável. Claro que essa água sofreu um processo natural de diluição e autodepuração, ao longo de seu percurso hídrico, nem sempre suficiente para realmente depurá-la. Uma pesquisa da Universidade da Malásia deixou claro que, após o início da chuva, somente as primeiras águas carreiam ácidos, microorganismos, e outros poluentes atmosféricos, sendo que, normalmente, pouco tempo após, ela já adquire características de água destilada, que pode ser coletada em reservatórios fechados. Para uso humano, inclusive como água potável, deve sofrer, evidentemente, filtração e cloração – o que pode ser feito com equipamento barato e simplíssimo. Em resumo, a água de chuva sofre uma destilação natural muito eficiente e gratuita. Esta utilização é especialmente indicada para o ambiente rural, chácaras, condomínios e indústrias. O custo baixíssimo da água nas cidades, pelo menos para residências, inviabiliza qualquer aproveitamento econômico da água de chuva para beber. Já para indústrias, onde a água é bem mais cara, é usualmente viável sim esse uso. O Semi Árido Nordestino – Região Nordeste do Brasil, por exemplo, tem projetos em que a competência e persistência combatem o usual imobilismo do ser humano, com a construção de cisternas para água de beber para seus habitantes. 20 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva 5.1. USO DA ÁGUA DE CHUVA 5.1.1. Tipos de uso Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes, gramados residenciais; Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, proteção contra geadas; Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento; Recarga de aquíferos: recarga de aquíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de subsolo; Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate a pequenos focos de fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus, etc.; Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca; Usos diversos: aquicultura, construções em geral, controle de poeira, dessedentação de animais. 21 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Fonte: Sociedade do Sol (2002). Fonte: Sociedade do Sol (2002). 22 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva 5.2. CAPTAÇÃO DA ÁGUA DE CHUVA A captação de água de chuva é um sistema utilizado há tempos em diversas regiões de todo o mundo. Há histórico de locais que utilizam essa técnica a mais de quatro mil anos, como por exemplo, o deserto de Nigev. No México, escritas antigas revelam o uso do sistema na época de Aztecas e Mayas. Esse sistema pode ser utilizado para diversas finalidades como em irrigação, fontes ornamentais, lavagem de veículos, descarga em vaso sanitário, rega de jardim, uso em refrigeração de ar condicionado, atividades da construção civil, em geral, atividades que não exijam água potável. A água pode ser captada por materiais impermeáveis, geralmente telhados, lajes e pátios. O telhado para coleta de água de chuva pode ser de cerâmica, fibrocimento, zinco, ferro galvanizado. Do telhado a água é transportada por meio de um sistema de tubulações para um reservatório, que pode ser de material convencional ou de ferrocimento, este ainda pode se situar ao lado da casa ou ainda ser construído sob o terreno. Para a melhor adequação deste reservatório deve-se analisar cada caso isoladamente visando a maior economia e comodidade dos usuários. O uso de água de chuva para fins não potáveis é uma alternativa totalmente viável para casas populares, em meio de situações de desequilíbrio ambiental e temor de escassez de água potável no mundo – isso pode ser uma ótima alternativa. As vantagens em aderir à captação da água da chuva são muitas. Economia de água, diminuição de enchentes e redução da conta no final do mês são algumas delas. Mas não se deve deixar de tomar alguns cuidados, como não utilizar essa água no lugar da água potável, como a que se usa para preparar os alimentos ou para tomar banho. 23 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva VI. MATERIAIS UTILIZADOS PARA A CAPTAÇÃO DA ÁGUA 6.1. RESERVATÓRIO 6.1.1. Cisterna Para uma cisterna de 15m3: - placas de cimento concreto; - 1 registro de água; - 1 filtro opcional de miolo de inox (retira folhas e outros detritos); - 1 freio d’água (reduz a pressão da água, que assim não revolve a sedimentação do fundo da cisterna); - 1sifão-ladrão (retira as impurezas da superfície da água, bloqueia odores vindos da galeria e impede a entrada de roedores); - 1 peneira; - 1 clorador simples (igual o de piscina com pastilha de cloro). 6.1.2. Tambor de fibra de 500 a 1000 litros - 1 tambor de fibra de capacidade de 500 a 1000 litros; - 1 registro de água; - 1 peneira interna; - 1 clorador simples (igual o de piscina com pastilha de cloro); - 1 caixa pequena de fibra instalada no interior do tambor com camadas de areia de maior para menor diâmetro. 6.2. CALHAS E/OU TUBULAÇÕES • 1 T de esgoto de 100 milímetros por 100 milímetros; • 1 torneira de PVC de 1/2 polegada; • 1 lavatório de PVC se for utilizar tambor de fibra para lavagens de utensílios domésticos; • 1 redutor de esgoto de 100 milímetros por 50 milímetros; • 1 registro de esfera soldável de 50 milímetros; • 1 bucha redutora rosqueável de 3/4 de polegada por 1/2 polegada; • 1 tambor de 500 ou 1000 litros (depende do tamanho do telhado e da quantidade de água a ser utilizada); • 1 pedaço de madeira roliça de seis centímetros de diâmetro; • 2 joelhos de PVC para esgoto de 100 milímetros cada; • 5 metros de tubo de esgoto de 100 milímetros; • 10 centímetros de tubo soldável marrom de 50 milímetros; • 1 peça de sombrite de 15 centímetros quadrados; • 75 gramas de cola para PVC; 24 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva • Lixa para ferro; • Fita veda-rosca; • Prego de telha; • Arame; • Mesa ou suporte para o lavatório; • Bola de plástico de nove centímetros de diâmetro; • Calha de PVC, ferro galvanizado ou plástico (a metragem depende do tamanho do telhado); Todos estes materiais podem ser encontrados em lojas especializadas em construção civil e hidráulica. O sistema utiliza esfera de plástico para livrar água da chuva de poeira, folhas e sujeira que se acumulam sobre as telhas. 25 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva VII. METODOLOGIA Existem várias formas de captação da água de chuva em função da localização de residências, construção, poder aquisitivo e finalidade da utilização. Com diversidade de modelos e técnicas, o sistema de captação pode variar de um modelo mais completo e com maior capacidade de retenção de água, como também pode ser um sistema menos sofisticado e com menor capacidade de retenção de água. Uma maneira de captar a água que cai dos céus é instalando um sistema de coleta no telhado. O sistema funciona em casas e prédios e capta a água através de calhas, que a armazenam em tanques limpos e desinfectados ou cisternas ou até mesmo em tambores de fibras com capacidade que variam de 500 a 1000 litros. Nesses casos, um filtro de areia ou de aço inox nos tambores ou cisternas pode ser útil para evitar que sujeiras e outros detritos que estejam no telhado se misturem à água. Quando começa a chover, a primeira lavagem do telhado vai para as calhas levando poeira, folhas, fezes de pássaros e sujeira. Globo Rural, 2010. A água desce no primeiro cano, que possui um afunilamento na parte superior e uma bolinha plástica. À medida que o tubo vai se enchendo, a esfera sobe e impede que a água suja volte para a calha. Com essa obstrução, a água é desviada ao segundo cano, onde há um tambor para armazená-la. Neste momento, ela está mais limpa, pois a chuva já fez a limpeza das telhas. Depois, é só abrir o registro para drenar a água suja que está no cano onde tem a bolinha e tirar impurezas que podem estar no sombrite. E o coletor está pronto. O sistema pode ser instalado em qualquer telhado e custa, em média, R$ 140,00. Preço baixo comparado ao tempo de uso: em torno de dez anos. Não importa o tipo de telha nem a inclinação adotada, mas a calha deve ter um desnível suficiente para direcionar a água aos canos que levam ao reservatório. Baseando no Decreto de Curitiba, capital do Estado do Paraná – Brasil, Nº 293 de 22/03/2006 que regulamenta a Lei n. 10.785/03 e dispõe sobre os critérios do uso e conservação racional da águas nas edificações, adotam 26 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva como amparato para cálculos para dimensionamento do volume necessário para cisternas ou reservatórios de armazenagem de água de chuva para casas populares/comércios em geral, conf. art. 5º. Assim temos: Art. 5º As cisternas e reservatórios deverão ser dimensionados para cada caso, devendo ser instalados nas próprias áreas dos imóveis, excluídas as faixas de recuo predial obrigatório. § 1º Nas edificações habitacionais, o dimensionamento do volume necessário para a cisterna ou reservatório deverá ser calculado mediante a aplicação da seguinte fórmula: V = N x C x d x 0,25, onde: V = Volume em litros N = Número de unidades C = Consumo diário em litros/dia, adotando-se os valores segundo tabela abaixo: Quantidade de quartos Consumo (litros/dia) 1 (um)......................................................400 2 (dois)....................................................600 3 (três).................................................... 800 4 (quatro ),ou mais................................1000 d = Número de dias de reserva = 2 § 2º Nas edificações comerciais, o dimensionamento do volume necessário para a cisterna ou reservatório deverá ser calculado mediante a aplicação da seguinte fórmula: V = Ac x 0,75 Onde: V = Volume em litros; Ac = Área total computável da edificação. § 3º Em todos os casos, fica estabelecido um reservatório com volume mínimo de 500 litros. Como exemplo que pode ser adotado em casas populares, há o condomínio residencial em Curitiba – capital do Estado do Paraná – Brasil que muito se satisfaz até os dias atuais com o sistema adotado de captação de água de chuva. 27 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Fonte: Engeplas (2010). “Em 2002, muito antes de as medidas de economia de água se tornarem lei em Curitiba, o condomínio residencial Quintas do Cabral instalou um sistema de coleta e reaproveitamento da água da chuva usando uma das lajes da garagem do condomínio. O investimento foi de R$ 3 mil na época – cerca de R$ 25 para cada morador das 118 unidades do residencial. De lá para cá, de acordo com o síndico do edifício, Tarcísio Damásio da Silveira (Foto 1), a economia gerada todos os meses nas contas do condomínio é de 3% em relação aos gastos anteriores à mudança. A água captada é suficiente para encher uma cisterna de 9 mil litros e é usada para a limpeza das áreas comuns do condomínio (Foto 2)”, Engeplas, 2010. 7.1. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DA ÁGUA PELO TELHADO 7.1.1. Calha utilizando tambor de fibra 1º: Pregar a calha em toda a extensão do telhado, fixando os pregos de telha a 50 centímetros uns dos outros. Deixar uma pequena inclinação para a água 28 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva escorrer facilmente. Ao invés da calha, pode-se usar cano de PVC de 100 milímetros (tubo de esgoto) cortado pela transversal. 2º: Colar o T na extremidade mais baixa da calha. Antes, porém, lixar as peças para adquirir boa aderência e depois passe a cola adesiva para PVC. Se a calha for de ferro galvanizado, utilizar veda-calha para fixar o T. 3º: Pegar um pedaço de cano de PVC e, com uma serra, cortar oito anéis de 1,5 centímetros de espessura. Colar um aro dentro de uma das extremidades de um tubo de PVC. O comprimento do cano depende da altura do telhado em relação ao solo. Se for de três metros, o cano deverá ser de 2,5 metros, ou seja, sempre subtraia 50 centímetros da distância das telhas ao chão. 4º: Em seguida, cole o segundo anel dentro do primeiro e vá fazendo isso sucessivamente até colocar o último. Com isso, haverá um afunilamento na extremidade do cano de PVC. Fixar este lado na parte inferior do T. Na outra ponta do tubo, colocar a bolinha de plástico. Se não conseguir achá-la no tamanho exato, dá certo esvaziá-la ou enchê-la um pouco para ajustar. 5º: No final do cano, depois de colocar a bolinha, colar o joelho de PVC. Este será fixado ao redutor de esgoto, onde será colocado o registro de esfera, nesta ordem. Para dar sustentação, ponha embaixo do joelho uma madeira roliça. Não é preciso enterrá-la. 6º: Se utilizar a água armazenada no tambor de fibra para lavagens de utensílios, calcular seu comprimento, pois importante ter em mente que a pia deve ficar a noventa centímetros do solo. Descontar também a altura do tambor. Se for utilizar um tambor com capacidade para 500 litros, subtraia 90 centímetros. 29 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva 7º: Encapar a extremidade deste tubo com sombrite, amarrando com um arame. Fazer um furo na tampa do tambor de modo que o cano se encaixe. Colocar apenas três centímetros do tubo para dentro do recipiente. 8º: Na lateral do tambor, fazer um furo de meia polegada e instale a torneira. 7.1.2. Calha utilizando uma cisterna de placas de cimento concreto Idem 7.1.1.:1º, 2º, 3º, 4º, 5º; 7º: Deixar na cisterna um buraco de modo que o cano se encaixe justo. Colocar apenas 3 centímetros do tubo dentro da cisterna. 8º: Na lateral da cisterna, fazer um furo de meia polegada e instalar uma torneira. OBS: Aconselhável que antes da torneira, seja instalado um registro para fechar a entrada de água nos primeiros dias de chuva enquanto a água de chuva limpa o telhado de poeiras, sujeiras em geral. Somente abrir o registro para enchimento de água na cisterna o que média varia de 2 a 3 dias de chuva forte. 30 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva Fonte: Globo Rural, 2010. OBS: Os anéis de PVC são colados na extremidade superior do cano, para impedir a passagem da bolinha de plástico; A calha ou cano de PVC cortado deve ter uma pequena inclinação para facilitar o escorrimento da água da chuva; Instalar a torneira no tambor, rosqueando a bucha redutora por dentro e usando o veda-rosca. Globo Rural, 2010. 31 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva VIII. MANUTENÇÃO A manutenção do equipamento é simples. Consiste basicamente em fazer de duas a quatro vistorias anuais tanto na cisterna como nos tambores. Em caso de filtros. Para isso, no caso de filtros feito de inox, basta apenas abrir a tampa do filtro, puxar o miolo, em aço inox, e verificar se a tela está suja. Depois, lavar a tela com água. No caso de filtro de areia, limpar a peneira e verificar as camadas de areia se estão em perfeita ordem de granulometria (maior para menor diâmetro). 32 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva IX. PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA Com a diversidade de sistemas de captação de água, o custo de implantação pode ter grande variação. Telhado com área aproximadamente de 70 m2: * Tambores de 500 a 1000 litros sem filtro de areia e calhas de tubo PVC = R$ 140,00 a R$ 300,00; * Tambores de 500 a 1000 litros com filtro de areia e calhas de tubo PVC = R$ 200,00 a R$ 350,00; * Cisternas de placas de cimento concreto sem filtros, com clorador, capacidade de 15m3 e calhas de tubo PVC = R$1.500,00; * Cisternas de placas de cimento concreto com filtro, clorador, capacidade de 15m3 e calhas de tubo PVC = R$ 1.600,00. * Cisternas de placas de cimento concreto com filtro de areia, clorador, capacidade de 15m3 e calhas de tubo PVC = R$ 1.540,00; 33 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva X. VALORES DA ECONOMIA DO PAGAMENTO DA ÁGUA/m3 A instalação desses sistemas irá contribuir com a redução do consumo de água, tanto para fins residenciais como comerciais. Essa redução de consumo pode chegar até 50 % do total consumido mensalmente dependendo do grau de cloração, da área de captação e das características climáticas do local. A redução do consumo de água distribuída pelas companhias de distribuição e abastecimento de água acarretará a redução também da taxa de esgoto nos locais onde já está instituída esta cobrança (o valor cobrado de água consumida / m3 é considerado também para valor de esgoto, gerando o valor a ser pago de água e esgoto por parte do consumidor). Toda economia de água obtida pelo aproveitamento de água de chuva, e tal volume utilizado para fins domésticos, comerciais, de lavagens diversas, irrigação, etc. representa o volume de água que seria pago pelo consumidor se a água consumida fosse fornecida pelo sistema urbano de abastecimento de água ao usuário. Resumindo, o valor de economia de água tanto em valor moeda como em valor quantitativo dos recursos hídricos é: Ach = água de chuva Aab = água do sistema de distribuição Ae = água de esgoto R$ de água urbana consumida e paga = Aab registrada no hidrômetro + Ae (que é igual a quantidade de água em m3 consumida); Exemplo: R$ de água urbana consumida e paga de uma casa modalidade popular com 70 m3, com três pessoas e sem máquina de lavar roupa, com garagem de carro e área de jardim regado 1 vez/dia com mangueira com 10 m2 = R$ 38,10 = 24 m3 (valor da água cobrada no ano de 2010 pelo Departamento Municipal 34 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva de Água e Esgoto do Município de Uberlândia- Estado de Minas Gerais – Brasil). Quantitativo de economia de água dos recursos hídricos = 24 m3 35 Projeto VALOR SEM PREÇO: utilização da água de chuva XI. REFERENCIAS <<http://www.engeplas.com.br/agua.html>> Acesso em: 2 de fevereiro de 2011. << http://www.reusodeagua.hpg.com.br>> Acesso em: 23 de fevereiro de 2011. <<http://ad.yieldmanager.com/iframe3>> Acesso em: 23 de fevereiro de 2011. <<http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/agua.html>> Acesso em: 27 de janeiro de 2011. <<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_345575.sht mllíquido precioso>> Acesso em: 28 de junho de 2010. <<http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/agua-energiahidreletrica-503781.shtml>> Acesso em: 27de junho de 2010. <<http://translate.google.com.br/translate?hl=ptBR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.mos.org/oceans/planet/index.html>> Disponível em: 20 de março de 2005. 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