EMPRESA LABORATÓRIO DESENVOLVE projeto água da chuva DE CAPTAÇÃO DE Iniciativa do LAHE.E reduzirá coleta O Departamento de Engenharia Civil (DEC.E) de FURNAS, por meio do Laboratório de Hidráulica Experimental e Recursos Hídricos (LAHE.E), localizado em Jacarepaguá (RJ), além de desenvolver atividades nas áreas de hidráulica experimental, hidrologia, hidrometeorologia, sedimentologia e pesquisas com ênfase na engenharia hidráulica, presta consultoria para outras empresas dos setores público e privado. É a água, sua principal matériaprima armazenada nos reservatórios, que ao ser bombeada e direcionada para os modelos reduzidos dos na rede pública para pesquisas aproveitamentos, permite a prática hidráulicas otimizando gastos de ensaios para avaliação do comportamento hidráulico das estruturas representadas. As análises e constatações visuais da dinâmica dos escoamentos, somadas às medições de velocidade, pressão e níveis d’água, ajudam a identificar os possíveis problemas que poderão ocorrer no empreendimento e apontar alternativas estruturais corretivas e/ou otimizadas, proporcionando, muitas vezes, grandes economias de investimento. Operário durante a instalação das calhas por onde corre a água da chuva (estas já instaladas no detalhe da foto acima) As perdas ocasionadas pela evaporação, infiltração e, principalmente, com a renovação para manutenção da qualidade da água, sempre foram supridas pela rede pública, acarretando custos significativos para a Empresa. Por isso, o LAHE.E desenvolveu um projeto, em fase de implantação, de captação de água da chuva, proveniente dos telhados dos galpões que abrigam as estruturas 10 REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 335 DEZEMBRO 2006 A tela (no detalhe) impede a entrada de resíduos Fotos: Arquivo FURNAS/LAHE.E dos modelos. Esses telhados totalizam uma área de 6.800 m². “A coleta é realizada por meio de calhas e direcionada para as caixas de Escassez de água, uma crise silenciosa de detritos”, explica Helder Costa, engenheiro civil do LAHE.E. As S caixas foram posicionadas de forma a permitir um percurso rápido Água, no Sri Lanka, um terço da popu- da água filtrada até o reservatório por meio de um tubo em PVC de lação mundial já enfrenta problemas 100 mm. “Como os beirais dos telhados têm, em média, 45 metros de escassez de água, prevista para se concentração onde ficam os filtros com telas que evitam a passagem de extensão, foram previstos, por vertente, três tubos de queda com uma caixa de concentração para cada tubo”, completa o engenheiro. O projeto conta com uma estação pluviométrica dotada de um sensor de chuva, cujos dados permitem a avaliação sobre a quantidade de egundo o relatório do Instituto Internacional de Gerenciamento de agravar em nível global a partir de 2025. O estudo foi apresentado na abertura da Semana Mundial da Água, realizada em Estocolmo, na Suécia, em agosto chuva e os volumes captados. A média anual de água de chuva passível de aproveitamento 3 deste ano. Na ocasião, os 700 especialis- pode alcançar cerca de 8.600 m , que correspondem a 8.600 caixas tas responsáveis pela elaboração do de água de 1.000 litros. “A princípio, prevê-se o uso dessa água relatório alertaram que a solução seria exclusivamente para os estudos em modelos reduzidos e pesquisas específicas. Numa segunda etapa, vislumbra-se a possibilidade de direcionar parte da disponibilidade para usos menos nobres, que não requeiram potabilidade, como lavagem de veículos, descargas de vasos sanitários, rega de jardins etc”, revela o gerente do LAHE.E, Marcos da Rocha Botelho. o desenvolvimento de novas tecnologias de aproveitamento da água da chuva, cujo armazenamento e utilização beneficiaria, sobretudo, os países pobres. No século XX, o aumento do consumo de água representou o dobro da taxa de crescimento populacional e, em Sensor de chuva 2025, quando a população do planeta girar em torno dos 8,3 bilhões, pelo menos dois terços já estarão enfrentando dificuldades quanto à oferta de água, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 335 DEZEMBRO 2006 11