2383 Trabalho 1304 - 1/3 O INSTRUTOR DO LABORATÓRIO DE HABILIDADES NO NOVO PROCESSO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: MUDANÇA DE PARADIGMAS BASEADAS NA EXPERIÊNCIA. Paula, C. * Tanji, S. ** Zuchelli, C. H. *** No primeiro semestre de 2007 foi implantado o novo currículo do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Serra dos Órgãos, a partir dessa mudança o formato pedagógico anterior passa a ser substituído por uma metodologia inovadora de aprendizagem. A mudança curricular foi balizada de acordo com a nova proposta do Ministério da Saúde e Ministério da Educação, a metodologia aplicada é a de Espiral construtivista, que visa a partir da reflexão sobre uma situação, o desenvolvimento do trabalho deve permitir que todos expressem seus saberes prévios, buscando identificar de que problema trata a situação. A avaliação do processo desenvolvido permite o reconhecimento de potencialidades e das áreas que requerem atenção, buscando, na avaliação formativa elementos para potencializar a aprendizagem. Diante deste novo contexto de mudança curricular, emerge a figura do instrutor do laboratório de habilidades. As instrutorias nos laboratórios de habilidades (LH) são mediadas por esses instrutores, cuja formação é na área da saúde. O objetivo é o desenvolvimento de habilidades articuladas às situações-problemas processadas e às demandas das atividades de integração ensino-trabalho-cidadania. Essas habilidades estão relacionadas a destrezas manuais e sensitivas e à comunicação. O instrutor de habilidades é o docente que realiza atividades de treinamento em habilidades clínicas, em procedimentos laboratoriais ou cirúrgicos e em comunicação e saúde. Tendo em vista o enunciado acima, o presente estudo tem por objetivo a descrever a recursos físicos articulado com a inserção de estudantes nos ambientes de aprendizagens e a dinâmica de funcionamento do laboratório de habilidade, em formas de relato de experiência. Todo o início do semestre, iniciamos nossas atividades com a apresentação dos espaços aos estudantes, para ambientação, definição de pactos de convivência e a revisão das normativas da utilização deste local de aprendizagem. Este espaço compõe 13 salas, destas 13 salas 5 são utilizadas para as técnicas em geral que comportam 2384 Trabalho 1304 - 2/3 o número máximo de 11 estudantes e um instrutor, o mobiliário fixo desta sala são bancos para os estudantes e o instrutor, um quadro branco para eventual retirada de dúvidas e uma mesa. Uma sala é montada para utilização como uma unidade do paciente, onde possui uma cama hospitalar, suporte de soro, biombo, mesa de mayo, cadeira, hamper, criado-mudo e uma escadinha. São trabalhadas as técnicas de abordagem e exames nos pacientes acamados. Dois espaços são preparados como consultórios para que se aprenda e trabalhe toda técnica de entrevista e consulta, e está disposta com uma mesa e duas cadeiras, uma maca, balança, negatoscópio e uma pia, possui ainda uma câmera para que após a realização da atividade designada para o momento o estudante possa mediante as imagens a representar um momento de aprendizagem, re-significando deste modo seus conhecimentos construídos, pois visualizando seu comportamento pode refletir sobre sua ação melhorando a cada atuação. Constam também duas salas com equipamentos de reprodução de vídeos, filmes, para que o estudante possa enquanto um simula uma entrevista o outro assista com o instrutor para verificar a atuação do colega, pode servir também para o momento de avaliação pelo instrutor. Uma sala é utilizada para Coordenação do Laboratório contendo uma mesa e cadeira, um arquivo e um computador. Existem ainda mais duas salas onde são armazenados todos os instrumentais e manequins necessários para a aprendizagem dos estudantes, sendo que uma dessas salas é utilizada também como secretaria para que possa ser agendado todas as atividades autodirigidas de aprendizagem, alocação de documentos acadêmicos como lista de presenças, pautas e manuais dos módulos. É neste momento que é verificado a grande importância em que tem o instrutor em transformar esta relação estudante-instrutor em um vínculo para o crescimento intelectual e técnico de ambas as partes, é preciso trabalhar o lado psicológico para saber que nem sempre o instrutor estará totalmente certo, e também, nem sempre o estudante estará certo e saber como contornar esta situação sem que fique um clima pesado entre as partes. Francisco (2002) incita que devemos perceber que é neste espaço que se constrói o profissional que deve atribuir suas competências voltadas para a sociedade. Este espaço é um fragmento de nossa relação com o mundo, de como nos colocamos e construímos este mundo, é o espaço da intersubjetividade produtora de subjetividade. Concluiu-se que, no início se 2385 Trabalho 1304 - 3/3 trabalhou com empenho para que tudo desse certo, que de certa maneira aconteceu, mas ao longo do momento em que foi percorrido percebeu-se que muita coisa mudou, processos foram modificados, para melhor, e a atuação como docente, instrutor, tutor, seja qual for a designação esta mudando também, acreditamos que para melhor, pois hoje pode-se enxergar muito além do que anteriormente, existe uma grande necessidade de embasamento teórico para que as atividades sejam desenvolvidas da maneira correta, para isso se faz necessário uma dedicação e um empenho que sempre deve ser alcançado, nunca se deve achar que já esta esgotado, pois sempre existirá mais a ser pesquisado, o próprio método se chama espiral construtivista, pois uma espiral nunca cessa. SILVA, S. S. Laboratório de Habilidades no Ensino Médico. Cap. 3. In: Marins, J. J. N., Rego, S., Lampert, J. B. Educação Médica em Transformação: instrumentos para a construção de novas realidades. ABEM. São Paulo: Hucitec, 2004. 390 p. TANJI, S., SILVA, CMMDL, ALBURQUERQUE, VS., FELIPPE, KC. Estratégias de aprendizagem utilizadas na mudança curricular revelam perspectivas de transformação dos estudantes de enfermagem pela nova educação. Rev. Enfermeria Global. Nº14, outubro de 2008. Palavras-chave: Aprendizagem, Educação Baseada em Competências, Educação em Saúde. * Cesar de Paula. Enfermeiro. Especialista. Professor do Centro Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO. E-mail: [email protected] ** Suzelaine Tanji. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora do Centro Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO. *** Christiane Huguenin Zuchelli. Enfermeira. Enfermeira do CAPS no município do Carmo – RJ.