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Trabalho 1304 - 1/3
O INSTRUTOR DO LABORATÓRIO DE HABILIDADES NO NOVO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: MUDANÇA DE
PARADIGMAS BASEADAS NA EXPERIÊNCIA.
Paula, C. *
Tanji, S. **
Zuchelli, C. H. ***
No primeiro semestre de 2007 foi implantado o novo currículo do Curso de
Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Serra dos Órgãos, a partir
dessa mudança o formato pedagógico anterior passa a ser substituído por uma
metodologia inovadora de aprendizagem. A mudança curricular foi balizada de
acordo com a nova proposta do Ministério da Saúde e Ministério da Educação, a
metodologia aplicada é a de Espiral construtivista, que visa a partir da reflexão
sobre uma situação, o desenvolvimento do trabalho deve permitir que todos
expressem seus saberes prévios, buscando identificar de que problema trata a
situação. A avaliação do processo desenvolvido permite o reconhecimento de
potencialidades e das áreas que requerem atenção, buscando, na avaliação
formativa elementos para potencializar a aprendizagem. Diante deste novo
contexto de mudança curricular, emerge a figura do instrutor do laboratório de
habilidades. As instrutorias nos laboratórios de habilidades (LH) são mediadas por
esses instrutores, cuja formação é na área da saúde. O objetivo é o
desenvolvimento de habilidades articuladas às situações-problemas processadas
e às demandas das atividades de integração ensino-trabalho-cidadania. Essas
habilidades estão relacionadas a destrezas manuais e sensitivas e à
comunicação. O instrutor de habilidades é o docente que realiza atividades de
treinamento em habilidades clínicas, em procedimentos laboratoriais ou cirúrgicos
e em comunicação e saúde. Tendo em vista o enunciado acima, o presente
estudo tem por objetivo a descrever a recursos físicos articulado com a inserção
de estudantes nos ambientes de aprendizagens e a dinâmica de funcionamento
do laboratório de habilidade, em formas de relato de experiência. Todo o início do
semestre, iniciamos nossas atividades com a apresentação dos espaços aos
estudantes, para ambientação, definição de pactos de convivência e a revisão das
normativas da utilização deste local de aprendizagem. Este espaço compõe 13
salas, destas 13 salas 5 são utilizadas para as técnicas em geral que comportam
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o número máximo de 11 estudantes e um instrutor, o mobiliário fixo desta sala são
bancos para os estudantes e o instrutor, um quadro branco para eventual retirada
de dúvidas e uma mesa. Uma sala é montada para utilização como uma unidade
do paciente, onde possui uma cama hospitalar, suporte de soro, biombo, mesa de
mayo, cadeira, hamper, criado-mudo e uma escadinha. São trabalhadas as
técnicas de abordagem e exames nos pacientes acamados. Dois espaços são
preparados como consultórios para que se aprenda e trabalhe toda técnica de
entrevista e consulta, e está disposta com uma mesa e duas cadeiras, uma maca,
balança, negatoscópio e uma pia, possui ainda uma câmera para que após a
realização da atividade designada para o momento o estudante possa mediante
as imagens a representar um momento de aprendizagem, re-significando deste
modo seus conhecimentos construídos, pois visualizando seu comportamento
pode refletir sobre sua ação melhorando a cada atuação. Constam também duas
salas com equipamentos de reprodução de vídeos, filmes, para que o estudante
possa enquanto um simula uma entrevista o outro assista com o instrutor para
verificar a atuação do colega, pode servir também para o momento de avaliação
pelo instrutor. Uma sala é utilizada para Coordenação do Laboratório contendo
uma mesa e cadeira, um arquivo e um computador. Existem ainda mais duas
salas onde são armazenados todos os instrumentais e manequins necessários
para a aprendizagem dos estudantes, sendo que uma dessas salas é utilizada
também como secretaria para que possa ser agendado todas as atividades autodirigidas de aprendizagem, alocação de documentos acadêmicos como lista de
presenças, pautas e manuais dos módulos. É neste momento que é verificado a
grande importância em que tem o instrutor em transformar esta relação
estudante-instrutor em um vínculo para o crescimento intelectual e técnico de
ambas as partes, é preciso trabalhar o lado psicológico para saber que nem
sempre o instrutor estará totalmente certo, e também, nem sempre o estudante
estará certo e saber como contornar esta situação sem que fique um clima
pesado entre as partes. Francisco (2002) incita que devemos perceber que é
neste espaço que se constrói o profissional que deve atribuir suas competências
voltadas para a sociedade. Este espaço é um fragmento de nossa relação com o
mundo, de como nos colocamos e construímos este mundo, é o espaço da
intersubjetividade produtora de subjetividade. Concluiu-se que, no início se
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trabalhou com empenho para que tudo desse certo, que de certa maneira
aconteceu, mas ao longo do momento em que foi percorrido percebeu-se que
muita coisa mudou, processos foram modificados, para melhor, e a atuação como
docente, instrutor, tutor, seja qual for a designação esta mudando também,
acreditamos que para melhor, pois hoje pode-se enxergar muito além do que
anteriormente, existe uma grande necessidade de embasamento teórico para que
as atividades sejam desenvolvidas da maneira correta, para isso se faz
necessário uma dedicação e um empenho que sempre deve ser alcançado,
nunca se deve achar que já esta esgotado, pois sempre existirá mais a ser
pesquisado, o próprio método se chama espiral construtivista, pois uma espiral
nunca cessa. SILVA, S. S. Laboratório de Habilidades no Ensino Médico. Cap. 3. In:
Marins, J. J. N., Rego, S., Lampert, J. B. Educação Médica em Transformação:
instrumentos para a construção de novas realidades. ABEM. São Paulo: Hucitec, 2004.
390 p. TANJI, S., SILVA, CMMDL, ALBURQUERQUE, VS., FELIPPE, KC. Estratégias de
aprendizagem
utilizadas
na
mudança
curricular
revelam
perspectivas
de
transformação dos estudantes de enfermagem pela nova educação. Rev.
Enfermeria Global. Nº14, outubro de 2008.
Palavras-chave: Aprendizagem, Educação Baseada em Competências, Educação
em Saúde.
* Cesar de Paula. Enfermeiro. Especialista. Professor do Centro Universitário
Serra dos Órgãos – UNIFESO. E-mail: [email protected]
** Suzelaine Tanji. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora do Centro
Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO.
*** Christiane Huguenin Zuchelli. Enfermeira. Enfermeira do CAPS no município
do Carmo – RJ.
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61o. Congresso Nacional de Enfermagem