Faculdades Integradas Teresa D’Ávila Faculdade de Biblioteconomia Vinicius da Silva Vitor Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação retratadas no cinema Lorena, 2008 Vinicius da Silva Vitor Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação retratadas no Monografia apresentada à Faculdade de cinema Biblioteconomia das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila como trabalho de conclusão de curso. Orientador: Prof. Me. Walter Moreira Lorena, 2008 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Vitor, Vinicius da Silva Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação retratadas no cinema. - Lorena: FATEA, 2008. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila, Faculdade de Biblioteconomia. 2008. 43 f. 1. Biblioteca. 2. Bibliotecário. 3. Cibercultura. 4. Cinema. Vinicius da Silva Vitor Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação retratadas no cinema. Monografia apresentada à Faculdade de Biblioteconomia das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila como trabalho de conclusão de curso. Orientador: Prof. Me. Walter Moreira Banca Examinadora Prof. Me. Walter Moreira Orientador / FATEA Profa. Cristina Aparecida Lino de Paiva Profa. Me. Maria Luzia Dantas Lorena, 14 de Novembro de2008. DEDICÁTORIA Dedico esse trabalho aos três pilares de minha vida, minha mãe Sueli, a mulher da minha vida Alice por me apoiarem e acreditar em mim e á minha pequena e adorável filha Agatha. AGRADECIMENTOS Á Deus que me deu saúde e discernimento nesses quatro anos. Aos meus pais Sueli e Vanderlei, que me deram apoio e todo suporte possível. Aos meus irmãos Vanessa e Junior, por ter ficado ao meu lado e serem compreensíveis nos momentos difíceis. Aos meus sogros Alaise e Honório e meus cunhados Du e Flavio, pelo apoio e incentivo em todos os momentos. Aos professores do curso de biblioteconomia, Cristina Lino, Lourdes Camelo, Sonia Siqueira, Simone Barbedo, Vera Lucia Junqueira, Regina Horta e Walter Moreira. Ao meu orientador Prof. Walter Moreira, pelo incentivo, paciência e disponibilidade na hora das duvidas. À Profa. Cristina Lino, pelo incentivo no tema do TCC e por disponibilizar os livros da biblioteca da FATEA. Aos colegas de classe, Antoniel, Débora, Fabiana, Fernanda, Nice, Maria Alice, Maria José, Maria Tereza, Tavânia, Sonia e Renata, pelo companheirismo nesses quatro anos. Aos amigos, Carmen, D. Geni, Sonia, Wellington Galdino e Uélinton Brandino, Ricardo, André, Marcio e Carlinhos que me incentivaram a prestar o vestibular. Aos amigos do INPE, Jeferson, Simone, Silvia, Marciana, Malu, Alberto, Eunice, Sergio, Maria Do Carmo, Yolanda, Viveca e Rose, pessoas com quem aprendi muito. Aos amigos da UNIFESP, Bruno, Luiz, Diego e Rafael Aos Amigos da Escola da Família, Henrique, Tom, Juliana e Juliana Glorinha E especialmente a Alice que me apoiou, teve paciência, compreendeu minha ausência, incentivou, deu carinho e sempre acreditou em mim, te amo muito. “Nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz, teremos coisas bonitas pra contar e até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe para trás, apenas começamos o mundo começa agora, apenas começamos” (Renato Russo) RESUMO VITOR, Vinicius da Silva. Relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação retratadas no cinema. 2008. 43 f. Monografia (Graduação) – Faculdade de Biblioteconomia, Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, Lorena, 2008. Analisa como o cinema retrata o profissional da informação e a biblioteca lidando com tecnologia, levando em consideração a importância que o cinema tem como formador de opinião ao longo de sua história. O trabalho tem a preocupação de ressaltar a importância que as tecnologias têm na vida do profissional bibliotecário mostrando através de obras cinematográficas como: O Nome da Rosa, A Maquina do Tempo, Minority Report, O Código Da Vinci e Fahrenheit 451, o método usado foi analisar cenas em que se identifica a presença da biblioteca/bibliotecário lidando com algum tipo de tecnologia, foi constatado que o filme O Nome da Rosa mostra a biblioteca com uma tecnologia mais rústica, usada pra impedir o acesso à informação. A Máquina do tempo retrata a biblioteca totalmente informatizada e moderna, Minority Report traz cenas em que é identificado o serviço de bibliotecário executado por outro profissional, O Código Da Vinci mostra uma biblioteca prestando seus serviços virtualmente e o Fahrenheit 451 se deixa perceber a ausência da biblioteca em um filme que um dos seus temas principais é o livro. È chegada a conclusão que o cinema retratou a biblioteca/bibliotecário de uma forma positiva em filmes como, A Máquina do Tempo e O Código Da Vinci. Palavras-chave: Biblioteca – Bibliotecário – Cinema - Cibercultura ABSTRACT VITOR, Vinicius da Silva. Relations between explicit and implicit library / librarian and information and communication technology portrayed in film 43 f. Monograph (Graduation) – Faculdade de Biblioteconomia, Faculdade Integrada Teresa D’ Ávila, Lorena, 2008. Examines how the cinema portrays the business of dealing with library and information technology, taking into consideration the importance that the film has as trainer of opinion over its history. The work takes care to emphasize the importance that technology has on the lives of professional librarian showing through films such as The Name of the Rose, The Time Machine, Minority Report, The Da Vinci Code and Fahrenheit 451, the method used was analyze scenes in which he identifies the presence of the library / librarian dealing with some type of technology, it was found that the movie The Name of the Rose shows the library with a more rustic technology, used for preventing access to information. The Machine of the time portrays the library completely computerized and modern, Minority Report scenes in which it has identified the service performed by another professional librarian, The Da Vinci Code shows a library providing its services and virtually Fahrenheit 451 is no longer perceive the lack of library in a movie that one of its main themes is the book. And came to the conclusion that the film portrayed the library / librarian in a positive light in films such as The Time Machine and The Da Vinci Code. Keywords: Library - Librarian - Cinema - Cyberculture SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................................. 13 1.2. Justificativa .................................................................................................................... 14 1.3. Objetivo Geral................................................................................................................ 15 1.4. Método ........................................................................................................................... 16 2. Estatuto da biblioteca e as bases tecnológicas: cibercultura................................................. 22 2.1. A representação da biblioteca e do bibliotecário ao longo da história .......................... 23 2.2. A biblioteca moderna: implicações tecnológicas na atuação do bibliotecário .............. 24 3. Mídia e formação de opinião ................................................................................................ 27 3.1. Cinema e outras mídias audiovisuais ............................................................................. 27 3.2. Internet e outras mídias digitais ..................................................................................... 29 4. Bibliotecário: sua auto-imagem e o imaginário popular ...................................................... 31 4.1. Representação do bibliotecário no cinema .................................................................... 33 4.1.1. O Nome da Rosa ..................................................................................................... 35 4.1.2. A Máquina do Tempo ............................................................................................. 37 4.1.3. Minority Report ....................................................................................................... 39 4.1.4. O Código Da Vinci.................................................................................................. 40 4.1.5. Fahrenheit 451 ......................................................................................................... 41 4.2. Bibliotecário e sua representação na cibercultura .......................................................... 42 5. Considerações finais ............................................................................................................. 44 Referências ............................................................................................................................... 45 13 1. Introdução Desde o dia em que os irmãos Lumiére exibiram o primeiro filme intitulado como A saída da fabrica, o cinema tornou presença marcante na arte de se expressar. Com o decorrer dos anos, o cinema passou por varias evoluções, do mudo para o falado, do preto e branco para colorido, do analógico para o digital, mas não foi só nas características técnicas que ele evoluiu foi também na forma como os cineastas se expressam através dele. Na era do cinema mudo, até a década de 20 o cinema se destacou não só como forma de registro, mas também como um veículo que torna real a imaginação, e no final dessa década, surge o som. Nos anos 30 surge a era clássica; um dos ícones dessa época, foi o filme “E o Vento Levou” pelo grande sucesso que fez junto ao publico. Na década de 40 os Estados Unidos e Inglaterra mostram em seus filmes um excesso de patriotismo que serviam de propaganda para a 2º Guerra com isso pode-se observar a influência que o cinema exerce pra promover algo. Com o crescimento das grandes produtoras em Hollywood a década de 60 e 70 o cinema ficou industrializado, ou seja, virou um grande negocio. Na década de 80 surge a era dos blockbusters, filmes com grande público visando mais lucro nas bilheterias, ate então, já pode-se observar que o cinema é um grande formador de opinião, pois tem um publico considerável. Os cineastas colocam seu modo de ver o mundo em seus filmes influenciando assim uma parte do público. Depois de um século de celulóide, a década de 90 vem com novas tecnologias e o cinema digital. Graças a essa evolução, o cinema tem um grande avanço nas produções e com o decorrer das décadas e as mudanças ocorridas, o cinema gerou tendências, polêmicas, discussões, influências e opiniões. Considerando-se o cinema como um formador de opinião, essa pesquisa visa a identificar o perfil do profissional da informação e averiguar como o cinema o retrata lidando com algum tipo de tecnologia. Quando se fala em tecnologia, é importante falar das tecnologias digitais ou cibercultura que é uma cultura contemporânea ambientada nas redes interligadas. A cibercultura está presente no nosso dia-dia, 14 um exemplo disso é o crescimento da informática e da internet. Hoje é comum as pessoas acessarem e-mails, acessar contas bancarias, fazer compras pela rede, etc. O entretenimento como jogos, musicas e TV também teve um grande avanço no formato digital, com toda essa evolução tecnológica o nosso cotidiano mudou muito, tanto na nossa vida pessoal quanto profissional, tornando algumas atividades fáceis e rápidas. E essas mudanças, com o profissional da informação não foi diferente, hoje é comum ver bibliotecas e unidades de informação totalmente informatizadas e interligadas através das redes como serviços on-line, atendimentos pela internet, ou seja, quase todos os serviços que uma unidade de informação pode prestar, ela pode fazer pela internet ou no formato digital. Mas a grande questão é como o profissional da informação está reagindo com esse avanço rápido e contínuo das novas tecnologias. Vamos analisar essa questão através da linguagem cinematográfica. O cinema já representou várias vezes um profissional da informação em suas obras. Como será que esse profissional é representado quando está lidando com algum tipo de tecnologia? Será que os profissionais da informação se reconhecem quando são representados através do cinema? A intenção do desse projeto, é analisar em obras cinematográficas a presença do profissional da informação e identificar cenas em que eles interagem com algum tipo de tecnologia. Sabendo-se que o cinema tem um grande público e é um grande formador de opinião, interessa saber como a imagem do profissional da informação reflete na opinião do publico de cinema. Esta pesquisa tem a intenção de identificar a representação do profissional da informação na linguagem do cinema. Com tudo isso, vale analisar se a imagem do profissional representada no cinema foi prejudicada ou beneficiada perante o olhar do profissional e do público de cinema. 1.2. Justificativa A importância da realização dessa pesquisa é mostrar para os profissionais da informação, estudantes de Biblioteconomia e até mesmo para a sociedade de que modo a biblioteca e o profissional bibliotecário estão sendo representados por meio da linguagem cinematográfica. Mostrando de uma maneira 15 mais especifica e analisando imagens de como esse profissional é representado no cinema lidando com algum tipo de tecnologia. Uma obra cinematográfica, tanto por seu lado técnico ou artístico, nasce da idéia de seus produtores e diretores, sendo assim ela nasce de uma idéia coletiva, idéia essa que é de extrema importância ser analisada, já que se vai atingir o grande público. A escolha de analisar a biblioteca e o profissional bibliotecário lidando com as novas tecnologias e a cibercultura é de notável importância pelo fato de que o mundo digital e virtual está presente no nosso dia-dia, principalmente na vida de muitos bibliotecários, que freqüentemente sofrem os impactos da acelerada evolução da tecnologia. Sendo o cinema uma mídia que alcança a grande massa e gera opiniões é importante analisar se existem obras cinematográficas nas quais se encontram o profissional bibliotecário lidando com a cibercultura e as novas tecnologias. Considerando-se a importância, então, do cinema como veiculo de comunicação, interessa saber que leitura cinematográfica se faz das bibliotecas e dos bibliotecários ou outros profissionais que desempenhem atribuições de bibliotecários em filmes. 1.3. Objetivo Geral Analisar filmes que retratam o profissional da informação em situações em que se depara com novas tecnologias, identificar como sua imagem esta sendo representada na linguagem cinematográfica e se essa imagem retratada no cinema condiz com a realidade. Objetivos Específicos - analisar a imagem da biblioteca e do bibliotecário, veiculada em filmes cinematográfico. - averiguar como o cinema retrata a biblioteca em um ambiente tecnológico - identificar as relações explicitas e implícitas entre biblioteca/bibliotecário e tecnologias da informação e comunicação presentes no cinema. 16 1.4. Método Os filmes selecionados para análise foram: Fahrenheit 451 Ficha Técnica: Título Original: Fahrenheit 451 Gênero: Ficção Científica Tempo de Duração: 112 minutos Ano de Lançamento (Inglaterra): 1966 Estúdio: Anglo Enterprises / Vineyard Distribuição: Universal Pictures Direção: François Truffaut Roteiro: Jean-Louis Richard e François Truffaut, baseado em livro de Ray Bradbury Produção: Lewis M. Allen Música: Bernard Herrman Desenho de Produção: Syd Cain e Tony Walton Direção de Arte: Syd Cain Figurino: Tony Walton Edição: Thom Noble Efeitos Especiais: Bowie Films Ltd. Elenco: Oskar Werner (Guy Montag) Julie Christie (Linda / Clarisse) Cyril Cusack (Capitão) Anton Diffring (Fabian) Anna Palk (Jackie) Ann Bell (Doris) Caroline Hunt (Helen) Jeremy Spenser Bee Duffell Alex Scott Michael Balfour 17 O Nome da Rosa Ficha Técnica: Título Original: Der Name Der Rose Gênero: Suspense Tempo de Duração: 130 minutos Ano de Lançamento (Alemanha): 1986 Estúdio: Cristaldifilm / France 3 Cinéma / Les Films Ariane / Neue Constantin Film / Zweites Deutsches Fernsehen Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation Direção: Jean-Jacques Annaud Roteiro: Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard Franklin e Alain Godard, baseado em livro de Humberto Eco Produção: Bernd Eichinger Música: James Horner Fotografia: Ronino Delli Colli Desenho de Produção: Dante Ferretti Figurino: Gabriella Pescucci Edição: Jane Seitz Elenco: Sean Connery (Guilherme de Baskerville) Christian Slater (Adso von Melk) Helmut Qualtinger (Remigio da Varagine) Elya Baskin (Severinus) Michael Lonsdale (Abade) Volker Prechtel (Malachia) Feodor Chaliapin Jr. (Jorge de Burgos) William Hickey (Ubertino da Casale) Michael Habeck (Berengar) Urs Althaus (Venantius) Valentina Vargas (Garota) Ron Perlman (Salvatore) Leopoldo Trieste (Michele de Cesena) Franco Valobra (Jerome de Kaffa) Vernon Dobtcheff (Hugh de Newcastle) 18 Donald O'Brien (Pietro d'Assisi) Andrew Birkin (Cuthbert de Winchester) F. Murray Abraham (Bernardo Gui) A Máquina do Tempo Ficha Técnica: Título Original: The Time Machine Gênero: Ficção Científica Tempo de Duração: 96 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2002 Site Oficial: www.countingdown.com/timemachine Estúdio: DreamWorks SKG / Warner Bros. Distribuição: DreamWorks Distribution L.L.C. / Warner Bros. Direção: Simon Wells Roteiro: John Logan, baseado em livro de H.G. Wells Produção: Walter F. Parkes e David Valdes Música: Klaus Badelt Fotografia: Donald McAlpine Desenho de Produção: Oliver Scholl Direção de Arte: Christopher Burian-Mohr Figurino: Deena Appel Edição: Wayne Wahrman Efeitos Especiais: Digital Domain / Industrial Light & Magic / Makeup Effects Laboratories Inc. / Stan Winston Studio Elenco: Guy Pearce (Alexander Hartdegen) Jeremy Irons (Uber Morlock) Yancey Arias (Toren) Mark Addy (Dr. Philby) Sienna Guillory (Emma) Orlando Jones (Vox) Omero Mumba (Kalen) Samantha Mumba (Mara) Josh Stamberg (J.P. Fitzroy) 19 Philip Bosco Phyllida Law Diana Lee Inosanto Minority Report - A Nova Lei Ficha Técnica: Título Original: Minority Report Gênero: Ficção Científica Tempo de Duração: 146 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2002 Site Oficial: www.minorityreport.com Estúdio: 20th Century Fox / Amblin Entertainment / DreamWorks SKG / CruiseWagner Productions / Blue Tulip Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation Direção: Steven Spielberg Roteiro: Scott Frank e Jon Cohen, baseado em estória de Philip K. Dick Produção: Jan de Bont, Bonnie Curtis, Gerald R. Molen e Walter F. Parkes Música: John Williams Fotografia: Janusz Kaminski Desenho de Produção: Alex McDowell Direção de Arte: Ramsey Avery, Leslie McDonald e Seth Reed Figurino: Deborah Lynn Scott Edição: Michael Kahn Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / 3 Ring Circus Films / Asylum VFX / Black Box Digital / Digital Firepower / Imaginary Forces / Kurtzman Nicotero & Berger EFX Group. Inc. / Pacific Data Images / Pixel Liberation Front / Reel Efx Inc. Elenco: Tom Cruise (Detetive John Anderton) Max von Sydow (Diretor Burgess) Steve Harris (Jad) Neal McDonough (Oficial Fletcher) Patrick Kilpatrick (Knott) Jessica Capshaw (Evanna) Anna Maria Horsford (Casey) 20 Erica Ford (Jill) Colin Farrell (Detetive Ed Witwer) Samantha Morton (Agatha) Lois Smith (Dra. Iris Hineman) Tim Blake Nelson (Gideon) George Wallace (Chefe de Polícia Pollard) Ann Ryerson (Dra. Katherine James) Kathryn Morris (Lara Anderton) Richard Coca (Policial Pré-Crime) Cameron Diaz Cameron Crowe Código Da Vinci Ficha Técnica: Título Original: The Da Vinci Code Gênero: Suspense Tempo de Duração: 149 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2006 Site Oficial: www.ocodigodavinci.com.br Estúdio: Columbia Pictures / Imagine Entertainment / Brian Grazer/John Calley Distribuição: Sony Pictures Entertainment / Columbia Pictures / Buena Vista International Direção: Ron Howard Roteiro: Akiva Goldsman, baseado em livro de Dan Brown Produção: John Calley e Brian Grazer Música: Hans Zimmer Fotografia: Salvatore Totino Desenho de Produção: Allan Cameron Direção de Arte: Giles Masters e Tony Reading Figurino: Daniel Orlandi Edição: Daniel P. Hanley e Mike Hill Efeitos Especiais: Double Negative / Artem Ltd. / The Senate Visual Effects Limited / Effects Associates Ltd. / The Moving Picture Company / Brainstorm Digital / Rainmaker Animation & Visual Effects 21 Elenco: Tom Hanks (Robert Langdon) Audrey Tautou (Sophie Neveu) Ian McKellen (Sir Leigh Teabing) Alfred Molina (Bispo Aringarosa) Jürgen Prochnow (André Vernet) Paul Bettany (Silas) Jean Reno (Bezu Fache) Etienne Chicot (Tenente Collet) Jean-Pierre Marielle (Jacques Sauniere) Clive Carter (Inspetor-chefe) Seth Gabel (Michael) Marie-Françoise Audollet (Irmã Sandrine) David Bark-Jones (Richard) Jean-Yves Berteloot (Remy) Daisy Doidge-Hill (Sophie Neveu - 8 anos) Paul Herbert (Pai de Sophie - jovem) Peter Pedrero (Pai de Silas - jovem) A seleção desses filmes deu-se pelos seguintes motivos: a) são obras que focalizam sociedades tecnologizadas, nas quais a figura de mediador/facilitador de acesso a informação. b) a informação, o livro ou equivalente, são retratados metaforicamente com algo que pode libertar o homem de situações opressoras. c) os filmes possuem em comum situações em que o bibliotecário, ou alguém desempenhando suas funções está lidando com algum tipo de tecnologia e a biblioteca também está ligada a algum tipo de tecnologia. d) as atividades de bibliotecários, são efetuadas por outros profissionais 22 2. Estatuto da biblioteca e as bases tecnológicas: cibercultura Hoje, no inicio do século XXI é comum ouvir falar em biblioteca virtual e biblioteca digital, as bibliotecas e unidades de informação, estão caminhando lado a lado com os avanços das tecnologias e se beneficiando de sua agilidade e facilidade. Quando se pensa em biblioteca em seu modo físico, logo vem a mente corredores formados por estantes repletas de livros, realidade vista ainda nos dias atuais. Mas a realidade que vem se tornando comum são as bibliotecas virtuais e digitais, base de dados que estão conectadas a internet, tecnologia que vem modernizando e facilitando a vida da biblioteca, bibliotecários e usuários. A interatividade entre biblioteca e internet proporcionou ao usuário acesso a base de dados de uma unidade de informação sem precisar sair de sua casa. Em alguns casos, podem-se encontrar bases de dados com produções bibliográficas em formato digital com seus textos completos. Com a explosão da indústria bibliográfica, onde milhares de livros são produzidos por ano, a tecnologia digital e a internet solucionaram um antigo problema das bibliotecas que é o espaço físico, hoje grande parte de um acervo pode-se ser encontrada em bases de dados conectados a internet. Essa facilidade tecnológica mudou a relação biblioteca-usuário, essa ação ambientada na internet é uma das conseqüências causadas pela cibercultura, que consiste em ações sócio-culturais através do ambiente da internet, a cibercultura é uma cultura contemporânea, marcada pelas tecnologias digitais. Para Levy (1999, p.247) longe de ser uma subcultura dos fanáticos pela rede, a cibercultura expressa uma mutação fundamental da própria essência da cultura. E essa mutação é perceptível nas bibliotecas e suas bases de dados, onde a biblioteca presta seus serviços e informações 24 horas por dia, em qualquer lugar e para qualquer pessoa em um ambiente de rede, se aproveitando cada vez mais das novas tecnologias em favor do tratamento e da disseminação da informação. 23 2.1. A representação da biblioteca e do bibliotecário ao longo da história A biblioteca ao decorrer dos anos está vinculada a informação, pesquisa, cultura, memória, educação e principalmente como aquela que organiza, classifica e dissemina a informação e o conhecimento. O bibliotecário é aquele que está por trás do ato de classificar e organizar essa “arqueologia do conhecimento”. Ao longo da história o bibliotecário foi vinculado como um “guardião de livros” como um indivíduo culto e intelectual. Na Idade Média, o destaque vai para os monges copistas, que eram encarregados de fazer cópias de outros livros e preservar a informação a sete chaves nas bibliotecas dos mosteiros. No século XX, com o crescimento das bibliotecas públicas, a população teve o acesso facilitado aos acervos públicos tornando assim a biblioteca mais próxima da comunidade e tornando o bibliotecário um agente cultural, mesmo assim não deixou de ser o profissional que organiza, cataloga e classifica. No fim do século XX e inicio do século XXI, com o crescimento da indústria bibliográfica e da tecnologia, a biblioteca teve que se adaptar a essas mudanças, foi necessário repensar o espaço físico pra atender a grande quantidade de livros publicados, informatizar as bibliotecas e capacitar os bibliotecários para lidar com as novas tecnologias. Essa necessidade foi superada por grande parte das bibliotecas e bibliotecários, hoje é comum as bibliotecas serem gerenciadas com o auxilio de softwares que diminuem grande parte do serviço do bibliotecário. Esses softwares fazem empréstimos e devolução de qualquer material da biblioteca, auxiliam na aquisição para novos títulos para o acervo, e permite controlar todo o acesso do usuário, fazem estatística do material consultado, auxiliam na classificação e catalogação entre outras atribuições. Uma tecnologia importante que facilitou a vida da biblioteca no século XXI é a internet, hoje as bibliotecas estão ligadas na rede, possuem sites, prestam seus serviços através da internet. Com a informatização das 24 bibliotecas e o crescimento da internet, o bibliotecário teve que se atualizar para caminhar junto com as novas tecnologias que vêm crescendo a cada dia. Ela também sustentava esse sistema de classificação, como ainda o faz, tornando-o material, físico e espacial. Bibliotecas que sobreviveram nos permite a estudar a “arqueologia do conhecimento” sentido literal da famosa expressão de Foulcault, examinado os vestígios físicos de antigos sistema de classificação (BURKER, 2003, P. 88). 2.2. A biblioteca moderna: implicações tecnológicas na atuação do bibliotecário O século XX é o século da informação, e as novas tecnologias da informação vêm crescendo de uma maneira rápida, contínua e silenciosa, muitas vezes não se nota o avanço do seu crescimento. Desde o surgimento do primeiro computador, muita coisa mudou no refere a trata de tecnologia da informação, hoje os computadores armazenam, processam e disponibilizam a informação de uma forma rápida e eficaz. Com os profissionais da informação, mais especificamente com o bibliotecário, a tecnologia da informação mudou notavelmente sua maneira de trabalhar. Nos dias atuais a biblioteca tem suas bases de dados para armazenarem suas informações referentes ao acervo, partes dos seus serviços são informatizadas, as bibliotecas estão trocando informações e serviços pela rede internet. Para chegar nesse estagio de informatização da biblioteca, os bibliotecários e os profissionais da informação tiveram que se atualizarem e alguns passaram por capacitação para se adaptarem com as novas tecnologias. Com as novas tecnologias presente na vida do bibliotecário, novos aspectos estão presentes no seu dia-dia profissional, como: segurança da informação, inclusão digital e acessibilidade aos sistemas, ferramentas tecnológicas para tratar a informação no formato digital e arquitetura da informação (conteúdo de sites). Hoje com as unidades de informação na sua maioria ligadas a redes, é preocupante a questão da segurança da informação, pois para algumas pessoas é fácil invadir um sistema e ter acesso a qualquer tipo de informação. Essa questão da segurança, é muito importante para as bibliotecas e bibliotecários. Um dos aspectos das novas tecnologias é a inclusão digital e a acessibilidade aos sistemas, pois não adianta uma unidade toda informatizada sem que seus usuários/clientes saibam 25 usá-las, é de extrema importância a capacitação não só dos funcionários como também dos usuários. Outro ponto importante no avanço das tecnologias da informação é a organização e a recuperação das informações conectadas na rede. Várias fontes alimentam continuamente esse universo virtual com grande quantidade de informação por isso, as bibliotecas precisam dispor de profissionais qualificados para trabalhar na rede para suprir essa necessidade, para que se possam selecionar informações que realmente interessam, armazená-las e disseminá-las. O avanço das tecnologias fez com que as bibliotecas e seus profissionais saíssem de um estado mais passivo no que se refere á busca de informação para estar atentos ás novidades da tecnologia da informação para que ela possa atender sua demanda. A maiorias das bibliotecas se mobiliza na busca da informação fora de suas paredes procurando atender aos seus usuários, porém é preciso "incorporar conscientemente" o novo paradigma e aceitar que a informação definitivamente está atrelada as tecnologias automatizadas. A comunicação por "bits" não tem barreiras e para atuar no "ciberespaço" são necessárias novas competências (SILVA, 1999, P. 103). Em vista dessas novas competências é que os profissionais da informação precisam se adaptar dia a dia, pois as novas tecnologias vêm evoluindo de uma maneira rápida e constante, a cada dia surge uma novidade tecnológica e cabe ao bibliotecário acompanhar essa mudança, para que ela possa ultrapassar as barreiras da biblioteca física entrar e se impor definitivamente no mundo das novas tecnologias e do ciberespaço. Ainda há resistência por parte de alguns bibliotecários, que não aderiram às novas tecnologias, mesmo ela sendo uma ferramenta que veio para modernizar e trazer facilidade para a vida das bibliotecas e bibliotecários. Isso faz com que bibliotecas que possuem profissionais que pensam de uma maneira resistente a inovações, podem fazer que suas unidades percam credibilidade nos seus serviços, e deixem de acompanhar os avanços tecnológicos, fazendo dela uma biblioteca passiva que não se atualiza conforme outros meios de informação. Essa resistência ás novas tecnologias, pode ser também relacionado ao medo da perda de espaço no ambiente de trabalho. Uma forma para suprir esse “medo”. segundo Silva (1999, 26 p. 104) é a tomada de consciência e investimento na mudança, na educação continuada que contribui para" abertura de visão. Isso é importante para que o profissional bibliotecário esteja apto a lidar com as mudanças tecnológicas que acontecem a todo tempo. 27 3. Mídia e formação de opinião Há tempos que a mídia vem influenciando e formando opiniões perante o público, a influência é tanta que ela é chamada de “quarto poder” em alusão aos poderes legislativo, executivo e judiciário. A presença marcante da mídia se percebe nas noticias do cotidiano; ela determina a qualidade e ênfase com que a noticia vai ser passada. Não seria exagero dizer que a comunicação constrói a realidade. A conclusão a que chegamos é a de que uma coisa existe, ou deixa de existir, à medida em que é comunicada, veiculada. É por isso, conseqüentemente, que a comunicação é duplamente poderosa: tanto porque pode criar realidades, como porque pode deixar que existam pelo fato de serem silenciadas (GUARESCHI, 1991, p.14). A mídia pode formar opiniões através do rádio, televisão, cinema e internet, veículos esses, que parte da população tem acesso. Formar opinião é algo de responsabilidade, pois por meio dos meios de comunicação podem-se formar opiniões positivas ou negativas de um determinado assunto, conforme os interesses de quem está a frente desses meios de comunicação. Por mais que a mídia possa pregar a democracia na informação, ela pode também ter interesse naquilo que ela está veiculando, ela pode formar opinião popular sobre um político, esportista, ator ou qualquer personalidade. È importante avaliar as informações e o entretenimento que a mídia circula, pois tendo uma boa avaliação é possível formar opiniões de qualidade. 3.1. Cinema e outras mídias audiovisuais A mídia audiovisual, televisão e cinema, principalmente, exercem papel importante na comunicação, o fato de ter acesso a informação através de imagens de pessoas e lugares reais, é um grande atrativo, seja essa imagem em fatos reais ou fictícios. Esses meios de comunicação têm o potencial de atingir grande parte da população, principalmente a TV, pois ela é presente em quase todos os lares brasileiros, nos dias de hoje o telejornalismo, novelas, e programas de auditório são presença diária nos lares brasileiros. 28 A TV é uma ferramenta importante para disseminar informação, a maioria dos acontecimentos do no cotidiano, chega a população por meio da TV, ela é um veiculo importante no quesito formar opinião. A partir do momento em que ela é o único meio de comunicação e informação que um individuo possa ter, o telespectador forma sua opinião através do que ele assistiu. A qualidade dos programas televisivos sempre foi tema de muito debate, pois nem sempre o que se veicula tem uma boa qualidade ou fontes confiáveis. Com isso o telespectador pode estar tendo acesso a informações que nem sempre condizem com a verdade. Muito se fala em manipulação da informação através da TV, levando o telespectador a pensar ou ter uma opinião da maneira que a mídia televisiva deseja. Outro veículo de comunicação e entretenimento de muita importância, é o cinema. O prazer de assistir a uma obra cinematográfica em uma sala escura, tela grande e um som de qualidade é quase insubstituível. A imagem em movimento é algo que fascina desde o fim do século XIX. Com o decorrer dos anos, a linguagem cinematográfica tornou-se alternativa para interpretar a realidade, representar grandes histórias e personalidades, algo que antes só era conhecido através dos livros. Segundo Soares (2005): “o cinema, praticamente desde o seu inicio, é oriundo de adaptações da literatura ou de revistas em quadrinhos”, inúmeras adaptações baseadas em livros já ilustraram as telas do cinema, ver o uma obra bibliográfica representada no cinema é algo atrativo, pois na tela você consegue enxergar os personagens da história como se fossem reais. Alem de representar histórias baseadas em obras bibliográficas, o cinema cria sua própria obra, sendo assim o cinema pode também ser um grande formador de opinião. Com o atrativo de sala, tela grande e som, o diretor de uma obra cinematográfica pode facilmente colocar sua visão de mundo e levar isso para o espectador, de uma forma em que ele possa refletir e opinar sobre as obras cinematográficas a que ele assiste. O cinema através das décadas vem se popularizando cada vez mais, deixando de ser só uma expressão cultural para se tornar uma grande indústria No cenário de uma economia globalizada, as indústrias cinematográficas, a partir da década de 80, vêm conquistando cada vez mais o mercado cinematográfico, cada vez mais alcançando altos níveis de popularidade e 29 eficiência. A alta tecnologia tem possibilitado excelentes avanços na indústria do cinema, fazendo com que as empresas alcancem grandes resultados tendo como aliadas a propaganda e as novas tecnologias. (SOARES, 2005). Como, entretenimento, o cinema também se destaca. A cada lançamento de algum filme, é feito um grande investimento na divulgação, o marketing no cinema cresceu muito, hoje se investe muito em promoções para atrair as pessoas a irem ao cinema. O marketing está tão presente no cinema, que em certos filmes os personagens viram bonecos e estampam camisetas, mas será que o investimento tão alto em marketing e a preocupação em arrecadar milhões na bilheteria não esta comprometendo a qualidade artística e cultural do cinema? Será que hoje o cinema como mídia tem a preocupação de passar uma informação que possa acrescentar algo para seu espectador? É com essas questões que hoje se questiona a qualidade da informação que o cinema está passando, sendo uma mídia que atrai tantas pessoas, com a preocupação com a arrecadação nas bilheterias, isso pode estar comprometendo o cinema como um formador de opinião. 3.2. Internet e outras mídias digitais Atualmente a internet é um fenômeno de comunicação, informação e interatividade. A cada ano que passa a ela vem se popularizando, hoje parte considerável da população e está acessando. Ouve-se falar que vivemos a “era da informação” isso se deve muito a internet, pois a cada minuto milhares de informações são disponibilizadas na rede, essa agilidade na transmissão da informação possibilitou as pessoas terem acesso a noticias praticamente em tempo real. Com essa agilidade e conectividade, a internet se tornou um meio de comunicação que rompe as barreiras do limite geográfico, e permite ao indivíduo acessar um mundo de informações na tela do computador. A interatividade que a internet promove é um grande atrativo para seus usuários. Hoje qualquer pessoa pode postar qualquer tipo de informação na rede, fazendo do usuário um contribuinte real no mundo da informação disponibilizando e compartilhando suas idéias, para que qualquer pessoa conectada a internet tenha acesso. Apesar dessa democratização da informação, no qual todos têm 30 participação ativa, quando falamos de informação na internet, nem sempre suas fontes são confiáveis. Hoje com essa interatividade na internet, com os sites 2.0, blogs e fóruns, podem-se criar várias temáticas para se discutir, publicar idéias e pensamentos as quais antes quase ninguém teria acesso, criar comunidades de relacionamentos onde todos se encontram em um ambiente virtual, compartilhando fotos, musicas e vídeos. Em se tratando de vídeo, um site que chama muito a atenção na internet, é o Youtube trata-se de um site onde o usuário posta seu vídeo caseiro para ficar disponível para qualquer pessoa ver e comentar. No Youtube, praticamente encontra-se de tudo desde os vídeos caseiros até trailers e trechos de filmes, existe programas jornalistícos e de humor feito especialmente para o Youtube e grandes marcas, que lançam seus produtos no site. Com essa evolução da internet, da qual todos participam, postando seus arquivos, compartilhando idéias ela se torna uma mídia de extrema importância para o entretenimento e a disseminação da informação sem limites de fronteiras, podemos dizer que a internet, trouxe a oportunidade de viver uma vida virtual, na qual se trabalha, comunica-se e se diverte. Importante salientar que esse mundo virtual ou vida virtual refere-se às atividades na internet, pois virtualidade pode ser entendida em outros sentidos, A palavra “virtual” pode ser entendida em ao menos três sentidos: o primeiro, técnico, ligado a informática, um segundo corrente e um terceiro filosófico. O fascínio suscitado pela “realidade virtual” decorre em boa parte da confusão entre esse três sentidos. Na acepção filosófica,é virtual aquilo apenas em potência e não em ato, o campo de forças e de problemas que tende a resolver-se em uma atualização. No sentido filosófico, o virtual é obviamente uma dimensão muito importante da realidade. Mas no uso corrente,a palavra virtual é muitas vezes empregada para significar a irrealidade – enquanto a “realidade” pressupõe uma efetivação material, uma presença tangível (LEVY, 1999, p. 47). Pode-se dizer que a internet é uma mídia virtual, na qual pessoas reais alimentam um mundo de informação sem espaço físico e há promoção de interatividade entre os usuários sem que estejam presentes fisicamente, um tipo de mídia que evolui a cada instante e influencia cada vez mais o mundo do entretenimento, comunicação e informação. 31 4. Bibliotecário: sua auto-imagem e o imaginário popular Uma pessoa pode através de seus afazeres profissionais, criar no imaginário popular um pré-julgamento. Pode-se imaginar que um juiz é uma pessoa autoritária ou imparcial, pois em suas mãos estão decisões importantes para a comunidade ou dizer que os advogados são pessoas completamente intelectuais, por usarem um palavreado difícil de pouco uso ou de conhecimento da população, que um bombeiro é um herói 24 horas por constantemente estar salvando vidas etc. Por meio desses exemplos podemos observar que a profissão exercida pode criar uma imagem que parte do pressuposto de que as concepções construídas não são do profissional ou de seu fazer, mas sobre o profissional e valoração atribuída pelo outro sobre este fazer, que reflete o significado do olhar daquele que está a lhe observar e é, portanto, repleto de significações sobre conduta, atitudes e valores particulares que refletem sobre um coletivo (BARBALHO, 2006, P. 166). O bibliotecário também tem, claro sua representação no imaginário social coletivo. Quando se pensa em um bibliotecário, vem logo a mente uma pessoa que fica o dia inteiro guardando livros, que fica sentado atrás de um balcão, pedindo silêncio constantemente. Mas tem também o entendimento de que o bibliotecário, é uma pessoa reservada, inteligente e algumas vezes mal-humorada. Essas conclusões podem referir-se a experiências que as pessoas tiveram com alguns profissionais bibliotecários A imagem que exibe o profissional bibliotecário como alguém que é guardião de livros, que exige ambientes silenciosos, com elevada idade, coque na cabeça, portando óculos denotando que sua profissão exige uma doação que vai além de sua capacidade mental e se instala na exposição a uma debilidade física que prejudica a sua saúde, é autofágica? Até que ponto isto é uma distorção ideológica do real ou uma mera representação da submissão ou subserviência como a profissão é estereotipada? (BARBALHO, 2006, p. 168). 32 Essa representação acompanha o bibliotecário desde a Idade-Média. Os bibliotecários sempre estavam reclusos em seus acervos, aos quais poucas pessoas tinham acesso. O bibliotecário era visto como um guardião de livros e com o decorrer dos anos a personificação de um bibliotecário geralmente é ligado às mulheres e de um profissional que lêm compulsivamente. É comum incentivar pessoas a freqüentarem bibliotecas, mas não é comum as pessoas reconhecerem os bibliotecários como profissionais que exercem serviços específicos e que passaram alguns anos estudando para exercer essa profissão. Mas de que forma o bibliotecário está colaborando para que se passe essa imagem nem sempre correta da profissão? Como os bibliotecários estão promovendo sua auto-imagem? A questão dos estereótipos é muito importante, pois uma imagem errada de um profissional pode evitar que outras pessoas ingressem na profissão. Quem quer passar quatro anos na universidade para ser considerado um nerd mal remunerado? Certamente nenhum dos jovens que eu tenho contato diariamente e que sabem muito mais de tecnologia de informação do que eu. Essas são as pessoas que precisam ser recrutadas. O problema da imagem prejudica tanto os salários como o nosso reconhecimento público como profissionais, além de impedir nosso crescimento e sucesso futuro (BARROS, 2005). Para eliminar um estereótipo negativo que possa prejudicar os bibliotecários é preciso conscientizar as pessoas de que as atividades bibliotecárias evoluíram junto com as novas tecnologias. Hoje as bibliotecas e seus serviços estão se modernizando, os bibliotecários têm seus serviços específicos, muitos trabalham direto com tecnologia da informação, gestão da informação, pesquisa científica e poucas pessoas têm conhecimento disso. É importante que os bibliotecários se preocupem em divulgar seus serviços e que se auto-valorizem, para que possam assim passar uma imagem positiva e atraírem mais pessoas a valorizarem a profissão e as bibliotecas 33 4.1. Representação do bibliotecário no cinema Há pouco mais de cem anos, o cinema vem sendo presença certa na comunicação e entretenimento. Presença que vem marcada desde 1895 com os irmão Lumiére, que através de sua câmera com projetor chamado cinematografe, registraram as primeiras imagens em movimento, a mais famosa delas é a “Chegada de um trem à estação” onde o público chegou até se proteger nas poltronas convencido de que o trem era real, com isso já se percebia o fascínio da arte que estava nascendo. O cinema é considerado uma arte, e por sua vez já exibiu através de suas telas inúmeros filmes, de gêneros como ação, animação, vanguarda, biográfico, comédia filme de época, cult, documentário, épico, terror, musical, ficção, suspense e outros. Mas independente do gênero dos filmes, é fato que o cinema e suas obras exercem alguma influência em seu publico, indiferentemente de como o diretor expressou sua obra cinematográfica, a interpretação do publico é de certa forma, livre O significado do filme não é simplesmente uma propriedade de seu arranjo especifico de elementos; seu significado é produzido em relação a um publico e não independentemente. Ao percebemos isso vemos a possibilidade de aceitar que o publico possa encontrar uma variedade de significados em qualquer texto cinematográfico; seu significado não é necessariamente “fixo”, imutável (TUNER, 1997. p.122). Levando em consideração a influência que o cinema exerce na opinião de seu publico, qual seria a interpretação que eles teriam do bibliotecário? É valido lembrar que nem sempre nessas produções é citado o termo “bibliotecário”, mas é perceptível a função da profissão, muitas vezes as ações bibliotecárias exercidas nos filmes são representadas por jornalistas, pesquisadores e professores. A função do bibliotecário já foi mostrada em filmes como: O nome da rosa; Um sonho de liberdade; Os caças fantasmas; A maquina do tempo; entre outros. Mas a intenção dessa pesquisa não é analisar a presença do bibliotecário e o seu perfil, e sim analisar como o cinema retrata esse profissional interagindo com novas tecnologias atreladas a sua profissão. A representação da ação bibliotecária lidando 34 com tecnologia no cinema merece análise, pelo fato da imagem do bibliotecário ter o estereótipo de uma pessoa que vive arrumando as estantes de livros, carimbando fichas catalográficas, sendo uma pessoa de idade mais avançada, sempre pedindo silêncio aos usuários e resistente às novidades tecnológicas. Responsável pela guarda da memória livresca está o bibliotecário que, na maioria das vezes tanto no fílmico como na vida real, é mulher. Além disso, são representadas por estereótipos físicos e psicológicos: usam óculos e coque ou os cabelos presos têm arrogância na ponta do nariz, são envelhecidas precocemente e solteironas, a negativa do desejo sexual e da sexualidade (SILVA, 2006). Com o crescimento da tecnologia e da informática, esse perfil de profissional está mudando. Essas mudanças serão analisadas nos filmes que apresentam a representação do profissional bibliotecário. Representar um personagem ou um profissional através da linguagem cinematográfica é interessante, pois, o cinema não basear apenas em livros e obras de ficção, o cinema pode se basear na vida real. A invenção de tipos pelo cinema tanto legitima discursos quanto cria novas narrativas e personagens que passam a viver no mundo “real”, compondo uma série de protocolos discursivos presentes em formas e tipos recorrentes. Assim, podemos dizer que o cinema é não só o reflexo do mundo e do espírito humano, mas as próprias projeções e aspirações desse espírito(SILVA, 2006, p. 94). A relação entre uma obra cinematográfica e a vida real é uma relação muito próxima, pois o cinema é uma linguagem onde a imagem em movimento faz com que o espectador tenha uma identificação muito próxima da realidade, com isso o a vida real e uma obra cinematográfica podem-se fundir, causando diversas interpretações na mente do espectador na hora em que assiste a um filme. Esse poder de influência que o cinema possui, faz com que um personagem representando algum profissional, permite criar uma imagem ou o seu estereótipo. Considerando-se o cinema retratando um bibliotecário pode apresentar vários pontos de vista, trazendo para o bibliotecário lidando com tecnologia, como seria essa representação? Será representaria um profissional totalmente dinâmico, entrosado com as novas tecnologias, sem nada a dever a outros profissionais que lidam com a tecnologia da informação? Ou seria um profissional resistente a as 35 novas tecnologias insistindo em não abrir mão de suas tradicionais atividades bibliotecárias? As bibliotecas, como espaços físico, na maioria das vezes, são representadas por fileiras de estantes, com livros empoeirados e ambiente de baixa luminosidade. Seus serviços são atrelados a bibliotecários sempre fazendo atendimento no balcão, catalogando, classificando e carimbando livros. A questão é de como o cinema percebe o universo do bibliotecário lidando com tecnologia? Para isso cinco filmes serão analisados, são eles: O nome da rosa; Fahrenheit 451; A máquina do tempo, Minority report e O código Da Vinci. 4.1.1. O Nome da Rosa O nome da Rosa é um filme baseado no livro de Umberto Eco. A história é um suspense que se passa em plena Idade Média, onde um monge franciscano é encarregado de investigar uma série de mortes que se passam a ocorrer no mosteiro. A escolha de incluir esse filme para analise é de apontar qual tecnologia tinha uma biblioteca na Idade Média. O personagem principal é Guilherme de Baskerville (Sean Connery) onde ele e seu ajudante Adso von Melk (Christian Slater) investigam supostos crimes que acontecem no mosteiro. Com o decorrer das investigações são levados a investigar as dependências da biblioteca do mosteiro, que é um verdadeiro labirinto e onde existe um bibliotecário responsável que se chama Malaquias além de vários monges copistas. Cena 1: Guilherme e Adson chegam as dependências da biblioteca para investigar sobre a morte de um monge copista que morreu de uma forma misteriosa. Ao reparar a cena, percebe-se que em uma sala ampla há vários monges copistas, fazendo copias de livros de uma maneira toda manual e artesanal. 36 Figura 1 – Monges Copistas Observando a biblioteca nesse filme, percebe-se que na Idade Média as bibliotecas eram providas de certos tipos de tecnologia compatíveis com a época. Encarregados de reproduzir obras bibliográficas da época, os monges copistas, em questão de tecnologia, tinham apenas canetas e tinteiros. Considerando-se que a Igreja na Idade Média era uma instituição rica, pode-se dizer que as canetas e tinteiros eram o que existia de mais avançado de tecnologia na época. Essa obra cinematográfica retrata o bibliotecário atualizado com as tecnologias da época, importante dizer que na Idade Média só o clero e quem fazia parte da monarquia eram alfabetizados, com isso os monges bibliotecários eram aptos a lidarem com canetas e tinteiros. Cena 2: Guilherme e Adson percorrem o acervo da biblioteca, ate que eles encontram uma sala secreta, nela está o responsável pela biblioteca, Jorge, e em sua mão está o livro que Guilherme procurou durante sua investigação no mosteiro. O livro é uma comédia de Aristóteles, escrito em grego. Por ser um livro de comédia, Jorge alega que a comédia provoca o riso, e o riso é a face do demônio, por esse motivo ele esconde o livro no acervo da biblioteca em uma sala secreta. 37 Pode-se analisar que o acesso a informação na Idade Média não era para qualquer pessoa, tanto que na biblioteca do mosteiro nota-se que poucos tinham permissão para entrar. E quando se trata de informação confidencial é perceptível que o responsável pela biblioteca usa toda segurança da biblioteca para guardar o livro de Aristóteles. A Igreja sendo uma instituição de poder aquisitivo faz o melhor investimento possível em segurança, tanto que na biblioteca, pode-se reparar que para ter acesso ao acervo existem portas que são abertas apenas pelo lado de dentro. Na sala onde é guardado o livro de Aristóteles, Jorge tenta escapar de Guilherme e Adson, ao sair ele tenta fechar a porta e logo Guilherme se preocupa em impedir que a porta se feche para que ele e Adson não fiquem presos dentro da sala. Na Idade Média e a igreja vivendo a fase da Santa Inquisição é considerável que as dependências da biblioteca estariam equipadas com o que melhor se tinha disponível em tecnologia de segurança já que em certa parte do filme Guilherme comenta que aquela era uma das maiores biblioteca da cristandade. Levando-se em consideração essa importância pode-se concluir que a biblioteca retratada no filme revela em questão de tecnologia, a segurança instalada em suas dependências. 4.1.2. A Máquina do Tempo A maquina do tempo é um filme de ficção científica no qual um cientista consegue provar, que viajar no tempo é possível. O personagem principal é Alexander Hartdegen (Guy Pearce) um cientista que ao criar uma máquina do tempo viaja 800 mil anos no futuro. Cena 1 Alexander entra em sua máquina do tempo, a data de partida era 18 de janeiro de 1899 e viaja para o futuro, quando ele para sua máquina no dia 24 de maio de 2030. Ao descer de sua máquina do tempo Alexander começa a reparar ao seu redor e observa os prédios, carros, ruas, pessoas com roupas diferentes, 38 observa um outdoor eletrônico onde se faz propaganda para viajar a Lua. Enquanto observa tudo ao seu redor, uma moça o cumprimenta e repara em suas roupas dizendo que são antigas, ele apenas observa as roupas da moça e não diz nada. Ele caminha em direção a um prédio que supostamente abriga uma unidade de informação, e entrando depara-se com vários painéis de vidro, quando de repente a imagem de um homem se projeta nesse painel e se apresenta como Vox (Orlando Jones) unidade informativa de biblioteca. Dialogo: Alexander: O que é você? Vox: Unidade informativa de biblioteca Registro Vox NY-114, como posso ajuda-lo? Alexander: È um estereóptico Vox: Estereóptico? Não, sou uma terceira geração de um fotônico com capacidade verbal e ligado a todos bancos de dados do planeta. Alexander: Fotônico? Vox: Um compêndio de todo conhecimento humano Nessa cena, o filme mostra um bibliotecário totalmente virtual, ligado a todas as bases de dados do mundo, recuperando qualquer tipo de informação. Quando ele se apresenta como “unidade informativa de biblioteca” pode-se entender que todas as informações contidas em uma biblioteca, resumem-se nele. Nota-se nessa cena como a biblioteca possui importância na recuperação da informação, pode-se dizer também que pelo fato de essa unidade estar ligada a todas bases de dados do mundo ele está inserido no que chamamos de cibercultura. Cena 2: Ao viajar em sua máquina do tempo em meados do ano 800 mil no futuro, Alexander encontra uma civilização totalmente diferente da qual ele encontrou na sua última viajem no ano de 2030, o planeta passou por varias eras glaciais e a população vive de uma maneira rústica e primitiva. Sem entender o que teria acontecido com o planeta, Alexander começa a explorar o lugar até que em uma 39 ruína ele encontra Vox “unidade informativa de biblioteca” com a mesma tecnologia de 2030, Vox tem a capacidade de reconhecer Alexander e o informa sobre a população que vive naquela época. Importante notar nessa cena que apesar de se passar em 800 mil anos, a tecnologia “unidade informativa de biblioteca” resistiu, com a capacidade de disseminar informação. Observa-se que a biblioteca é a única tecnologia avançada e a única fonte onde Alexander consegue algum tipo de informação. Essa cena mostra a importância da alta tecnologia implantada em uma biblioteca, uma tecnologia resistente que apesar do passar dos anos continua disseminando a informação de uma maneira eficaz. Cena 3: Alexander tira Vox das ruínas e o leva para junto da população, para que a “unidade informativa de biblioteca” possa disseminar a informação e contar como era o planeta no passado. Essa é uma das últimas cenas do filme, o interessante é a valorização que é dada à biblioteca como centro de memória usando sua tecnologia a favor da comunidade. O filme valoriza a figura da biblioteca e do bibliotecário mostrando-os como peças fundamentais na preservação da memória e disseminação da informação de uma forma totalmente atualizada com as novas tecnologias da informação. A imagem da biblioteca e do bibliotecário retratada no filme mostra de como é importante investir em alta tecnologia em uma biblioteca para que a preservação da memória e a disseminação da informação sejam feitas com qualidade eficácia ao decorrer dos anos. 4.1.3. Minority Report Minority Report é um filme de ficção científica no qual a polícia tem um departamento chamado de “pré-crime”. Num cenário onde é possível prever os 40 crimes que irão acontecer esse departamento consegue impedir os crimes antes mesmo deles acontecerem. Cena: Detetive John (Tom Cruise) chega ao departamento de investigação, vai para uma sala onde existe um painel côncavo e transparente, ao ligar, aparecem varias imagens relacionadas a um crime que foi previsto John precisa descobrir o endereço onde o crime esta prestes á acontecer. Para manusear o painel, John calça luvas que na superfície, onde vão os dedos, acendem uma luz azul nas pontas de três dedos. Com as mão vestidas com as luvas, ele consegue interagir com o painel apenas com os movimentos das mãos, arrastando e virando imagens da forma que deseja. Nesse painel ele consegue recuperar qualquer tipo de informação em questão de segundos. O fator interessante desse filme é a tecnologia de recuperação da informação, em questão de segundos a pessoa pode interagir com um painel obtendo varias informações. A presença do profissional bibliotecário não esta presente no filme, mas no fato de ter uma tecnologia que recupera a informação através de palavras-chave pode-se notar a ação bibliotecária. A recuperação de imagem é mostrada no filme e percebe-se que em certos momentos John sente dificuldades de recuperar certas imagens por não ter sua referência, neste caso sente-se falta de uma boa indexação de imagens. É certo dizer que apesar de ter uma tecnologia de ponta, se não houver uma boa indexação e palavras-chave que condizem com a informação, sua recuperação pode ser comprometida. 4.1.4. O Código Da Vinci O Código Da Vinci é um filme baseado no livro de Dan Brown, o personagem principal é Robert Langdon, famoso simbologista que é destinada a investigar mensagens ocultadas nas obras de Leonardo Da Vinci. 41 Cena: Robert Langdon e Sophie entram em um ônibus para irem á biblioteca, Langdon reclama que a biblioteca está a meia-hora de onde eles estão, Sophie observa que no fundo do ônibus há um jovem com celular, ela se aproxima dele e pede o celular emprestado, logo ela chama Langdon e passa o celular para ele, com internet no celular. Langdon consegue acessar os serviços da biblioteca de Chelse e no banco de dados da biblioteca consegue fazer uma busca de pesquisa avançada pelo celular. A presença da cibercultura e das novas tecnologias nessa cena é evidente, um celular com acesso a internet, tecnologia móvel que pode ser acessada de qualquer lugar e uma biblioteca que tem seus serviços disponíveis na rede, facilitaram a vida do personagem, pois ele percebeu que para chegar a biblioteca o tempo que ele tinha não era o suficiente e com um aparelho que cabe na palma da mão tem acesso ao banco de dados da biblioteca. A biblioteca prestou um serviço sem a pessoa estar presente fisicamente em suas dependências e sem o auxílio direto de um bibliotecário, isso já é reflexo da cibercultura, na qual pessoas e informações estão ligadas através da rede em um ciberespaço. A imagem da biblioteca nessa cena é retratada como uma biblioteca atual e atualizada com as novas tecnologias. 4.1.5. Fahrenheit 451 Fahrenheit 451 é um filme baseado no livro de Ray Bradbury, uma ficção cientifica, em que os bombeiros têm a missão de queimar livros, para que esses não disseminem nenhum tipo de informação. O único tipo de comunicação permitida é a televisão, com uma programação totalmente monitorada pelos governantes que tem a intenção de deixar a população alienada. A ausência de biblioteca no filme se deve a censura a leitura e livros, onde a população é totalmente manipulada pelos seus governantes Logicamente, coletar e colecionar acervos significa poder que, no entanto, pode ser 42 representado pela ausência de coleções. Em Fahrenheit 451, poder e também censura são mostrados na ausência de bibliotecas públicas e na caça aos livros e às coleções privadas. A trama se passa em uma sociedade onde livros – quaisquer que sejam – são proibidos. Embora não datada, a história ocorre em uma sociedade do futuro, um futuro não muito distante das décadas de 1950-60. Um futuro que tanto pode ser o ano 2000 como qualquer outro do início do terceiro milênio (SILVA, 2006, P. 95) O filme retrata um futuro com uma população totalmente alienada, alienação propagada principalmente pela televisão. Nota-se algum tipo de tecnologia no decorrer do filme, mas nada referente a tecnologia da informação. A ausência de uma biblioteca é sentida, já que o filme tem como um dos seus enfoques principais o livro. Mas o livro é o grande vilão da história, quando encontrado, acionam-se os bombeiros para que sejam queimados. O foco desse trabalho, é identificar filmes que retratem a biblioteca ou o profissional bibliotecário lidando com algum tipo de tecnologia, mas no Fahrenheit 451 o interessante é que apesar da ausência da tecnologia da informação nas bibliotecas, o que o filme traz é o fato de o homem ser a unidade de informação, já que o livro como códice é proibido, o homem passa a ser o livro vivo, para disseminar a informação, pois o importante não é a mídia ou o formato que a informação se encontra e sim que ela seja transmitida. 4.2. Bibliotecário e sua representação na cibercultura O grande avanço da informática vem mudando nossos hábitos tanto na vida pessoal como na vida profissional, hoje em dia realizamos varias ações conectados na “rede” como: sala de bate-papos, movimentos bancários, e-mails, jogos, musicas e vídeos. Nos dias de hoje nas atividades bibliotecárias é fácil notar a presença da cibercultura, pois muitas bibliotecas estão ligadas a rede, várias das atividades e serviços são realizadas pela internet, como o COMUT por exemplo. Os bibliotecários se relacionam por e-mails, realizam video-conferência, fazem empréstimos e solicitam artigos pela internet. Esse avanço da informática facilitou sem duvidas a vida das bibliotecas. O bibliotecário não foi só beneficiado pela internet, mas também colabora com o seu crescimento fortalecendo a cultura da informação. 43 Se a Internet constitui o grande oceano do novo planeta informacional, é preciso não esquecer dos muitos rios que a alimentam: redes independentes de empresas, de associações, de universidades, sem esquecer as mídias clássicas (bibliotecas, museus, jornais, televisão etc.). (LÉVY, 1999, p.126) Com essa participação na evolução da tecnologia e da internet o profissional bibliotecário não passa despercebido, tanto que sua prática profissional lidando com tecnologia, é representada na linguagem cinematográfica, um exemplo disso são filmes como Minority report; O código da Vinci e A maquina do tempo, que mostram a prática bibliotecária lidando com tecnologia e ate mesmo de uma forma bem futuristica. A cibercultura trouxe muitos benefícios para as bibliotecas, como também trouxe algumas barreiras. Como já vimos, os benefícios são inúmeros: bibliotecas interligadas, serviços unificados e online, biblioteca digital e virtual entre outros. Já as barreiras a serem superadas, referem-se principalmente à qualificação dos profissionais, para acompanhar os avanços tecnológicos, a resistência por parte de alguns profissionais mais tradicionais, a capacitação do usuário para as bibliotecas informatizadas e a falta de segurança para realizar serviços totalmente virtuais. É fato que a cibercultura é presente nos dias de hoje e na vida do profissional bibliotecário, trouxe uma nova maneira de enxergá-lo. Uma biblioteca que pode ser acessada em qualquer lugar do mundo, faz com que ela possa estar sempre atualizada, traz mais credibilidade e não deixa de perder sua importância perante a comunidade. Um profissional bibliotecário habituado lidar com o mundo virtual também é de extrema importância já que esse é um dos profissionais que alimentam o mundo de informações que é a internet. A cibercultura é a maneira de fazer diversas atividades de uma maneira virtual e com muito desempenho biblioteca e bibliotecários estão vivendo essa realidade. 44 5. Considerações finais A imagem que o cinema passa das bibliotecas e bibliotecários lidando com tecnologia nesses cinco filmes revela que, tecnologia e biblioteca caminham juntas, porém suas relações são diversas. No filme “O Nome da Rosa”, percebe-se que a tecnologia é usada de uma forma negativa, pois ela proporciona a proibição da entrada no acervo da biblioteca, já em “A Máquina do Tempo”, mostra-se uma biblioteca totalmente atrelada à tecnologia, uma imagem positiva da biblioteca e seus serviços. “Minority Report” enfoca mais os serviços de recuperação da informação e são notáveis os serviços bibliotecários realizados por outros profissionais. Em “O Código Da Vinci”, retrata-se uma biblioteca conectada com o mundo, prestando seus serviços pela internet, facilitando a vida do usuário. “Fahrenheit 451” é marcado pela ausência de uma biblioteca, mas enfatiza o valor do ser humano, pois mesmo com tanta tecnologia homem continua sendo insubstituível. As bibliotecas de hoje em dia estão se informatizando e estão conectadas em rede, os profissionais bibliotecários exercem seu serviços em sintonia com as novas tecnologias, essa ligação entre bibliotecas/bibliotecários e tecnologia é uma realidade. A imagem da biblioteca ficou bem representada nos filmes” A máquina do tempo” e O “Código Da Vinci”, pois mostra a biblioteca como uma instituição moderna, acessível e aberta as tecnologias de um modo geral. 45 Referências A MAQUINA do tempo (The Time Machine) Direção: Simon Wells. EUA, 2002. ARAUJO, Inácio. Cinema: o mundo em movimento. São Paulo: Scipione, 1995. BARBALHO, C. R. S. 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