Aquecimento Indireto de Óleo Isolante no processo de Regeneração por Termo-Vácuo Por Bruno Kac Diretor de Engenharia Devido ao alto valor e ao grande inventário de óleo utilizado por diversas indústrias, os usuários preferem recuperar o óleo que eventualmente esteja fora das especificações do que descartá-lo e adquirir óleo novo. No caso dos grandes transformadores, tem sido prática comum a utilização de unidades de desgasificação com utilização de bomba de vácuo e filtragem, sendo precedida de aquecimento. Estas unidades são largamente usadas no mundo todo. São fabricadas desde vazões de 1 até 20 m3/h ou mesmo maiores. A maioria das unidades de desgasificação é móvel, mas eventualmente podem ser encontradas unidades estacionárias. Fig 1: Unidade de desgasificação por termo vácuo típica Praticamente todas as unidades existentes utilizam aquecimento elétrico direto do óleo por meio de uma resistência elétrica comum. Alguns modelos de menor custo fazem uso até mesmo de resistências domésticas utilizadas em saunas e boilers. A temperatura de contato do óleo com a resistência pode eventualmente ultrapassar o ponto de pirólise (craqueamento térmico sem presença de oxigênio). Nos momentos de partida e parada da unidade haverá sempre óleo sem movimento na região ao redor da resistência, aumentando a degradação de óleo que depois circulará de volta a algum equipamento. O óleo degradado funciona como um catalisador para degradação do óleo sadio, adiciona radicais livres, e não necessariamente será retirado pela bomba de vácuo ou retido nos filtros de saída, retornando desta forma ao transformador ou ao tanque de armazenamento. A longo prazo, óleo degradado também irá dar origem à gomas. Abaixo na Fig 2 está representado o perfil de temperatura entre o óleo e a resistência elétrica em um aquecedor. A temperatura T3 no ponto de contato será sempre muito mais alta do que a temperatura média medida no óleo na saída do aquecedor, podendo chegar até mais de 350º sem dano à resistência. Fig 2: Perfil de Temperatura ao redor de um a resistência elétrica Na Fig 3 abaixo é mostrado um gráfico conceitual da degradação em função do tempo para várias temperaturas T3 de contato, onde T3a>T3b>T3c>T3d. Fig 3: Degradação por Pirólise de óleo básico em função do tempo para várias temperaturas (conceitual) Evitando o Coqueamento do Óleo Como forma de evitar a degradação do óleo por coqueamento, a G-Prox desenvolveu um processo para aquecimento indireto do óleo utilizando água pressurizada aquecida. Por estar em uma pressão acima da atmosférica a água pode ser mantida liquida entre 105ºC e 160 ºC (entre 0,2 e 5 bar manométricos). Um sub-circuito aquece e recircula a água que é assim utilizada para aquecer o óleo sem risco de atingir temperaturas perigosas. Uma válvula de controle de Pressão ajustável no circuito de água quente impede que haja sobretemperatura no aquecimento do óleo. A resistência elétrica que aquecia o óleo é agora substituída por um trocador de calor. Não há nenhum risco da água migrar para o circuito de óleo pelo trocador, devido à sua construção. Na figura 4 abaixo está exibido o fluxograma de processo para uma unidade termovácuo utilizando aquecimento indireto. Fig 4: Fluxograma de Processo de uma Unidade de Destilação Termo-Vácuo por Aquecimento Indireto A G-Prox faz o estudo e avaliação das condições de filtragem e regeneração das instalações existentes e indica ações para sua melhoria. Também realiza o estudo para modificação de grandes unidades termo-vácuo estacionárias com objetivo de adicionar um circuito de aquecimento indireto.