PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA E DE MATERIAIS - PPGEM HIDERALDO LUIS VASCONCELOS DOS SANTOS AVALIAÇÃO DE MODELOS NUMÉRICOS PARA REPRESENTAR O NÚCLEO LAMINADO DOS ROTORES DE MÁQUINAS ELÉTRICAS CURITIBA NOVEMBRO - 2008 HIDERALDO LUIS VASCONCELOS DOS SANTOS AVALIAÇÃO DE MODELOS NUMÉRICOS PARA REPRESENTAR O NÚCLEO LAMINADO DOS ROTORES DE MÁQUINAS ELÉTRICAS Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Área de Concentração em Mecânica dos Sólidos e Vibrações, do Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus de Curitiba, da UTFPR. Orientador: Prof. Marco Antônio Luersen, D.Sc. Co-orientador: Prof. Carlos Alberto Bavastri, Dr. Eng. CURITIBA NOVEMBRO - 2008 TERMO DE APROVAÇÃO HIDERALDO LUIS V. DOS SANTOS AVALIAÇÃO DE MODELOS NUMÉRICOS PARA REPRESENTAR O NÚCLEO LAMINADO DOS ROTORES DE MÁQUINAS ELÉTRICAS Esta Dissertação foi julgada para a obtenção do título de mestre em engenharia, área de concentração em Mecânica dos Sólidos e Vibrações, aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais. _________________________________ Prof. Giuseppe Pintaúde, Dr. Eng. Coordenador de Curso Banca Examinadora Prof. Marco Antônio Luersen, D.Sc. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Domingos Alves Rade, Dr. Universidade Federal de Uberlândia Prof. Jucélio Tomás Pereira, D.Sc. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Carlos Alberto Bavastri, Dr. Eng. Universidade Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná Curitiba, 25 de Novembro de 2008 iii Dedico este trabalho à minha mãe Daúva Ortiz dos Santos, que sempre batalhou pelo nosso futuro. iv AGRADECIMENTOS A minha noiva Gizele pelo amor, pela grande dedicação e compreensão que teve durante esta longa caminhada. A minha irmã Maria e meu cunhado Silvio por todo apoio e por me acolher no começo de tudo quando fui estudar em Curitiba. Aos meus dois orientadores, Prof. Marco Antônio Luersen e Prof. Carlos Alberto Bavastri por toda sua dedicação, profissionalismo e motivação que permitiram este trabalho se tornar realidade. Ao Prof. Jucélio Tomás Pereira por todos os ensinamentos e especialmente o grande apoio e preocupação que, juntamente com o Prof. Carlos A. Bavastri tiveram para ajustar os horários de suas aulas para que pudéssemos conciliar o Mestrado em Curitiba e o trabalho em Jaraguá do Sul. Ao meu grande companheiro de mestrado e amigo Francisco José Doubrawa Filho pela amizade e exemplo de dedicação aos estudos que sempre nos motivou nesta jornada. Ao meu colega de trabalho Hilton Penha Silva, um grande professor e incentivador que sempre me apoiou. Ao meu colega de trabalho Cassiano Antunes Cezário pelos preciosos ensinamentos de Ansys e pelas curiosas correções de português que fez na minha dissertação. A WEG Equipamentos Elétricos S.A. – Motores, na pessoa do Sr. Sebastião Lauro Nau por incentivar o mestrado e autorizar minha ausência do trabalho e na pessoa do Sr. Hugo Gustavo G. Mello pela grande paciência e pelo apoio que sempre nos deu. Agradeço também a WEG por todos os recursos técnicos que me foram disponibilizados para realizar este trabalho. Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais da UTFPR pela infra-estrutura e administração disponibilizadas. Ao MCT/FINEP/FNDCT – Chamada PROMOVE – Laboratórios de Inovação – Convênio 4931/06 pelo apoio financeiro no desenvolvimento deste trabalho. v SANTOS, Hideraldo L. V. dos, Avaliação de modelos numéricos para representar o núcleo laminado dos rotores de máquinas elétricas, 2008, Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 80p. RESUMO Quase todos os rotores de máquinas elétricas girantes são constituídos por um cilindro metálico montado com interferência sobre um eixo. Este cilindro é formado por um conjunto de lâminas de aço de pequena espessura, que são empilhadas e compactadas formando um bloco único chamado de núcleo laminado ou pacote laminado. Esta arquitetura é necessária para melhorar o desempenho elétrico da máquina. O núcleo laminado acrescenta uma parcela de rigidez adicional ao sistema e uma caracterização inadequada deste elemento pode ocasionar em grandes erros na previsão do comportamento dinâmico do rotor. Assim, o presente trabalho tem como objetivo comparar e avaliar algumas opções existentes de modelos de viga, que permitam representar o efeito de enrijecimento do pacote de chapas no comportamento dinâmico de rotores de máquinas elétricas girantes. Para tal fim, inicialmente uma pesquisa bibliográfica é efetuada e na seqüência são identificados e implementados, via elementos finitos, três diferentes modelos de viga equivalente, quais sejam, (i) “modelo com diâmetro equivalente”, (ii) “modelo não ramificado” e (iii) “modelo ramificado”. Com o intuito de validar os modelos, são realizados experimentos para a obtenção das primeiras freqüências naturais e os correspondentes modos de vibrar na condição livre de apoios, em nove rotores com características construtivas diferentes. Os modelos então são avaliados, comparando-se os valores das freqüências naturais obtidas experimentalmente com aquelas calculadas por elementos finitos. Constatou-se que, para a maioria dos rotores analisados, o modelo ramificado se mostrou o mais adequado. Finaliza-se o trabalho com uma discussão crítica do comportamento dos modelos de viga equivalente estudados. Palavras-chave: Dinâmica de rotores, Modelo de viga equivalente, Pacote laminado. vi SANTOS, Hideraldo L. V. dos, Assessment of numerical models to represent the laminated rotor core of electrical machines, 2008, Dissertation (Master’s in Engineering) – Post Graduation Program in Mechanical and Materials Engineering, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Technological University of Paraná), Curitiba, 80 p. ABSTRACT Almost all rotating electrical machines have rotors that are composed of a metallic cylinder and a steel shaft assembled with interference fit. This cylinder is made up of a compacted stack of thin metallic plates, usually referred to as laminated core. The laminated type structure is necessary in order to improve the electrical performance of the machine, on the other hand it enhances the stiffness of the system and an inadequate characterization of this element may lead to huge errors in the assessment of the dynamic behavior of the rotor. In face of this fact, the purpose of the present work is to compare and evaluate some existing beam models which allow the representation of the stiffening effect of the laminated core on the dynamic behavior of the rotating electrical machine rotor. Towards this end, a bibliographic research is firstly carried out and three equivalent beam models using finite elements are selected and implemented, namely (i) “equivalent diameter model”, (ii) “unbranched model” and (iii) “branched model”. With the objective of validating the models, a set of experiments is then performed with nine different rotors of electrical machines, so that the first natural frequencies and the corresponding vibration modes in a free-free support condition could be obtained in practice. The models are evaluated by comparison of the natural frequencies obtained by the experimental analysis with those obtained by numerical analysis. The results show that, for the majority of the tested rotors, the branched model is the most suitable one. Finally, a critical discussion about the behavior of the equivalent beam models studied is presented. Keywords: Rotordynamics, Equivalent beam model, Laminated core vii SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... v ABSTRACT ................................................................................................................ vi LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. ix LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... xiii LISTA DE SÍMBOLOS .............................................................................................. xiv 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1 1.1 Aspectos Construtivos de Máquinas Elétricas Girantes ..........................................................3 1.1.1 Elementos básicos de uma máquina elétrica .......................................................................3 1.1.2 Tipos de rotores ....................................................................................................................4 1.2 Problemática.............................................................................................................................8 1.3 Revisão Bibliográfica ............................................................................................................. 10 1.4 Definição do Problema, Objetivos e Organização do Trabalho ............................................ 13 2 ELEMENTOS FINITOS UTILIZADOS NA REPRESENTAÇÃO DO ROTOR ..... 15 2.1 Equação do Movimento ......................................................................................................... 15 2.2 Matrizes de Rigidez, Massa e Giroscópica dos Elementos Usados nos Modelos de Viga Equivalente ........................................................................................................................................ 16 0 2.2.1 Elemento de viga de Timoshenko de classe C com interpolação quadrática .................. 16 1 2.2.2 Elemento de viga de Timoshenko de classe C (ou Euler-Bernoulli corrigido para incluir cisalhamento) ................................................................................................................................ 20 2.2.3 Matriz de massa e giroscópica para os discos ................................................................. 25 2.2.4 Matriz de rigidez do elemento de mola ............................................................................. 26 2.2.5 Montagem das matrizes globais ........................................................................................ 26 3 DESCRIÇÃO DOS MODELOS DE VIGA EQUIVALENTE E EXPERIMENTOS PARA VALIDAÇÃO ................................................................................................... 27 3.1 Descrição dos Modelos Numéricos de Viga Equivalente...................................................... 27 3.1.1 Modelo 01: acréscimo de rigidez usando diâmetro equivalente ....................................... 27 3.1.2 Modelo 02: pacote como elemento de viga não-ramificado.............................................. 31 3.1.3 Modelo 03: pacote como elemento de viga ramificado ..................................................... 32 3.2 Implementação dos Modelos ................................................................................................ 33 3.3 Análise Modal Experimental .................................................................................................. 36 3.3.1 Objetivos ............................................................................................................................ 36 3.3.2 Rotores testados ............................................................................................................... 36 3.3.3 Descrição dos Experimentos ............................................................................................. 38 3.3.4 Extração dos parâmetros modais ...................................................................................... 42 viii 4 AVALIAÇÃO DOS MODELOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................ 43 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 5 Curvas de Erro Numérico Experimental de cada Modelo ..................................................... 43 Avaliação da Precisão dos Modelos ..................................................................................... 53 Avaliação da Robustez dos Modelos .................................................................................... 54 Correlação dos Resultados com a Geometria do Rotor ....................................................... 56 Efeito do Cisalhamento no Elemento de Pacote................................................................... 59 Discussão sobre o Comportamento do Modelo 03 ............................................................... 61 CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ......................... 64 5.1 5.2 Conclusões ............................................................................................................................ 64 Sugestões para trabalhos futuros ......................................................................................... 66 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68 ANEXO A – TESTE DE MALHA................................................................................ 71 ANEXO B – COMPARAÇÃO DOS MODOS DE VIBRAR ......................................... 74 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 – Motor síncrono de 18.000 hp que opera próximo da primeira rotação crítica do rotor (Cortesia WEG Equipamentos Elétricos – Divisão Energia)......... 2 Figura 1.2 – Representação simplificada de um estator de máquina elétrica ............. 3 Figura 1.3 – Representação esquemática de um rotor de máquina elétrica (eixo + pacote de chapas sem enrolamento) ................................................................... 4 Figura 1.4 – Classificação, baseada em WILD (2002), dos tipos de rotores de máquinas elétricas girantes.................................................................................. 4 Figura 1.5 – Geometria esquemática de uma chapa de rotor ..................................... 6 Figura 1.6 – Seqüência de montagem do rotor com gaiola de barras de cobre .......... 6 Figura 1.7 – Rotor de barras de cobre (com canais radiais) ....................................... 7 Figura 1.8 – Rotor injetado .......................................................................................... 8 Figura 2.1: Cinemática de deformação de uma viga de Timoshenko nos planos xy (a) e xz (b). γ representa a deformação cisalhante transversal. .............................. 17 Figura 2.2: Graus de liberdade do elemento de viga de Timoshenko com três nós .. 18 A Figura 2.3 apresenta os graus de liberdade do elemento de viga.Erro! Indicador não definido. Figura 2.4: Graus de liberdade do elemento de viga de Euler-Bernoulli ................... 23 Figura 3.1: Esquema do pacote de chapas representado com diâmetro equivalente. (a) modelo sólido (b) modelo sólido equivalente (c) modelo de viga equivalente ........................................................................................................................... 28 Figura 3.2: Esquema do pacote de chapas representado com elemento de viga em paralelo (modelo não ramificado) ....................................................................... 31 Figura 3.3: Esquema do pacote de chapas e eixo modelados como rotor duplo ...... 32 Figura 3.4: Representação do Modelo 01 implementado no ANSYS ........................ 35 Figura 3.5: Representação do Modelo 02 implementado no ANSYS ........................ 35 x Figura 3.6: Representação do Modelo 03 implementado no ANSYS ........................ 36 Figura 3.7: Rotor suspenso para ensaio de condição livre-livre ................................ 39 Figura 3.8: Analisador de sinais, martelos de impacto e acelerômetro ..................... 39 Figura 3.9: Coordenadas dos pontos de excitação e resposta (cotas em mm) ......... 40 Figura 3.10: Exemplo de medição no rotor 250IVP ................................................... 40 Figura 3.11: Tela do programa para aquisição de dados (Pulse Labshop) ............... 41 Figura 3.12: Tela do programa de análise modal (ME’scopeVES) ............................ 41 Figura 4.1: Erro nas freqüências naturais rotor 225IIP – Modelo 01 ........................ 43 Figura 4.2: Erro nas freqüências naturais rotor 250IVP – Modelo 01 ........................ 44 Figura 4.3: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(A) – Modelo 01 ................... 44 Figura 4.4: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(B) – Modelo 01 ................... 44 Figura 4.5: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(C) – Modelo 01 ................... 45 Figura 4.6: Erro nas freqüências naturais rotor 315IIP – Modelo 01 ......................... 45 Figura 4.7: Erro nas freqüências naturais rotor 400IIP – Modelo 01 ......................... 45 Figura 4.8: Erro nas freqüências naturais rotor 450IVP – Modelo 01 ........................ 46 Figura 4.9: Erro nas freqüências naturais rotor 560IIP – Modelo 01 ......................... 46 Figura 4.10: Erro nas freqüências naturais rotor 225IIP – Modelo 02 ....................... 47 Figura 4.11: Erro nas freqüências naturais rotor 250IVP – Modelo 02 ...................... 47 Figura 4.12: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(A) – Modelo 02 ................. 47 Figura 4.13: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(B) – Modelo 02 ................. 48 Figura 4.14: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(C) – Modelo 02 ................. 48 Figura 4.15: Erro nas freqüências naturais rotor 315IIP – Modelo 02 ....................... 48 Figura 4.16: Erro nas freqüências naturais rotor 400IIP – Modelo 02 ....................... 49 Figura 4.17: Erro nas freqüências naturais rotor 450IVP – Modelo 02 ...................... 49 Figura 4.18: Erro nas freqüências naturais rotor 560IIP – Modelo 02 ....................... 49 xi Figura 4.19: Erro nas freqüências naturais rotor 225IIP – Modelo 03 ....................... 50 Figura 4.20: Erro nas freqüências naturais rotor 250IVP – Modelo 03 ...................... 50 Figura 4.21: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(A) – Modelo 03 ................. 50 Figura 4.22: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(B) – Modelo 03 ................. 51 Figura 4.23: Erro nas freqüências naturais rotor 355IIP(C) – Modelo 03 .................. 51 Figura 4.24: Erro nas freqüências naturais rotor 315IIP – Modelo 03 ....................... 51 Figura 4.25: Erro nas freqüências naturais rotor 400IIP – Modelo 03 ....................... 52 Figura 4.26: Erro nas freqüências naturais rotor 450IVP – Modelo 03 ...................... 52 Figura 4.27: Erro nas freqüências naturais rotor 560IIP – Modelo 03 ....................... 52 Figura 4.28: Relação entre HCO/RE e o erro mínimo para o Modelo 01 ..................... 56 Figura 4.29: Relação entre LCH/Leixo e o erro mínimo para o Modelo 01 ................... 57 Figura 4.30: Relação entre MT/Meixo e o erro mínimo para o Modelo 01 ................... 58 Figura 4.31: Relação entre a geometria do rotor e o erro mínimo para o Modelo 03 59 Figura A.1: Definição do parâmetro Li Di utilizado para a variação da malha ......... 71 Figura B.1– Comparação dos modos para o rotor 225IIP ......................................... 74 Figura B.2 – Comparação dos modos para o rotor 250IVP ...................................... 75 Figura B.3 – Comparação dos modos para o rotor 355IIP(A) ................................... 76 Figura B.4 – Comparação dos modos para o rotor 355IIP(B) ................................... 77 Figura B.5 – Comparação dos modos para o rotor 355IIP(C) ................................... 78 Figura B.6 – Comparação dos modos para o rotor 315IIP ........................................ 79 Figura B.7 – Comparação dos modos para o rotor 560IIP ........................................ 80 xii LISTA DE TABELAS Tabela 3-1 – Exemplo de dados de entrada para o modelo paramétrico .................. 33 Tabela 3-2 – Propriedades do material do eixo e rotor ............................................. 34 Tabela 3-3 – Rotores testados .................................................................................. 37 Tabela 3-4 – Relações geométricas dos rotores testados ........................................ 38 Tabela 3-5 – Freqüências naturais obtidas experimentalmente para cada rotor ....... 42 Tabela 4-1 – Erro mínimo obtido com cada modelo de viga equivalente .................. 54 Tabela 4-2 – Parâmetro de cada modelo no erro mínimo ......................................... 55 Tabela 4-3 – Erro médio com parâmetro fixo para avaliar a robustez do modelo ..... 55 Tabela 4-4 – Fator de correção para o cisalhamento transversal, considerando as dimensões totais, nos cilindros laminados do núcleo dos rotores testados ....... 60 Tabela 4-5 – Erro mínimo alterando cisalhamento no elemento de pacote para Modelo 02 .......................................................................................................... 60 Tabela 4-6 – Erro mínimo alterando cisalhamento no elemento de pacote para Modelo 03 .......................................................................................................... 61 Tabela 4-7 – Erro mínimo alterando o módulo de elasticidade no elemento de pacote - Modelo 03 ........................................................................................................ 62 Tabela A.1 – Efeito do tamanho da malha no erro mínimo para o Modelo 01 .......... 72 Tabela A.2 – Efeito do tamanho da malha no erro mínimo para o Modelo 02 .......... 72 Tabela A.3 – Efeito do tamanho da malha no erro mínimo para o Modelo 03 .......... 73 xiii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS API - American Petroleum Institute APDL - Ansys Parametric Design Language CAE - Computer Aided Engineering CG - Centro de Gravidade FRF - Função de Resposta em Freqüência LAVIB - Laboratório de Vibrações MMQ - Método dos mínimos quadrados TEDS - Transducer Eletronic Data Sheets xiv LISTA DOS PRINCIPAIS SÍMBOLOS φCH - Diâmetro externo da chapa do pacote laminado HCOR - Altura da coroa da chapa do pacote laminado φCOR - Diâmetro da região maciça da chapa, antes de iniciar as ranhuras φE - Diâmetro do eixo na região do pacote de chapas LCH - Comprimento total do pacote de chapas h - Espessura de cada chapa do pacote laminado χ - Numero total de chapas que compõem o pacote - Parcela da matriz de rigidez elementar devido à flexão para o modelo de [Kfel] [Kcel] [Kel] Φ [Mel] [Gel] viga de Timoshenko - Parcela da matriz de rigidez elementar devido ao cisalhamento para o modelo de viga de Timoshenko - Matriz de rigidez elementar para o modelo de viga de Timoshenko de classe C0 - Fator de correção para o cisalhamento transversal - Matriz de massa elementar para o modelo de viga de Timoshenko de classe C0 - Matriz de giroscópica elementar para o modelo de viga de Timoshenko de classe C0 [Mdel] - Matriz de massa e inércia do elemento de disco [Gdel] - Matriz giroscópica do elemento de disco xv MCH - Massa das chapas e gaiola, excluindo a massa dos anéis de curto LAC - Comprimento do anel de curto φAC - Diâmetro externo do anel de curto MAC - Massa do anel de curto d - Distância do CG do anel de curto à chapa extrema do pacote φEQV - Diâmetro equivalente do eixo na região do pacote de chapas N - Número de divisões do pacote MT - Massa total do pacote de chapas (MCH)’ - Massa MCH corrigida do acréscimo no diâmetro do eixo ρE - Densidade do material do eixo MD - Massa de cada disco do pacote dividido LD - Comprimento de cada disco do pacote dividido ItD - Momento de inércia de massa transversal de cada disco do pacote IpD - Momento de inércia de massa polar de cada disco do pacote dividido E_pct - Módulo de elasticidade do pacote de chapas G_pct - Módulo de elasticidade ao cisalhamento do pacote de chapas Kc - Rigidez total das molas de interface L/D - Relação comprimento por diâmetro do elemento [Θ ] - Modos naturais de vibrar do sistema xvi λ - Autovalores do sistema ω - Freqüências naturais do sistema LCH LEIXO - Razão entre o comprimento do pacote de chapas e o comprimento do φCH φE - φCO φE - H CO RE - MT M EIXO - LCH - eixo na região do pacote φ CO Razão entre o diâmetro da coroa do pacote de chapas e o diâmetro do eixo na região do pacote φ CH LCH Razão entre o diâmetro externo do pacote de chapas e o diâmetro do eixo - Razão entre a altura da coroa e o raio do eixo na região do pacote Razão entre a massa total do pacote de chapas e a massa do eixo Razão entre o comprimento e o diâmetro externo do pacote de chapas Razão entre o comprimento e o diâmetro da coroa do pacote de chapas Capítulo 1 Introdução 1 1 INTRODUÇÃO Durante a etapa de projeto mecânico de qualquer máquina rotativa, todos os requisitos funcionais do equipamento devem ser definidos de forma a garantir a sua durabilidade, confiabilidade de operação, desempenho e aceitabilidade no ambiente no qual será instalada. Para as máquinas comercialmente mais comuns, a maioria desses requisitos funcionais é normatizada, sendo que uma parte deles está relacionada à maneira com a qual máquina irá vibrar quando estiver em operação (EHRICH, 2004). Há mais de 100 anos, grandes esforços têm sido realizados para modelar este tipo de sistema e para estabelecer critérios seguros e factíveis, que permitiram projetar equipamentos com potências bastante elevadas (NELSON, 2003). As normas API (American Petroleum Institute) destinadas a equipamentos que operam em plataformas de petróleo são excelentes referências com requisitos de cálculo e critérios de aceitação do projeto de várias classes de máquinas rotativas, tais como turbinas, máquinas elétricas e compressores. No entanto, obter, na fase de projeto o comportamento dinâmico de uma máquina rotativa não é uma tarefa muito fácil, pois depende de uma boa ferramenta de CAE (Computer-Aided Engineering) e de um amplo conhecimento do sistema a modelar. Com base neste contexto, é inserida a necessidade deste e de outros trabalhos da área de dinâmica de rotores. O melhor conhecimento do sistema permite reduzir o número de restrições aplicadas para se obter um projeto seguro do ponto de vista dinâmico, permitindo um melhor aproveitamento de todo o potencial que o equipamento poderia oferecer. A prova disto são alguns exemplos de máquinas que operam acima da primeira ou mesmo da segunda rotação crítica, com a mesma segurança e durabilidade de máquinas que operam no regime bem abaixo da primeira rotação crítica (este último também chamado de regime rígido). As máquinas elétricas girantes também fazem parte desta realidade, sendo possível encontrar casos em que o rotor opera muito próximo de sua primeira rotação crítica. Para tal, é realizada uma análise dinâmica completa da máquina, incluindo o rotor, os mancais, a fundação, forças de excitação entre outros Capítulo 1 Introdução 2 (SANTOS, 2008; API 684, 2005). A Figura 1.1 mostra o exemplo de um motor síncrono de 18.000 hp de potência, que opera próximo da primeira rotação crítica do rotor, que foi avaliado nas fases de projeto e de testes usando os critérios definidos na norma API 541 (2004). Figura 1.1 – Motor síncrono de 18.000 hp que opera próximo da primeira rotação crítica do rotor (Cortesia WEG Equipamentos Elétricos – Divisão Energia). O conhecimento atual em dinâmica de rotores já permitiu um avanço muito grande na concepção dos projetos de sistemas rotativos. Apesar disto, o grande potencial para o desenvolvimento de alguns pontos críticos da análise dinâmica, motivam a realização deste trabalho. Mais especificamente, o estudo da forma utilizada para modelar o núcleo laminado de rotores de máquinas elétricas, que mesmo tendo uma importância fundamental na característica dinâmica do sistema, conta com uma literatura muito escassa. A pesquisa desenvolvida neste trabalho tem uma característica exploratória, na qual experimentos e observações são usados para definir e testar hipóteses na concepção de modelos de viga equivalente para representar rotores de máquinas elétricas. Por causa dessa peculiaridade, o conteúdo foi apresentado com uma ordem que mantivesse a seqüência natural em que foi investigado, descrevendo-se inicialmente todo o contexto envolvido no problema, para só em seguida defini-lo. Capítulo 1 Introdução 1.1 3 Aspectos Construtivos de Máquinas Elétricas Girantes 1.1.1 Elementos básicos de uma máquina elétrica Uma máquina elétrica é composta por duas partes principais: a estacionária, chamada de estator e a parte rotativa, denominada de rotor. Estas duas partes são separadas por uma pequena folga denominada de entreferro (KOSTENKO e PIOTROVSKI, 1979). O estator consiste basicamente de uma carcaça de aço ou ferro fundido que aloja um cilindro oco formado por um pacote de chapas empilhadas. Um conjunto de canais igualmente espaçados ao longo do perímetro interno do cilindro de chapas, chamados de ranhuras, fornece o espaço para inserção das bobinas de fios de cobre que formam o enrolamento do estator (Figura 1.2). (a) (b) Ranhuras Estator bobinado inserido na carcaça Figura 1.2 – Representação simplificada de um estator de máquina elétrica (a) o pacote de chapas do estator; (b) o pacote dentro da carcaça (Cortesia WEG Equipamentos Elétricos – Divisão Energia). O pacote ou núcleo laminado do rotor também é um cilindro oco composto por um conjunto de chapas de aço empilhadas, com canais axiais ao longo do perímetro externo, que alojam o enrolamento do rotor. Este pacote é montado com Capítulo 1 Introdução 4 interferência sob um eixo de material maciço que ficará apoiado pelos mancais que estão ligados ao estator da máquina (Figura 1.3). Figura 1.3 – Representação esquemática de um rotor de máquina elétrica (eixo + pacote de chapas sem enrolamento). 1.1.2 Tipos de rotores Os rotores de máquinas elétricas girantes podem ser separados em duas grandes classes: rotores de gaiola e rotores bobinados. Uma subclassificação ainda pode ser aplicada, conforme apresentada no diagrama da Figura 1.4 (WILD, 2002). ROTORES DE GAIOLA Barras de Cobre Barras de Alumínio Injetado Com canais radiais ROTORES BOBINADOS Pólos Lisos Pólos salientes Sem canais radiais Figura 1.4 – Classificação, baseada em WILD (2002), dos tipos de rotores de máquinas elétricas girantes. Capítulo 1 Introdução 5 A pesquisa apresentada nesse trabalho é restrita apenas aos rotores de gaiola, nos quais foram desenvolvidos todos os experimentos. A escolha deve-se principalmente à grande demanda de máquinas com estes tipos de rotores. Basicamente, a construção de rotores com barras de cobre pode ser resumida nos seguintes passos: (a) inicialmente o eixo da máquina é posicionado em uma ferramenta específica para mantê-lo fixo, que é feito normalmente em uma prensa vertical. (b) O disco de prensar, com uma espessura muito maior do que das chapas, é montado com interferência sob eixo na posição que delimita e serve de apoio para uma das extremidades do pacote. (c) As chapas, com o perfil semelhante ao apresentado na Figura 1.5, são aquecidas e montadas sob o eixo com uma interferência da ordem de décimos de milímetros. Essas chapas têm espessura da ordem de 0,6mm e são empilhadas uma a uma mantendo-se o alinhamento entre as ranhuras através de um rasgo de chaveta. (d) Após empilhar todas as chapas, é inserido o segundo anel de prensar na extremidade oposta àquela em que foi colocado o primeiro. Sob esses dois anéis é aplicada uma força de compressão da ordem de 15tf no sentido longitudinal do eixo. Essa força compacta as chapas formando um cilindro de bloco único que é chamado de pacote de chapas ou núcleo laminado ou núcleo magnético do rotor. Ainda na prensa, o último anel de prensar é travado e o pacote é resfriado para garantir a união com o eixo. (e) As barras de cobre, com comprimento um pouco maior que o pacote de chapas, são inseridas nos canais axiais deixados pelas ranhuras. As extremidades das barras são usinadas para garantir o alinhamento e, sobre ambas, são soldados os dois anéis de curto de cobre fechando um circuito elétrico para a passagem da corrente induzida pelo estator. Se essa montagem fosse vista sem o pacote de chapas se assemelharia a uma gaiola, e por esta razão dá o nome a esses tipos de rotores (Figura 1.6). Capítulo 1 Introdução 6 Ranhuras φCH φCOR H COR φE Figura 1.5 – Geometria esquemática de uma chapa de rotor ( φCH :diâmetro externo da chapa; coroa; H COR :altura da coroa; φCOR :diâmetro φE :diâmetro externo do eixo) (a) (b) (c) (d) (e) Figura 1.6 – Seqüência de montagem do rotor com gaiola de barras de cobre da Capítulo 1 Introdução 7 A diferença entre os rotores de gaiola de cobre sem e com canais radiais de ventilação é que nos primeiros as chapas são empilhadas formando um bloco único de pacote, enquanto que naqueles com canais radiais, pequenas pilhas de chapas são montadas com separadores, formando setores de pacotes (Figura 1.7). Figura 1.7 – Rotor de barras de cobre (com canais radiais) Os rotores de gaiola de alumínio injetado têm uma construção um pouco diferente. (a) As chapas são inicialmente alinhadas em uma ferramenta específica, que consiste de um pino guia no qual elas são empilhadas formando os canais axiais. (b) Esse conjunto é levado à injetora e montado nas partes inferior e superior do molde de injeção. (c) Uma força de compactação da ordem de 300tf é aplicada sob o conjunto de forma a garantir um bloco único de chapas que não tenha fendas para deixar fluir o alumínio a ser injetado. (d) O alumínio fundido é injetado sob alta pressão pelos canais do molde superior e/ou inferior e deve preencher todos os vazios do molde e os canais radiais do pacote de chapas. (e) Alguns minutos após todo o alumínio já ter sido fundido, os moldes são retirados e o núcleo laminado é extraído. Neste caso já resulta o pacote totalmente formado em um bloco único, moldado com as barras e os anéis de curto nas duas extremidades. (f) Esse conjunto é então removido da injetora e, ainda quente, é colocado em uma prensa na qual será inserido o eixo, completando a construção do rotor. A Figura 1.8 apresenta um rotor injetado montado sobre o eixo, com um corte no pacote para mostrar as barras de alumínio fundido. Capítulo 1 Introdução 8 Figura 1.8 – Rotor injetado 1.2 Problemática O pacote de chapas empilhadas que é montado sobre o eixo da máquina, além de massa e inércia, adiciona uma parcela de rigidez que tem grande influência sobre o comportamento dinâmico do rotor. Dependendo da forma como o rotor foi construído e das suas características geométricas, este efeito de enrijecimento pode ser maior ou menor. Em uma validação experimental preliminar, constatou-se para um caso de erro de 30% no cálculo da primeira freqüência natural de um rotor, quando foi desconsiderado qualquer efeito de enrijecimento do pacote laminado (SANTOS, 2007). Baseado nos aspectos construtivos que foram descritos no item anterior, o seguinte contexto problemático pode ser colocado: a) Supondo inicialmente que o pacote fosse composto por um cilindro maciço ao invés de laminado, qual seria a relação da interferência existente entre o cilindro e o eixo com a parcela de enrijecimento a ser aplicada? Mesmo esta questão sendo Capítulo 1 Introdução 9 devidamente respondida, existe um segundo complicador: como controlar ou quantificar a interferência real entre o pacote e o eixo durante o processo produtivo do rotor? Para o rotor com barras de cobre esse controle parece mais simples, visto que as chapas são colocadas uma a uma sobre o eixo, garantindo, de certa forma, uma interferência constante e mensurável. O mesmo não se pode afirmar sobre os rotores de alumínio injetado, pois o pacote é empilhado e compactado em um dispositivo intermediário que nunca garante um alinhamento das chapas na direção longitudinal. Quando o eixo é inserido, as chapas que não estão devidamente concêntricas irão se deformar alterando toda uma condição teórica da interferência entre o pacote e o eixo. No final do processo, a interferência sempre existirá, contudo, é bastante aleatória, o que dificulta quantificá-la adequadamente. b) O segundo aspecto importante é como determinar o módulo de elasticidade de um conjunto de chapas laminadas. Dois trabalhos de Garvey e colaboradores (GARVEY, 1989 e GARVEY et al., 2004) discutem formas de modelar os pacotes laminados usando um elemento ortotrópico, com um módulo de elasticidade para a direção normal à laminação e outro para a direção paralela à laminação. Para as deformações que ocorrem no plano normal ao da laminação, poderia se esperar uma rigidez mecânica do pacote equivalente aquela de um material sólido (assumindo um fator de empacotamento igual a um)1. Já no sentido da laminação, o módulo de elasticidade é muito menor se comparado com o de um material maciço, sendo função direta da pressão de compactação usada para formar o pacote de chapas. Usar essa abordagem implicaria em utilizar um modelo numérico de elementos finitos capaz de contemplar a anisotropia, e ainda a necessidade de realizar uma identificação experimental dos parâmetros de módulos de elasticidade (GARVEY, 1989). c) O terceiro aspecto é a verdadeira interação entre o pacote de chapas e o eixo, que depende não somente de uma boa caracterização do elemento anisotrópico e 1 O fator de empacotamento é dado pela razão LCH chapa e χ o número de chapas do pacote. / (hχ ) . Sendo LCH o comprimento total do pacote, h a espessura de cada Capítulo 1 Introdução 10 da interferência, mas também da relação geométrica entre esses dois elementos e do modo de vibrar que se está analisando. Esta situação problemática é discutida nos momentos pertinentes durante o desenvolvimento deste trabalho. Contudo, seu conhecimento é relevante para entender a definição do problema proposto e avaliação do que foi implementado. 1.3 Revisão Bibliográfica Apesar de algumas versões de programas comerciais de elementos finitos permitirem elementos tridimensionais para analisar a dinâmica do rotor, o artifício técnico mais comum é utilizar um modelo de viga equivalente para modelar este tipo de problema. LALANNE e FERRARIS (1990) apresentam as matrizes com as quais é possível analisar a dinâmica de um sistema de rotor girante composto por eixo, mancais e discos. Os mancais adicionam rigidez e amortecimento enquanto os discos contribuem com massa e inércia, ambos nas posições dos nós correspondentes das matrizes globais. O eixo é representado usando um modelo de viga de Euler-Bernoulli, com um fator para incluir o cisalhamento transversal. Os discos, quando montados com interferência sobre o eixo, agregam determinada rigidez que é computada aumentando-se o diâmetro do eixo de uma quantidade igual à espessura do disco. Este acréscimo de diâmetro é aplicado somente na região do eixo no qual se situa o disco e é válido para discos de pequena espessura. Sendo que nada é afirmado sobre cilindros longos. A norma API 684 (2005), que contém um tutorial com boas práticas para o projetista fazer um modelo de dinâmica de rotores, afirma ser um grande desafio determinar essa quantidade de rigidez adicional do pacote e recomenda a seguinte aproximação: considerar um diâmetro externo do eixo na região do pacote de tal forma que a massa adicional seja igual à massa do núcleo laminado. Este novo diâmetro “equivalente” é utilizado para considerar a rigidez adicional do pacote laminado sob o eixo. Em KIM e KIM (2006) é apresentado um estudo experimental sobre a relação entre a pressão de empacotamento que é utilizada na montagem do pacote de Capítulo 1 Introdução 11 chapas e o aumento percentual que deve ser aplicado no diâmetro base do eixo para considerar o efeito de enrijecimento. O exemplo estudado trata de um rotor de 642kg constituído apenas do eixo e do pacote de chapas, sem as ranhuras. Com uma interferência de 0,01mm entre o diâmetro externo do eixo e interno do pacote, sem consideração do efeito da rotação e temperatura, o autor recomenda um aumento do diâmetro do eixo de 18 a 25% da diferença entre o diâmetro externo e interno da chapa. As conclusões foram baseadas em um experimento que determinou as três primeiras freqüências naturais do rotor na condição livre-livre, repetido para vários valores de pressão de empacotamento. Outra informação é que o aumento da pressão de empacotamento sempre implicaria em um aumento do diâmetro equivalente, sendo que este último valor satura à medida que se aumenta muito a pressão de empacotamento. Em CHEN et al. (2008) é feita uma proposta mais abrangente para modelar todo o sistema de uma máquina elétrica. O autor utiliza um modelo com elementos finitos de viga em paralelo (eixo e pacote de chapas) para representar o rotor com núcleo laminado. Os elementos são conectados nó a nó por um conjunto molaamortecedor, cuja rigidez de contato é da ordem de 109N/m e o amortecimento é desprezado. As propriedades do material do pacote de chapas foram ajustadas experimentalmente usando medições de freqüência natural do rotor em condição livre-livre. No modelo identificado, o módulo de elasticidade do eixo e do pacote laminado são, respectivamente, 225GPa e 15GPa, enquanto que os módulos de cisalhamento valem 88GPa e 6GPa, supondo-se um coeficiente de Poisson de 0,28 para ambos os materiais. GARVEY et al. (2004) propõem a construção de um modelo com material ortotrópico para representar o pacote laminado, através de uma nova definição do estado de tensão-deformação que considera a flexibilidade da interface entre as chapas do pacote laminado. Duas configurações são investigadas. Na primeira delas os elementos de eixo e de pacote são superpostos de forma que suas extremidades são conectadas pelos mesmos nós, sendo esta abordagem chamada de modelo não-ramificado. A segunda proposta é utilizar elementos em paralelo, conectados por molas e amortecedores, semelhante ao que foi feito por CHEN et al. (2008) denominado de modelo ramificado. Capítulo 1 Introdução 12 Para os casos em que o rotor possui um eixo costelado na região do pacote, alguns autores, tais como NETO et al. (2006), desprezam o efeito de enrijecimento do núcleo laminado e consideram somente a contribuição de massa e inércia. No estudo feito em uma máquina montada, o erro do modelo em relação ao experimental foi avaliado somente para o primeiro modo de vibrar do rotor. O efeito de enrijecimento não se mostrou relevante; ao invés disso, o resultado acabou sendo bastante influenciado pela rigidez da fundação da máquina. Esta configuração de rotor não foi avaliada na presente dissertação. Um exemplo bastante particular da importância de se ter um bom modelo do núcleo laminado é apresentado em EDE et al. (2002). Os autores estudam um modelo numérico em elementos finitos 3D de um rotor de pequenas dimensões, com núcleo laminado que equipa um motor cuja rotação nominal é de 120.000rpm. O rotor é composto de um eixo com um núcleo laminado que, ao invés de barras de cobre ou alumínio, a gaiola é formada com barras de imã permanente. O rotor foi representado por um material totalmente anisotrópico e, no modo que se observa uma maior parcela de flexão do pacote se comparada ao do eixo, os autores obtiveram um erro de cálculo de 5% no cálculo da respectiva freqüência natural. Em todos os trabalhos que propõem algum modelo equivalente para o rotor com núcleo laminado, a identificação de parâmetros foi realizada usando experimentos de análise modal, dos rotores nas condições livres de apoios. Este tipo de metodologia pode ser encontrado em outros trabalhos, como por exemplo, em TADEO (2003). O autor usa um ajuste por MMQ (método de mínimos quadrados) das curvas de inertância de um sistema para identificar os parâmetros de um modelo equivalente para acoplamentos. Por fim, usando a pesquisa bibliográfica realizada, três modelos de viga foram escolhidos para serem avaliados neste trabalho. Esses modelos são descritos na Seção 1.4 e detalhados e avaliados ao longo desta dissertação. Capítulo 1 Introdução 1.4 13 Definição do Problema, Objetivos e Organização do Trabalho Os modelos de viga equivalente de todos os trabalhos descritos anteriormente necessitam de um valor de parâmetro para quantificar o efeito de enrijecimento do pacote de chapas sob o eixo. Este, muitas vezes foi determinado experimentalmente, e avaliado apenas para um caso de rotor como, por exemplo, em GARVEY et al. (2004). Foi constatado, também, que para cada modo de vibrar do rotor é necessário ajustar um valor de parâmetro diferente para se calcular a freqüência natural. O intuito inicial é então verificar se, com um mesmo modelo de viga e usando apenas um valor de parâmetro, é possível representar diferentes geometrias e/ou modo de vibrar de rotores de gaiola. A solução do problema foi restrita a avaliar três versões de modelos de viga, baseando-se no que foi encontrado na literatura: (i) utilização de um diâmetro equivalente na região do pacote laminado, denominado de “modelo com diâmetro equivalente”, (ii) emprego de um elemento finito para representar o pacote, o qual é unido diretamente ao elemento que representa o eixo, chamado de “modelo não ramificado” e (iii) utilização de um elemento finito para representar o pacote, unido através de molas ao elemento que representa o eixo, sendo este denominado de “modelo ramificado”. O objetivo geral do trabalho é, portanto, implementar os três modelos de viga equivalente usando elementos finitos, realizar os experimentos necessários e avaliar o comportamento dos modelos numéricos para o caso de rotores com características construtivas diferentes. O texto da dissertação está organizado na forma descrita a seguir. No Capítulo 2 é colocada a fundamentação teórica com a definição dos elementos de viga e de ligação que são utilizados. No Capítulo 3 é descrita a implementação e a parametrização dos modelos. Para facilitar o desenvolvimento e análise, foi utilizado o software comercial de elementos finitos ANSYS como ferramenta de cálculo. Contudo, é importante ressaltar que, com as informações aqui fornecidas, toda a análise computacional pode ser reproduzida usando outro programa de elementos Capítulo 1 Introdução 14 finitos, ou mesmo realizar as implementações em linguagens de alto nível como Fortran, C++ ou nas plataformas Matlab ou Scilab. Ainda no Capítulo 3, são descritos os experimentos e apresentados os resultados das análises modais realizadas nos vários rotores de gaiola que foram escolhidos. No Capítulo 4 são apresentados os erros obtidos com os três modelos na representação da dinâmica dos rotores testados, que são, em seguida, avaliados quanto a sua precisão e robustez. Baseado nas observações anteriores, ainda no Capítulo 4, é feita uma discussão dos resultados com a finalidade de compreender melhor o fenômeno. O Capítulo 5 conclui o trabalho e apresenta as sugestões de trabalhos futuros com hipóteses e implementações que poderiam ser estudadas. Alguns assuntos adicionais e outros necessários para o desenvolvimento do trabalho foram colocados nos anexos: a macro em linguagem APDL (Ansys Parametric Design Language – ANSYS, 2007), usada no software Ansys para implementação dos modelos de viga; os modos de vibrar de cada rotor obtido experimentalmente e aqueles calculados com o melhor parâmetro. 15 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor 2 ELEMENTOS FINITOS UTILIZADOS NA REPRESENTAÇÃO DO ROTOR O objetivo deste capítulo é apresentar as matrizes dos diversos elementos finitos utilizados no presente trabalho para a representação do rotor, de forma que os modelos aqui desenvolvidos e testados possam ser facilmente implementados por outrem. 2.1 Equação do Movimento O comportamento dinâmico dos rotores de máquinas girantes pode ser modelado através do método dos elementos finitos. Para tal, usualmente são utilizados elementos de viga para representar o eixo, elementos rígidos de inércia para representar os componentes montados sobre o eixo (denominados, de forma genérica, de discos) e elementos de mola e amortecedor para os mancais e fundação, no caso desta última ser levada em consideração (GENTA, 2005). As equações do movimento para um sistema girante podem ser obtidas a partir da aplicação das equações de Lagrange, dadas, por exemplo, em LALANNE e FERRARIS (1990): d ∂T dt ∂q& i ∂T ∂U − + = fi ∂q i ∂q i , Eq. 2.1 sendo T a energia cinética, U a energia de deformação, fi as forças generalizadas que atuam sobre o sistema, qi os deslocamentos generalizados e i = 1 a n a indicação dos graus de liberdade. Note-se que o ponto simboliza a diferenciação em relação ao tempo t, assim q&i representa as velocidades generalizadas. As expressões da energia cinética T e potencial U em função dos deslocamentos e velocidades generalizados são obtidas para cada um dos elementos do rotor (viga, disco, mola-amortecedor, etc.) e introduzindo-as na Eq. 2.1 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor 16 e fazendo a superposição dos graus de liberdade, obtém-se a equação do movimento, a qual, em forma matricial, para um sistema linear, é dada por [M ]{q&&(t )} + ([C] + [G ]){q& (t )} + [K ] {q(t )} = {f (t )}, Eq. 2.2 sendo [ M ] a matriz de inércia ou massa, [ K ] a matriz de rigidez, [C] a matriz de amortecimento, [G ] a matriz giroscópica, {f (t )} o vetor de forças nodais generalizadas, {q(t )} o vetor de deslocamentos nodais, {q& (t )} o vetor de velocidades nodais e {q&&(t )} o vetor de acelerações nodais. A seguir são apresentadas as matrizes elementares de rigidez, massa e giroscópica para os diversos tipos de elementos finitos utilizados na modelagem do rotor. A matriz de amortecimento do eixo não é apresentada, pois, no presente estudo o amortecimento foi desprezado. São apresentados aqui, e foram considerados nas análises, apenas efeitos do movimento lateral do rotor, sem os deslocamentos axiais e torcionais. 2.2 Matrizes de Rigidez, Massa e Giroscópica dos Elementos Usados nos Modelos de Viga Equivalente 2.2.1 Elemento de viga de Timoshenko de classe C0 com interpolação quadrática O elemento de viga de Timoshenko é utilizado para representar o eixo e o núcleo laminado. Na teoria de Timoshenko, a principal premissa é que mesmo após a viga estar fletida, a sua seção transversal permanece uma superfície plana. Contudo, não está em uma direção normal à linha centroidal da viga. A Figura 2.1 apresenta a cinemática de deformação de um ponto P em uma viga de Timoshenko. 17 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor y γxy ψ P ∂w ∂x w uz uy ∂v ∂x x v γxz P x −φ z (a) (b) Figura 2.1: Cinemática de deformação de uma viga de Timoshenko nos planos xy (a) e xz (b). γ representa a deformação cisalhante transversal. A partir das hipóteses de Timoshenko, o campo de deslocamentos é aproximado por (GMÜR e RODRIGUES, 1991) u x ( x, y, z ) = − yψ ( x) + zφ ( x) ; u y ( x, y , z ) = v ( x ) ; Eq. 2.3 u z ( x, y, z ) = w( x) Os deslocamentos v e w e as rotações ψ e φ, bem como as correspondentes velocidades, são aproximados através de seus valores nodais, utilizando funções de interpolação quadráticas2. Assim: v( x) = N1 ( x)v1 + N 2 ( x)v 2 + N 3 ( x)v 3 w( x) = N1 ( x) w1 + N 2 ( x) w2 + N 3 ( x)w3 Eq. 2.4 φ ( x) = N1 ( x)φ 1+ N 2 ( x)φ 2+ N 3 ( x)φ 3 ψ ( x) = N1 ( x)ψ 1+ N 2 ( x)ψ 2+ N 3 ( x)ψ 3 , sendo N i as funções de interpolação dadas por [ N1 2 N2 2 x 2x 2x N 3 ] = − 1 − 1− L L L Note que neste elemento as rotações φ eψ x 2 x 1 + L L Eq. 2.5 . são interpoladas independentemente dos deslocamentos transversais v e w. 18 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor O elemento finito possui três nós com quatro graus de liberdade cada um, cujo vetor de deslocamentos nodais é dado por {q} = [v1 w1 φ1 ψ 1 M v2 w2 φ2 ψ 2 M v3 w3 φ3 ψ 3 ] Eq. 2.6 , sendo vi e wi os deslocamentos nas direções y e z, respectivamente e φi e ψi as rotações da seção transversal correspondentes. A Figura 2.2 apresenta os graus de liberdade deste elemento. L y v1 v2 v3 φ3 φ2 φ1 ψ1 ψ2 z w1 w2 ψ3 x w3 Figura 2.2: Graus de liberdade do elemento de viga de Timoshenko com três nós Por essas definições obtém-se a matriz de rigidez elementar, que é apresentada em duas parcelas: [Kfel] representando o efeito de flexão e [Kcel] o efeito de cisalhamento transversal3. Nesse caso, 0 0 0 0 0 EI 0 [Kf el ] = 3L 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 −8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 −8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 sim. 16 0 16 0 0 0 0 0 0 0 −8 0 0 0 7 0 − 8 0 0 0 7 Eq. 2.7 A matriz [Kcel] foi obtida aplicando-se a técnica de sub-integração com o objetivo de eliminar o fenômeno de travamento (locking) de cisalhamento transversal do elemento (HUGHES,2000). 19 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor 7 L 0 0 − 3 2 − 8 L 0 GSµ [Kcel ] = 3 0 − 2 1 L 0 0 1 2 7 L 3 2 L 3 0 0 L 3 0 0 2 −8 L 16 L −2 0 0 16 L −2 L 3 0 0 0 4L 3 0 0 0 0 1 L −1 2 1 2 −L 6 0 0 sim. L 3 −1 2 0 0 0 −8 L 4L 3 0 0 2 7 L 0 0 0 0 0 0 0 0 −L 6 −2 L 3 3 2 −8 −2 L L 2 3 0 0 7 L −3 2 L 3 0 0 L 3 Eq. 2.8 sendo E módulo de elasticidade do material, L o comprimento do elemento, S a área da seção transversal, I o momento de inércia da seção transversal e G o módulo de elasticidade ao cisalhamento. O termo µ é o fator para corrigir a distribuição das tensões cisalhantes transversais, que é uma função da forma da seção e do coeficiente de Poisson ν do material (BATHE, 1996). Note-se que já foi considerada uma seção circular, de forma que os momentos de inércia em relação aos eixos y e z são iguais, denominados por I. Esta matriz também já contém os termos relativos as inércia de rotação das seções transversais. A matriz de massa é dada por: 2S 0 0 0 S 0 0 [M el ] = Lρ 0 15 − S 2 0 0 0 2S 0 2I 0 0 2I 0 0 0 S 0 0 0 8S 0 I 0 0 0 8I 0 0 I 0 0 0 8I 0 0 0 S 0 0 0 2S 0 0 0 S 0 0 0 2S 0 0 0 I 0 0 0 2I −I 2 0 0 0 I 0 0 0 −S 2 0 0 −I 2 0 sim 8S 2S Eq. 2.9 20 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor e a matriz giroscópica por: 0 0 0 ILρΩ [Gel ] = 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 −4 0 0 0 0 Anti sim. 0 0 −2 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 − 16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 −1 0 0 0 0 0 0 − 2 2 0 0 0 0 0 0 − 4 0 0 0 0 0 0 1 Eq. 2.10 sendo ρ a densidade do material e Ω a freqüência de rotação do rotor em torno do eixo X (axial). A dedução completa para obter as matrizes acima pode ser encontrada em CARVALHO et al. (2007). 2.2.2 Elemento de viga de Timoshenko de classe C1 (ou Euler-Bernoulli corrigido para incluir cisalhamento) O elemento de viga de Timoshenko de classe C1 foi colocado como segunda opção para representar o núcleo laminado. Com este tipo elemento pode-se avaliar um modelo incluindo-se ou não o efeito do cisalhamento transversal. O equacionamento para este elemento foi baseado em GENTA (2005), BAZOUNE e KHULIEF (2003), ALVES FILHO (2000) e NELSON (1980). A mesma Figura 2.1 pode ser utilizada para descrever a cinemática de deformação do modelo de viga, contudo, os graus de liberdade de translação e rotação agora são correlacionados. O campo de deslocamentos é escrito da seguinte forma ∂v( x) ∂w( x) −z ∂x ∂x u y ( x, y , z ) = v ( x ) ; u x ( x, y , z ) = − y u z ( x, y, z ) = w( x) ; Eq. 2.11 21 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor Os deslocamentos (v, w) são compostos pela soma de duas parcelas, (vF, wF) devido a flexão e (vC, wC) devido ao cisalhamento, tal que ∂v ∂v F ∂vC = + = φ + γ xy , ∂x ∂x ∂x Eq. 2.12 ∂w ∂wF ∂wC = + = −ψ + γ xz ∂x ∂x ∂x Quando o cisalhamento não é considerado, as rotações são iguais às derivadas do deslocamento, visto que os valores de γxy e γyz são iguais a zero. Nesta situação, tem-se o elemento representado pela teoria clássica de viga de EulerBernoulli, sendo que agora a seção transversal da viga deformada, além de permanecer uma superfície plana, está em uma direção normal à linha centroidal da viga. Os deslocamentos v e w e as rotações ψ e φ bem como as correspondentes velocidades são aproximadas através de seus valores nodais e de funções de interpolação4, na forma v1 v( x) N11 ( x) N 12 ( x) N 13 ( x) N14 ( x) ψ 1 = ψ ( x) N 21 ( x) N 22 ( x) N 23 ( x) N 24 ( x) v2 ψ 2 Eq. 2.13 w1 w( x) N11 ( x) N12 ( x) N13 ( x) N14 ( x) − φ1 = − φ ( x) N 21 ( x) N 22 ( x) N 23 ( x) N 24 ( x) w2 − φ 2 , 4 Note-se que neste elemento os graus de liberdade não são interpolados de forma independente. Existe uma relação entre o deslocamento transversal v e a rotação ψ e entre o deslocamento w e a rotação φ. 22 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor sendo N i as funções de interpolação associadas ao grau de liberdade qi , dadas por (GENTA, 2005 ou BAZOUNE e KHULIEF, 2003) 1 + Φ (1 − ( x L )) − 3( x L ) + 2( x L ) 1+ Φ 2 N 11 ( x) = N 12 ( x) = x 3 1 + 1 2 Φ (1 − ( x L )) − 2( x L ) + ( x L ) 1+ Φ N 13 ( x) = ( x L ) N 14 ( x) = x Φ + 3(x L ) − 2( x L ) 1+ Φ N 21 ( x) = 2 N 22 ( x) = 6( x L ) ( x L ) − 1 1+ Φ L 1 + Φ (1 − ( x L )) − 4( x L ) + 3( x L ) 1+ Φ 2 N 23 ( x) = − − 1 2 Φ (1 − ( x L )) − ( x L ) + (x L ) 1+ Φ 2 N 24 ( x) = 6( x L ) ( x L ) − 1 1+ Φ L Φ ( x L ) − 2( x L ) + 3(x L ) 1+ Φ Eq. 2.14 2 onde Φ é o fator de correção devido ao cisalhamento transversal, dado por Φ= 12 EI GS * L2 , Eq. 2.15 sendo S* denominada de área efetiva ao cisalhamento da seção transversal, a qual é relacionada com área real por: S * = µS Eq. 2.16 O elemento possui dois nós com quatro graus de liberdade por nó, cujo vetor de deslocamentos nodais é dado pela equação por {q} = [v1 w1 φ1 ψ 1 M v 2 w2 φ 2 ψ 2 ] , T Eq. 2.17 sendo vi e wi os deslocamentos nas direções y e z, respectivamente, e φi e ψi as rotações da seção transversal correspondentes. A Figura 2.3 apresenta os graus de liberdade do elemento de viga 23 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor L y v 1 v2 φ2 φ1 z ψ1 ψ2 x w2 w1 Figura 2.3: Graus de liberdade do elemento de viga de Euler-Bernoulli A matriz de rigidez elementar para este elemento é dada por 12 0 12 0 − 6L 6 L 0 [K el ] = EI 3 (1 + Φ )L − 12 0 − 12 0 0 − 6L 0 6 L Sim. (4 + Φ )L 2 0 0 6L (2 − Φ )L2 0 (4 + Φ )L2 − 6L 0 0 (2 − Φ )L2 12 0 12 − 6L 0 − 6L 0 (4 + Φ )L2 0 2 (4 + Φ )L , Eq. 2.18 A matriz de massa do elemento é dada por a 0 0 c [M el ] = ρSL b 0 0 − d a −c e 0 0 e 0 0 d b −d 0 d f 0 0 0 f Sim. a 0 a 0 −c e 0 0 e c Eq. 2.19 onde 13 7 1 6 2 + Φ + Φ 2 + (r L ) 3 5 a = 35 10 2 (1 + Φ ) Eq. 2.20 24 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor 9 3 1 6 2 + Φ + Φ 2 + (r L ) 6 5 b = 70 10 2 (1 + Φ ) Eq. 2.21 11 11 1 2 1 1 2 210 + 120 Φ + 24 Φ + 10 − 2 Φ (r L ) L c= 2 (1 + Φ ) Eq. 2.22 13 3 1 2 1 1 2 420 + 40 Φ + 24 Φ + 10 − 2 Φ (r L ) L d= 2 (1 + Φ ) Eq. 2.23 1 1 1 1 2 2 1 2 2 2 105 + 60 Φ + 120 Φ + 15 + 6 Φ + 3 Φ (r L ) L e= 2 (1 + Φ ) Eq. 2.24 1 1 1 1 2 1 1 2 2 2 140 + 60 Φ + 120 Φ + 30 + 6 Φ − 3 Φ (r L ) L f = 2 (1 + Φ ) Eq. 2.25 sendo r o raio de giração da seção, definido por r= I S Eq. 2.26 A matriz giroscópica é dada por 0 − g − h 0 [Gel ] = 2ΩρSL 0 g − h 0 0 0 −h 0 −i −g 0 0 −h 0 0 0 −h −g 0 j h −h −j 0 0 0 Sim. 0 0 0 h − i 0 Eq. 2.27 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor 25 sendo 6 / 5r 2 L2 (1 + Φ ) Eq. 2.28 − (1 / 10 − 1 / 2Φ )r 2 L(1 + Φ ) Eq. 2.29 (2 / 15 + 1 / 6Φ + 1 / 3Φ 2 )r 2 (1 + Φ )2 Eq. 2.30 g= h= i= − (1 / 30 + 1 / 6Φ − 1 / 6Φ 2 )r 2 j= (1 + Φ )2 Eq. 2.31 Note que, fazendo Φ = 0 elimina-se o efeito do cisalhamento transversal, e tem-se um elemento de viga de Euler-Bernoulli. 2.2.3 Matriz de massa e giroscópica para os discos A matriz elementar de cada disco que é adicionado ao elemento de eixo quando é necessário incluir algum elemento de massa ou inércia concentrada, é da por: m 0 m [Md el ] = 0 0 I yy 0 0 0 I zz , Eq. 2.32 sendo m é a massa do disco e Iyy e Izz são os momentos de inércia de massa do disco em relação aos eixos y e z, respectivamente. A matriz giroscópica é dada por: 26 Capítulo 2 Elementos Finitos Utilizados na Representação do Rotor 0 0 [Gd el ] = Ω 0 0 0 0 0 0 0 0 0 I xx 0 0 − I xx 0 Eq. 2.33 , sendo Ixx o momento de inércia de massa do disco em relação ao eixo X. 2.2.4 Matriz de rigidez do elemento de mola Um elemento de mola unidimensional é usado quando é necessário incluir algum elemento de ligação entre elementos de viga. Sua matriz é apresentada a seguir, sendo k o valor de rigidez de cada mola. 1 − 1 − 1 1 [K el ] = k Eq. 2.34 2.2.5 Montagem das matrizes globais As matrizes elementares apresentadas acima são então agrupadas para obter as matrizes globais de massa, giroscópica e rigidez. Monta-se o sistema usando cada um dos elementos que formam o rotor, sendo feita em seguida a superposição. Detalhes sobre superposição de matrizes podem ser encontrados em HUGUES (2000) e COOK et. al. (2002), mas basicamente consiste em juntar as partes que compõem o rotor, de modo que preserve a continuidade. Isto significa que os deslocamentos em nós coincidentes deverão ser iguais, o que resulta em um sistema algébrico de equações para o rotor a ser resolvido posteriormente. O método de superposição é mais bem entendido com uso de exemplos, que podem ser encontrados em HUTTON (2004). Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 3 27 DESCRIÇÃO DOS MODELOS DE VIGA EQUIVALENTE E EXPERIMENTOS PARA VALIDAÇÃO Neste capítulo são descritos os três modelos de viga equivalente propostos para considerar a influência do pacote laminado sobre o comportamento dinâmico do rotor. Em seguida, são apresentados os resultados das análises modais experimentais em nove rotores diferentes para obtenção das freqüências naturais e modos de vibrar. O objetivo é fornecer as informações que serão usadas para avaliar o desempenho de cada modelo comparando-se os parâmetros modais calculados com aqueles obtidos a partir de dados experimentais. 3.1 Descrição dos Modelos Numéricos de Viga Equivalente Os modelos estudados se baseiam nos seguintes conceitos: acréscimo de rigidez usando diâmetro equivalente, pacote com elemento de viga não ramificado e pacote com elemento de viga ramificado. 3.1.1 Modelo 01: acréscimo de rigidez usando diâmetro equivalente A abordagem mais conhecida/divulgada para modelar o rotor laminado é utilizar um valor de diâmetro equivalente para o eixo na região do pacote de chapas. Nesse modelo uma parcela do núcleo laminado é considerada como parte do eixo, agregando além de massa e inércia, uma contribuição na rigidez total do rotor (KIM e KIM, 2006). O rotor com pacote da Figura 3.1(a) é composto por um conjunto de chapas empilhadas de comprimento LCH, diâmetro φCH e massa MCH que inclui a massa das barras de cobre ou alumínio. Os anéis de curto são iguais e tem comprimento LAC, diâmetro externo φAC e massa MAC, sendo que seu CG (centro de gravidade) fica a uma distância d da chapa extrema do pacote. 28 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação Na construção do Modelo 01, o diâmetro φE do eixo na região na qual estão apoiadas as chapas é aumentado de um valor ∆φE (Figura 3.1(b)). Este acréscimo no valor do diâmetro simula o efeito de enrijecimento do pacote laminado, semelhante ao que foi apresentado por LALANNE e FERRARIS (1990) para considerar discos montados com interferência no eixo. O novo diâmetro é denotado como φEQV e dado por φ EQV = φ E (1 + pt ) Eq. 3.1 sendo pt o acréscimo relativo aplicado ao diâmetro base do eixo, com pt variando de 0 a 1. LAC LCH (a) MAC φCH MCH φAC d φE ... Y X MAC, IAC 1 2 3 ... M D, I D ... N MAC, IAC (b) (c) φCH φEQV = φE + ∆φE Figura 3.1: Esquema do pacote de chapas representado com diâmetro equivalente. (a) modelo sólido (b) modelo sólido equivalente (c) modelo de viga equivalente Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 29 O restante do pacote laminado é então dividido em N discos, cujos valores de massa e inércia são concentrados em nós do eixo criados na região do pacote, enquanto os valores de massa e inércia dos anéis de curto são transladados para as chapas extremas do pacote (Figura 3.1 (b)). Este conjunto é convertido em um sistema de viga equivalente com os elementos de massas e inércias concentrados, conforme representado na Figura 3.1 (c). A massa adotada para a região do pacote de chapas, MCH, é a soma da massa das chapas com a massa da gaiola, MT, excluindo a massa de cada anel de curto, MAC. Assim, M CH = M T − 2M AC . Eq. 3.2 Contudo, essa massa ainda deve ser corrigida para descontar o aumento de diâmetro do eixo na região do pacote. Dessa forma, a massa (MCH)’ a ser distribuída entre os N discos é dada por (M CH ) ' = M CH − ρ E LCH ( π φ EQV 2 − φ E 2 4 ), Eq. 3.3 sendo ρE é a densidade do material do eixo. A massa MD, o comprimento LD, o momento de inércia transversal ItD e o momento de inércia polar IpD de cada disco podem ser escritas respectivamente da seguinte forma (LALANNE e FERRARIS, 1990), MD ' ( M CH ) = , LD = It D = Eq. 3.4 N LCH , N Eq. 3.5 ( ) MD 2 2 2 3φCH + 3φ EQV + 4 LD , 48 Ip D = ( MD φCH 2 + φ EQV 2 8 ) Eq. 3.6 Eq. 3.7 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 30 No modelo concebido da forma descrita acima, tem-se que o único parâmetro variável é o diâmetro equivalente do eixo. KIM e KIM (2006) identificaram experimentalmente que o valor do acréscimo pt varia de 0,28 a 0,36 dependendo do modo de vibrar do rotor, para um protótipo cujas chapas não apresentam os furos das ranhuras (ver Figura 1.5). Estes mesmos autores ainda estabeleceram um segundo parâmetro para determinar o valor do diâmetro equivalente, baseado na geometria da chapa, dado por φ EQV = φ E + (φCOR − φ E ) pt Eq. 3.8 Assim, o diâmetro equivalente é a soma do diâmetro do eixo com um percentual de duas vezes a altura da coroa HCOR5, sendo H COR = (φCOR − φ E ) 2 . Por esta definição, os autores obtiveram experimentalmente que o valor do acréscimo pt varia de 0,17 a 0,23 dependendo do modo de vibrar do rotor. Pela recomendação da norma API 684 (2005) citada no capítulo 01, o acréscimo no diâmetro do eixo deve ser tal que a massa adicional seja igual à massa do pacote MCH. Ou seja, ρ E LCH ( π φ EQV 2 − φ E 2 4 )=M CH Eq. 3.9 Isolando φ EQV , φ EQV = 4M CH 2 + φE πρ E LCH Eq. 3.10 5 Como no protótipo utilizado por KIM e KIM (2006) a chapa do rotor não apresenta ranhuras, para compará-las diretamente ao que foi desenvolvido nesta dissertação, optou-se por utilizar o diâmetro da coroa ao invés do diâmetro externo da chapa. Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 31 3.1.2 Modelo 02: pacote como elemento de viga não-ramificado Nesta abordagem, o pacote de chapas é modelado como tubo contínuo com propriedades elásticas equivalentes para simular o efeito da laminação (GARVEY et al., 2004). Esse cilindro é montado de forma solidária sobre o eixo, resultando em uma seção transversal com duas camadas de material de propriedades elásticas diferentes (corte A-A da Figura 3.2 (b)). Pelo modelo de viga proposto, essa montagem é feita usando dois elementos de viga superpostos ligados na extremidade pelo mesmo nó, um representando o eixo e o outro o pacote (Figura 3.2 (c)). Em outras palavras, as matrizes elementares do eixo e do pacote laminado são somadas membro a membro, resultando em uma matriz equivalente que representará as propriedades da seção transversal na qual está localizado o pacote. (a) X (c) Eixo Pacote - E_pct MAC, IAC Y MAC, IAC (b) Figura 3.2: Esquema do pacote de chapas representado com elemento de viga em paralelo (modelo não ramificado) A matriz elementar para o elemento de eixo continua a mesma com modelo de viga de Timoshenko que foi apresentada no capítulo anterior. Já para a matriz elementar do pacote laminado, GARVEY et al. (2004) sugerem que seja modelada usando um material ortotrópico equivalente. Apesar dessa recomendação, optou-se por utilizar para o pacote o mesmo tipo de elemento de viga do eixo, também com Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 32 material isotrópico. Neste caso, o efeito do pacote laminado é simulado com a alteração do módulo de elasticidade E_pct do material dos elementos de viga que o representam, sendo este o único parâmetro variável no Modelo 02. 3.1.3 Modelo 03: pacote como elemento de viga ramificado Nesta proposta, o conjunto pacote e eixo é representado por um sistema de rotor duplo que são conectados nó a nó através de molas com coeficiente de rigidez equivalente Kc (Figura 3.3(c))6. O pacote laminado continua sendo modelado com o mesmo elemento de viga utilizado para o eixo, representado como um cilindro maciço com propriedades isotrópicas do material do eixo. O efeito da laminação é representado nesse modelo somente com a variação do parâmetro Kc, sendo esse o único parâmetro do Modelo 03. X Eixo MAC, IAC Y MAC, IAC (a) Kc (b) Pacote Laminado - E_pct Figura 3.3: Esquema do pacote de chapas e eixo modelados como rotor duplo O parâmetro KC pode ser comparado diretamente ao que foi obtido por CHEN et al., (2006), KC = 6x109N/m, para seis molas Neste caso, o autor ainda flexibiliza o cilindro que constitui o pacote alterando o módulo de elasticidade para E_pct = 15GPa e o módulo de cisalhamento G_pct = 6GPa. Algumas destas alterações são averiguadas somente no Capítulo 04, pois no presente capítulo utilizam-se as 6 O valor de KC é a soma dos coeficientes das N+1 molas em paralelo que são colocadas para conectar os nós do eixo e pacote 33 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação mesmas propriedades de material para o pacote e eixo, variando-se apenas o valor de KC. 3.2 Implementação dos Modelos No presente trabalho, os três modelos descritos anteriormente foram construídos no programa ANSYS e parametrizados com o auxílio de uma macro escrita em linguagem APDL do próprio ANSYS. A entrada de dados para o programa é uma tabela com as seguintes informações: diâmetros externos e internos de cada seção de eixo, comprimento da seção, módulo de elasticidade do eixo, coeficiente de Poisson, densidade, massa do pacote, módulo de elasticidade do pacote, massa e momentos de inércia do anel de curto e distância do CG do anel de curto à chapa extrema. A Tabela 3-1 ilustra um exemplo de entrada de dados para um rotor. Tabela 3-1 – Exemplo de dados de entrada para o modelo paramétrico N° Escalon. ØE ØI L Ee [mm] [mm] [mm] [GPa] ν Massa ρ Pacote [kg/m³] [kg] 1 55,0 0,0 110,0 206 0,3 7850,0 2 70,0 0,0 57,5 206 0,3 7850,0 3 81,7 0,0 48,7 206 0,3 7850,0 4 85,2 0,0 103,3 206 0,3 7850,0 5 85,2 0,0 190,0 206 0,3 7850,0 6 85,2 0,0 103,7 206 0,3 7850,0 7 81,7 0,0 48,3 206 0,3 7850,0 8 70,0 0,0 65,0 200 0,3 7850,0 37,6 Epct [GPa] 206 Massa IP IT Distância ØpctE ØpctI Anel Anel Anel Anel [mm] [mm] [kg] [kg.m²] [kg.m²] [mm] 220,0 85,2 1,6 1,4E-2 7,1E-3 17,4 Com exceção dos testes em que se menciona alteração, os modelos foram implementados usando as propriedades de material apresentadas na Tabela 3-2. As densidades do material do pacote de chapas nos casos dos Modelos 02 e 03 são ajustadas para manter a massa. 34 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação Tabela 3-2 – Propriedades do material do eixo e rotor PROPRIEDADE Módulo de Elasticidade (GPa) EIXO PACOTE 206 206 Coeficiente de Poisson 0,3 0,3 Densidade (kg/m³) 7850 - Os seguintes elementos foram utilizados: • Elemento de viga de Timoshenko com três nós: para representar o eixo e também para representar o pacote laminado no caso dos Modelos 02 e 03. • Elemento de massa: para representar as inércias concentradas dos anéis de curto e, no caso do Modelo 01, representam também os discos que simulam a massa e inércia do pacote laminado restante. • Elemento de mola unidimensional: para representar uma mola no caso do elemento de interface do Modelo 03 As figuras Figura 3.4 e Figura 3.6 apresentam exemplos dos modelos construídos no ANSYS. Para obtenção das freqüências naturais, foi solucionado o problema de autovalores (EWINS, 1984), [K ][Θ] = [M ][Θ][λ ] Eq. 3.11 sendo [K] a matriz de rigidez, [M] a matriz de massa, [λ] uma matriz diagonal com os autovalores, na qual cada autovalor tem a seguinte relação λi = ±ωi onde ωi é a 2 i-ésima freqüência natural e [Θ Θ] uma matriz em que cada coluna corresponde ao iésimo autovetor ou modo natural de vibrar associado ao autovalor λi. O método numérico empregado para solução da equação Eq. 3.11 foi o Block Lanczos (BATHE, 1996) . Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação Elementos de massa para a modelagem dos discos do pacote laminado Elementos de massa para a modelagem dos discos dos anéis de curto Elementos de viga do eixo Figura 3.4: Representação do Modelo 01 implementado no ANSYS Elementos de viga para o pacote laminado Elementos de viga do eixo Elementos de massa para a modelagem dos discos dos anéis de curto Figura 3.5: Representação do Modelo 02 implementado no ANSYS 35 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 36 Elementos de mola da interface Elementos de viga para o pacote laminado Elementos de massa para a modelagem dos discos dos anéis de curto Elementos de viga do eixo Figura 3.6: Representação do Modelo 03 implementado no ANSYS A densidade da malha foi controlada de tal forma que a razão L/D (comprimento do elemento por diâmetro) de cada elemento do eixo fosse mantida igual a uma unidade, L/D = 1 (ver ANEXO B para mais detalhes). 3.3 Análise Modal Experimental 3.3.1 Objetivos Os experimentos realizados neste trabalho têm por objetivo obter os parâmetros modais (freqüências naturais e modos de vibrar) de uma série de rotores de gaiola com características construtivas diferentes. Os resultados destes experimentos são utilizados para avaliar o desempenho dos três modelos de viga equivalente foram implementados. 3.3.2 Rotores testados Nenhum protótipo foi desenvolvido especialmente para os testes. Os mesmos foram realizados utilizando diretamente os rotores de produção da empresa WEG, Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 37 sem o controle da magnitude de interferência entre as chapas e o eixo na região do pacote. A Tabela 3-3 descreve brevemente algumas características dos rotores que foram testados. Com estas amostras tentou-se englobar os tipos mais comuns de rotores de gaiola que são usados em máquinas elétricas. Tabela 3-3 – Rotores testados DESIGNAÇÃO 7 DO ROTOR Massa do rotor (kg) 225IIP 70,0 250IVP 141,0 355IIP(A) 355,0 355IIP(B) 367,0 355IIP(C) 378,0 315IIP 389,0 400IIP 828,0 450IVP 1224,0 560IIP 1890,0 Descrição Rotores com barras de alumínio sem canais de ventilação (pacote contínuo) Rotor com barras de alumínio e canais axiais de ventilação (pacote contínuo) Rotor com barras de cobre e com canais axiais de ventilação (pacote contínuo) Rotor com barras de cobre e com canais axiais e radiais de ventilação (pacotes espaçados) A Tabela 3-4 apresenta algumas relações geométricas dos rotores que foram testados. a razão entre comprimento do eixo e do pacote, a razão entre o diâmetro da chapa do pacote e o diâmetro do eixo na região do pacote, o diâmetro da coroa da chapa do rotor e o diâmetro do eixo na região do pacote, a altura da coroa da chapa do rotor e o raio do eixo na região do pacote, a massa total do pacote e a massa do eixo, o comprimento do pacote de chapas e o diâmetro da chapa do pacote, o comprimento do pacote de chapas e o diâmetro da coroa da chapa do rotor. A notação obedece à ordem das colunas da tabela. 7 Os três primeiros números são associados ao tamanho do rotor. Os dois próximos em algarismos romanos são associados ao número de pólos / rotação do rotor (por exemplo IIP – 3600rpm / IVP – 1800rpm). 38 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação Tabela 3-4 – Relações geométricas dos rotores testados DESIGNAÇÃO DO ROTOR LCH LEIXO φCH φE φCO φE H CO RE MT M EIXO 225IIP 0,24 2,58 1,56 0,56 250IVP 0,37 3,05 2,20 355IIP(A) 0,33 3,18 355IIP(B) 0,33 355IIP(C) LCH LCH φ CH φ CO 1,32 0,86 2,82 1,20 3,01 1,27 3,78 2,03 1,03 2,97 1,29 3,75 2,87 1,83 0,83 2,52 1,29 3,95 0,33 2,41 1,54 0,54 1,76 1,29 4,39 315IIP 0,31 2,21 1,68 0,68 1,42 0,00 6,17 400IIP 0,28 1,80 1,40 0,40 0,87 1,65 7,44 450IVP 0,31 2,07 1,67 0,67 1,21 1,87 7,25 560IIP 0,31 2,04 1,57 0,57 1,20 2,12 8,33 3.3.3 Descrição dos Experimentos Todos os rotores foram ensaiados na condição livre-livre. A Figura 3.7 mostra um exemplo com o rotor 560IIP, de aproximadamente duas toneladas, suspenso por cintas e talha. A aquisição de dados foi feita com um analisador de sinais de quatro canais da Brüel & Kjaer, modelo Pulse Data Acquisition 3560C. Para efetuar a excitação foram usados os martelos instrumentados da ENDEVCO modelo 2203-5 (para os rotores 225IIP e 250IVP) e modelo 8208 (para os demais rotores)8. A amplitude de vibração foi medida com um acelerômetro tipo TEDS modelo 752A12 também da ENDEVCO. Estes equipamentos são mostrados na Figura 3.8. 8 O tipo do martelo está associado diretamente à massa do rotor que se está testando. Acima de uma determinada massa, foi necessário usar o martelo 8208 aplicado para grandes estruturas. Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 39 Figura 3.7: Rotor suspenso para ensaio de condição livre-livre Figura 3.8: Analisador de sinais, martelos de impacto e acelerômetro Os rotores foram discretizados conforme exemplo apresentado na Figura 3.9 para o rotor 560IIP. A excitação foi feita usando um martelo modal em um ponto no extremo do eixo, parte dianteira, enquanto o acelerômetro varria os demais pontos do rotor. Isto garantiu que fossem obtidos os primeiros modos de vibrar da estrutura seqüencialmente, uma vez que nas extremidades da viga (rotor) nunca haverá um nó para as condições de contorno testadas. A Figura 3.11 mostra um detalhe da tela do programa de aquisição de dados utilizado, com uma curva de FRF (função de Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 40 resposta em freqüência) e coerência (PulseLabshop). Já a Figura 3.12 mostra a tela do programa de análise modal (ME’scopeVES). Figura 3.9: Coordenadas dos pontos de excitação e resposta (cotas em mm) Figura 3.10: Exemplo de medição no rotor 250IVP Em todas as medições utilizou-se 10 médias para compor a FRF com resolução de 1Hz. Em média, a banda de freqüências utilizada variou de 10Hz a 5kHz. O sinal de força do martelo foi adquirido usando uma janela uniforme, enquanto que o sinal de resposta do acelerômetro foi adquirido com uma janela exponencial. Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação Figura 3.11: Tela do programa para aquisição de dados (Pulse Labshop) Figura 3.12: Tela do programa de análise modal (ME’scopeVES) 41 42 Capítulo 3 Descrição dos Modelos de Viga Equivalente e Experimentos para Validação 3.3.4 Extração dos parâmetros modais As técnicas para obtenção das curvas de inertância com análise modal experimental foram baseadas em EWINS (1984). Para extrair os parâmetros modais foi usado um método de ajuste global no domínio da freqüência, que utiliza todas as curvas de inertância dos graus de liberdade (pontos discretos de medição) simultaneamente. Para a estimativa dos parâmetros (freqüências, modo e amortecimento) do modelo teórico foi usado o método dos mínimos quadrados (ME’scopeVES, 2003). A Tabela 3-5 apresenta um sumário com os valores das freqüências naturais obtidas experimentalmente para cada rotor. Os modos de vibrar são apresentados no ANEXO C. Apesar de obtidos experimentalmente, os amortecimentos modais são negligenciados, uma vez que nenhum modelo apresentado no trabalho inclui este efeito. Tabela 3-5 – Freqüências naturais obtidas experimentalmente para cada rotor 225IIP MODO 01 (Hz) 688 MODO 02 (Hz) 1203 MODO 03 (Hz) 2597 MODO 04 (Hz) 3039 250IVP 612 928 2169 2794 355IIP(A) 329 579 1290 - 355IIP(B) 395 683 1362 - 355IIP(C) 468 822 1384 - 315IIP 332 493 853 1140 400IIP 288 454 711 - 450IVP 167 302 527 710 560IIP 137 202 429 566 O número de modos obtido para cada rotor ficou determinado pela faixa de freqüências em que foi possível manter a excitação martelo modal relativamente constante (desvio menor que 3dB). Por este motivo, para alguns rotores foi possível obter quatro modos, enquanto para outros se obtiveram somente três. 43 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados 4 AVALIAÇÃO DOS MODELOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Neste capítulo são apresentados os resultados que comparam os dados experimentais àqueles calculados. O principal objetivo deste capítulo é obter informações que permitam discutir algumas hipóteses sobre o comportamento dos modelos para cada geometria de rotor que foi testado. 4.1 Curvas de Erro Numérico Experimental de cada Modelo Para avaliar os modelos de viga propostos, os seus respectivos parâmetros foram variados dentro de um campo de valores pré-especificado, em seguida foram calculadas as primeiras freqüências naturais com seus correspondentes modos de vibrar. Estas freqüências e modos foram comparados com aqueles obtidos experimentalmente, permitindo determinar os erros nos valores no cálculo das freqüências naturais, em relação aos valores experimentais, para cada valor de parâmetro do modelo. Este processo foi realizado para cada um dos rotores e cada um dos modelos de viga, resultando nas curvas apresentadas nas figuras Figura 4.1 a Figura 4.27. As linhas com marcadores correspondem à variação, em módulo, do erro percentual de cada freqüência natural, enquanto que a linha sólida representa a média aritmética dos erros em função do parâmetro de cada modelo. MODELO 01 687.95 1203.2 Hz 2597.3 Hz 3039.5 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.1: Erro nas freqüências naturais rotor 225IIP – Modelo 01 100% 44 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 01 611.62 Hz 928.25 Hz 2168.7Hz 2794.1 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.2: Erro nas freqüências naturais rotor 250IVP – Modelo 01 MODELO 01 329 Hz 579 Hz 1290 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.3: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(A) – Modelo 019 MODELO 01 395 Hz 683 Hz 1362 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.4: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(B) – Modelo 01 9 Desconsiderar a legenda que indica freqüência de 0Hz, pois é resultado da geração automática dos gráficos 45 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 01 468 Hz 822 Hz 1384 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.5: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(C) – Modelo 01 MODELO 01 332 Hz 493 Hz 853 Hz 1140 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.6: Erro nas freqüências naturais rotor 315IIP – Modelo 01 MODELO 01 288 Hz 454 Hz 711 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.7: Erro nas freqüências naturais rotor 400IIP – Modelo 01 60% 46 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 01 167 Hz 302 Hz 527 Hz 710 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.8: Erro nas freqüências naturais rotor 450IVP – Modelo 01 MODELO 01 137 Hz 201 Hz 566 Hz 566 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% AUMENTO NO DIÂMETRO BASE DO EIXO (%) Figura 4.9: Erro nas freqüências naturais rotor 560IIP – Modelo 01 60% 47 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 02 687.95 1203.2 Hz 2597.3 Hz 3039.5 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.10: Erro nas freqüências naturais rotor 225IIP – Modelo 02 MODELO 02 611.62 Hz 928.25 Hz 2168.7Hz 2794.1 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.11: Erro nas freqüências naturais rotor 250IVP – Modelo 02 MODELO 02 329 Hz 579 Hz 1290 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.12: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(A) – Modelo 02 48 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 02 395 Hz 683 Hz 1362 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.13: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(B) – Modelo 02 MODELO 02 468 Hz 822 Hz 1384 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.14: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(C) – Modelo 02 MODELO 02 332 Hz 493 Hz 1140 Hz 1140 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.15: Erro nas freqüências naturais rotor 315IIP – Modelo 02 49 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 02 288 Hz 454 Hz 711 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.16: Erro nas freqüências naturais rotor 400IIP – Modelo 02 MODELO 02 167 Hz 302 Hz 527 Hz 710 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.17: Erro nas freqüências naturais rotor 450IVP – Modelo 02 MODELO 02 137 Hz 201 Hz 429 Hz 566 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 1.00E+09 6.00E+09 1.10E+10 1.60E+10 2.10E+10 2.60E+10 MÓDULO DE ELASTICIDADE (N/m²) Figura 4.18: Erro nas freqüências naturais rotor 560IIP – Modelo 02 50 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 03 687.95 1203.2 Hz 2597.3 Hz 3039.5 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 2.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.19: Erro nas freqüências naturais rotor 225IIP – Modelo 03 MODELO 03 611.62 Hz 928.25 Hz 2168.7Hz 2794.1 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 2.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.20: Erro nas freqüências naturais rotor 250IVP – Modelo 03 MODELO 03 329 Hz 579 Hz 1290 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 2.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.21: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(A) – Modelo 03 51 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 03 395 Hz 683 Hz 1362 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 2.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.22: Erro nas freqüências naturais rotor 355 IIP(B) – Modelo 03 MODELO 03 468 Hz 822 Hz 1384 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 2.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.23: Erro nas freqüências naturais rotor 355IIP(C) – Modelo 03 MODELO 03 332 Hz 493 Hz 853 Hz 1140Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.24: Erro nas freqüências naturais rotor 315IIP – Modelo 03 2.00E+11 52 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados MODELO 03 288 Hz 454 Hz 711 Hz 0 MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 2.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.25: Erro nas freqüências naturais rotor 400IIP – Modelo 03 MODELO 03 167 Hz 302 Hz 527 Hz 710 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 1.00E+10 2.00E+10 3.00E+10 4.00E+10 5.00E+10 6.00E+10 7.00E+10 8.00E+10 9.00E+10 1.00E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.26: Erro nas freqüências naturais rotor 450IVP – Modelo 03 MODELO 03 137 Hz 201 Hz 429 Hz 566 Hz MEDIO 25% 20% ERRO 15% 10% 5% 0% 0.00E+00 2.00E+10 4.00E+10 6.00E+10 8.00E+10 1.00E+11 1.20E+11 1.40E+11 1.60E+11 1.80E+11 RIGIDEZ TOTAL DAS MOLAS DE INTERFACE (N/m) Figura 4.27: Erro nas freqüências naturais rotor 560IIP – Modelo 03 2.00E+11 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados 4.2 53 Avaliação da Precisão dos Modelos Em todas as curvas é possível observar que existem pontos de mínimo que ajustam exatamente o valor da freqüência natural de cada modo do rotor. Isto indica que o efeito de enrijecimento varia modo a modo quando representado com os modelos de vigas equivalentes aqui apresentados. Se o modelo fosse ideal, com um único valor de parâmetro físico seria possível reproduzir todas suas características dinâmicas. Então, para avaliar o quão próximo do ideal estão os modelos de viga equivalente propostos, propõe-se utilizar aqui a seguinte análise: Quanto menos dispersos estiverem os valores dos parâmetros que minimizam o erro de cada modo, mais próximo do ideal ou mais preciso será o modelo numérico para um determinado rotor Baseado nos gráficos obtidos acima é possível observar que este comportamento pode ser avaliado usando uma só grandeza: o valor do erro médio das primeiras freqüências naturais, correspondentes às linhas sólidas nas Figuras de Figura 4.1 a Figura 4.27. Portanto, o modelo considerado o mais preciso para este dado rotor será aquele que apresentar o menor valor de erro médio “mínimo” (que a partir deste ponto será chamado somente de erro mínimo). A Tabela 4-1 apresenta um sumário com os valores do erro mínimo obtido em cada modelo, bem como a quantidade de modos que foi considerado para cada rotor. Os modos de vibrar para a condição de erro mínimo que serviram de base para obter as curvas de erro são apresentados separadamente nas figuras do ANEXO C. Como observado na Tabela 4-1, o Modelo 03 se destaca como o mais preciso para a maioria dos rotores testados (6 entre 9). Já os Modelos 01 e 02 podem ser considerados como equivalentes em termos da sua precisão. Essa conclusão já foi reportada em GARVEY et al. (2004) que afirma que o modelo ramificado é bastante adequado para representar rotores com núcleo laminado. 54 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados Tabela 4-1 – Erro mínimo obtido com cada modelo de viga equivalente ROTOR ERRO MÍNIMO NO CÁLCULO DAS FREQÜÊNCIAS NATURAIS DOS MODOS VIBRAR DO ROTOR Nº de modos considerados MODELO 01 MODELO 02 MODELO 03 225IIP 6,4% 5,8% 2,1% 04 250IVP 12,5% 10,2% 6,0% 04 355IIP(A) 9,2% 8,5% 1,9% 03 355IIP(B) 6,8% 6,1% 1,8% 03 355IIP(C) 2,7% 2,6% 1,2% 03 315IIP 3,1% 2,3% 3,7% 04 400IIP 1,9% 1,7% 0,3% 03 450IVP 3,0% 2,1% 4,4% 04 560IIP 3,6% 3,2% 4,0% 04 Como a intenção é saber se um mesmo modelo de viga poderá ser usado para representar diversas geometrias de rotor sem a necessidade de identificar os parâmetros de cada caso experimentalmente, a informação de precisão fica incompleta (ver Figuras de Figura 4.1 a Figura 4.27). Então, o modelo deveria também ser robusto suficiente para não alterar significativamente suas características conforme se altera seus parâmetros de entrada. O tópico a seguir descreve o segundo critério utilizado neste trabalho para avaliar o modelo de viga equivalente. 4.3 Avaliação da Robustez dos Modelos A idéia de modelo robusto para este trabalho é: usando um único parâmetro para o modelo de viga equivalente, ele ainda é capaz de calcular as freqüências naturais de todos os rotores com precisão? A Tabela 4-2 apresenta o valor do parâmetro de cada modelo para o correspondente erro mínimo da Tabela 4-1. A média entre os parâmetros mínimos obtidos para cada rotor é utilizada como valor fixo para recalcular as freqüências 55 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados naturais. Os valores, agora do erro médio, das primeiras freqüências naturais de cada rotor, são apresentados na Tabela 4-3. Tabela 4-2 – Parâmetro de cada modelo no erro mínimo ROTOR PARÂMETRO DE CADA MODELO NA CONDIÇÃO DE ERRO MÍNIMO MODELO 01 MODELO 02 MODELO 03 pt (%) E_pct(GPa) Kc(N/m) 10 225IIP 23,9% 5,1 7,6x10 250IVP 55,2% 14 9,9 x10 355IIP(A) 42,4% 6,2 5,6 x10 10 355IIP(B) 45,6% 9,7 1,7 x10 11 355IIP(C) 29,6% 10 4,9 x1010 315IIP 30,0% 17 3,3 x10 10 400IIP 15,6% 16 1,8 x10 10 450IVP 10,0% 6,2 1,1 x10 10 560IIP 28,8% 21 4,1 x10 10 MÉDIO 31,2% 12 5,1 x10 09 10 Tabela 4-3 – Erro médio com parâmetro fixo para avaliar a robustez do modelo ROTOR ERRO MÉDIO DA FREQÜÊNCIA NATURAL DOS N PRIMEIROS MODOS COM PARÂMETRO FIXO MODELO 01 MODELO 02 MODELO 03 225IIP 7,4% 9,3% 2,4% 250IVP 20,1% 11,5% 9,7% 355IIP(A) 15,4% 10,6% 2,1% 355IIP(B) 13,5% 6,7% 2,8% 355IIP(C) 3,2% 3,3% 1,3% 315IIP 3,3% 4,5% 4,0% 400IIP 6,7% 2,5% 3,4% 450IVP 16,1% 5,8% 13,3% 560IIP 3,8% 5,7% 4,2% 56 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados Verifica-se que o Modelo 03 mantém um valor inferior a 5% de erro médio usando um mesmo parâmetro para quase todos os rotores (sete entre nove). As exceções foram os rotores 250IVP e 450IVP. 4.4 Correlação dos Resultados com a Geometria do Rotor A Figura 4.28 apresenta o comportamento do erro mínimo em função da relação entre a altura da coroa da chapa do pacote e o raio do eixo (ver Figura 1.5 para notação) para o Modelo 01. De forma geral, é possível observar que, quanto maior a altura da coroa do pacote em relação ao raio do eixo, maior será sua influência sob a rigidez total do sistema, e maior será o erro do modelo simplificado. 14% Hcoroa / Reixo 12% ERRO MÍNIMO 10% 8% 6.36% 6% 4% 3.61% 2% 0% 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 Hcoroa / Reixo Figura 4.28: Relação entre HCO/RE e o erro mínimo para o Modelo 01 Poder-se-ia até sugerir alguma curva de tendência para a correlação entre as variáveis do gráfico na Figura 4.28. Contudo, o erro mínimo sofreu uma variação de 3,6% para 6,4% para um mesmo valor de razão HCO/RE, que indica a necessidade de considerar uma segunda variável no modelo para justificar este desvio 57 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados Dessa forma, uma segunda relação de geometria e erro foi analisada conforme apresenta a Figura 4.29. Neste caso o erro mínimo foi avaliado em função da razão entre o comprimento do pacote de chapas e o comprimento do eixo. 14% Lpacote / Leixo ERRO MÍNIMO 12% 10% 8% 6.36% 6% 4% 3.61% 2% 0% 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 Lpacote / Leixo Figura 4.29: Relação entre LCH/Leixo e o erro mínimo para o Modelo 01 Observa-se que o maior desvio de uma tendência que foi mostrada no gráfico da Figura 4.28 aconteceu no rotor que possui o pacote mais curto em relação ao eixo dentre todos os outros, o rotor 225IIP. A variação do erro em função da relação entre a massa do pacote e a massa do eixo é apresentada na Figura 4.30, mostrando o mesmo comportamento. 58 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados 14% Mpacote / Meixo ERRO MÍNIMO 12% 10% 8% 6.36% 6% 4% 3.61% 2% 0% 0.4 0.9 1.4 1.9 2.4 2.9 3.4 Μ pacote/Μ /Μ eixo Figura 4.30: Relação entre MT/Meixo e o erro mínimo para o Modelo 01 O Modelo 02 apresenta o mesmo comportamento do Modelo 01. Isto sugere que os dois são equivalentes, sendo que a concepção do Modelo 02 é mais versátil e permite implementar modelos com propriedades elásticas diferentes para o pacote em relação ao eixo. O Modelo 03 não exibe uma relação clara entre o erro mínimo e a relação entre a altura da coroa da chapa do pacote e o raio do eixo, como apresentado na Figura 4.31. O que se pode afirmar é que, assim como nos outros modelos, o maior erro deste modelo correspondeu ao rotor com a maior razão entre a altura da coroa e diâmetro do eixo, o 250IVP. 59 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados 7% Hcoroa / Reixo 1.20 6.0% 6% ERRO MÍNIMO 5% 4% 3% 2% 1% 0% 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 Hcoroa / Reixo Figura 4.31: Relação entre a geometria do rotor e o erro mínimo para o Modelo 03 4.5 Efeito do Cisalhamento no Elemento de Pacote A última coluna da Tabela 3-4 apresenta a relação entre o comprimento do pacote e o diâmetro da coroa dos rotores, LCH φ CO . Implica que, pela teoria de viga, todos os pacotes laminados, se avaliados isoladamente, poderiam ser considerados como viga curta caso fossem de material maciço (ALDRAIHEN et al., 1996). Este fato indicaria o quão relevante seria a deformação de cisalhamento neste elemento. Completando esta informação, foram tomadas as dimensões de diâmetro (φCH) e comprimento do pacote de chapas (LCH) para calcular um fator de correção à deformação de cisalhamento, como definido pela equação Eq. 2.15, para todos os núcleos laminados. Os resultados de Φ são apresentados na Tabela 4-4 supondo Epct = Eeixo, νpct = νeixo e Gpct = Geixo. 60 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados Tabela 4-4 – Fator de correção para o cisalhamento transversal, considerando as dimensões totais, nos cilindros laminados do núcleo dos rotores testados ROTOR 225IIP 250IVP Φ 1,35 0,76 355IIP(A) 355IIP(B) 355IIP(C) 0,60 0,62 0,68 315IIP 400IIP 450IVP 560IIP 0,54 0,65 0,49 0,36 Da análise da Tabela 4-4, considerando o valor de Φ, pode-se afirmar que a influência do cisalhamento na deformação do pacote do rotor 225IIP é a maior dentre todos os rotores testados. Esta diferença que poderia justificar os desvios nas curvas de tendência discutidas no item anterior para o Modelo 01 e Modelo 02 (Figura 4.28, Figura 4.29 e Figura 4.30) . Para avaliar a importância do cisalhamento no pacote, o Modelo 02 foi reformulado alterando o elemento de viga do núcleo laminado de viga de Timoshenko para um elemento de viga de Euler-Bernoulli com correção para o cisalhamento (Seção 2.2.2). Com esta configuração é possível ativar ou desativar a parcela que considera o cisalhamento, sendo o modelo novamente calculado usando todo o processo de erro mínimo que foi apresentado anteriormente. A Tabela 4-5 apresenta os resultados do erro mínimo obtido. Na última coluna é apresentada a relação LCH φ CO do rotor. Tabela 4-5 – Erro mínimo alterando cisalhamento no elemento de pacote para Modelo 02 ROTOR LCH MODELO 02 TIMO EB_C EB_S φ CO 225IIP 5,8% 7,04% 7,03% 1,43 250IVP 10,2% 9,67% 8,53% 1,76 355IIP(A) 8,5% 8,26% 8,12% 2,02 355IIP(B) 6,1% 5,74% 5,62% 2,02 355IIP(C) 2,6% 2,26% 2,10% 2,02 315IIP 2,3% 2,56% 3,09% 2,22 400IIP 1,7% 1,60% 1,62% 2,13 450IVP 2,1% 2,74% 2,92% 2,33 560IIP 3,2% 3,24% 3,53% 2,77 TIMO – Timoshenko com três nós EB_C – Euller Bernoulli com cisalhamento EB_S – Euller Bernoulli sem cisalhamento (Φ = 0) 61 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados As diferenças foram muito pequenas, sugerindo que somente a teoria tradicional que é usada para considerar o cisalhamento em vigas, não é suficiente para melhorar a representação de alguns pacotes com modelo de viga equivalente usando modelos não ramificados (Modelo 02). 4.6 Discussão sobre o Comportamento do Modelo 03 Conforme as discussões prévias e da literatura, pode-se observar que a real interação entre o núcleo laminado e o eixo de um rotor depende, simultaneamente, de muitos fatores geométricos e construtivos do rotor. Conseqüentemente, estas características do rotor irão definir quais os tipos de deformações que estão atuando e quais são mais relevantes no momento de caracterizar o efeito de enrijecimento do pacote sobre o eixo. Dentre os modelos testados, a configuração do Modelo 03 é a que mais se assemelharia à uma viga com anisotropia, pois é possível controlar separadamente uma rigidez à flexão (elemento de viga) e também ao cisalhamento (elemento de mola). Para examinar as hipóteses referentes à importância do cisalhamento no pacote, como feito anteriormente, o Modelo 03 foi reformulado alterando o elemento de viga do núcleo laminado de viga de Timoshenko para um elemento de viga de Euler-Bernoulli com correção para o cisalhamento. Os resultados, apresentados na Tabela 4-6, sugerem novamente que somente a formulação tradicional para inclusão do cisalhamento não tem grande efeito no modelo de viga equivalente. Tabela 4-6 – Erro mínimo alterando cisalhamento no elemento de pacote para Modelo 03 TIMO EB_C EB_S LCH H CO 225IIP 2,1% 2,11% 2,15% 1,35 250IVP 6,0% 5,96% 6,07% 0,76 355IIP(A) 1,9% 1,92% 2,00% 0,60 ROTOR MODELO 03 62 Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados 355IIP(B) 1,8% 1,75% 1,75% 0,62 355IIP(C) 1,2% 1,21% 1,24% 0,68 315IIP 3,7% 3,65% 3,97% 0,54 400IIP 0,3% 0,31% 0,32% 0,65 450IVP 4,4% 4,37% 4,52% 0,49 560IIP 4,0% 3,95% 4,27% 0,36 TIMO – Timoshenko com três nós EB_C – Euller Bernoulli com cisalhamento EB_S – Euller Bernoulli sem cisalhamento (Φ = 0) Finalmente, foi realizado um estudo de sensibilidade do Modelo 03 à variação do módulo de elasticidade usado para o elemento de pacote. Os resultados de erro mínimo são apresentados na Tabela 4-7. Tabela 4-7 – Erro mínimo alterando o módulo de elasticidade no elemento de pacote - Modelo 03 ROTOR Módulo de Elasticidade do pacote (N/m²) 9 10 11 11 11 1,0x10 1,0x10 1,0x10 2,0x10 3,0x10 225IIP 55,9% 23,0% 2,0% 2,1% 2,1% 250IVP 62,2% 24,6% 6,0% 6,0% 6,6% 355IIP(A) 52,0% 18,7% 1,7% 1,9% 1,9% 355IIP(B) 55,9% 22,3% 1,6% 1,8% 2,1% 355IIP(C) 60,1% 21,1% 1,1% 1,2% 1,2% 315IIP 52,7% 18,5% 3,1% 3,7% 4,0% 400IIP 49,6% 10,8% 0,1% 0,3% 0,3% 450IVP 46,5% 10,5% 3,9% 4,4% 4,4% 560IIP 49,6% 20,4% 3,1% 4,0% 4,4% Observa-se que a diminuição do módulo de elasticidade do pacote aumenta significativamente o erro mínimo. Por outro lado, o erro tende para um valor mínimo quando este módulo está próximo ao valor do material que constitui as chapas do pacote, nestes casos o aço. GARVEY (1989) reporta este mesmo comportamento observado. Ele afirma que, para as deformações que ocorrem no plano normal ao da Capítulo 4 Avaliação dos Modelos e Discussão dos Resultados 63 laminação, pode-se esperar uma rigidez do pacote equivalente àquela de um material sólido. Por outro lado, no sentido paralelo ao da laminação, a rigidez é muito menor se comparada com a de um material maciço, sendo função da pressão de empacotamento usada para formar o pacote de chapas. Está última afirmação pode justificar porque os valores de Kc na condição de erro mínimo são diferentes para os diferentes rotores (Tabela 4-2). Capítulo 5 Conclusões e Sugestões de Trabalhos Futuros 64 5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS 5.1 Conclusões O propósito deste trabalho foi realizar um estudo numérico-experimental para avaliar modelos de viga equivalente para representar o comportamento dinâmico de rotores de gaiola de máquinas elétricas rotativas. A bibliografia revisada forneceu os três modelos que serviram de base para o desenvolvimento deste trabalho. Foram implementadas e testadas três versões de modelos de viga: (i) utilização de um diâmetro equivalente na região do pacote laminado, denominado de Modelo 01, (ii) emprego de um elemento finito para representar o pacote, o qual é unido diretamente ao elemento que representa o eixo, chamado de Modelo 02 e (iii) utilização de um elemento finito para representar o pacote, unido através de molas ao elemento que representa o eixo, sendo este denominado de Modelo 03. Os modelos foram concebidos visando a simplicidade de construção e avaliação. Para tal, somente um parâmetro para cada modelo foi colocado como variável. Os parâmetros restantes são obtidos com informações de geometria e propriedades do material dos elementos que compõem o rotor. Nove rotores de gaiola foram escolhidos para análise experimental, sendo seis com gaiola de alumínio injetado e três com gaiola de barras de cobre. Uma análise modal experimental foi realizada em cada um dos rotores para uma condição livre de apoios, obtendo-se os primeiros modos naturais de vibrar e suas freqüências naturais correspondentes. Esses resultados foram utilizados para avaliação dos modelos. Os modelos anteriormente definidos foram implementados em elementos finitos usando como padrão: elementos de viga de Timoshenko com três nós para representar o eixo e também para representar o pacote laminado no caso dos Modelos 02 e 03; elementos de massa para representar as inércias concentradas; elementos de mola unidimensional como elemento de ligação entre o pacote e eixo no caso do Modelo 03. Foi realizada uma seqüência de análises modais numéricas Capítulo 5 Conclusões e Sugestões de Trabalhos Futuros 65 dos rotores na condição livre de apoios, variando o valor do parâmetro de cada modelo: diâmetro equivalente para o Modelo 01; módulo de elasticidade do elemento do pacote no Modelo 02; e rigidez total das molas de interface no caso do Modelo 03. As freqüências calculadas foram comparadas, modo a modo, com aquelas obtidas experimentalmente, obtendo-se várias curvas com os erros de cada modo para um dado rotor. Foram apresentadas duas formas de avaliação para os modelos propostos. A primeira, considerando uma curva com a média dos erros de todos os modos foi traçada em função do parâmetro variável de cada modelo. O valor mínimo desta curva foi usado para definir a precisão do modelo de viga em questão para cada um dos rotores testados. O modelo 03, na média, se mostrou o mais preciso deles para reproduzir as freqüências naturais dos nove rotores testados. O segundo critério de avaliação foi baseado na necessidade de se utilizar um único valor de parâmetro para representar todos os rotores testados. Este critério foi denominado de robustez do modelo. No critério anterior, cada rotor obteve um valor diferente de parâmetro para a condição de erro mínimo. A média destes parâmetros entre todos os rotores foi utilizada como novo parâmetro de avaliação, agora fixo, para recalcular o erro médio, das primeiras freqüências naturais de um determinado rotor. O Modelo 03 se destacou como o mais robusto na maioria dos casos, mas também apresentou erro relativamente elevado na representação de dois rotores analisados. À exceção destes dois desvios, o Modelo 03 permitiu obter um erro médio inferior a 5% usando um único valor de parâmetro. A correlação dos resultados com a geometria do rotor permitiu sugerir algumas hipóteses para o comportamento dos rotores com núcleo laminado. Foi possível inferir que a consideração de um modelo anisotrópico pode ainda melhorar a representação do efeito de enrijecimento do pacote sobre o eixo do rotor. Como ficou demonstrado pela investigação numérica experimental realizada o Modelo 03 se mostrou o mais adequado para representar os rotores de gaiola de máquinas elétricas. Usando uma rigidez total das molas de interface de 5,1x1010N/m e um módulo de elasticidade de 206GPa para o elemento do pacote, um modelo de viga de Timoshenko com três nós para o eixo e pacote e uma malha com razão entre comprimento do elemento e diâmetro L/D = 1, é possível obter um erro inferior Capítulo 5 Conclusões e Sugestões de Trabalhos Futuros 66 a 5% nos três primeiros modos de viga livre-livre. O erro aumenta para próximo de 10% para aqueles rotores com a altura de coroa próxima do diâmetro do eixo base. Todos estes resultados indicam que é possível usar o Modelo 03 como um modelo de viga equivalente para representar, pelo menos, os tipos rotores com pacote laminado que foram descritos neste trabalho. 5.2 Sugestões para trabalhos futuros Como foram utilizados rotores de produção, sugere-se um estudo com protótipos físicos que possibilitem controlar e variar parâmetros tais como, interferência de montagem do pacote, pressão de empacotamento, bem como utilizar diferentes relações geométricas. Esta abordagem também poderia auxiliar em um melhor tratamento estatístico do problema em questão, podendo-se incluir cálculos de desvio padrão, ajustes por mínimos quadrados entre outros. Os rotores foram avaliados somente na condição livre-livre sem rotação para diminuir o número de variáveis. Para uma avaliação mais rigorosa, o desempenho do modelo deveria ser testado em uma identificação numérico-experimental de um sistema completo, obtendo os valores de rotação crítica, órbitas e modos de vibrar quando a máquina está em operação. O grupo de pesquisa do LAVIB (Laboratório de Vibrações) da UTFPR possui um software para análise de dinâmica de rotores que foi desenvolvido especialmente para máquinas elétricas, o RotorDin. Como prosseguimento da presente pesquisa, propõe-se que os três modelos sejam implementados neste software. Sugere-se também que o comportamento dos rotores seja analisado usando um modelo tridimensional de elementos finitos. Com isto também é possível incluir os efeitos de anisotropia do material, bem como outros efeitos tais como a interferência entre o eixo e o pacote. Entretanto, sabe-se que é computacionalmente oneroso realizar análises dinâmicas completas em modelos com elementos finitos sólidos. Capítulo 5 Conclusões e Sugestões de Trabalhos Futuros 67 O amortecimento interno do pacote de chapas e os erros da análise modal experimental que não foram discutidos neste trabalho poderiam ser investigados em pesquisas futuras. O mesmo se aplica à rigidez de montagem do pacote sobre o eixo devido à interferência, que poderia ser estudada e até correlacionada ao valor de Kc do Modelo 03. Por último, a experiência obtida com este trabalho poderia ser utilizada para implementar um elemento finito de viga que possua outras formas de incluir o efeito da anisotropia do material. Alguns textos como LIM e HAN (2001) propõem modelos de viga que podem ser aproveitados para um desenvolvimento posterior a este trabalho. SUBRAMANIAN (2005) também sugere modelos a serem empregados em vigas laminadas de material composto. Acredita-se que a união do conhecimento obtido até então, com as pesquisas na área de dinâmica de materiais compostos possa ser utilizada para obter um modelo que represente ainda mais precisamente o comportamento dinâmico de rotores com núcleo laminado. 68 Referências REFERÊNCIAS ALVES FILHO, A.. Elementos Finitos. 1. ed. São Paulo: Editora Érica Ldta, 2000. ALDRAIHEM, O. J., WETHERHOLD, R. C., SINGH, T. Intelligent beam structures: Timoshenko theory vs. Euler-Bernoulli theory. In: IEEE International Conference on Control Applications, Dearborn, MI, p. 976-981, 1996. ANSYS – Release 11.0 Documentation for Ansys. Copyright SAS IP Inc, 2007 API 541 - AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. ANSI/API Standard 541: Formwound squirrel-cage induction motors – 500 horsepower and larger. Washington, D.C., 2004. API 684 - AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API Recommended Practice 684: Rotordynamics tutorial - lateral critical speeds, unbalance response, stability, train torsionals, and rotor balancing. Washington, D.C., 2005. BATHE, K. J.. Finite Element Procedures. 1. ed. New Jersey: Prentice Hall, 1996. BAZOUNE, A., KHULIEF, Y. A.. Shape functions of three-dimensional Timoshenko beam element. Journal of Sound and Vibration, v. 259, n. 2, p. 473-480, 2003. CARVALHO, A. P., BAVASTRI, C. A., PEREIRA, J. T., LUERSEN, M. A., SANTOS, H. L. V.. Análise de dinâmica de rotores utilizando elementos finitos de viga de Timoshenko de classe C0. In: CIBIM8 – 8o Congresso Ibero Americano de Engenharia Mecânica, Cusco, Peru, 2007. CHEN, Y. S., CHENG, Y. D., LIAO, J. J., CHIOU, C. C.. Development of a finite element solution module for the analysis of the dynamic behavior and balancing effects of an induction motor system. Finite Elements in Analysis and Design, v.44, p. 483-492, 2008. COOK, R. D., MALKUS, D. S., PLESHA, M. E., WITT, R. J.. Concepts and Applications of Finite Element Analysis. 4th. ed. USA: John Wiley & Sons Ltd., 2002. Referências 69 EDE, J. D., ZHU, Z. Q., HOWE, D.. 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A segunda vantagem desta forma de controle é ser adimensional, permitindo comparar diferentes configurações de rotores. As tabelas A-1, A-2 e A-3 apresentam o comportamento dos erros médios mínimos em função do tamanho da malha para os modelos de diâmetro equivalente, não ramificado e ramificado respectivamente. Nesta primeira avaliação, foi usado o modelo de viga de Timoshenko tanto para o eixo quanto para o núcleo laminado. 72 Anexo A Teste de Malha Tabela A.1 – Efeito do tamanho da malha no erro mínimo para o Modelo 01 ROTOR L/D 2,0 1,5 1,0 0,7 0,5 0,1 225IIP 6,5% 6,4% 6,4% 6,3% 6,2% 6,2% 250IVP 14,3% 13,4% 12,5% 11,4% 11,1% 11,9% 355A 9,1% 9,1% 9,2% 8,9% 8,7% 8,2% 355B 7,7% 7,2% 6,8% 6,4% 6,1% 5,9% 355C 4,0% 2,6% 2,7% 2,7% 2,5% 2,4% 315IIP 4,5% 3,4% 3,1% 3,0% 2,9% 2,8% 400IIP 2,6% 2,6% 1,9% 1,8% 1,8% 1,7% 450IVP 4,4% 3,2% 3,0% 2,8% 2,8% 2,0% 560IIP 4,0% 4,0% 3,6% 3,5% 3,4% 3,3% Tabela A.2 – Efeito do tamanho da malha no erro mínimo para o Modelo 02 ROTOR L/D 2,0 1,5 1,0 0,7 0,5 0,1 225IIP 5,3% 5,4% 5,8% 5,9% 6,0% 6,4% 250IVP 10,1% 10,3% 10,2% 10,1% 10,1% 10,0% 355A 8,6% 8,6% 8,5% 8,5% 8,4% 8,4% 355B 5,8% 6,2% 6,1% 6,0% 5,9% 5,9% 355C 3,5% 2,8% 2,6% 2,5% 2,5% 2,4% 315IIP 1,8% 2,0% 2,3% 2,4% 2,5% 2,5% 400IIP 1,7% 1,7% 1,7% 1,7% 1,6% 1,6% 450IVP 4,4% 2,8% 2,1% 2,2% 2,4% 2,6% 560IIP 3,0% 3,0% 3,2% 3,2% 3,2% 3,2% 73 Anexo A Teste de Malha Tabela A.3 – Efeito do tamanho da malha no erro mínimo para o Modelo 03 ROTOR L/D 2,0 1,5 1,0 0,7 0,5 0,1 225IIP 2,6% 2,6% 2,1% 2,1% 2,1% 2,3% 250IVP 6,5% 6,4% 6,0% 6,7% 6,6% 7,4% 355A 2,5% 2,2% 1,9% 1,9% 1,9% 1,9% 355B 3,8% 2,1% 1,8% 1,6% 1,6% 2,8% 355C 1,8% 1,3% 1,2% 1,2% 1,1% 1,2% 315IIP 3,9% 3,6% 3,7% 3,8% 3,8% 4,0% 400IIP 0,4% 0,4% 0,3% 0,2% 0,1% 0,1% 450IVP 4,5% 4,5% 4,4% 4,3% 4,3% 4,3% 560IIP 4,0% 4,0% 4,0% 4,1% 4,1% 4,3% Esta análise mostrou que os modelos são pouco sensíveis ao tamanho da malha quando são utilizadas as configurações definidas no capítulo anterior. Por isto, optou-se por utilizar a relação L/D = 1 como padrão para todas as análises deste trabalho. 74 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar ANEXO B – COMPARAÇÃO DOS MODOS DE VIBRAR Experimental Calculado – na condição de erro mínimo 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 -0.3 Modelo 01 MODO 01 - 686.2Hz 0.7 -0.5 MODO 01 - 689.5Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 02 MODO #1 -0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 03 MODO 01 - 670.2Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 0.6 0.7 0.8 0.9 -0.3 Modelo 01 MODO 02 - 1281.2Hz 0.7 -0.5 MODO 02 - 1292.3Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 02 MODO #2 -0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 03 MODO 02 - 1156.0Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 01 MODO 04 - 2272.3Hz 0.7 -0.5 MODO 04 - 2369.1Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 02 MODO #3 -0.7 -0.5 -0.7 MODO 03 - 2600.8Hz 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 03 0.7 -0.5 -0.7 MODO 06 - 3302.7Hz 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 01 0.7 -0.5 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 Modelo 02 MODO 06 - 3368.3Hz 0.7 -0.5 -0.7 MODO 05 - 3201.8Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.1– Comparação dos modos para o rotor 225IIP Modelo 03 MODO #4 -0.7 75 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar Experimental Calculado – na condição de erro mínimo Modelo 01 MODO 01 - 632.9Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 02 MODO 01 - 610.9Hz 0.7 0.5 MODO #1 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 03 MODO 01 - 548.3Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 03 - 1058.0Hz 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 0.7 0.8 0.9 1 -0.3 Modelo 01 0.7 -0.5 -0.7 0.5 MODO #2 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 Modelo 02 MODO 02 - 1038.7Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 Modelo 03 MODO 02 - 849.7Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 Modelo 01 MODO 04 - 1700.2Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 MODO #3 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 Modelo 02 MODO 04 - 1739.7Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 Modelo 03 MODO 04 - 2269.7Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 Modelo 01 MODO 06 - 2634.1Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 05 - 3014.7Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.2 – Comparação dos modos para o rotor 250IVP Modelo 03 MODO #4 0.3 Modelo 02 MODO 06 - 2713.6Hz 0.7 76 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar Experimental Calculado – na condição de erro mínimo 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 01 - 327.3Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 MODO #1 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 01 - 327.5Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 01 - 328.8Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 02 - 601.9Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 MODO #2 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 02 - 606.2Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 02 - 567.1Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 04 - 992.1Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 03 - 1377.0Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.3 – Comparação dos modos para o rotor 355IIP(A) Modelo 03 MODO #3 Modelo 02 MODO 04 - 1050.8Hz 0.7 77 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar Experimental Calculado – na condição de erro mínimo 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 01 - 396.8Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 MODO #1 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 01 - 394.9Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 01 - 393.4Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 02 - 719.9Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 MODO #2 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 02 - 720.8Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 02 - 683.0Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 04 - 1179.5Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 03 - 1465.6Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.4 – Comparação dos modos para o rotor 355IIP(B) Modelo 03 MODO #3 Modelo 02 MODO 04 - 1221.2Hz 0.7 78 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar Experimental Calculado – na condição de erro mínimo 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 1 1.2 1.4 1.6 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 01 - 466.7Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 MODO #1 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 01 - 467.9Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 01 - 468.1Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 02 - 840.9Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 MODO #2 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 02 - 849.0Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 02 - 814.8Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 04 - 1321.2Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 03 - 1448.2Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.5 – Comparação dos modos para o rotor 355IIP(C) Modelo 03 MODO #3 Modelo 02 MODO 04 - 1354.3Hz 0.7 79 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar Experimental Calculado – na condição de erro mínimo Modelo 01 MODO 01 - 330.9Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 02 MODO 01 - 331.9Hz 0.7 0.5 MODO #1 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 03 MODO 01 - 331.7Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 1.4 1.6 1.8 2 -0.3 Modelo 01 MODO 02 - 497.5Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 MODO #2 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 Modelo 02 MODO 02 - 499.0Hz 0.7 -0.5 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 Modelo 03 MODO 02 - 475.5Hz 0.7 -0.5 -0.7 MODO 03 - 798.6Hz 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 Modelo 01 0.7 -0.5 -0.7 MODO 03 - 813.7Hz 0.5 MODO #3 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 Modelo 02 0.7 -0.5 -0.7 MODO 03 - 904.4Hz 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 Modelo 03 0.7 -0.5 -0.7 MODO 05 - 1218.1Hz 0.7 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 -0.5 Modelo 01 0.5 -0.7 MODO 05 - 1222.9Hz 0.5 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 04 - 1092.0Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.6 – Comparação dos modos para o rotor 315IIP Modelo 03 MODO #4 0.3 Modelo 02 0.7 80 Anexo B Comparação dos Modos de Vibrar Calculado – na condição de erro mínimo MODO 01 - 137.2Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -0.3 -0.5 Modelo 01 Experimental MODO 01 - 136.9Hz 0.7 0.5 MODO #1 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -0.3 -0.5 Modelo 02 -0.7 MODO 01 - 125.4Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 -0.3 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -0.5 Modelo 03 -0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 2.5 3 3.5 4 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 01 MODO 02 - 204.8Hz 0.7 0.5 0.3 MODO #2 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 Modelo 02 MODO 02 - 205.2Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 Modelo 03 MODO 02 - 187.2Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 01 MODO 03 - 397.1Hz 0.7 0.5 0.3 MODO #3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 02 MODO 03 - 402.1Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 -0.7 Modelo 03 MODO 03 - 411.4Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 Modelo 01 MODO 05 - 602.4Hz 0.7 -0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 -0.7 MODO 04 - 460.6Hz 0.7 0.5 0.3 0.1 -0.1 0 0.5 1 1.5 2 -0.3 -0.5 -0.7 Figura B.7 – Comparação dos modos para o rotor 560IIP Modelo 03 MODO #4 Modelo 02 MODO 05 - 602.1Hz 0.7