EMERGÊNCIA EM LABORATÓRIO REGRAS BÁSICAS EM CASO DE INCÊNDIO NO LABORATÓRIO: - Quando o fogo irromper em um béquer ou balão de reação, basta tapar o frasco com uma rolha, toalha ou vidro de relógio, de modo a impedir a entrada de ar. - Manter sempre a calma - Quando o fogo atingir a roupa de uma pessoa, proceder da seguinte forma: a) levá-la para debaixo do chuveiro de emergência ou b) se o acidentado correr, aumentando a combustão, neste caso, derrubá-la e rolá-la no chão até o fogo ser exterminado ou c) embrulhá-lo rapidamente em um cobertor para este fim ou d) pode-se também usar o extintor de CO2, se este for o meio mais rápido.Começar o combate imediatamente com os extintores de CO2 (gás carbônico). - Afastar os inflamáveis de perto - Jamais usar água para apagar o fogo, usar extintor de CO2 ou de pó químico - Quando houver em ensaios com sódio, potássio ou lítio. Usar extintor de pó químico (não usar o gás carbônico, CO2). Também pode-se usar os reagentes carbonato de sódio (Na2CO3) ou cloreto de sódio (NaCl- sal de cozinha) - A areia não funciona bem para Na, K e Li. A água reage violentamente com estes metais. - Caso o incêndio fugir ao controle, evacuar o laboratório imediatamente - Tocar o alarme (uma caixa vermelha), quebrando o vidro para acioná-lo - Evacuar o prédio - Desligar a chave geral de eletricidade - Chamar a equipe de segurança ou o Corpo de Bombeiros, dando a exata localização do fogo. Informar que se trata de um laboratório químico e que não vão poder usar água para combater incêndio em substância química. Solicitar um caminhão com CO2 ou pó químico - Avisar ao chefe do laboratório Derramamento de produtos tóxicos (mais de 100 ml), inflamáveis (mais de 1 litro) e corrosivos (mais de 1 litro): - Chamar a equipe de segurança - Evacuar o laboratório - Avisar as pessoas nos ambientes vizinhos - Isolar a área e fechar as portas do ambiente - Remover fontes de ignição e desligar os equipamentos - Ligar a exaustão para o exterior; e - Abrir as janelas. Derramamento de ácidos: - No caso de ácido sulfúrico derramado sobre o chão ou bancada pode ser rapidamente neutralizado com carbonato ou bicarbonato de sódio em pó. - No caso de ácido Clorídrico derramado neutralizar com amônia, que produzirá cloreto de amônio, em forma de névoa branca. - No caso de ácido nítrico, tomar cuidado com álcool, pois reagem violentamente. Derramamento de Compostos Voláteis de Enxofre - Enxofre - tipo mercaptanas, resíduos de reação com DMSO: são capturados em "trap" contendo solução à 10% de KMnO4 alcalino. 1 - H2S: que desprende-se de reações pode ser devidamente capturado em "trap" contendo solução à 2% de acetato de chumbo aquoso. Derramamento de Compostos Tóxicos - Manipular com cuidado, pois um grande número de compostos orgânicos e inorgânicos são tóxicos. Evitar a inalação ou contato direto. A relação abaixo mostra alguns produtos químicos tóxicos de uso comum em laboratório: Compostos Altamente Tóxicos São aqueles que podem provocar rapidamente, graves lesões ou até mesmo a morte. Compostos arsênicos Cianetos Inorgânicos Compostos de mercúrio Ácidos oxálico e seus sais Selênio e seus complexos Pentóxido de vanádio Monóxido de carbono Cloro, Flúor, Bromo, Iodo Líquidos Tóxicos e Irritantes aos Olhos e Sistema Respiratório Cloreto de acetila Bromo Alquil e arilnitrilas Bromometano Benzeno Dissulfito de Carbono Brometo e cloreto de benzila Sulfato de metila Ácido fluorbórico Sulfato de dietila Cloridrina etilênica Acroleina Compostos Potencialmente Nocivos por Exposição Prolongada Brometos e cloretos de alquila: Bromometano, bromofórmio, tetracloreto de carbono, diclorometano, iodometano. Aminas alifáticas e aromáticas: anilinas substituídas ou não dimetilamina, trietilamina, diisopropilamina. Fenóis e composto aromáticos nitrados: Fenóis substituídos ou não cresóis, catecol, resorcinol, nitrobenzeno, nitrotolueno. Substâncias Carcinogênicas Muitos composto causam tumores cancerosos no ser humano. Deve-se ter todo o cuidado no manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer, evitando-se a todo custo a inalação de vapores e o contato com a pele. Devem ser manipulados exclusivamente em capelas e com uso de luvas protetoras. Entre os grupos de compostos comuns em laboratório incluem: Aminas aromáticas e seus derivados: anilinas N-substituídas ou não. naftilaminas, benzidinas, 2-naftilamina e azoderivados. Compostos N-nitroso, nitrosoaminas (R’-N(NO)-R) e nitrozoamidas. Agentes alquilantes: diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila, propiolactona, óxido de etileno. Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: benzopireno, dibenzoantraceno. 2 Compostos que contém enxofre: tiocetamida, tiouréia. Benzeno: É um composto carcinogênico cuja concentração mínima tolerável é inferior aquela normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de benzeno é porque a sua concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável. Evite usá-lo como solvente e sempre que possível substitua por outro solvente semelhante e menos tóxico (por ex. tolueno). Amianto: A inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma doença de pulmão, a asbesto, uma moléstia dos pulmões que aleija e eventualmente mata. Em estágios mais adiantados geralmente se transforma em câncer dos pulmões. Derramamento de produtos tóxicos ou inflamáveis sobre o trabalhador: - remover as roupas atingidas sob o chuveiro de emergência - lavar a área do corpo afetada com água fria por 15 minutos ou enquanto persistir dor ou ardência; e - lavar a área afetada com sabão neutro e água (não use loções, creme, soluções neutralizantes, etc). Olhos atingidos por produtos químicos: - lavar os olhos atingidos, por 15 minutos, com água fria; - encaminhar a vítima ao atendimento médico de emergência; e - informar o produto químico envolvido no acidente. Derramamento de Mercúrio: - não use aspirador de pó; - recolha com cuidado as gotas maiores e cubra o local com solução de polissulfeto de sódio, enxofre em pó ou zinco em pó, para amalgamar as gotas microscópicas; e - recolher o resíduo e colocá-lo em recipiente seguro para descarte. Manter no laboratório um kit de emergência para derramamento acidental, consistindo de: - óculos de proteção - luvas resistentes - sacos plásticos - protetores de sapato - etiquetas auto-adesivas - bentonita (absorvente) - solução de bicarbonato de sódio - gluconato de cálcio - pá de plastico - balde de plástico Em caso de derramamento de produtos reativos líquidos, deve-se cobrí-lo com o absorvente químico (bentonita), recolher com a pá, acondicioná-lo em embalagem apropriada para disposição. Se o produto estiver na forma de pó, limpá-lo com um pano úmido, contanto que o produto não venha a reagir com a água. Quando o derramamento acidental de produto tóxico, inflamável ou reativo for maior do que 1 litro, chame o pessoal do serviço de segurança treinado para essas ocorrências. SEGURANÇA DO LABORATÓRIO E RESPOSTA DE EMERGÊNCIA PARA LABORATÓRIOS BIOMÉDICOS E DE MICROBIOLOGIA Normas tradicionais de segurança laboratorial enfatizam o uso de boas práticas de trabalho, equipamento de contenção adequado, dependências bem projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma infecção acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório e que evitem a contaminação do meio ambiente. 3 1. Reconhecer que a segurança do laboratório está relacionada, mas é diferente de um laboratório seguro. • Envolver profissionais com experiência em segurança e proteção para avaliação e desenvolvimento das recomendações para um dado local ou laboratório. • Revisar as normas e os procedimentos de segurança regularmente. A administração deverá revisar as normas para garantir que estão adequadas para as condições atuais e consistentes com outras normas e procedimentos amplos do local. Os supervisores do laboratório deverão assegurar que todos os trabalhadores e visitantes de um laboratório entendam os requisitos de segurança e sejam treinados e equipados para seguirem os procedimentos estabelecidos. • Rever as normas e os procedimentos quando ocorrer um incidente ou quando uma nova ameaça for identificada. 2. Acesso controlado às áreas onde agentes biológicos ou toxinas estejam sendo usadas ou armazenadas. • As áreas dos laboratórios e de tratamento de animais deverão ser separadas das áreas públicas dos edifícios onde se encontram localizadas. • As áreas do laboratório ou de cuidados animais deverão ser trancadas todas às vezes. • Os cartões-chaves ou dispositivos similares deverão ser usados para permitir a entrada às áreas do laboratório e as de cuidado do animal. • Todas as entradas (incluindo as entradas para visitantes, trabalhadores de manutenção, trabalhadores para realização de reparos e outros que precisarem entrar ocasionalmente) deverão ser registradas por um dispositivo semelhante a um cartãochave (preferível) ou através de assinatura no livro de entrada. • Somente os trabalhadores necessários para a realização de um trabalho deverão receber permissão para entrar somente nas áreas e nas horas que um trabalho em particular for realizado. a. O acesso para estudantes, cientistas, etc, deverá ser limitado ao horário em que os funcionários regulares estiverem presentes. b. O acesso para a limpeza, manutenção e consertos rotineiros deverá ser limitado ao horário em que os funcionários estiverem presentes. • Os freezers, geladeiras, cabines e outros containers onde estoques de agentes biológicos, materiais clínicos ou radioativos deverão ser guardados, deverão ser trancados quando não estiverem à vista dos trabalhadores (por exemplo, quando localizados em áreas de armazenamento não freqüentadas regularmente). 3. Saber quem está nas áreas do laboratório. • Os supervisores e diretores do local deverão conhecer todos os trabalhadores. Dependendo dos agentes biológicos envolvidos e do tipo de trabalho a ser desenvolvido, deve-se fazer uma revisão da limpeza e da segurança antes que novos funcionários sejam designados para a área de trabalho. • Todos os trabalhadores (incluindo estudantes, cientistas visitantes e outros trabalhadores temporários) deverão usar crachás de identificação. Estes crachás deverão conter no mínimo uma fotografia, o nome do indivíduo e a data de vencimento deste crachá. O uso de marcadores colorido ou de outros símbolos facilmente identificável sobre os crachás seria úteis para a identificação para indicar a liberação para a entrada 4 em áreas restritas (por exemplo, laboratórios de NB-3 ou 4, áreas de tratamento de animal). • Os visitantes deverão ser identificados com crachás e deverão ser acompanhados ou autorizados a entrarem usando os mesmos procedimentos como os usados para trabalhadores. 4. Saber quais os materiais que estão sendo trazidos para dentro da área laboratorial. • Todos os materiais deverão ser verificados (visualmente ou por raios-x) antes de serem trazidos para dentro do laboratório. • Os pacotes contendo amostras, substâncias bacterianas ou isoladas, ou toxinas deverão ser abertos em uma cabine de segurança ou em outro dispositivo de contenção adequado. 5. Saber quais materiais estão sendo removidos da área laboratorial. • Os materiais/toxinas biológicas que serão removidos para outros laboratórios deverão ser embalados e rotulados de acordo com todos os regulamentos locais, federais e internacionais aplicáveis. a. As licenças necessárias deverão ser obtidas antes que os materiais sejam acondicionados e rotulados. b. Os recipientes (de preferência) ou o local de recebimento dos materiais deverão ser conhecidos pelo remetente, e este remetente deverá fazer um esforço para assegurar que os materiais sejam enviados para um local equipado com recursos para manipular estes materiais com segurança. • O transporte manual de materiais e toxinas biológicas para outros laboratórios é considerado inadequado. Se os materiais ou toxinas biológicas a serem carregadas manualmente forem transportados por carregadores comuns, todos os regulamentos deverão ser seguidos. • Materiais contaminados ou possivelmente contaminados deverão ser descontaminados antes de saírem da área do laboratório. Os materiais químicos e radioativos deverão ser descartados de acordo com os regulamentos locais, federais e estaduais. 6. Tenha um plano de emergência. • O controle do acesso às áreas do laboratório poderá fazer com que os procedimentos de emergência sejam dificultados. Este fato deverá ser considerado quando os planos de emergência forem desenvolvidos. a. Uma avaliação da área laboratorial pelos funcionários do local, com profissionais de fora, se necessário, para a identificação dos aspectos de segurança e proteção deverão ser conduzidos antes que um plano de emergência seja desenvolvido. b. Os administradores, diretores, principais pesquisadores e trabalhadores do laboratório e os trabalhadores responsáveis pela segurança do local deverão estar envolvidos no planejamento de emergência. c. A polícia, o corpo de bombeiro ou outras pessoas envolvidas em situações de emergência deverão ser informados quanto aos tipos de materiais biológicos em uso nas áreas laboratoriais e deverão dar uma assistência no planejamento dos procedimentos de emergência nas áreas laboratoriais. d. Os planos deverão incluir a provisão de uma notificação imediata dos diretores e trabalhadores do laboratório e pessoas encarregadas pela segurança, ou 5 outros indivíduos quando ocorrer uma emergência, de maneira que possam lidar com as questões de biossegurança caso ocorra. • O planejamento de emergência laboratorial deverá ser coordenado com planos de expansão. Fatores como ameaças de bombas, problemas climáticos (furacão e inundação), terremotos, falta de energia e outros desastres naturais (ou não naturais) deverão ser considerados quando o plano de emergência estiver sendo desenvolvido. 6