Ano 24 l Nº 3195 SUPLEMENTO ESPECIAL - DIA MUNDIAL DA ÁGUA Proibida venda em separado Planeta água Até quando? Apenas 3% da água da Terra pode ser consumida e ainda assim continuamos desperdiçando 2 22 de março de 2014 Água vital para a existência Bem precioso, que significa a vida, a água não é inesgotável, apesar de parecer abundante, e são grandes os desafios na gestão da qualidade dos recursos hídricos, já que demanda integração das áreas de meio ambiente, saneamento, saúde, indústria, agricultura, entre outras. A água é vital para a manutenção dos ecossistemas e das ati- vidades humanas. Os impactos ambientais, sociais e econômicos da degradação da qualidade do recurso se traduzem na perda da biodiversidade, no aumento de doenças, na elevação do custo de tratamento das águas destinadas ao abastecimento. Vale destacar, também, a perda de produtividade na agricultura e na pecuária; redução da pesca e perda de valores turísticos, culturais e paisagísticos. A sociedade tem de estar ciente dos riscos do desperdício desse bem tão precioso, além de exigir dos governos que se estabeleça uma agenda efetiva, que permita a recuperação e a manutenção da qualidade das águas superficiais. Pela manutenção dos ecossistemas e pelo bem de nossa própria existência. EXPEDIENTE Chefe de Redação: Fernanda Capel Diagramação e textos: Fernanda Capel e Angelica Richter Coordenação/Revisão: Angelica Richter Diretor Comercial: Elidio Capel Departamento Comercial: Glaucia de Paula, Arnon C. Junior; Edleusa J. Nascimento Atendimento: André Menezes Avenida Alda, 549, Centro, Diadema Telefone: 4057-9000 E-mail: [email protected] 22 de março de 2014 3 4 22 de março de 2014 O planeta água pode morrer de sede A situação é alarmante. Somo sim o planeta água, mas estamos cada dia mais próximos de morrer de sede, tendo em vista que apenas 3% dos recursos hídricos do mundo estão disponíveis para consumo. A Terra possui 75% de sua superfície coberta de água. No entanto, 97% do total é salgado e não potável. Aproximadamente 1% é água doce, mas está na forma de geleiras e não pode ser utilizada. Se hoje, a escassez da água preocupa, segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), a tendência é de piora significativa. Atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso a fontes confiáveis de água. A estimativa da ONU é que, em 2025, mais de 3 bilhões de pessoas sofrerão com a falta do recurso, que não será suficiente para suprir as necessidades de uso. No Brasil, que detém 11,6% da água doce superficial do mundo e ser o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do planeta, três problemas agravam a situação da falta de água: a desigualdade da distribuição em seu território - 70% estão localizados na Região Amazônica e o restante (30%) distribui-se desigualmente pelo país, para atender a 93% da população, de acordo com a Uni- versidade da Água, além da poluição e da degradação ambiental. O desperdício é outro fator preocupante. Para se ter uma ideia, somente no Estado de São Paulo o desperdício chega a 40% de todo o volume de água tratada, segundo a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo. Entretanto, nem tudo está perdido. Especialistas apontam que a água disponível no Brasil é suficiente para suprir as necessidades de consumo. Para tanto, é preciso atenção às questões de saneamento e abastecimento. Soluções tecnológicas também podem ser aplicadas em prol do meio ambiente, garantindo economia desse bem tão preciso. Entre as alternativas, há o uso de água da chuva ou de água de reúso. Apesar de não serem próprias para o consumo humano, poderiam ser utilizadas em mais de 90% das atividades. Apenas para quantificar a economia (ambiental e financeira) que esse tipo de ação traria, cabe citar que a água de reúso é 50% mais barata do que a fornecida pelas companhias de saneamento, servindo para consumo em indústrias, limpeza de locais públicos, manutenção de áreas verdes, descargas sanitárias, entre outros. 5 22 de março de 2014 Os vilões do desperdício O Estado de São Paulo perde todos os dias 40% da água tratada, cerca de 1,3 bilhão de litros de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que estima que o volume daria para abastecer A Terra também é conhecida como Planeta Água. Porém, até quando poderá ser chamado assim? O crescente desperdício de água e a escassez do líquido próprio para consumo preocupam. Somente no Brasil, a estimativa é de que o desperdício de água ultrapasse a marca dos 70%. No Estado de São Paulo, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), cerca de 40% de toda a água tratada é perdida diariamente. O que significa que 1,3 bilhão de litros vão por ralo abaixo sem necessidade. Esse volume seria suficiente para abastecer duas cidades do porte da Capital do Paraná, Curitiba. Como é possível gastar tanta água desnecessariamente? Essa pergunta, com certeza, já foi repetida inúmeras vezes e a resposta está, na maioria dos casos, dentro de nossas casas. Falta de informação e orientação sobre uso consciente da água contribuem para o desperdício desse bem tão importante. No uso doméstico, por exemplo, 78% do consumo é gasto no banheiro. Banhos demorados podem se tornar verdadeiros atentados contra a natureza. Você sabia que 15 minutos com o chuveiro ligado em casa significa um gasto de 135 litros de água? Se você mora em apartamento , piorou. O consumo salta para 243 litros nesse mesmo período. O banheiro ainda abriga outros inimigos ocultos da economia de água. Escovar os dentes ou fazer a barba com a torneira aberta por 5 minutos resulta em gasto de 12 litros de água se você mora em uma casa e surpreendentes 80 litros se você reside em um apartamento. Por outro lado, ao realizar tais atividades com a torneira fechada serão consumidos apenas 0,5 litro no primeiro caso e 1 litro no segundo. Para economizar é simples. Basta abrir o chuveiro ou a torneira somente para o enxague. Ainda não acabou não. Uma descarga com a válvula desregulada desperdiça de 10 a 14 litros de água por dia. Ainda tem gente que usa o vaso sanitário como cesto de lixo, descartando cigarros, jogando papel higiênico, e segurando o botão de descarga mais tempo do que o necessário. diariamente.. Os cálculos são da Companhia duas cidades do porte de Curitiba. Ainda dentro de casa, segue uma dica importantíssima para quem fica a cargo da cozinha: mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa a louça. Esse gesto simples pode acarretar em uma economia de até 223 litros em 15 minutos. Usar a mangueira para regar plantas ou lavar o carro está fora de cogitação. Com um regador é possível deixar as plantas mais vivas e ao mesmo tempo economizar até 96 litros em 10 minutos. Já para deixar o carro limpinho faça uso de baldes, se for mesmo necessário. Isso porque 30 minutos de mangueira ligada resulta em 530 litros de água. Por outro lado, com o baldo o gasto será de 40 litros. Para finalizar nada de lavar a calçada de casa. Faça uso de vassoura e pá para recolher a sujeira. Dicas simples como essas podem ajudar a salvar o planeta. Faça sua parte. 6 22 de março de 2014 Divulgação Água de reúso: não potável, mas com excelente potencial Diante do quadro de escassez, a solução é economizar, reciclar e investir no uso consciente da água. Uma prática que vem se tornando cada vez mais comum no Brasil é o reúso do líquido. Estatísticas divulgadas pela Secretária de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo mostram que, até 2035, o consumo na região metropolitana deve subir 40% e, como não há fonte de água limpa e inexplorada na Grande São Paulo, medidas drásticas precisam ser tomadas para que a água potável não seja extinta. A água de reúso e água da chuva (tratada) para fins não potáveis é uma opção para aqueles que querem contribuir com a preservação do meio ambiente, pois é possível utilizá-las para limpeza de bacias sanitárias e mictórios, irrigação de áreas verdes, limpeza de áreas externas (quadro, pátios, paredes, entre outros), reduzindo em até 50% o consumo de água potável. Segundo a engenheira civil especialista em gestão e tecnologias ambientais Sibylle Muller, com a implementação de sistemas de reúso e tratamento da água cinza (proveniente de processos domésticos) em larga escala, a economia de água potável seria de, no mínimo, 20%. “Se pegarmos os casos em que o líquido tratado é utilizado em atividades que não exigem características potáveis, o reúso significaria economia de, no mínimo, 20% a 25% no consumo total de água potável, o que é muito significativo”, pontuou. Ao contrário do que se possa imaginar, a instalação de sistemas de tratamento é rápida e o retorno em economia também. O sistema de tratamento de águas de chuva leva aproximadamente três dias para ser instalado. Já o para tratamento de água cinza, dependendo do porte, de quatro a seis dias. A água de reúso é comumente utilizada pelas administrações para limpeza de próprios públicos e vias. Entretanto, de olho na sustentabilidade, outros setores investem na instalação de sistemas como forma de economia, tanto do meio ambiente, como financeira. “No ABC temos sistemas instalados por toda a região. Por exemplo, em São Caetano, o The Office reaproveita águas pluviais e de drenagem, mesmo caso da Finder e do São Caetano Prime Offices. Em Santo André, o Shopping Atrium faz reaproveitamento de águas pluviais e de drenagem do subsolo em fins não potáveis. Em São Bernardo há projetos de reúso de águas cinzas em vasos sanitários pelo Grupo Accor”, pontuou Sibylle, que é Sibylle: “com o reúso, a economia de água potável é de, no mínimo, 20%” fundadora e diretora de AcquaBrasilis Meio Ambiente, referência do segmento de reuso de água e captação e tratamento de água da chuva. Porém, a engenheira faz um alerta. “O reúso exige processos confiáveis e fornecedores responsáveis, bem como, responsabilidade dos usuários, que devem tomar algumas cautelas no consumo e no contato com o produto, evitando que seja ingerido ou que seja usado em finalidades que tenham contato direto com as pessoas e animais”, afirmou. 7 22 de março de 2014 Virgílio: ‘medidas em prol da Billings são meramente de cunho eleitoral’ Arquivo A Billings é um dos maiores e mais importantes reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo. A represa foi idealizada nas décadas de 1930 e 1940 pelo engenheiro Asa White Kenney Billings , um dos empregados da extinta concessionária de energia elétrica Light, daí o nome do reservatório. Inicialmente, a represa tinha o objetivo de armazenar água para gerar energia elétrica para a usina hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão. Porém, em função do elevado crescimento populacional e industrial da Grande São Paulo ter ocorrido sem planejamento, principalmente ao longo das décadas de 1950 a 1970, a Billings possui grandes trechos poluídos com esgotos domésticos, industriais e metais pesados, além de sofrer com o assoreamento em vários braços. Neste Dia Mundial da Água, o Diário Regional entrevistou o advogado e ambientalista da do ABC, Virgílio Alcides de Farias, defensor incansável das causas ambientais, para falar sobre os problemas que afetam a Billings. Criada para armazenar água, a Billings acabou virando depósito de lixo e esgoto, com o crescimento desordenado da população. Qual a realidade da represa hoje? Os mananciais da Billings já tiveram capacidade de recarga de água da ordem de 33 metros cúbicos por segundo (média ano). Hoje essa capacidade foi reduzida a cerca de 13 metros cúbicos por segundo. Ademais, a capacidade de armazenar água foi e continua a menor, dado o assoreamento da represa. em vários braços da Billings. Qual a relação delas com a poluição? As algas são resultado da presença de esgotos, que são alimentos para as algas Quais as medidas adotadas pelas administrações para minimizar a degradação da represa e quais os resultados? Os governos estaduais e municipais não adotam medidas eficazes que possibilitem a recuperação e preservação do manancial Billings. Isso porque as medidas apresentadas e reapresentadas são meramente As algas estão presentes de cunho eleitoral. “O consumo e o contato das águas poluídas afetam a saúde pública” Os braços Taquecetuba e Riacho Grande são utilizados para abastecimento de água potável pela Sabesp. Tendo em vista a seca no sistema Cantareira, quais os riscos a represa corre? Basta saber que esgotos urbanos e industriais gerados dos bairros implementados no entorno da represa, bem como os esgotos dos rios Pinheiros e Tietê, lançados pela EMAE, é que reabastecem a Billings. Cientificamente é comprovado que o consumo e o contato das águas poluídas afetam a saúde pública e todas as formas de vida. Boa parte da represa na região do Eldorado, em Diadema, está assoreada. Existe alguma solução? Sim, o desassoreamento e medidas efetivas para evitar continuar assoreando, reconstruir o Porto Náutico e construir a tão requerida Escola de Vela, atividades socioeconômicas compatíveis com a preservação do manancial. Ao fazerem a remoção de parte da terra que recobre a parte assoreada da represa para a Festa de Navegantes brotou água. Seria uma solução para a recuperação? O lençol freático da- quela área da Billings está próximo. O desassoreamento faria (talvez) rebrotar nascentes ali, mas não o suficiente para restaurar a capacidade hídrica naquele braço da represa. Existe risco de o assoreamento avançar a ponto de não ser reversível, principalmente na região do Eldorado? Sim, o braço da Billings no Eldorado segue sendo assoreado por desmatamento e construções irregulares e clandestinas, incentivados por políticos irresponsáveis e eleitoreiros locais. 10 22 de março de 2014 O quanto as estações de tratamento influenciam na melhoria do reservatório? Coletar e tratar os esgotos são deveres governamental e direitos sociais. Assim, só com a coleta e tratamento dos esgotos é possível melhorar a qualidade das águas. Porém, não é só isso, temos outro tipo de poluição que afeta a qualidade das águas, a chamada “poluição difusa”, resíduos lançados nas ruas e rios. Quais medidas deveriam se tomadas pelas autoridades para evitar problemas futuros com a represa? Garantir, por meio do Plano Diretor da cidade, que as poucas áreas de mananciais preservadas não sejam objeto de ocupação urbana; recuperar nascentes e riachos, bem como reflorestar as margens de rios e entorno de nascentes, implementar a educação ambiental formal nas escolas e informal nas comunidades, conforme estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei Federal nº 9.795 de 1999. Como está o ABC nas questões ambientais? Políticos do ABC entendem que a questão ambiental aparece como impedimento do crescimento econômico e construções de moradia. Certa vez, um vereador de Diadema disse que eu estava equivocado em defender a ecologia porque fazer isso não dá votos. Um deputado estadual de Santo André propôs que eu parasse de defender água, peixe e biguás e fosse defender a favela que lá é onde tem votos. Esse entendimento é generalizado no meio político, de Rio Grande da Serra a Diadema. Neste Dia Mundial da Água há o que comemorar? Sim, hoje é possível levantar questões ambientais como a escassez da água nos meios de comunicação, assim como esta fazendo a jornalista e esse jornal, significando fazer a educação ambiental informal. Qual sua previsão para o futuro da água no Brasil e no mundo? De muita preocupação, a prova disso é que, em razão de ações populares que venho ajuizando em defesa das águas e do meio ambiente, sou visto como inimigo por todos os governos. Em que pese ser sabido que a poluição mata, a defesa do meio ambiente ainda não tem aderência social. Para sentir o drama, não encontro cidadãos que queiram ser autores populares, termina eu sendo autor e meu próprio advogado. Arquivo 11 22 de março de 2014 AE Sistema Cantareira pede socorro O Sistema Cantareira, que abastece quase 9 milhões de pessoas na região metropolitana, está abaixo dos 14,6% da capacidade total de armazenamento. O principal motivo diz respeito ao fenômeno da falta de chuvas, que é previsível em tempos de mudanças climáticas, seguido do desperdício por vazamento - que chega 40%, em razão de manutenção precária e tubulação antiga. A Agência Nacional de Águas (ANA) está estudando a possibilidade de captar água do rio Paraíba do Sul para abastecer o sistema. Porém, a medida não é bem vista pelo advogado e ambientalista do ABC, Virgílio Alcides de Farias. “O Rio de Janeiro não deve aceitar essa proposta, pois, poderá sofrer desabastecimento. A maior parte da represa Billings (o chamado corpo central) está cheia e poderia suprir a Cantareira neste e em outros momentos de estiagem que virão com mais frequência”, destacou. Os rios que abastecem o sistema também estão sofrendo com a seca, consequência, segundo o ambientalista, da devastação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), da degradação das florestas que mantêm o ciclo das águas, e da poluição decorrente do lançamento de esgotos e lixo. “A culpa (da seca) é da ausência de políticas públicas voltadas para a proteção e recuperação do meio ambiente. As baixas precipitações tem relação com o desmatamento crescente e mudanças climáticas”, afirmou. A estratégia adotada pelo gover- no do Estado de São Paulo frente à situação é prolongar ao máximo a vida útil do reservatório no período chuvoso, até meados de abril, e com isso controlar a situação de 2014, até que as chuvas recomessem no fim do ano. Porém, segundo Farias, governar é planejar com base em estudos científicos e não uma loteria. “A escassez da água é crescente, assim como é crescente a popular e atividades econômicas, daí deve-se priorizar a recuperação dos mananciais, nascentes, rios e represas, com urgência”, pontuou. Segundo Farias, o racionamento deve ser política permanente dos governos estadual, haja vista que a água potabilizável é um bem em escassez crescente dado o seu uso irresponsável. 12 22 de março de 2014 Diadema e Sabesp: nova etapa no abastecimento Após quase duas décadas servindo a população de Diadema, a companhia de saneamento da cidade se despede. A Prefeitura de Diadema e a Sabesp assinaram o contrato de concessão dos serviços de água e saneamento no município esta semana. Com a assinatura do acordo serão investidos R$ 434 milhões em diversas obras e ações, sendo que, desse total, R$ 159 milhões serão aplicados exclusivamente em Diadema. Somam-se ainda outros R$ 275 milhões em investimentos no sistema compartilhado - melhorias nas Estações de Tratamento de Água e Esgoto (ETAs) que atendem Diadema e municípios vizinhos, além de coletorestronco e adutoras que beneficiam mais de uma cidade. Além dos R$ 434 milhões, serão repassados R$ 95 milhões ao município, valor que será utilizado pela prefeitura para promover obras e melhorias em saneamento ambiental, com intervenções em mais de 360 áreas. Para o presidente da Saned, Elbio Camillo Júnior, o acordo foi uma vitória. “Considero como uma vitória essa situação, pois tínhamos uma dívida de mais de R$ 1 bilhão, a qual era impagável. Considero que não só somente eu, mas como toda a diretoria da Saned, foi muito profissional nesse tempo todo. Pegamos uma situação muito difícil e conseguimos reverter assumindo uma nova postura administrativa, pois do jeito que estava a empresa poderia ter sucumbido antes”, pontuou. À frente da Saned na administração do prefeito de Diadema, Lauro Michels, Camillo Júnior enfatizou que o grande desafio de sua gestão foi solucionar a questão da dívida com a Sabesp. “Não poderíamos passar sem resolver isso. Po- Arquivo Camillo Jr: “pegamos uma situação muito difícil e conseguimos reverter” rém, também aceleramos outras ações. Conseguimos tocar alguns recursos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Resolvemos questões técnicas e operacionais que credenciaram a Saned a participar o PNQS (Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento) onde recebemos o prêmio na categoria bronze (em 2013). Investimos naquilo que era possível”, destacou. A experiência acumulada pelo presidente da Saned como engenheiro civil também auxiliou nas negociações. Segundo Camillo Júnior,chegou-se ao máximo que poderíamos. “Tenho de lembrar que estávamos com uma situação desfavorável em curso e tivemos uma boa performance nessa negociação”, ressaltou. A experiência de Camillo também deve ser aproveitada pelo prefeito, agora que a Sabesp passará atuar na cidade. O presidente da Saned é cotado a assumir a pasta de Obras da cidade e colocou à disposição de Diadema seus serviços.“Fiquei sabendo dessa informação a priori. Depois o prefeito (Lauro Michels) veio falar comigo. Porém, não podemos dizer que isso são favas contadas. Tem algumas questões políticas para serem resolvidas. Então, temos de aguardar. Vejo com bons olhos essa situação e estou à disposição de Diadema para prestar os meus serviços, e ao prefeito Lauro Michels para o que for preciso”, finalizou. 13 SANTO ANDRÉ 22 de março de 2014 Investindo na conscientização e no combate ao desperdício Em 2014, o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) assinou contrato com a Secretaria de Estado de Recursos Hídricos para executar o Programa de Uso Racional da Água nas Escolas que faz parte do Programa Estadual de Apoio à Recuperação de Águas (Reágua). O projeto prevê que o município participante realize diagnóstico em escolas públicas, objetivando fazer intervenções para combater perdas e desperdício de água. A proposta técnica do Semasa que prevê melhorias em 68 escolas do município foi aprovada em junho o ano passado, pela Secretaria do Estado de Saneamento e Recursos Hídricos. Os recursos para o programa são da ordem de R$ 1,5 milhão. O órgão, por meio do Departamento de Manutenção e Operação do Semasa, área executora do programa, realizou um diagnóstico em 24 creches e 44 Emeifs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) de Santo André. Durante as vistorias foram analisados todos os equipamentos hidráulicos com o objetivo de verificar o consu- mo médio, detectar vazamentos e contabilizar equipamentos hidráulicos como torneiras, vasos sanitários, mictórios e válvulas de descarga que necessitarão de troca ou manutenção. Além das medidas técnicas também ocorrem ações educativas com orientação de alunos, professores e comunidade por meio da educação ambiental do Semasa. Mais ações Este ano, o maior investimento da administração municipal será na construção de uma nova Estação de Tratamento de Água, no Clube de Campo, que vai ampliar a capacidade própria de produção de água de Santo André de 6% para 25% (hoje, 94% da água consumida em Santo André é comprada da Sabesp). A obra custará R$ 90 milhões e será financiada com recursos do FGTS, por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Quando estiver funcionando, o novo equipamento produzirá 350 litros de água por segundo. A previsão é que a obra esteja concluída até outubro de 2016. Fotos: Divulgação/Semasa 14 22 de março de 2014 5 ótimos motivos para beber água Médicos recomendam a ingestão de pelo menos dois litros de água por dia. Todo mundo sabe que o líquido é fundamental para a boa saúde, tendo em vista que cerca de 75% do corpo é composto de água. No entanto, para reforçar a importância desse hábito saudável, que tal anotar cinco ótimos motivos para fazer da água o seu líquido preferido? 1. Sensação de saciedade Muitas vezes a sensação de fome é apenas o seu corpo pedindo água, sendo este um dos sintomas da desidratação. Bebendo mais, você sentirá menos fome e comerá menos. Além disso, a água serve como um inibidor natural de apetite. Isso porque as fibras solúveis, presente nos alimentos, transformam-se em uma espécie de esponja em contato com o líqudo e, assim, ocorre a sensação de saciedade. 2. Facilita a digestão A água é importantíssima na produção de saliva e suco gástrico, que atuam na digestão dos alimentos. Ainda auxilia na eliminação de toxinas e resíduos, colaborando para um bom funcionamento dos rins e do intestino. 3. Melhora a imunidade 92% de nosso sangue é composto de água. Por esse motivo, sua ingestão favorece o transporte de nutrientes e minerais que fortalecem a defesa do organismo. Ao se manter hidratato, seu corpo está bem nutrido pelo sangue e com a imunidade fortalecida contra gripes e resfriados. Previne, ainda, complicações cardiovasculares e problemas ósseos. 4. Aumenta produtividade Seja para exercícios físicos ou apenas para as atividade de rotina, mais uma vez, a água é fundamental. Seu consumo regular reduz o risco de cãibras e contusões, já que atua como combustível para os músculos. Além disso, a ingestão de água ajuda o cérebro a trabalhar melhor. Com o corpo bem hidratado, pode funcionar em sua capacitade total, com mais concentração, menor sensação de cansaço e ter melhor desempenho. 5. Estimula a felicidade Esse ótimo motivo para beber mais água pode pegar muita gente de surpresa. Porém, é cientificamente comprovado: beber água nos faz mais felizes. Como já foi dito: a água auxilia não só no transporte de nutrientes, mas também na endorfina (hormônio que proporciona a sensação de bem-estar e felicidade). Então, a gente nem precisa de tanto para ser feliz. Está esperando o que para tomar um copo cheio de água? Dicas de economia 22 de março de 2014 Tomar banho Não tome banhos demorados e tente limitá-los a cinco minutinhos.Só ligue o chuveiro depois de tirar toda a roupa.E mantenha ele desligado enquanto você se ensaboa. Usar a pia Feche a torneira enquanto estiver escovando os dentes ou fazendo a barba. Essa medida simples, e até obvia, gera uma economia de mais de 90% de água.Usar um copinho para o bochecho após a escovação também é uma opção inteligente. 15 Dar descarga Não use o vaso sanitário como lixeira para descartar papel, bitucas de cigarro ou afins. Além disso, e não aperte a válvula de descarga por mais tempo do que o necessário. Lavar o carro Na hora de lavar o carro o uso de baldes é o ideal. Isso porque 30 minutos de mangueira aberta resulta em 530 litros de água. Por outro lado, com o balde é possível gastar apenas 40 litros para deixar o carango tinindo. Reutilizar água da chuva Limpar a calçada A água de chuva pode ser usada para afazeres secundários, como lavar o quintal ou regar as plantas. Para armazená-la, posicione baldes onde a água escorre. Prefira varrer a calçada ao invés de lavá-la. Além do desperdício de água, a pessoa empurra folhas e objetos para o bueiro, o que pode causar entupimentos. Regar o jardim Lavar a louça Antes de lavá-la, limpe pratos e panelas e deixe-os de molho. Fechando a torneira enquanto ensaboa a louça você estará economizando até 223 litros de água a cada 15 minutos. Troque a mangueira pelo regador. Isso garantirá uma economia de até 96 litros de água em 10 minutos. No verão, molhe as plantas apenas após o por do sol, a fim de evitar a perda por evaporação. No inverno, é possível regar as plantas dia sim, dia não. 16 22 de março de 2014 22 de o ç r a m undial dia m a da águ Nesta Data vamos brindar com ela... A SAn traba lh para e a muito chega ste bem, r com quAl a sua idAd ed casa. e