PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO CAMARÃO
DE ÁGUA DOCE (Atya
(Atya scabra)
UHE IRAPÉ
CEMIG GT
RELATÓRIO FINAL - 2012/2013
MARÇO/2014
1
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda.
Equipe Técnica
Coordenação Geral
Regina Célia Gonçalves
Bióloga – CRBio 44.468/4D
Equipe técnica colaboradora
Nome
Formação
Rubens Paiva de Melo Neto
Emerson Contreira
Mossolini
Regina Célia Gonçalves
Biólogo
Biólogo - Dr.
Bióloga - MS.c
Função
Coletas
Coletas / taxonomia / Elaboração de Relatório
Coordenação Geral
2
Índice
1.
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 4
2.
EMPREENDEDOR ......................................................................................................... 5
3.
EMPRESA RESPONSÁVEL PELO TRABALHO ............................................................ 6
3.1. Equipe Responsável pelos Trabalhos ......................................................................... 6
4.
JUSTIFICATIVA.............................................................................................................. 7
5.
OBJETIVOS DO PROGRAMA........................................................................................ 8
5.1.
Objetivo Geral.......................................................................................................... 8
5.2.
Objetivos Específicos .............................................................................................. 8
6.
METAS ........................................................................................................................... 9
7.
INDICADORES AMBIENTAIS ...................................................................................... 10
8.
METODOLOGIA ........................................................................................................... 11
9.
Resultados e Discussão ............................................................................................... 26
9.1.
Resultados das coletas de camarões .................................................................... 26
9.2.
Autoecologia das espécies encontradas ................................................................ 38
9.3.
Resultados das entrevistas com os moradores...................................................... 42
9.4.
Discussão dos Resultados..................................................................................... 44
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 50
11. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 52
3
1. APRESENTAÇÃO
Este relatório foi elaborado a partir de atividade de campo realizadas nos meses de
julho/2012, setembro/2012, maio/2013 e outubro/2013, pelo Prof. Dr. Emerson Contreira
Mossolin (UFG) e pelo biólogo Rubens de Pádua Melo Neto (Água e Terra Planejamento
Ambiental).
Além dos 13 pontos estabelecidos no programa aprovado, outros 2 pontos foram
incluídos buscando-se compreender melhor a distribuição dos camarões ao longo do Rio
Jequitinhonha. Destes 15 pontos, em 11 foram encontradas espécies de camarões, sendo
que em 5 destes mais de uma espécie vivendo na mesma área.
Embora o objetivo do programa de monitoramento seja analisar somente populações
do camarão da espécie Atya scabra, todas as espécies de camarões encontradas foram
identificadas e analisadas, já que o conhecimento das espécies existentes no Rio
Jequitinhonha ajudará em muito a compreensão do ciclo de vida de Atya scabra.
4
2. EMPREENDEDOR
Razão Social: CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.
CNPJ/MF: 06.981.176/0001-58
I.E.: 062.322131.00.98
Endereço para Correspondência: Avenida Barbacena nº 1200 – 1º andar – Ala A1
Bairro: Santo Agostinho
Município: Belo Horizonte – CEP: 30.190-131
Tel. / Fax: (31) 3027-2268 / (31) 3027-2265
Responsável: Adriano Campos Lemos
E-mail: [email protected]
5
3. EMPRESA RESPONSÁVEL PELO TRABALHO
Razão Social: Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda.
CNPJ: 04.385.378/0001-01
I.E.: Isenta
Endereço para Correspondência: Av. Padre Almir Neves de Medeiros, 650
Bairro Sobradinho - Município de Patos de Minas – MG
CEP 38.701-118
Tel / Fax: (34) 3818-8440
CREA/MG 38.572
Cadastro IBAMA: 669983
Cadastro SISEMA: Dispensado (conforme Declaração 913454/2011 - SEMAD)
Contato: Regina Célia Gonçalves – Bióloga
E-mail: [email protected]
3.1. Equipe Responsável pelos Trabalhos
Quadro 1: Equipe técnica responsável pelos trabalhos
Nome
Formação
Emerson Contreira Mossolini
Biólogo - Doutor em Ciências Biológicas (Zoologia)
Registro
Classe
CRBio
31.953/4D
Bióloga - Mestre em Ecologia e Conservação de
Regina Célia Gonçalves
Recursos Naturais
(Coordenação Geral do Estudo)
Rubens Paiva de Melo Neto
CRBio
44.468/4D
CRBio
Biólogo
44.646/4D
Fonte: Água e Terra Planejamento Ambiental / 2013
6
4. JUSTIFICATIVA
Este programa de monitoramento refere-se ao atendimento da condicionante nº 22
da Licença de Operação da UHE Irapé – LO 067/2010, de 09/12/2010, referente ao
processo nº 00094/1994/006/2009. Abaixo, transcrição da referida condicionante do
licenciamento ambiental. Essa informação é proveniente do Parecer Técnico emitido pela
SUPRAM-Jequitinhonha.
“Programa de Monitoramento do camarão de água doce - Dar continuidade aos estudos e
monitoramento da espécie Atya scabra (Camarão de Água Doce), a montante e a jusante do
empreendimento, determinando os locais de ocorrência e propor ações/programas
específicos para conservação da espécie, visto que a espécie contribui como fonte de renda
para região.”
Com o registro da presença do camarão de água doce Atya scabra na área de
influência da UHE Irapé, a jusante do referido empreendimento, e as modificações da
condição das águas da bacia do rio Jequitinhonha com a instalação desta e de outras
hidrelétricas em seu leito, que em alguns trechos passam de ambientes lóticos para lênticos,
faz-se necessário, portanto, a implantação de um programa capaz de minimizar os impactos
negativos prognosticados no EIA, uma vez que o ambiente de corredeiras é de fundamental
importância para o desenvolvimento do Atya scabra.
Assim, foi realizado, no período 2012/2013, o Programa de Monitoramento do
camarão de água doce (Atya scabra), a fim de se identificar os pontos de ocorrência da
espécie e, a partir dos resultados, verificar a necessidade de implantação de um programa
de conservação para essa espécie.
7
5. OBJETIVOS DO PROGRAMA
Os objetivos, bem como toda a metodologia apresentada a seguir, referem-se
àqueles apresentados à SUPRAM e que constam da Especificação Técnica elaborada pela
CEMIG GT, em 2011.
5.1.
Objetivo Geral
A partir do exposto e considerando a preocupação dos municípios que utilizam o
camarão Atya scabra como fonte de renda e alimentação é importante estabelecer um
Programa de Controle e Conservação do Camarão de Água Doce.
Assim, é necessário estabelecer a área de ocorrência desta espécie e, a partir dos
resultados (quando possível), apresentar um Programa de Conservação.
5.2.
Objetivos Específicos
- Refinar e mapear os limites geográficos de distribuição do Atya scabra através da melhor
compreensão da influência da barragem da UHE Irapé sobre a ocorrência da espécie;
- Avaliar, através de análises espaciais e temporais, as distâncias nas quais larvas e jovens
adultos se dispersam;
- Corroborar para um maior entendimento da biologia e ecologia dessa espécie;
- Estimar, através de modelagens, a potencial redução da população de camarões após a
instalação da UHE Irapé, verificando e avaliando o real impacto do empreendimento sobre a
espécie;
- Apresentar medidas adequadas e eficientes de proteção e conservação dessa espécie;
- Promover atividades de educação socioambiental, aprimorando e incentivando o Projeto
de Divulgação de Ações para a Conservação do Camarão de Água Doce – Atya scabra –
Na Bacia do Rio Jequitinhonha.
8
6. METAS
O Programa de Monitoramento e Conservação do camarão de água doce Atya
scabra prevê algumas metas para alcançar os objetivos propostos:
- Geração de informações que poderão subsidiar o planejamento hidrelétrico na bacia do rio
Jequitinhonha, com o intuito de conservar a biota aquática, principalmente a espécie Atya
scabra.
- Implantação de estratégias para preservação do Atya scabra, como a conservação e o
manejo adequado dos ambientes naturais, evitando o comprometimento da sua população
devido à destruição dos seus hábitats.
- Estabelecimento de instrumentos de gestão voltados à recuperação e conservação da
integridade biológica da região,
- Aumento do conhecimento da biologia e ecologia desta espécie.
- Estabelecer um ordenamento pesqueiro para a captura deste camarão para a
comercialização.
9
7. INDICADORES AMBIENTAIS
A meta para o programa de monitoramento biológico associado à implantação e
operação do empreendimento é a avaliação do real impacto deste empreendimento, sobre a
população de Atya scabra. Para tanto, serão utilizados como indicadores os parâmetros que
traduzem os aspectos relacionados à dinâmica desta comunidade, como tamanho e
tendência populacionais e dados sobre o habitat. A detecção e a correta interpretação das
mudanças observadas nestes parâmetros permitem uma rápida resposta a eventuais
modificações ambientais causadas pela implantação ou operação do empreendimento.
10
8. METODOLOGIA
A rede de monitoramento foi constituída por pontos de amostragem que caracterizam
os trechos de ocorrência dos camarões descritos no PCA (DELPHI, 2001). Inicialmente,
estava prevista a realização de amostragem em 13 (treze) pontos. No entanto, durante a
primeira campanha, em função da dificuldade em se encontrar exemplares da Atya scabra,
foram incluídos dois novos pontos. Para a escolha dos pontos amostrais, foram
consideradas as informações abaixo descritas, relacionadas ao ciclo de vida da espécie
objeto de estudo.
•
Ciclo de vida de Atya scabra
Os adultos desta espécie vivem geralmente em córregos de água doce, rasos, de
fundo rochoso, com água limpa, forte correnteza e rica oxigenação. Estes adultos vivem sob
rochas, no local de passagem da corrente d’água, buscando um maior fluxo d’água que trará
partículas alimentares. Já os jovens são encontrados mais frequentemente próximos ás
margens, devido à sua pouca capacidade de resistir à corrente existente no leito do rio.
Embora presente em água doce (Salinidade 0‰), a espécie sempre é encontrada em
rios que possuem comunicação com o ambiente marinho, pois dependem dele em parte de
seu ciclo de vida. Nesta espécie (bem como em todos os crustáceos da Ordem Decapoda,
Subordem Pleocyemata), as larvas dependem da água com certa concentração de sal para
que os primeiros estágios de sua metamorfose ocorram.
Esta espécie é dióica (alguns indivíduos somente com órgãos masculinos e outros
indivíduos somente com órgãos femininos), com reprodução ocorrendo o ano todo, embora
com picos nos meses mais quentes do ano. Após a cópula, o macho deposita uma bolsa de
espermatozóides (chamado espermatóforo) na parte mediana ventral da fêmea, entre a
base do 4° e 5° par de pereópodes. A fêmea então exterioriza os óvulos por um poro
(gonóporo) localizado na base do 3° par de pereópodes, que passarão por entre o
espermatóforo, sendo neste momento fecundados, e chegarão aos apêndices abdominais
(pleópodes), por onde permanecerão por aproximadamente 30 dias.
Após este período, as larvas eclodem e passarão por 11 estágios larvais até
completarem sua metamorfose e poderem ser consideradas indivíduos adultos (com o
desenvolvimento de todas as características morfológicas consideradas). Ao eclodir, a larva
possui apenas alguns apêndices, todos voltados á natação, e não se alimenta (utiliza o
vitelo ainda presente). Isto ocorre porque o objetivo principal nesta fase é ser transportada
através da corrente d’água até o ambiente salobro. Ao chegar neste ambiente com
salinidade, a larva começa a sua metamorfose sofrendo ecdises (trocas de exoesqueleto)
11
onde vai desenvolvendo cada vez mais seus apêndices a cada troca. A partir de
determinado momento, a larva possui condições de começar a caminhar no fundo do rio,
contra a corrente, buscando retornar ao local em que eclodiu. Enquanto caminha à
montante, novas ecdises acontecem, até que o animal atinja sua condição adulta, inclusive
participando da reprodução.
Diante das informações apresentadas, foi realizada a escolha dos pontos amostrais.
Apresenta-se na Tabela 1, a descrição de cada um dos pontos amostrais.
12
Tabela 1: Pontos de amostragem considerados nesse estudo
Identificação
do Ponto
IRC1
IRC2
IRC3
IRC4
IRC5
Localização
Rio Jequitinhonha, a jusante da UHE Irapé,
no município de Berilo (MG). Localizado a
200 metros da ponte de acesso à entrada da
UHE Irapé, a jusante da barragem.
Rio Itacambiruçu, Município de Grão Mogol
(MG), próximo a ponte da divisa entre os
municípios de Grão Mogol (MG) e Cristália
(MG).
Rio Jequitinhonha, Município de Botumirim
(MG), no porto da balsa de travessia entre os
municípios de Botumirim (MG) e Leme do
Prado (MG).
Rio Araçuaí, Município de Leme do Prado
(MG), próximo a ponte que liga Leme do
Prado ao povoado de Gouveia.
Rio Jequitinhonha, próximo a ponte da
entrada da cidade de Coronel Murta (sentido
município de Araçuaí).
Caracterização
Sem mata ciliar e vegetação marginal; Fundo
com rochas de tamanho médio e relativa
facilidade de deslocamento, sem folhiço ou
galhos; Profundidade média de 40 cm; Água
limpa, correnteza média com trechos de
remanso; Área percorrida de 50 m; Tempo
ensolarado; Sem moradias, lixo ou sinais de
pressão antrópica.
Ausência de mata ciliar e vegetação
marginal; Fundo com rochas de tamanho
médio, sendo que poucas podem ser
deslocadas, leito arenoso e rochoso;
Profundidade média de 70 cm; Água limpa,
correnteza média; Margem com areia e
rochas muito grandes ao longo do trecho;
Faixa de amostragem de 30 m. Tempo
ensolarado; Sem moradias próximas e
pequena quantidade de lixo próximo as
margens.
Justificativa para a escolha
Coordenadas
Data de
coleta
Hora de
Coleta
04/07/2012 11h40min
28/09/2012 11h00min
Único trecho próximo a barragem com
acesso à água.
16°44’24”S 042°34’5”O.
15/05/2013 07h30min
08/10/2013 09h15min
04/07/2012 14h00min
Primeiro trecho do Rio Itacambiruçú com
facilidade de acesso, já que toda a área a
jusante deste ponto encontra-se em
propriedades particulares.
28/09/2012 09h00min
16°35’36”S 042°54’6”O
Sem mata ciliar e vegetação marginal, mas
Margem do município de Botumirim (MG)
com algumas galhadas submersas; Leito
possuía vegetação morta composta por
argiloso, sem rochas; Profundidade média de
galhos secos, ao contrário da margem do
40 cm e nível da água considerado abaixo do
município de Leme do Prado (MG) que não 16°59’25”S 042°47’45”O.
normal; Água turva, ambiente lêntico; Área
possuía qualquer substrato que pudesse
percorrida de 50 m; Tempo ensolarado; Sem
oferecer abrigo para possíveis populações de
moradias próximas, mas área com influência
crustáceos.
da movimentação de balsa
Trechos com vegetação marginal e mata
ciliar, embora margem com muitas rochas e
areia; Fundo pedregoso, com rochas de
tamanho pequeno e médio, de fácil
Facilidade de acesso, com estrada passando
deslocamento; Profundidade média de 50 cm;
17°7’36”S 042°41’32”O.
ao lado do ponto.
Água limpa e baixa correnteza; Área
percorrida de 50 m; Coleta realizada ao
entardecer, sem sol; Moradia e área de
captação de areia próximas ao ponto.
Vegetação marginal em alguns pontos, sem
mata ciliar próxima; Leito arenoso e rochoso,
com rochas de tamanho médio de fácil
deslocamento; Profundidade média de 40 cm;
Facilidade de acesso, com estrada passando
Água limpa, de correnteza média; Área
16°37’20”S 042°11’8”O
ao lado do ponto.
percorrida de 80 m; Tempo ensolarado; Alta
pressão antrópica, com áreas próximas
utilizadas para lazer.
14/05/2013 07h00min
08/10/2013 08h00min
04/07/2012 16h00min
28/09/2012 13h00min
14/05/2013 10h45min
08/10/2013 11h00min
04/07/2012 17h00min
28/09/2012 15h00min
14/05/2013 12h00min
08/10/2013 13h40min
05/07/2012 08h00min
28/09/2012 15h00min
16/05/2013 15h20min
10/10/2013 17h00min
13
Identificação
do Ponto
IRC6
IRC7
IRC8
IRC9
IRC10
IRC11
Localização
Caracterização
Rio Jequitinhonha, Distrito de Itira (Município
de Araçuaí/MG), popularmente conhecido
como Porto da cidade de Araçuaí.
Presença de vegetação marginal, sem mata
ciliar; Fundo arenoso; Profundidade média de
60 cm; Água turva, de correnteza média para
alta; Área percorrida de 30 m; Tempo
ensolarado; Alta pressão antrópica, com
movimentação de barcos e pessoas.
Rio Araçuaí, ao lado da cidade de Araçuaí
(MG).
Rio Jequitinhonha, ao lado da ponte na
cidade de Itaobim (MG).
Rio Jequitinhonha, em margem ao lado da
cidade de Jequitinhonha (MG).
Rio Jequitinhonha, ao lado da ponte na
cidade de Almenara (MG).
Rio Jequitinhonha, próximo a balsa de
travessia da cidade de Jacinto (MG).
Vegetação marginal em alguns trechos, sem
mata ciliar; Fundo rochoso e arenoso, com
diversas rochas de tamanho médio que
podem ser deslocadas, e presença de
diversas plantas aquáticas conhecidas como
“couve d’água”; Profundidade média de 70
cm; Água limpa, de correnteza média para
alta, com áreas de remanso; Área percorrida
de 100 m; Tempo ensolarado; Alta pressão
antrópica, com muito lixo nas margens e no
leito, e pessoas lavando roupa diretamente
no rio
Vegetação marginal e mata ciliar em alguns
trechos; Fundo arenoso; Profundidade média
de 80 cm; Água turva, de correnteza alta,
mas com remansos; Área percorrida de 30 m;
Sem sol, entardecer; Alta pressão antrópica,
com lixo nas margens, moradias próximas e
resquícios de pesca predatória.
Vegetação marginal rala, sem mata ciliar;
Fundo arenoso e argiloso; Profundidade
média de 40 cm; Água turva, de baixa
correnteza; Área percorrida de 40 m; Tempo
ensolarado; Alta pressão antrópica, com
presença de animais domésticos de grande
porte (cavalos) e lixo nas margens, moradias
próximas.
Vegetação marginal e mata ciliar em alguns
trechos; Fundo arenoso; Profundidade média
de 80 cm; Água turva, de baixa correnteza,
com remansos; Área percorrida de 30 m;
Tempo ensolarado; Alta pressão antrópica,
com lixo nas margens.
Sem vegetação marginal e mata ciliar; Fundo
arenoso e rochoso; Profundidade média de
40 cm; Água turva, de baixa correnteza, com
remansos; Área percorrida de 40 m; Tempo
ensolarado; Alta pressão antrópica, com lixo
nas margens e presença de animais de
grande porte (cavalos e burros).
Justificativa para a escolha
Coordenadas
Data de
coleta
Hora de
Coleta
05/07/2012 10h00min
Ponto na junção dos Rios Jequitinhonha e
Araçuaí, de fácil acesso, com rua passando
ao lado do ponto.
28/09/2012 18h00min
16°45’45”S 042°0’39”O.
16/05/2013 17h00min
10/10/2013 16h00min
05/07/2012 11h00min
29/09/2012 09h00min
Facilidade de acesso, com rua passando ao
lado do ponto.
16°51’11”S 042°4’21”O
16/05/2013 14h30min
09/10/2013 07h30min
06/07/2012 17h10min
Facilidade de acesso, com estrada passando
ao lado do ponto.
29/09/2012 11h00min
16°34’16”S 041°30’20”O.
16/05/2013 10h35min
09/10/2013 09h20min
06/07/2012 16h20min
29/09/2012 12h10min
Facilidade de acesso, com rua passando ao
lado do ponto.
16°25’53”S 041°0’24”O
16/05/2013 12h40min
09/10/2013 10h30min
06/07/2012 15h10min
Facilidade de acesso, com estrada passando
ao lado do ponto.
29/09/2012 14h30min
16°11’17”S 040°41’46”O.
16/05/2013 13h50min
09/10/2013 10h30min
06/07/2012 14h00min
29/09/2012 15h30min
Facilidade de acesso, com rua passando ao
lado do ponto.
16°8’18”S 040°17’38”O
15/05/2013 13h35min
09/10/2013 14h00min
14
Identificação
do Ponto
Localização
Caracterização
Rio Jequitinhonha, próximo ao cais da cidade
de Salto da Divisa (MG), considerado o final
do lago formado pela UHE Itabepi (BA).
Com vegetação marginal densa; Fundo
arenoso; Profundidade média de 60 cm; Água
turva, de baixa correnteza, com macrófitas;
Área percorrida de 40 m; Tempo nublado;
Alta pressão antrópica, com lixo nas margens
e movimentação de pessoas e embarcações
Justificativa para a escolha
Coordenadas
Data de
coleta
Hora de
Coleta
06/07/2012 13h00min
IRC12
Rio Cariri afluente do Jequitinhonha,
Município de Itapebi (BA), ao lado da ponte
da BR-101.
IRC13
IRC13L
Córrego do Limoeiro, Município de Itapebi
(BA).
IRC13B
Rio Jequitinhonha, lago a montante da
barragem da UHE Itabepi (BA).
Com vegetação marginal e mata ciliar; Fundo
argiloso e arenoso em alguns trechos e
rochoso em outros, com rochas podendo ser
deslocadas, além de troncos e galhadas
submersas; Profundidade média de 70 cm;
Água turva, de média correnteza; Área
percorrida de 300 m; Tempo chuvoso;
Entorno preservado e sem indícios de
influência antrópica, embora existam relatos
de despejo de carrapaticida na água para
pesca predatória.
Com vegetação marginal e mata ciliar
preservada; Fundo rochoso com rochas de
tamanho médio e grande; Profundidade
média de 40 cm; Água limpa e média
correnteza; Área percorrida de 100 m; Tempo
ensolarado; Entorno preservado e sem
indícios de influência antrópica.
Sem vegetação marginal e mata ciliar; Fundo
arenoso; Profundidade média de 60 cm; Água
turva e baixa correnteza; Área percorrida de
100 m; Tempo ensolarado; Presença de
embarcações de pequeno porte, sem lixo.
30/09/2012 12h30min
Facilidade de acesso, com rua passando ao
lado do ponto.
15°59’41”S 039°56’44”O. 15/05/2013 17h25min
09/10/2013 16h00min
06/07/2012 07h00min
Afluente do Rio Jequitinhonha localizado a
jusante da última barragem antes da foz.
Pode conter espécies de camarões que
dependam do mar para fechar seu ciclo de
desenvolvimento, como acontece com Atya
scabra. Facilidade de acesso, com estrada
passando ao lado do ponto.
Afluente do Rio Jequitinhonha localizado a
jusante da última barragem antes da foz.
Pode conter espécies de camarões que
dependam do mar para fechar seu ciclo de
desenvolvimento, como acontece com Atya
scabra. Facilidade de acesso, com estrada
passando ao lado do ponto.
Primeiro trecho do Rio Jequitinhonha
localizado a montante de uma barragem, que
pode interferir diretamente na vida de
espécies de camarões que dependam do
mar para fechar seu ciclo de
desenvolvimento, como acontece com Atya
scabra. Facilidade de acesso, com estrada
passando ao lado do ponto.
30/09/2012 10h00min
16/05/2013 07h10min
15°57’3”S 039°33’35”O
10/10/2013 07h20min
06/07/2012 09h00min
30/09/2012 08h00min
16°0’39”S 039°30’27”O
16/05/2013 06h35min
10/10/2013 06h35min
06/07/2012 11h00min
30/09/2012 11h00min
15°58’21”S 039°35’38”O.
16/05/2013 09h50min
10/10/2013 09h50min
Observação:
Os pontos IRC13L e IRC13B não estavam previstos no Projeto Executivo. No entanto, foram incluídos durante essa primeira campanha de
amostragem realizada em 2012, permanecendo nas amostragens realizadas em 2013.
15
Figura 1: Localização / distribuição dos pontos de amostragem.
16
A seguir é apresentado registro fotográfico dos pontos, na amostragem realizada em
outubro/2013.
Foto 1: Ponto IRC1, Rio Jequitinhonha,
Município de Berilo (MG), a jusante da
barragem da UHE Irapé.
Foto 2: Ponto IRC2, Rio Itacambiruçú,
Município de Grão Mogol (MG), próximo a
ponte da divisa entre os municípios de Grão
Mogol (MG) e Cristália (MG)
Foto 3: Ponto IRC3, Rio Jequitinhonha,
Município de Botumirim (MG), no porto da
balsa de travessia entre os municípios de
Botumirim (MG) e Leme do Prado (MG).
Foto 4: Ponto IRC4, Rio Araçuaí, Município de
Leme do Prado (MG), próximo a ponte que
leva ao povoado de Gouveia.
17
Foto 5: Ponto IRC5, Rio Jequitinhonha,
município de Coronel Murta (MG), próximo a
ponte da entrada da cidade (sentido município
de Araçuaí).
Foto 6: Ponto IRC6, Rio Jequitinhonha,
Distrito de Itira (Município de Araçuaí/MG),
popularmente conhecido como Porto da
cidade de Araçuaí.
Foto 7: Ponto IRC7, Rio Araçuaí, ao lado da
cidade de Araçuaí (MG).
Foto 8: Ponto IRC8, Rio Jequitinhonha, ao
lado da ponte na cidade de Itaobim (MG).
Foto 9: Ponto IRC9, Rio Jequitinhonha, em
margem ao lado da cidade de Jequitinhonha
(MG).
Foto 10: Ponto IRC10, Rio Jequitinhonha, ao
lado da ponte na cidade de Almenara (MG).
18
Foto 11: Ponto IRC11, Rio Jequitinhonha,
próximo a balsa de travessia da cidade de
Jacinto (MG).
Foto 12: Ponto IRC12, Rio Jequitinhonha,
próximo ao cais da cidade de Salto da Divisa
(MG), considerado o final do lago formado
pela UHE Itabepi (BA).
Foto 13: Ponto IRC13, Rio Jequitinhonha,
Município de Itapebi (BA), ao lado da ponte da
BR-101. A foz do Rio Cariri está ao fundo, ao
lado da ponte.
Foto 14: Ponto IRC13L, Córrego do Limoeiro,
Município de Itapebi (BA).
Foto 15: Ponto IRC13B, Rio Jequitinhonha, lago a montante da barragem da UHE Itabepi (BA).
Também foram realizadas entrevistas com a população com o intuito de verificar
novos locais de ocorrência, estes relatos deverão ser confirmados com a inspeção in situ.
19
A coleta dos indivíduos foi realizada com o uso de peneiras circulares (malha 2 mm)
para capturar os indivíduos associados à vegetação marginal ou escondidos entre pedras e
folhas no leito do rio. Para a coleta na vegetação marginal, o processo consta da passagem
rápida e com movimentos ascendentes, levantando rapidamente a peneira e realizando a
captura manual dos camarões (Fotos 16 e 17).
Foto 16: Procedimento de coleta de camarões
Foto 17: Procedimento de coleta de camarões
Para a coleta de exemplares que ficam no fundo do rio, escondidos entre pedras e
folhas, a peneira é primeiramente ancorada no fundo e depois, com uma das mãos, as
rochas à montante são deslocadas, retirando os animais de seus abrigos. Com a força da
corrente d’ água, os animais são lançados à jusante e batem na peneira, sendo
posteriormente capturados (Fotos 18 e 19).
Foto 19: Procedimento de coleta
Foto 18: Procedimento de coleta
20
Nas amostragens realizadas, em função do baixo número de indivíduos capturados,
todos os animais estão sendo colocados em baldes plásticos posicionados na margem dos
rios e posteriormente fixados em EtOH 70%, acondicionados em frascos plásticos com
tampa e etiquetas de identificação. Os lotes de cada um dos pontos amostrados são
etiquetados com informações como espécie, coordenada geográfica do ponto, data,
coletores e qualquer outra informação pertinente. A determinação das coordenadas
geográficas foi feita por um aparelho georreferenciador GPS (Global Positioning System).
Um outro método de captura amplamente utilizado para crustáceos é a armadilha,
mas este método não está sendo utilizado pela ineficácia em relação à espécie alvo do
estudo (Atya scabra).
Os atiídeos possuem o primeiro e segundo pares de quelípodos modificados em
“pincéis” que contribuem para a captura de alimento (primeira figura abaixo, onde c1 e c2
representam os quelípodes 1 e 2, respectivamente). Os camarões da família Palaemonidae
(segundo desenho abaixo), que são os que estão sendo encontrados neste estudo,
possuem os quelípodes 1 e 2 em forma de pinça, e não de pincéis.
Desta forma, os atíideos são filtradores, o que os levam a possuir o comportamento
de “ficar esperando o alimento chegar” até eles. Ao se introduzir uma armadilha no rio, a
isca utilizada para atração pode até ser percebida, mas os camarões desta família
permanecem onde estão apenas filtrando as partículas que porventura cheguem (e, desta
forma, não entrariam na armadilha).
21
Em laboratório os animais foram primeiramente identificados com base em chaves
de identificação disponíveis. Para as espécies de camarões encontradas no Brasil, as
principais características morfológicas a serem observadas são o rostro (parte anterior do
cefalotórax, acima e à frente dos olhos), os quelípodes
quelípodes maiores (o segundo par de patas
ambulatórias, identificado como o somito torácico 5 no desenho esquemático abaixo), e o
telso (porção terminal do abdome, extremidade posterior do animal).
O rostro possui normalmente muitos dentes e espinhos tanto
tanto na superfície dorsal
como ventral, e seu número é variável dentro da mesma espécie e também entre todas as
espécies. Por exemplo, a espécie Macrobrachium olfersi,, que foi encontrada neste estudo,
possui 12 a 15 dentes na margem superior e 4 a 5 na margem
margem inferior, enquanto que a
espécie Macrobrachium amazonicum possui de 9 a 12 dentes na margem superior e 8 a 10
na inferior.
Quanto aos quelípodes maiores, em camarões de água doce são considerados o
segundo par de apêndices ambulatórios. O quelípode é dividido em 5 partes: dáctilo (dedo
fixo), própodo, carpo, mero e ísquio e todos estes segmentos possuem comprimentos
22
variáveis, dependendo da espécie. Além disto, espinhos, dentes, cerdas, intumescências e
outros ornamentos podem estar presentes também de acordo com cada espécie.
O telso apresenta duas áreas importantes na identificação da espécie. A primeira são
duas fileiras de espinhos que percorrem todo seu comprimento, variando normalmente entre
4 e 6 espinhos. Já a extremidade posterior do telso
telso apresenta dois pares de espinhos que
podem ultrapassar ou não a ponta do telso. Esta característica é extremidade importante
para a identificação de espécies, e os jovens podem apresentar diferenças em relação aos
adultos neste quesito.
(Melo, 2003)
23
As medidas do comprimento total que estão sendo apresentadas foram tomadas
partindo da extremidade anterior do rostro até a extremidade distal do telso com o uso de
um paquímetro digital (precisão: 0,01mm).
A condição ovígera observada em algumas fêmeas (indivíduos portando ovos
exteriorizados em seu abdome) é comum em camarões da subfamília Palaemonidae. Este
comportamento de desovar os ovos e mantê-los fixos aos apêndices natatórios do abdômen
por um período (normalmente 30 dias) faz com que o ovo se desenvolva sob o cuidado
parental, garantindo uma maior sobrevivência de larvas. Este aspecto está sendo observado
e registado neste estudo buscando analisar se os animais encontrados no Rio Jequitinhonha
possuem período reprodutivo condizente com o que é conhecido em outros estudos,
indicando uma situação normal de seu ciclo de vida.
Após o término da identificação e análise do material, os lotes estão sendo
depositados na Coleção de Invertebrados do Laboratório Integrado de Zoologia, Ecologia e
Botânica (LIZEB) do Campus Avançado de Catalão da Universidade Federal de Goiás
(CAC/UFG), disponíveis para qualquer checagem posterior.
Foto 20: Parte da coleção do Laboratório Integrado de Zoologia, Ecologia e Botânica (LIZEB) UFG/Campus Catalão
24
Para complementação das informações, durante todas as atividade de coleta, foram
entrevistados os moradores e/ou pescadores do entorno dos pontos amostrais. Durante as
entrevistas, as pessoas foram indagadas sobre a ocorrência do camarão Atya scabra e,
também há quanto tempo o mesmo não é mais observado na região.
Para facilitar a identificação da espécie, durante as entrevistas, foram mostradas
lâminas contendo fotografias de todas as espécies de camarão de água doce registradas na
região.
25
9. Resultados e Discussão
A seguir, são apresentados os resultados obtidos durante as quatro campanhas de
amostragem realizadas, em 2012 e 2013.
9.1.
Resultados das coletas de camarões
O objetivo principal do programa foi monitorar a espécie Atya scabra ao longo do Rio
Jequitinhonha, registrada em seu leito antes da construção da UHE Irapé. Desta forma,
elaboraram-se 4 campanhas de amostragem do rio que pudessem capturar não só a
espécie-alvo (A. scabra), bem como outras espécies de camarões. No projeto inicial 13
pontos de amostragem foram determinados (IRC1 a IRC13), mas na primeira campanha
decidiu-se por acrescentar mais 2 pontos (IRC13B e IRC13L).
Ao longo das atividades de campo foram capturados 1540 indivíduos de diversas
espécies, sendo somente 3 exemplares de A. scabra, encontrados em um único ponto
amostral (IRC13L) que fica em um afluente do Rio Jequitinhonha (Córrego do Limoeiro).
Abaixo são apresentadas imagens com a indicação de todos os pontos amostrados.
26
Figura 2: Pontos de amostragem do Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio Jequitinhonha (IRC1 a IRC7). (Em amarelo: pontos no Rio
Jequitinhonha; Em azul: pontos em afluentes; Linha branca: Leito do Rio Jequitinhonha; Linha verde: leitos de afluentes). Fonte: Google Earth.
27
Figura 3: Pontos de amostragem do Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio Jequitinhonha (IRC8 a IRC10). (Em amarelo: pontos no Rio
Jequitinhonha;Linha branca: Leito do Rio Jequitinhonha). Fonte: Google Earth.
28
Figura 4: Pontos de amostragem do Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio Jequitinhonha (IRC10 a IRC12). (Em amarelo: pontos no
Rio Jequitinhonha; Linha branca: Leito do Rio Jequitinhonha). Fonte: Google Earth.
29
Figura 5: Pontos de amostragem do Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio Jequitinhonha (IRC12 a IRC13L). (Em amarelo: pontos no
Rio Jequitinhonha; Em azul: pontos em afluentes; Linha branca: Leito do Rio Jequitinhonha; Linha verde: leitos de afluentes). Fonte: Google
Earth.
30
Os resultados das coletas de espécies de camarões encontram-se apresentados no Quadro 2, a seguir.
Quadro 2: Resultados obtidos em cada um dos pontos, nas quatro campanhas de amostragem realizadas.
Ponto
ICR5
Jul./2012
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
38 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 20,9 e 44,6 mm de
comprimento total), sendo 3 destes
fêmeas ovígeras (que portam ovos no
abdômen).
ICR6
7 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 28,7 e 41,6 mm de
comprimento total);
1 exemplar de Macrobrachium
amazonicum (tamanho de 55,3 mm de
comprimento total), sendo este uma
fêmea ovígera.
ICR1
ICR2
ICR3
ICR4
ICR8
13 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 25,0 e 37,3 mm de
comprimento total).
26 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 27,5 e 44,4 mm de
comprimento total), sendo 1 destes
fêmea ovígera.
ICR9
14 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 23,1 e 36,1 mm de
comprimento total).
ICR10
22 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 20,7 e 37,6 mm de
comprimento total).
ICR7
Set./2012
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
26 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 18,9 e 48,1 mm de
comprimento total), sendo 03 (três)
destes fêmeas ovígeras.
3 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 35,0 e 44,9
mm de comprimento total), sendo uma
destes fêmea ovígera;
33 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 15,2 e 47,3 mm de
comprimento total) sendo 2 destes
fêmeas ovígeras.
34 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 21,3 e 45,3 mm de
comprimento total).
44 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 14,2 e 45,7 mm de
comprimento total), sendo 8 destes
fêmeas ovígeras.
29 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 30,2 e 48,4 mm de
comprimento total) sendo 2 destes
fêmeas ovígeras.
49 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 23,9 e 46,6 mm de
comprimento total), sendo 3 destes
fêmeas ovígeras.
Mai./2013
Out./2013
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
12 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 28,7 e 44,0 mm de
comprimento total), sendo 5 destes
fêmeas ovígeras.
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
Não foram encontradas espécies de
camarões
47 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 17,2 e 42,8 mm de
comprimento total), sendo 5 destes
fêmeas ovígeras.
15 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 28,6 e 47,1 mm de
comprimento total) sendo 2 destes
fêmeas ovígeras.
50 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 17,6 e 43,1 mm de
comprimento total) sendo 4 destes
fêmeas ovígeras.
24 exemplares de Macrobrachium jelskii
114 exemplares de Macrobrachium
(tamanho entre 19,3 e 43,7 mm de
jelskii (tamanho entre 19,7 e 44,4 mm
comprimento total), sendo 4 destes
de comprimento total), sendo 5 destes
fêmeas ovígeras.
fêmeas ovígeras.
43 exemplares de Macrobrachium jelskii 38 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 26,8 e 46,8 mm de
(tamanho entre 20,9 e 41,1 mm de
comprimento total), sendo 5 destes
comprimento total), sendo 1 destes
fêmeas ovígeras.
fêmea ovígera.
34 exemplares de Macrobrachium jelskii 51 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 13,6 e 45,1 mm de
(tamanho entre 16,2 e 47,9 mm de
comprimento total) sendo 2 destes
comprimento total) sendo 4 destes
fêmeas ovígeras.
fêmeas ovígeras.
41 exemplares de Macrobrachium jelskii 19 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 24,5 e 45,4 mm de
(tamanho entre 25,1 e 40,4 mm de
comprimento total), sendo 7 destes
comprimento total), sendo 1 destes
fêmeas ovígeras.
fêmea ovígera.
31
Ponto
ICR12
Set./2012
18 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 20,4 e 50,7
mm de comprimento total), sendo 3
destas fêmeas ovígeras;
18 exemplares de Macrobrachium jelskii 20 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 20,2 e 39,9 mm de
(tamanho entre 30,4 e 45,7 mm de
comprimento total).
comprimento total).
13 exemplares de Macrobrachium jelskii
1 exemplar de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 19,5 e 35,8 mm de
(tamanho de 34,3 mm de comprimento
comprimento total);
total);
41 exemplares de Macrobrachium
32 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 19,4 e 49,7 amazonicum (tamanho entre 12,7 e 43,8
mm de comprimento total).
mm de comprimento total).
ICR13
20 exemplares de Macrobrachium olfersi
(tamanho entre 15,3 e 68,0 mm de
comprimento total), sendo 10 destes
fêmeas ovígeras;
18 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 31,3 e 56,8
mm de comprimento total);
14 exemplares de Potimirim potimirim
(tamanho entre 13,2 e 19,1 mm de
comprimento total).
ICR11
Jul./2012
1 exemplar de Atya scabra (tamanho de
45,1 mm de comprimento total);
ICR13L
14 exemplares de Macrobrachium olfersi
(tamanho entre 20,2 e 73,3 mm de
comprimento total).
Mai./2013
Out./2013
4 exemplares de Macrobrachium
40 exemplares de Macrobrachium jelskii
amazonicum (tamanho entre 32,5 e 35,3
(tamanho entre 12,5 e 51,1 mm de
mm de comprimento total);
comprimento total), sendo 4 destas
23 exemplares de Macrobrachium jelskii
fêmeas ovígeras.
(tamanho entre 27,2 e 42,5 mm de
comprimento total).
26 exemplares de Macrobrachium
51 exemplares de Macrobrachium jelskii
amazonicum (tamanho entre 11,9 e 54,4
(tamanho de 21,2 a 47,6 mm de
mm de comprimento total), sendo 1
comprimento total);
destes fêmea ovígera.
22 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 14,0 e 34,5
mm de comprimento total).
27 exemplares de Macrobrachium
23 exemplares de Macrobrachium
14 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 21,7 e 70,3 amazonicum (tamanho entre 30,0 e 67,2
amazonicum (tamanho entre 28,6 e 58,7
mm de comprimento total), sendo 1
mm de comprimento total), sendo 1
mm de comprimento total);
destes fêmea ovígera;
destes fêmea ovígera;
29 exemplares de Macrobrachium olfersi
21 exemplares de Macrobrachium
62 exemplares de Macrobrachium
(tamanho entre 22,9 e 52,3 mm de
olfersi (tamanho entre 23,6 e 57,2 mm
olfersi (tamanho entre 13,7 e 59,6 mm
comprimento total), sendo 9 destes
de comprimento total), sendo 9 destes
de comprimento total), sendo 5 destes
fêmeas ovígeras;
fêmeas ovígeras;
fêmeas ovígeras;
33 exemplares de Macrobrachium sp.
1 exemplar de Macrobrachium sp.
(tamanho entre 11,5 e 21,8 mm de
(tamanho de 16,8 de comprimento total)
comprimento total) (a identificação a nível (a identificação a nível de espécie não
de espécie não foi possível de ser
foi possível de ser realizada devido ao
realizada devido aos exemplares
exemplar estar com o rostro quebrado);
coletados ainda serem pós-larvas);
4 exemplares de Potimirim potimirim
10 exemplares de Potimirim potimirim
(tamanho entre 14,2 e 18,4 mm de
(tamanho entre 14,4 e 18,6 mm de
comprimento total), sendo 1 destes
comprimento total).
fêmea ovígera.
2 exemplares de Atya scabra (tamanho
1 exemplar de Macrobrachium jelskii
9 exemplares de Macrobrachium jelskii
entre 64,4 e 65,6 mm de comprimento
(tamanho de 35,7 mm de comprimento
(tamanho entre 23,7 e 44,8 mm de
total);
total);
comprimento total);
13 exemplares de Macrobrachium
37 exemplares de Macrobrachium
1 exemplar de Potimirim potimirim
olfersi (tamanho entre 18,5 e 40,4 mm
olfersi (tamanho entre 18,6 e 60,6 mm
(tamanho de 20,2 mm de comprimento
de comprimento total), sendo 1 destes
de comprimento total).
total);
fêmea ovígera
11 exemplares de Macrobrachium jelskii
(tamanho entre 28,0 e 43,9 mm de
comprimento total), sendo 1 destes
fêmea ovígera;
13 exemplares de Macrobrachium olfersi
(tamanho entre 32,7 e 69,3 mm de
comprimento total).
32
Ponto
ICR13B
Jul./2012
11 exemplares de Macrobrachium sp.
(tamanho entre 8,2 e 18,1 mm de
comprimento total). A identificação a
nível de espécie não foi possível de ser
realizada devido aos exemplares
coletados ainda serem pós-larvas.
Mai./2013
Out./2013
30 exemplares de Macrobrachium sp.
(tamanho entre 13,6 e 26,7 mm de
comprimento total) (a identificação a
nível de espécie não foi possível de ser
realizada devido aos exemplares
coletados ainda serem pós-larvas).
2 exemplares de Macrobrachium
amazonicum (tamanho entre 29,5 e 32,8
mm de comprimento total);
3 exemplares de Macrobrachium sp.
(tamanho entre 12,9 e 20,5 mm de
comprimento total) (a identificação a
nível de espécie não foi possível de ser
realizada devido aos exemplares
coletados ainda serem pós-larvas).
Set./2012
Não foram encontradas espécies de
camarões.
Legenda:
Células hachuradas demonstram a ocorrência de Atya scabra (apenas no ponto IRC 13L)
33
Considerando-se
se as quatro campanhas
panhas de amostragem realizadas, foram capturados
1540 indivíduos, pertencentes a 06 (seis) táxons, conforme apresentado na Tabela 2, a
seguir.
se o predomínio de indivíduos pertencentes ao gênero Macrobrachium (n =
Verificou-se
1508),
), com destaque para a espécie
es
Macrobrachium jelskii (Figura 6)). Para a espécie Atya
scabra,, alvo deste Programa de Monitoramento, foram capturados apenas 03 (três)
indivíduos, todos no ponto ICR 13 L.
1200
N de indivíduos
1000
800
600
400
200
0
Figura 6:: Abundância absoluta das espécies encontradas
encontradas nesse monitoramento.
34
Tabela 2: Abundância e riqueza das espécies
ICR 01
Espécie
Camp
.1
Camp
.2
ICR 02
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
ICR 03
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
ICR 04
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
ICR 05
Camp
.3
Camp
.4
Macrobrachium jelskii
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
38
26
12
47
Macrobrachium
amazonicum
Macrobrachium olfersi
Macrobrachium sp.
Potimirim potimirim
Atya scabra
N de espécies
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
N de indivíduos
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
38
26
12
47
Tabela 2: Abundância e riqueza das espécies
ICR 06
IRC 07
ICR 08
ICR 09
ICR 10
Espécie
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
Macrobrachium jelskii
7
33
15
50
13
34
24
114
26
44
43
38
14
29
34
51
22
49
41
19
Macrobrachium
amazonicum
1
3
N de espécies
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
N de indivíduos
8
36
15
50
13
34
24
114
26
44
43
38
14
29
34
51
22
49
41
19
Macrobrachium olfersi
Macrobrachium sp.
Potimirim potimirim
Atya scabra
35
Tabela 2: Abundância e riqueza das espécies
ICR 11
ICR 12
Espécie
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
Macrobrachium jelskii
18
20
23
40
13
1
8
4
41
32
Macrobrachium
amazonicum
ICR 13
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
Camp
.2
ICR 13 L
Camp
.3
Camp
.4
Camp
.1
51
26
22
Macrobrachium olfersi
18
4
27
23
20
29
21
62
33
1
10
4
Macrobrachium sp.
Potimirim potimirim
14
ICR 13 B
Camp
.2
Camp
.3
Camp
.4
11
1
9
Camp
.1
Camp
.2
Camp
.3
Camp.
4
2
14
13
13
37
11
30
3
1
1
Atya scabra
2
N de espécies
1
2
2
1
2
2
1
2
3
4
4
2
2
4
2
2
1
0
1
2
N de indivíduos
18
28
27
40
54
33
26
73
52
76
53
85
15
27
14
46
11
0
30
5
36
Considerando-se
se a riqueza
riqueza de camarões de água doce, em cada um dos pontos
amostrais, verificou-se
se que os pontos ICR 13 (rio
(rio Cariri) e ICR 13 L (córrego do Limoeiro, em
Itapebi) apresentaram a maior riqueza de espécies, com representantes de 04 táxons,
conforme pode ser observado
observad na figura a seguir.
5
N de espécies
4
3
2
1
0
Camp.1
Camp.2
Camp.3
Camp.4
Total
Figura 7:: Riqueza de espécies, em cada um dos pontos de amostragem. Riqueza total refere-se
refere
ao número de espécies encontradas, considerando-se
considerando
as quatro amostragens realizadas.
Considerando-se
se o comprimento
comprimento corporal dos indivíduos capturados, verificou-se
verificou
que
nas duas primeiras campanhas de amostragem, o maior comprimento foi registrado para
Macrobrachium olfersi.. Já nas
na amostragens realizadas em maio/2013 (Camp. 3) e
outubro/2013 (Camp.4),, verificou-se
verificou
que
e os maiores exemplares pertenceram a M.
amazonicum.
Tabela 3: Comprimentos (em mm) máximos e mínimos das espécies capturadas, em
e cada uma
das amostragens
Espécie
Camp. 1
Comp.
Comp.
Max
Min
Camp. 2
Comp.
Comp.
Max
Min
Camp. 3
Comp.
Comp.
Max
Min
Camp. 4
Comp.
Comp.
Max
Min
Macrobrachium jelskii
Macrobrachium
amazonicum
68
15,3
48,4
14,2
47,1
13,6
51,1
12,5
56,8
19,4
58,7
12,7
70,3
11,9
67,2
14
Macrobrachium olfersi
73,3
20,2
69,3
22,9
57,2
18,5
60,6
13,7
Macrobrachium sp.
18,1
8,2
21,8
11,5
26,7
13,6
20,5
12,9
Potimirim potimirim
19,1
13,2
20,2
14,4
18,4
14,2
-
-
37
Camp. 1
Comp.
Comp.
Max
Min
Espécie
Atya scabra
9.2.
45,1
-
Camp. 2
Comp.
Comp.
Max
Min
65,6
64,4
Camp. 3
Comp.
Comp.
Max
Min
-
-
Camp. 4
Comp.
Comp.
Max
Min
-
-
Autoecologia das espécies encontradas
Abaixo são apresentadas características gerais das espécies encontradas nos
pontos de amostragem. Todo o material foi depositado na Coleção de Invertebrados do
Laboratório Integrado de Zoologia, Ecologia e Botânica (LIZEB) do Campus Avançado de
Catalão da Universidade Federal de Goiás (CAC/UFG).
• Atya scabra Leach 1816
Distribuição Geográfica: Cuba, Jamaica e Hispaniola até Curaçao e Trinidad, México,
Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela e Brasil (CE,
PE, BA, SP, SC, RS), África, da Libéria até o norte de Angola e das Ilhas Cabo Verde até
Annobon (Bond-Buckup & Buckup, 1999; Melo, 2003).
Habitat: Em rios e riachos rasos, sob pedras e rochas ou sob vegetação marginal,
principalmente fundos de algas. Em alguns países apresenta importância econômica. Têm o
hábito de deslocar-se nas margens dos rios, em horários de temperaturas mais amenas,
totalmente independente do corpo d’água (Bond-Buckup & Buckup, 1999; Melo, 2003).
Nome popular: guaricuru, curuca, conca, cruca, camarão de pedra (Buckup & BondBuckup, 1999) e camarão-cavalo (E.C. Mossolin, comun. pessoal).
Características: Estes animais possuem o hábito de se acomodar na parte mais
inferior das rochas que estão em áreas de corredeira. No método mais correto para captura,
se apóia uma peneira entre algumas rochas e desloca-se as que estão a montante para que
os indivíduos sejam levados até a peneira pela correnteza. A utilização de armadilhas é
inviável na captura desta espécie, pois esta possui hábito alimentar filtrador e não é atraída
por iscas presentes nas armadilhas. A espécie tem preferência por trechos de rios com água
mais fria, o que acontece em regiões de mata, além de água relativamente limpa, sem
influência antrópica.
38
Atya scabra
• Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862)
Distribuição Geográfica: Venezuela, Guiana Inglesa, Suriname, Guiana, Brasil (AP,
AM, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, MT, PR, AC, GO, MS), Argentina, Bolívia, Paraguai,
Equador e Peru (Melo, 2003).
Habitat: Em rios e represas, sob vegetação marginal. No Brasil possui importância
econômica principalmente no Pará, onde é amplamente consumido e cultivado. Se alimenta
de vegetais, incluindo filamentos de algas, larvas de insetos e grãos do sedimento (Melo,
2003).
Nome popular: camarão de água doce, pitu.
Características: Espécie encontrada em diversas regiões do Brasil, principalmente por
introdução não planejada (considerada espécie exótica) (Magalhães, 2005). Adapta-se
facilmente a ambientes lênticos e comumente é encontrada em abundância.
Macrobrachium amazonicum
39
• Macrobrachium jelskii (Miers, 1877)
Distribuição Geográfica: Trinidad, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa,
Bolívia e Brasil (AP, PA, AM, MA, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG, ES, MT, SP e SC),
(Melo, 2003).
Habitat: Em rios e represas com águas escuras, com pouca vegetação marginal,
substrato lodoso. Também em águas transparentes e rápidas, com gramíneas, pedras e
areia. Alimenta-se de larvas de insetos, diatomáceas, e outras algas, além de grãos de
sedimento (Melo, 2003).
Nome popular: camarão de água doce.
Características: Possui características morfológicas muito semelhantes a espécie
Macrobrachium amazonicum, podendo causar confusão em sua identificação (Pileggi, 2009;
Vergamini, 2009). Espécie comum em águas interiores, dificilmente encontrada próxima a
regiões costeiras.
Macrobrachium jelskii
• Macrobrachium olfersi (Wiegmann, 1836)
Distribuição Geográfica: Carolina do Norte, Flórida e Texas (introduzida), América
Central, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Brasil (PA, PI, CE, RN, PE, AL, SE, BA,
MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS) (Ramos-Porto & Coelho, 1998; Bond-Buckup & Buckup, 1999;
Melo, 2003).
Habitat: Em águas transparentes doces e salobras lóticas e lênticas, com vegetação
marginal e substrato de areia. Requer altas salinidades para completar o ciclo de vida. São
animais crepusculares (Ramos-Porto & Coelho, 1998; Bond-Buckup & Buckup, 1999; Melo,
2003).
40
Características: É uma das espécies mais conhecidas e abundantes, normalmente
encontradas em populações bem numerosas. Grande capacidade reprodutiva, com fêmeas
ovígeras podendo ser encontradas mesmo nos meses mais frios do ano. Pode ser
capturada com relativa facilidade, tanto com o uso de peneiras como de armadilhas, e uma
das características morfológicas principais é possuir o segundo par de quelípodos bem
desenvolvidos.
Macrobrachium olfersi
• Potimirim potimirim (Müller, 1881)
Distribuição Geográfica: Antilhas, América Central e Brasil (RJ, SP, SC), México até o
Equador (Melo, 2003).
Habitat: Em correntes de água límpida com fundo de cascalho (Melo, 2003).
Características: Quando encontrada, normalmente é abundante. Os exemplares são
facilmente capturados com peneira, sendo muito comum a coleta de mais de 10 indivíduos
em uma única passagem pela vegetação marginal submersa. Embora pertençam a mesma
família (Atyidae) e possuam o mesmo hábito filtrador da espécie Atya scabra, alguns
exemplares são ocasionalmente capturados nas armadilhas, possivelmente pelo seu hábito
natatório, e não pela busca de comida.
41
Potimirim potimirim
9.3.
Resultados das entrevistas com os moradores
Foi realizada entrevista com 41 (quarenta e um) moradores da região, cujos dados
encontram-se apresentados no Quadro 3, a seguir. Cabe ressaltar que essas informações
foram inseridas no estudo apenas como forma de avaliação qualitativa e, por isso, o N
amostral é baixo. A busca dessas informações fez-se necessária em função dos resultados
obtidos durante as amostragens de campo realizadas, em que a espécie A. scabra, objeto
de monitoramento, apresentou uma pequena abundância, em um único ponto de
amostragem.
Quadro 3: Dados dos entrevistados
Nome
Idade
Profissão
Local
Data da entrevista
Otelino Antônio
58
Pescador
Zueira
29/09/2012
Euzita Moreira
50
Pescadora
Zueira
29/09/2012
Cláudia Rodrigues
45
Funcionária Pública
IRC 11
29/09/2012
Cosme Patrício
46
Metalúrgico
IRC 12
30/09/2012
Odair Ferreira
50
Agricultor
IRC 04
29/09/2012
Ancelmo Ferreira
54
Agricultor
IRC 11
29/09/2012
Elton Lopes de Paulo
63
Aposentado
IRC 02
28/09/2012
Joventina de Paula
58
Aposentada
IRC 02
28/09/2012
Genivaldo Pinheiro
51
Autônomo
IRC 12
30/09/2012
Sebastião Moreira
70
Aposentado
IRC-03
14/05/2013
Ausira Alves
62
Aposentada
IRC-11
15/05/2013
Aurelino Patrício
84
Aposentado
IRC-11
15/05/2013
Edinalva da Costa
52
Dona de Casa
IRC-11
15/05/2013
Pedro Francisco
39
Lavrador
IRC-03
14/05/2013
José Carlos Silva
61
Téc. Meio Ambiente IRC-13B
16/05/2013
42
Nome
Idade
Profissão
Local
Data da entrevista
João Santos Barbosa
52
Lavrador
IRC-13L
16/05/2013
José Roberto
61
Comerciante
IRC-13
10/10/2013
Carlos Alberto
58
Lavrador
IRC-13
10/10/2013
João Gomes da Silva
45
Pedreiro
IRC-11
09/10/2013
Fidelsino Ferreira
55
Pescador
IRC-11
09/10/2013
Daniel Alves dos Santos
27
Lavrador
IRC-06
10/10/2013
Roberto Moreira
35
Barqueiro
IRC-06
10/10/2013
Thiago Vieira
27
Comerciante
IRC-10
09/10/2013
Marcos Vieira
32
-
IRC-10
09/10/2013
Cláudio Vieira
43
Funcionário Público
IRC-11
09/10/2013
Alexandre Rocha
24
Taxista
IRC-11
09/10/2013
Márcia Paixão
60
Doméstica
IRC-07
09/10/2013
Márcia Tereza
21
Doméstica
IRC-07
09/10/2013
Gustavo Barroso
18
Estudante
IRC-04
08/10/2013
Joaquim Barroso
62
Aposentado
IRC-04
08/10/2013
João Batista
68
Aposentado
IRC-08
09/10/2013
Márcia das Dores
65
Aposentada
IRC-08
09/10/2013
Ramon Ferreira
17
Estudante
IRC-04
08/10/2013
Roberto da Costa
43
Carpinteiro
IRC-07
09/10/2013
Daniel Oliveira
37
Pescador
IRC-09
09/10/2013
José dos Santos
45
Pedreiro
IRC-09
09/10/2013
Maria da Conceição
38
Doméstica
IRC-13L
10/10/2013
Marco Antônio
75
Engenheiro
IRC13L
10/10/2013
Edimauro Batista
33
Pescador
IRC-12
09/10/2013
Jaime Gomes
48
Encarregado
IRC-01
08/10/2013
Joaquim Barroso Filho
37
Pedreiro
IRC-01
08/10/2013
Durante as entrevistas, foram apresentadas fotografias das espécies Macrobrachium
amazonicum, Macrobrachium olfersi, Atya scabra e Macrobrachium potiuna e perguntado
aos moradores quais das espécies já foram encontradas na região.
A maioria dos entrevistados identificou a ocorrência das espécies pertencentes ao
gênero Macrobrachium. A ocorrência de A. scabra foi registrada por 24 pessoas. No
entanto, apesar de destacarem a ocorrência, a maioria dos entrevistados informou que a
espécie não é registrada na região há cerca de 10 anos (18 pessoas). Para a região próxima
ao ponto IRC-13L, ponto em que a presença de A. scabra havia sido detectada nas duas
primeiras amostragens, os entrevistados informaram, que a espécie não é registrada a cerca
de 1 ano e que a mesma somente costuma ser encontrada em períodos em que a água
apresenta-se bastante turva.
Os demais entrevistados afirmaram não ter conhecimento sobre o assunto.
Como os entrevistados afirmaram que A. scabra não é mais encontrado a cerca de
10 anos, pode-se afirmar que o mesmo não apresenta importância econômica e, também,
43
relacionada à alimentação das pessoas que residem ao longo do rio Jequitinhonha, na área
de influência da UHE Irapé.
9.4.
Discussão dos Resultados
Como o número de indivíduos de Atya scabra encontrados foi extremamente baixo (3
indivíduos em um total de 1540), buscou-se compreender o porquê deste escasso registro
baseando-se na biologia e ecologia das outras espécies encontradas, levantando-se
algumas questões básicas:
a) Porque neste monitoramento não foram encontrados indivíduos da espécie Atya
scabra nas proximidades da UHE Irapé?
Podem ser avaliadas duas situações distintas, a jusante e a montante da UHE Irapé:
A jusante da UHE Irapé, possivelmente pela construção da barragem da UHE Itapebi, que
impede que a espécie se locomova ao longo do rio e chegue até a área. Caso não houvesse
a UHE Itapebi, a presença à jusante seria possível. Já a ausência à montante da UHE Irapé
se deve pela construção da própria barragem, que impede com que os adultos ultrapassem
esta barreira física.
As larvas de Atya scabra, ao eclodirem, são levadas à favor da corrente até a foz,
para que sofram metamorfose e comecem a subir o rio, já como juvenis. Esta caminhada à
montante é longa, e não há limite de distância para terminar.
Devido à sua biologia, com certeza pode-se dizer que os animais encontrados na
região da UHE Irapé, antes de sua construção, caminharam desde a foz até os locais de
registro. Quanto à população que já se encontrava nas proximidades da UHE Irapé antes de
sua construção, esta provavelmente se extinguiu por questões naturais, já que a
longevidade destes animais é em torno de 3 a 4 anos, o que é menor do que o tempo de
construção da usina. Os adultos que ali viviam já morreram naturalmente e, pelas razões
descritas acima, a população não foi reposta.
Para exemplificar as barreiras físicas impostas pelas usinas, a seguir são apresentadas
as imagens da UHE Irapé e da UHE Itapebi, onde é possível observar as barragens e o leito
do Rio Jequitinhonha.
44
Figura 8: Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio Jequitinhonha. UHE Irapé. Fonte: Google Earth.
45
Figura 9: Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio Jequitinhonha. UHE Itapebi. Fonte: Google Earth.
46
b) O Rio Jequitinhonha, em seu estado atual, possui condições para que a espécie
sobreviva?
Sim, mas somente no trecho à jusante da UHE Itapebi. Esta conclusão foi
considerada a partir da observação da espécie em um afluente do Rio Jequitinhonha
(Córrego do Limoeiro, denominado IRC13L), o que é amplamente justificável, já que neste
ponto não há qualquer barreira física entre o ponto de coleta e a foz do Rio Jequitinhonha. A
seguir é apresentada uma imagem com a região da UHE Itapebi (próximo ao ponto IRC13B)
e os pontos amostrados.
Esta conclusão também se justifica pela presença da espécie Potimirim potimirim nos
pontos de amostragem IRC13 e IRC13L, que pertence à mesma família de Atya scabra,
inclusive possuindo o mesmo comportamento alimentar (filtrador) e similar ciclo de vida
(necessidade de água salobra para completar o ciclo). Da mesma forma que A. scabra, em
nenhum outro ponto acima da UHE Itapebi foi observada a espécie.
Figura 10: Pontos de amostragem do Programa de monitoramento de Atya scabra no Rio
Jequitinhonha (IRC13 a IRC13L). (Em amarelo: pontos no Rio Jequitinhonha; Em verde: pontos
em afluentes). Fonte: Google Earth.
À montante da UHE Itapebi, as condições do rio não favorecem a dispersão da
espécie, já que boa parte do trecho até a UHE Irapé tornou-se ambiente lêntico. Mesmo
47
assim, com base nas outras espécies de camarões encontrados, seria possível encontrar a
espécie ao longo do rio caso houvesse por parte da UHE Itapebi alguma medida mitigadora
que facilitasse o processo de caminhada da espécie até a UHE Irapé.
A presença das diversas espécies encontradas demonstra que a qualidade da água
é satisfatória ao longo do rio.
c) Já que não foi possível avaliar a biologia de Atya scabra pelo baixo número de
indivíduos coletados, e quanto às outras espécies de camarões observadas, existe
algum comportamento biológico diferente do padrão encontrado na literatura?
Não, todos os dados obtidos para as outras espécies apresentaram-se dentro da
normalidade.
Entre os 1508 camarões do gênero Macrobrachium coletados, para as 3 espécies
descritas foram observadas fêmeas portando ovos (8 fêmeas ovígeras em 211 indivíduos
coletados de M. amazonicum; 72 fêmeas em 1010 indivíduos coletados de M. jelskii; 34
fêmeas ovígeras em 209 indivíduos coletados de M. olfersi), podendo se considerar as
populações como estáveis.
O grande número de indivíduos juvenis também justifica que a estrutura populacional
esteja dentro da normalidade, já que todas as categorias de tamanho (e idade) foram
observadas (juvenis, machos, fêmeas e fêmeas ovígeras).
Com base nas espécies encontradas e em sua distribuição, destaca-se a influência
das barreiras impostas pelas usinas. Em relação ao ciclo de vida, as espécies de camarões
de água doce podem ser divididas em 3 grupos: os que precisam de água salobra em
alguma fase de seu ciclo de vida, os que não precisam nunca, e os que se adaptam de
acordo com a proximidade do mar (se estiverem muito longe do mar, produzem ovos
maiores, com a larva eclodindo
mais desenvolvida morfologicamente, não precisando
fechar seu ciclo em água salobra; ou produzem ovos menores, com a larva eclodindo
bastante imatura, necessitando de água salobra para concluir o ciclo).
Entre as espécies encontradas sem necessidade de água salobra para fechar seu
ciclo de vida estão Macrobrachium amazonicum e M. jelskii, justamente as espécies
encontradas a montante da UHE Itapebi.
Já entre as espécies que dependem de água salobra, foram observadas Atya scabra,
Potimirim potimirim e Macrobrachium olfersi, mas somente a jusante da UHE Itapebi. Estas
observações corroboram a afirmativa que o ciclo de vida das espécies está diretamente
relacionado ao ambiente em que vivem e também à seu acesso ao mar.
Além disto, também foi possível checar a questão de ambientes favoráveis a seu
desenvolvimento, como é o caso de Macrobrachium amazonicum e M. jelskii, que vivem,
48
preferencialmente, em ambientes lênticos, exatamente o ambiente criado pela construção
da barragem da UHE Itapebi. Em contraposição, espécies filtradoras (como A. scabra e P.
potimirim) dificilmente são encontradas em ambientes lênticos, preferindo regiões com
relativa correnteza. Este aspecto é corroborado pela ausência de crustáceos nos pontos
IRC1, IRC2 e IRC4, que são ambientes lóticos localizados à montante dos ambientes
lênticos criados pela barragem da UHE Itapebi.
49
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas duas primeiras amostragens realizadas, Atya scabra somente foi encontrado no
ponto IR-13L, situado no Córrego do Limoeira, já no estado da Bahia, no município de
Itapebi. Nas demais, a presença dessa espécie não foi registrada em nenhum dos pontos.
Com relação ao objetivo "Refinar e mapear os limites geográficos de distribuição do
Atya scabra através da melhor compreensão da influência da barragem da UHE Irapé sobre
a ocorrência da espécie", como não foram encontrados exemplares, não há como mapear
os limites geográficos. Compreender a influência da UHE Irapé para a espécie tornou-se
difícil pela construção da barragem da UHE Itapebi. Com certeza esta última é uma barreira
que elimina a chance do A. scabra subir o rio (e, consequentemente, chegar até a UHE
Irapé). A ausência do camarão nos pontos amostrados pode ser justificada tranquilamente
pela simples construção da UHE Itapebi. Se houvesse uma amostragem logo após a
construção da UHE Irapé, poderia se tentar avaliar o quanto esta foi responsável pela
ausência da espécie. Nas entrevistas, a maioria das pessoas afirma que o camarão sumiu a
cerca de 10 anos.
Para o objetivo "Avaliar, através de análises espaciais e temporais, as distâncias nas
quais larvas e jovens adultos se dispersam"; como não se encontraram exemplares em mais
de um local, não é possível realizar essa avaliação. Se indivíduos jovens tivessem sido
coletados, pelo tamanho do camarão poderia se estimar quanto tempo ele levou para estar
em determinado ponto.
Com relação ao objetivo "estimar, através de modelagens, a potencial redução da
população de camarões após a instalação da UHE Irapé, verificando e avaliando o real
impacto do empreendimento sobre a espécie"; cabe ressaltar que é necessária a coleta de
um número expressivo de indivíduos de A. scabra. Como foram coletados apenas 03 (três)
indivíduos, nas duas amostragens, não é possível realizar as modelagens.
Já para os objetivos "Apresentar medidas adequadas e eficientes de proteção e
conservação dessa espécie" e "Promover atividades de educação socioambiental,
aprimorando e incentivando o Projeto de Divulgação de Ações para a Conservação do
Camarão de Água Doce – Atya scabra – Na Bacia do Rio Jequitinhonha", ressalta-se que o
ciclo de vida da espécie determina sua conservação. Águas limpas, correnteza, e alta
oxigenação são fundamentais para A. scabra, e isto só é observado em trechos de rios com
pedras e declives, o que não acontece mais com o Rio Jequitinhonha da cidade de
Jequitinhonha até a Bahia (lago da barragem da UHE Itapebi). Estes quilômetros formam
um ambiente tão desfavorável, que considera-se praticamente impossível encontrar A.
scabra. Infelizmente, a construção da UHE Itapebi eliminou condições de se encontrar a
espécie na área de responsabilidade da UHE Irapé. Projetos de conservação e
50
socioambientais poderão ser desenvolvidos para a espécie, mas somente abaixo da UHE
Itapebi em direção ao mar, que não corresponde a área de influencia de Irapé.
Assim, com base nas amostragens realizadas em 2 anos e nas informações apresentadas,
conclui-se que a não observação de Atya scabra nas proximidades da UHE Irapé se deva à
barreiras físicas construídas, - a UHE Itapebi,. Além disto, considera-se que o Rio
Jequitinhonha possui atualmente condições de manter a espécie em seu leito, a jusante da
UHE Itapebi. A montante desta, a espécie apenas será encontrada se houver a criação de
uma medida que permita a passagem livre da espécie.
51
11. REFERÊNCIAS
Abrunhosa, F. & M.G. Moura. 1988. O completo desenvolvimento de Atya scabra (Leach)
(Crustacea, Decapoda, Atyidae) cultivado em laboratório. Arq. Ciênc. Mar, 27: 127-146.
Almeida, A.O.; Mossolin, E.C. & J.R. Luz. 2010. Reproductive Biology of the Freshwater
Shrimp Atya scabra (Leach, 1815) (Crustacea: Atyidae) in Ilhéus, Bahia, Brazil. Zoological
Studies, 49(2): 243-252.
Bond-Buckup, G. & L. Buckup. 1989. Os Palaemonidae de águas continentais do Brasil
Meridional (Crustacea, Decapoda). Revista Brasileira de Biologia, 49(4): 883-896.
Darnell, R. M. 1956. Analysis of a population of the tropical freshwater shrimp, Atya scabra
(Leach). American Midland Naturalist, 55(1): 131-138.
Galvão, R. & S. L. S. Bueno. 2000. Population structure and reproductive biology of the
Camacuto shrimp, Atya scabra (Decapoda, Caridea, Atyidae), from São Sebastião, Brazil.
Crustacean Issues, 12: 291-299.
Lorán-Núñez, R. M.; Valdéz-Guzmán, A. J. & F. R. Martínez-Isunza. 2009. Estudio biológicopesquero del “burro” Atya scabra en el río Los Pescados y río Actopan, Veracruz, México.
Ciencia Pesquera, 17(1): 5-16.
Magalhães, C.; Bueno, S. L. S.; Bond-Buckup, G.; Valenti, W. C.; Melo da Silva, H. L.;
Kiyohara, F.; Mossolin, E. C. & S. S. Rocha. 2005. Exotic species of freshwater decapod
crustaceans in the state of São Paulo, Brazil: records and possible causes of their
introduction. Biodiversity and Conservation, 14: 1929-1945.
Melo, G. A. S. 2003. Manual de identificação dos crustacea decapoda de água doce do
Brasil. Edições Loyola: Centro Universitário São Camilo: Museu de Zoologia, Universidade
de São Paulo. São Paulo. 430p.
Pileggi, L. A. G. 2009. Sistemática Filogenética dos Camarões do Gênero
Macrobrachium Bate, 1868 do Brasil: Análises Morfológicas e Moleculares. Tese de
Doutorado, FFCLRP/USP. 236p.
52
Ramos-Porto, M. & P. A. Coelho. 1998. Malacostraca - Eucarida. Caridea (Alpheoidea
Excluded). In: Young, P.S. (ed.). Catalogue of Crustacea of Brazil. Rio de Janeiro: Museu
Nacional. (Série Livros n. 6). p. 325-350.
Vergamini, F. G. 2009. Análise Comparativa entre Populações Costeiras e Continentais
do Camarão Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Palaemonidae)
por Meio de Dados Morfológicos e Moleculares. Dissertação de mestrado, FFCLRP/USP.
91p.
53
Download

Programa de monitoamento do camarão de água doce