A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DA
ÁGUA PARA HEMODIÁLISE.
Roberta Cristina da Silva1, Pollyanna de Brito Silva2, Ronaldo Lopes da Silva3, Amariles Xavier Araújo4 , Msc.
Jacineide Gabriel Arcanjo5 e Prof.º Msc. Manoel de Farias Souza Filho6

Introdução
A água é essencial aos seres vivos, pois a mesma é a
principal responsável pelas reações metabólicas dos
organismos.
Devido ao seu grande poder de dissolução a água é
considerada um solvente universal. Fazendo-a com que
haja uma variação no seu teor salino durante o seu ciclo
hidrológico.
Portanto é importante ressaltar a necessidade de um
controle do teor dos sais uma vez que uma alta
quantidade pode causar danos aos organismos
humanos. Para controlar isso foi criado um padrão de
potabilidade que é regido por normas governamentais
cuja portaria mais recente é a Portaria 518 de 25 de
março de 2004[1].
Entretanto, este padrão de potabilidade não pode
ser utilizado por pessoas que são submetidas ao
tratamento dialítico. “mesmo sendo essencial, existem
pessoas que não podem ingerir um único copo de
água”[2], pois essas pessoas são acometidas de uma
enfermidade chamada de insuficiência renal,
necessitando que a água esteja no seu grau mais
absoluto de pureza, por isso há um tratamento
específico para a retirada de substancias maléficas a
saúde desses pacientes.
Para o tratamento adequado da água dialítica, é
preciso seguir as normas estabelecidas pelas
autoridades através de Portarias e uma aparelhagem
adequada que pode ser: Deionizadores, filtros
Mecânicos, Abrandadores, filtros de carvão ativado e
Osmose Reversa. Nesta pesquisa iremos tratar apenas
da técnica da Osmose Reversa, por ser o mais eficaz na
atualidade.
“A Osmose Reversa é um processo pelo qual a água
pura pode ser retirada de uma solução salina por meio
de uma membrana semipermeável, contanto que esta
solução em questão se encontre a uma pressão superior
à pressão osmótica”[2]. Podemos ressaltar que a
qualidade da água produzida depende de alguns parâ
metros como temperatura, pH e condutividade. Do ponto
de vista físico, químico e bacteriológico, este processo
propicia uma água extremamente pura.
“A Hemodiálise é um processo de filtragem e depuração
das substancias indesejáveis do sangue”[3]. De acordo com
o Relatório do Censo Brasileiro de Diálise realizado no ano
de 2008, das clinicas cadastradas na SBN (Sociedade
Brasileira de Nefrologia), “no Brasil existem cerca de
87,044 pacientes fazendo o tratamento de Hemodiálise e
42,6% destes estão em fila de espera para o transplante e
existe uma taxa de mortalidade de 15,2% anual”[4].
Existem dois tipos de purificação sanguínea uma delas é
a diálise peritoneal feita através do abdômen, “este tipo de
dialise aproveita a membrana peritoneal que reveste toda a
cavidade abdominal do corpo humano, para filtrar o
sangue”[2]. E, o segundo tipo de purificação é a
Hemodiálise que é feita através de um aparelho externo o
dialisador, onde todo o sangue do paciente é retirado por
uma fissura e filtrado e retornando para o paciente, ou seja,
ele realiza todo o procedimento que um rim comum
realizaria.
Contudo o assunto ainda é pouco abordado, e esta
pesquisa foi realizada com o intuito de ressaltar tais
informações.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada em um Hospital da rede pública do
Recife, onde foram realizadas visitas com registros
fotográficos de toda a aparelhagem que faz o tratamento da
água para hemodiálise, sendo feitas observações e
questionamentos aos médicos e técnicos responsáveis pelo
tratamento da água da instituição, sobre todo o processo
físico-químico sofrido pela água, estes questionamentos
vieram a se confirmar através de pesquisas junto a livros,
resolução/portarias e sites. Pôde se conhecer alguns
métodos de tratamento que são eles: Deionizadores; filtros
Mecânicos; Abrandadores; filtros de carvão ativado e
Osmose Reversa.
________________
1. Primeiro Autor é Aluno de graduação do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av.Dom Manoel de
Medeiros, S/N Dois Irmãos-Recife/PE, CEP 52171-900. e-mail: [email protected]
2. Segundo Autor é Aluno de graduação do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de
Medeiros, S/N Dois Irmãos-Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
3. Terceiro Autor é Aluno de graduação do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av Dom Manoel de Medeiros,
S/N Dois Irmãos-Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
4. Quarto Autor é Aluno de graduação do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros,
S/N Dois Irmãos-Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
5. Quinto Autor é Monitora do Programa Conexões de Saberes da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, S/N
Dois Irmãos-Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
6. Sexto Autor é Professor Titular do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, S/N
Dois Irmãos-Recife/PE, CEP 52171-900.
Resultados e Discussão
A partir da década de 70 através de pesquisas foi
detectado que a água potável advinda do abastecimento
público possuía agentes contaminantes que vinha
prejudicando gradativamente os pacientes, isso devido
ao aumento do número de pacientes em tratamento
dialítico e de sua sobrevida, acumularam-se evidências
que permitiam correlacionar os contaminantes da água
com efeitos adversos do procedimento, obrigando
dessa forma as clinicas especializadas a aplicarem um
tratamento específico na água para hemodiálise.
Ressaltando que nos diferentes estados do Brasil existe
uma norma diferente em especial em Pernambuco que
se tornou mais rígida, devido ao grande momento da
hemodiálise que teve repercussão negativa, “a tragédia
que ocorreu na cidade de Caruaru no ano de 1996 aqui
no estado de Pernambuco, onde vários pacientes
vieram a óbito.” [2]
Contudo no estado de Pernambuco as clinicas
especializadas adotaram a técnica de osmose reversa
que é um processo que propicia uma água pura, por
fazer a separação de espécies de baixo peso molecular,
este processo retém 95 a 99% dos contaminantes
químicos, remove ainda 99,9% as bactérias, fungos,
algas, vírus e colóides devido ao fluxo transversal.
A lavagem do sangue é realizada, em pacientes, em
três (03) sessões de quatro horas por semana.
Entretanto, um rim normal funciona integralmente, isso
mostra que o tratamento deixa a desejar, pois se
calcularmos a quantidade de horas em uma semana há
um déficit de 156 horas, contando que uma semana tem
168 horas.
Ao reunirmos todos os dados podemos debater
melhor sobre este assunto que é de grande interesse
publico. Pois este tipo de tratamento feito por diálise
atinge não somente a classe mais baixa, mas também a
classe alta. Haja vista que são fatores diversos que
levam a uma pessoa precisar deste tratamento sejam
eles: hipertensão arterial (pressão alta), diabetes
(aumento da taxa de açúcar no sangue) e
glomerulonefrite ( inflamação crônica dos rins). A
fiscalização é rígida para o tratamento desta água através da
Portaria nº 82 de 03 de janeiro de 2000, Resolução – RDC
nº154 de 15 de junho de 2004 da ANVISA[4].
A portaria estabelece padrões de pureza da água
destinada a Hemodiálise, que seguem os parâmetros
listados na tabela (01), para chegar aos valores
relacionados na tabela, é necessário que a água passe por
uma bateria de analises sejam eles condutividade, pH,
matéria orgânica e cianobactérias entre outros.
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente a Deus, e ao nosso orientador
pela paciência, ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de
Santo Amaro que nos concedeu as visitas, informações e
fotografias e a Equipe do Conexões de Saberes-UFRPE.
Referências
[1]
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria n° 518 de 25 de março de
2004.
[2] SILVA, E.F.V. 2007. Água para tratamento dialítico,um estudo
elementar da importância das leis e do tratamento específico com
osmose reversa. Monografia de Conclusão de Curso de Graduação,
Curso de Graduação em Licenciatura Plena em Química, UFRPE,
Recife.
[3] SANTOS, L.M.G.; GONÇALVES, J.M. & JACOB, S.C.
Determinação simultânea de As, Cd e Pb em amostras de água
purificada para hemodiálise por espectrofotometria de absorção
atômica com forno de grafite, após otimização multivariada
baseada no uso de planejamento experimental. Quimica Nova, vol.
31, nº 5, 975-979, 2008.
[4] SESSO, R.; LOPES, A.A.; THOMÉ, F.S.; BEVILACQUA, J.L.;
ROMÃO, J.E.J.; & LUGON, J. Relatorio do censo brasileiro de
dialise, 2008. J. Bras Nefrol, 2008; 30(4): 233-8.
[5] MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria n° 82 de 03 de janeiro de 2000.
[6] ORLANDI, F.S. 2008. O idoso renal crônico em hemodiálise: a
severidade da doença e sua relação com a qualidade de vida. J
Bras Nefrol, 30(4): 245-250.
[7] MISAEL SILVA, A.M. MARTINS, C.T.B. FERRABOLI, R.
JORGUETTI, V. ROMÃO, J.E.J. 1996. Revisão/Atualização em
diálise: água para hemodiálise. J Bras. Nefrol, 18(2): 180-188.
[8] MISAEL SILVA, A.M. 1990. Avaliação da qualidade da água
usada na hemodiálise na cidade de São Paulo. Tese de Mestrado.
Faculdade de Medicina da USP.
[4]
Tabela 01 Taxas máximas permitidas para a água dialítica .
Componentes
Endotoxinas
Nitrato (NO 3 )
VMP
F.A.
1ng/ml
Mensal
2mg/l
Semestral
Aluminio
0,01mg/l
Semestral
Cloramina
0,1mg/l
Semestral
Cloro
0,5mg/l
Semestral
Cob re
0,1mg/l
Semestral
Fluoreto
0,2mg/l
Semestral
Sódio
70mg/l
Semestral
Cálcio
2mg/l
Semestral
Magnés io
4mg/l
Semestral
Potassio
8mg/l
Semestral
Bário
0,1mg/l
Semestral
Zinco
0,1mg/l
Semestral
Sulfato
100mg/l
Semestral
Ars enico
0,005mg/l
Semestral
Chu mbo
0,005mg/l
Semestral
Prata
0,005mg/l
Semestral
Cádmi o
0,001mg/l
Semestral
Cromo
0,014mg/l
Semestral
Selênio
Mercúrio
Coliforme total
Bactérias Heterotroficas
0,09mg/l
Semestral
0,0002mg/l
Semestral
Ausência em 100ml
Mensal
200UFC/ ml
Mensal
Figura 01. Aparelho que realiza a filtração do sangue do paciente.
Figura 02. Cilindros azuis são respectivamente de areia, resina e carvão
ativado. A maquina é a que realiza a Osmose Reversa em grande escala.
Figura 03. Materiais esterelizados individuais. Mangueiras que conecta o
paciente a maquina de purificação do sangue e o Capilar aparelho onde o
sangue é filtrado através de membranas semi-permeáveis.
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