GERAL CORREIO DO POVO SES promove evento sobre saúde bucal A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio da Seção de Saúde Bucal, estará promovendo, entre os dias 31 de março e 1O de abril, o II Encontro Gaúcho de Administradores e Técnicos dos Serviços Públicos Odontológicos (Egatespo). O evento, intitulado “Respondendo aos desafios da prática da saúde bucal coletiva nos municípios”, conta com o apoio do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul (CRO/RS) e será realizado no auditório do Centro Administrativo do Estado, em Porto Alegre. O encontro terá como público-alvo acadêmicos de Odontologia, servidores públicos da área da saúde, gestores e administradores. Mais informações sobre a temática do evento ou a respeito de inscrições podem ser obtidas pelos telefones (51) 3227-3501 e 3288-5900. DOMINGO, 30 de janeiro de 2005 — 19 Técnicas buscam remover as algas Estiagem altera o gosto e o cheiro da água. Instituto da Ufrgs, Dmae e FZB estudam soluções Carina Fernandes estiagem dos últimos anos fez com que os gaúchos tivessem de se adaptar a uma água com gosto e forte odor. Mesmo com a garantia de que a alteração não traz prejuízos à saúde, a situação preocupa a população. Para o consumo, a alternativa encontrada para muitos está nos galões de água mineral, que tiveram desde o começo do verão um incremento de cerca de 50% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme a Associação dos Distribuidores de Água Mineral no Rio Grande do Sul. Para minimizar a alteração no cheiro e no gosto da água em Porto Alegre, provocada pela proliferação de algas, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) vem aplicando carvão ativado em pó no Guaíba, nas estações Menino Deus, Tristeza, Ilha da Pintada e Belém Novo. A estação da Lomba do Pinheiro recebe ainda dióxido de cloro. De acordo com o diretor-geral do Dmae, Flávio Ferreira Presser, a prioridade é ga- A rantir a qualidade da água com custo de tratamento compatível com o nível de tarifa praticado. Análises diárias estão sendo realizadas. A alga que provoca a alteração é do grupo das Cianofíceas, do gênero Panktothrix, mesma registrada em 2002 e 2004, segundo dados do Dmae. O desenvolvimento desses organismos acontece por uma combinação de fatores: poluição, calor, transparência de água, pouco vento e estiagem. O ideal seria o investimento em prevenção a médio e longo prazo, na opinião do diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IBH) da Ufrgs, Luiz Fernando Cybis. A atual situação mostra, porém, que haverá piora nos próximos anos, segundo ele. “Não podemos interferir na quantidade de chuvas, mas há como eliminar o número de nutrientes que propiciam a proliferação das algas”, defendeu Cybis. Entre as medidas estariam técnicas agrícolas que percam menos adubo durante a drenagem e a remoção dos nutrientes dos esgotos cloacais. Cybis enfatiza que as substâncias liberadas pelas algas resistem ao tratamento utilizado, o que compromete o uso da água, também para o banho quente, que intensifica o odor. No próximo ano, o IBH deverá concluir estudo – fruto de parceria com rede de universidades brasileiras – que apresentará soluções para remover as algas. Na Capital, o projeto tem apoio do Dmae e da Fundação Zoobotânica do Estado (FZB). Para Cybis, deve-se cuidar do Guaíba, pois não há fontes alternativas. “É preciso trabalhar com a idéia de que nem todos podem comprar água mineral.” PAULO NUNES 221 já decretaram emergência Alguns têm mal-estar Os prefeitos de mais quatro municípios – Candiota, Barros Cassal, Dezesseis de Novembro e Santa Vitória do Palmar – decretaram na sexta-feira situação de emergência, aumentando para 221 o total de cidades castigadas pela seca no Rio Grande do Sul. Do total, 91 estão localizadas nas regiões Norte, Noroeste e Planalto, informou a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil. Na sexta-feira, foram vistoriados 13 municípios com situação de emergência decretada. As equipes da Defesa Civil realizam um exame técnico dos prejuízos e estão produzindo um relatório. O trabalho é en- caminhado para o governo decidir sobre a homologação ou não da emergência decretada. Se houver a confirmação pelo governo do Estado do decreto, o município prejudicado estará legalmente habilitado para firmar convênios e receber o apoio da União para a diminuição das suas perdas. Conforme a Defesa Civil, existe a previsão da ocorrência de chuvas esparsas neste domingo. Porém, os volumes de água não deverão ser suficientes para mudar o quadro de danos, especialmente sobre as lavouras de milho e feijão nas regiões Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul. O mal-estar que alguns sentem depois de ingerir a água da torneira pode ser provocado pelas substâncias voláteis liberadas pelas algas, alerta a bióloga da Fundação Zoobotânica do Estado Zulanira Meyer Rosa. Segundo ela, as plantas estão cada vez mais resistentes aos tratamentos, o que tende a causar leves alterações no organismo. Conforme a bióloga, o tipo de alga presente no Guaíba, o mesmo do ano passado, se for não controlado, ataca o fígado podendo provocar até mesmo hemorragias. Zulanira destaca que nem sempre esse tipo de planta libera toxinas, mas nas amostras de 2004 elas Poluição, calor e seca fazem algas aumentarem no Guaíba estavam presentes. Alvorada, Viamão, Cachoeirinha surgiu com a salinização do rio Trae Gravataí estão entre os municípios mandaí. Accorsi explica que foi preda região Metropolitana que mais ciso parar o bombeamento de água sofrem com a alteração no gosto e no no local e trabalhar com três poços. Este ano, a estiagem começou cheiro da água tratada devido à estiagem. Além disso, a população mais cedo em comparação a 2004, desses locais enfrentou a cor escura quando os efeitos da falta de chuva devido ao acúmulo de partículas nas foram sentidos a partir de março. No tubulações. Problema que, segundo Interior, o local de maior preocupao diretor de Operações da Corsan, ção é Erechim devido ao baixo nível da barragem. “Apesar disso, o abasJorge Accorsi, já foi resolvido. Os moradores e os veranistas de tecimento está normal”, garante AcXangri-Lá, Rainha do Mar e Noiva corsi. Ele admite, no entanto, que os do Mar passaram por situação se- produtos não estão eliminando o melhante. No Litoral, o problema gosto e o forte odor da água.