XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010. CADEIA DE SUPRIMENTOS DA ÁGUA MINERAL NO ESTADO DO PARÁ: ESTUDO DE CASO FOCADO NOS COMPONENTES DE DESEMPENHO Hélio Raymundo Ferreira Filho (UEPA) [email protected] Thiago Henrique Vieira Galvão (UEPA) [email protected] WALBER SOUZA DO RÊGO (UEPA) [email protected] Breno Richard Brasil Santos (UEPA) [email protected] Leandro da Costa Corrêa (UEPA) [email protected] O objetivo do trabalho é fazer uma análise abrangente da cadeia de suprimentos da água mineral no Estado do Pará, a fim de possibilitar a identificação das principais ameaças e oportunidades para as empresas que atuam neste setor. Umaa cadeia de suprimentos é uma rede de companhias autônomas, que são efetivamente responsáveis pela obtenção, produção e liberação de um produto (PIRES et al., 2001). O gerenciamento da cadeia de suprimentos é um conjunto de abordagens (SIMCHI-LEVI, KAMINKY E SIMCHI-LEVI, 2010), com objetivo de obter a plena satisfação dos clientes (PROTH e GOVIL, 2002). A gestão da cadeia de suprimentos é uma evolução do conceito de logística (CHRISTOPHER, 2007). Os sistemas logísticos subdividem-se em três grandes áreas: suprimento físico, distribuição física e logística reversa (BALLOU, 2006). A área de suprimentos físicos encarregase também da função compras e, também escolhe e negocia com a cadeia de fornecedores (MARTINS e ALT, 2003). A distribuição física descreve o método e os meios através dos quais os produtos são fisicamente transferidos de uma instalação para outra (BUTCHER, RUSHTON e CROUCHER, 2005). A logística reversa planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens (LEITE, 2009). LAMBERT et al.(2008) preferem a denominação “gestão do retorno”, uma vez que esta inclui a remanufatura e o reaproveitamento de produtos devolvidos por inconformidades dos clientes. A análise dos componentes logísticos é feita a partir de quatro componentes: instalações, estoque, transporte e informação (CHOPRA e MEINDL, 2003). O trabalho é de natureza exploratória, qualitativa e descritiva, e foi realizado no segundo semestre de 2008 junto às empresas envasadoras e distribuidoras de água mineral que atuam no Estado do Pará. A cadeia de suprimentos da água mineral no Estado do Pará apresenta as seguintes características: a) as instalações encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores, b) o transporte, em função das grandes distâncias, ocorre através de rodovias, d) em razão da falta de compartilhamento de informações e de sistemas de informações que interligue os participantes, a gestão da informação é crítica. As principais fragilidades operacionais identificadas foram: necessidade de percorrer grandes distâncias e variabilidade dos tempos de ressuprimentos dos fornecedores de insumos de produção, altos níveis de estoque de insumos e produtos acabados, falta de integração estratégica e de coordenação gerencial para realização de estudos de Palavras-chaves: Gerenciamento da cadeia de suprimentos, componentes de desempenho logísticos, sistemas logísticos, Cadeia de suprimentos da água mineral 2 1. Introdução No Estado do Pará encontram-se empresas envasadoras de Água Mineral, Água Natural, Água Potável de Mesa e Água Purificada Adicionada de Sais, comercializadas geralmente em garrafas de 300, 500, 1500, 5000, 10000 e 20000 ml, sendo todos descartáveis, exceto o de 20000 ml. Dessas empresas há as que produzem seus próprios vasilhames e outras que as compram no mercado local, de outras empresas envasadoras, ou ainda, de empresas fora do Estado que lidam exclusivamente com vasilhames. Região Participação Sudeste 50,3% Nordeste 23,8% Sul 12,8% Centro-Oeste 6,7% Norte 6,4% Fonte: Adaptado de Revista Água & Vida (2006) Tabela 1 – Participação na produção nacional por região A importância do estudo da cadeia produtiva da água mineral no Pará faz-se necessário porque, apesar do enorme potencial hídrico, não há ainda uma cadeia efetivamente consolidada, ou seja, existem falhas que fazem diminuir o nível de serviço aos clientes da cadeia. Tal fato se reflete no resultado da participação na produção nacional da região ao qual pertence o mesmo (Região Norte), conforme mostra a Tabela 1. Sobre tal cenário é importante destacar que os grandes fornecedores de insumos diretos e auxiliares de produção se concentram nos Estados da região do Sudeste do Brasil, fazendo com que haja maior proximidade entre tais elos da cadeia; o que acaba facilitando a interação entre fornecedor e envasador, possibilitando, então, baixos custos de produção na região pelo fato serem gerados menores custos de transportes e menos incertezas com relação a datas de entrega de pedidos dos materiais. Isso, aliado à força que as marcas do Sudeste possuem, principalmente por se apoiarem em cadeias de outros produtos, como a de refrigerantes por exemplo, fazem com que, além da busca de competitividade em custo, elas também busquem competitividade em diferenciação, como embalagens diversificadas. No que tange à questão da participação de mercado das empresas do setor de água mineral no Estado do Pará, existe uma elevada concentração, considerando que duas das participantes detêm juntas mais de 50% do mercado. As mesmas chegam até a exportar para outros Estados, porém, utilizam-se dos canais de distribuição de outros produtos dos seus portfólios. Portanto, dentro do elo correspondente aos atacadistas, existem empresas fora do Estado. Desse modo, os produtos chegam com preços competitivos nos demais Estados em que atuam. As demais empresas participantes do mercado têm dificuldades até mesmo de explorar nichos no próprio Estado, pois não dispõem de um canal de distribuição eficiente; o que torna difícil, principalmente dos produtos descartáveis, a comercialização dos mesmos, pois seus preços não são tão competitivos perante os elevados custos de transporte e armazenagem. No segmento das águas minerais e potáveis de mesa de 20 litros, já se percebe que existe uma preocupação mais concreta com relação à eficiência do processo, pois a cadeia possui o elo 3 correspondente ao atacadista que se encontra melhor estruturado. Estes são conhecidos como distribuidores e possuem áreas de atuação nas quais podem vender aos atacadistas. Diante disso, realizou-se um estudo com o objetivo de levantar informações e identificar oportunidades na cadeia (ainda bastante não-consolidada) de água mineral no Estado do Pará, utilizando-se dos componentes de desempenho logístico. 2. Objetivo O objetivo do estudo é apresentar uma análise abrangente da cadeia de suprimentos da água mineral no estado do Pará, a fim de possibilitar uma visualização das principais ameaças e oportunidades para as empresas que atuam nesse mercado que ainda possui uma estrutura bastante atrasada com relação aos Estados do Sul e Sudeste do Brasil, contribuindo, assim, para uma melhor consolidação desse tipo de negócio na região com uma maior integração e colaboração das empresas presentes em todos os elos da cadeia produtiva. 3. Referencial Teórico 3.1. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Em uma época na qual as empresas em vários setores oferecem produtos similares e utilizam tecnologia comparável, os processos de negócio de alto desempenho estão entre os últimos pontos de diferenciação que restaram (DAVENPORT e HARRIS, 2007, p. 9) Como resultado dessas mudanças, as organizações sabem que não podem mais se limitar a gerenciar as atividades que ocorrem dentro das suas fronteiras organizacionais. Elas devem envolver-se também na gestão de todo o conjunto de empresas que situam-se a montante, àquelas que lhe fornecem as matérias-primas e componentes (direta ou indiretamente), bem como as empresas localizadas a jusante que são responsáveis pela entrega e serviço de pósvenda ao cliente final que irá efetivamente fazer uso do produto, de modo que todas atuem de forma coordenada e integrada, como uma cadeia, para atingir a excelência operacional de todos os participantes do processo (HANDFIELD; NICHOLS JR, 1999). É dentro deste novo modelo de organização que emerge o conceito de cadeia de suprimentos. Uma cadeia de suprimentos engloba todos os estágios envolvidos direta, ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um cliente. A cadeia de suprimentos não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas também transportadores, depósitos, varejistas e os próprios clientes (CHOPRA; MEINDL, 2003). De modo amplo, a cadeia de suprimentos reune todas as empresas e as atividades necessárias para projetar, manufaturar, entregar e usar um produto ou serviço. Toda empresa participa de uma ou várias cadeias de suprimento e em cada uma dessas cadeias ela desempenha um papel único. A estruturação de uma cadeia de suprimentos típica pode envolver os seguintes estágios: fornecedores de matéria-prima ou componentes, fabricantes, atacadistas, distribuidores, varejistas e clientes (CHOPRA; MEINDL, 2003; MENTZER, 2004; HUGOS, 2006; COYLE et al, 2008). Por outro lado, o planejamento da cadeia de suprimentos não exige que todos os estágios estejam representados no projeto de estruturação; "O projeto de cadeia de suprimentos mais adequado dependerá tanto das necessidades do cliente quanto do papel de cada estágio para satisfazer tais necessidades" (CHOPRA; MEINDL, 2003). 4 Para Simchi Levi, Kaminsky e Simchi-Levi (2010, p. 33), gerenciamento da cadeia de suprimentos é : Um conjunto de abordagens que integra, com eficiência, fornecedores, fabricantes, depósitos e pontos comerciais, de forma que a mercadoria é produzida e distribuída nas quantidades corretas, aos pontos de entrega e nos prazos corretos, com o objetivo de minimizar os custos totais do sistema sem deixar de atender às exigências em termos de nível de serviço. Atualmente o conceito de Supply Chain Management vem despertando bastante interesse no meio empresarial, representando uma importante evolução do que tradicionalmente era conhecido como logística. Para Christopher (2007, p. 4) A logística é essencialmente a orientação e a estrutura de planejamento que procuram criar um plano único para o fluxo de produtos e de informação ao longo de um negócio. O gerenciamento da cadeia de suprimentos apóia-se nessa estrutura e procura criar vínculos e coordenação entre os processos de outras organizações existentes no canal, isto é fornecedores e clientes, e a própria organização. O Supply Chain Management se apresenta como a integração externa, pois se preocupa com a coordenação do fluxo de informação, produtos, serviços, recursos financeiros e conhecimento para os fornecedores e o cliente final, visando assegurar maiores resultados em termos de redução de desperdícios e agregar maior valor. De acordo com Ballou (2006, p. 27), o gerenciamento da cadeia de suprimentos "destaca as interações logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística e produção no âmbito de uma empresa, e dessas interações entre as empresas legalmente separadas no âmbito do canal do fluxo de produtos". A cadeia de suprimentos é um diferencial cada vez mais competitivo no que diz respeito às vantagens competitivas das empresas, isso devido as principais expectativas almejadas pelas mesmas: redução no ciclo de tempo na reposição de estoques, precisão na automatização das reposições contínuas, a redução dos impactos na capacidade dos fornecedores de acordo com a demanda dos clientes e a redução do efeito chicote de demanda nos clientes para os fornecedores. 3.2. Sistemas Logísticos Entende-se como sistemas logísticos as grandes macroatividades que estão presentes em uma cadeia. Subdividem-se em três grandes áreas: suprimento físico, distribuição física e logística reversa. 3.2.1. Suprimento fisico É a macro-atividade que lida com a administração de materiais no sentido a montante na cadeia, ou seja, com os fluxos de entrada na mesma. Segundo Martins & Alt (2003), a área de suprimentos, além de se encarregar da função compras, também escolhe e negocia com a cadeia de fornecedores. Só isso já envolve a seleção prévia do fornecedor, estabelecimento de parceria, sistema de comunicação, programação de entregas, meios de transporte e programação de descarga e armazenagem. 3.2.2. Distribuição física É a macroatividade que lida com a administração dos fluxos de saída no sentido à jusante da cadeia. O processo de distribuição está associado à movimentação física de materiais de um fornecedor para um cliente ao longo da cadeia de suprimentos. 5 A distribuição representa o conjunto de atividades realizadas entre o momento que o produto está pronto para o despacho e sua chegada ao consumidor final (MARTINS & ALT, 2009). Por outro lado, a distribuição física é responsável por entregar aos clientes o que eles desejam a um custo mínimo. O objetivo da distribuição física é criar e operar um sistema de distribuição que atinja o nível exigido de atendimento aos clientes, possivelmente aos menores custos (ARNOLD, 1999). A distribuição física cobre os segmentos que vão desde a saída do produto na fábrica até sua entrega ao consumidor final e tem como objetivo levar os produtos certos para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço desejado, pelo menor custo possível (NOVAES, 2007). 3.2.3 Logística Reversa A gestão da cadeia de suprimentos envolve uma rede de organizações conectadas e interdependentes, desde os fornecedores de matérias-primas até o momento em que o produto é entregue ao cliente final. Uma vez que o produto vendido e entregue ao cliente final seja consumido, é necessário que se disponha de processos para fazer com que este retorne às suas origens, de forma que não cause danos ao meio ambiente. Segundo Cooper, Lambert e Pagh (1997), o Council of Supply Chain Professional Management define logística como sendo O processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com objetivo de atender aos requisitos do consumidor. A logística reversa inclui todas as atividades mencionadas na definição proposta pelo CSCMP. A diferença está no fato de que a logística reversa engloba todas essas atividades quando essas são realizadas em sentido reverso, ou seja, vindo do cliente final em direção dos fornecedores de matérias-primas (ROGERS; TIBBEN-LEMBKEN, 1999). Leite (2009, p.16) define logística reversa como sendo: A área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda de pósconsumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. A logística reversa, conhecida também por reversível, inversa ou verde, é uma atividade que vem adquirindo grande importância no cenário mundial por conta da crescente preocupação com degradação do meio ambiente provocado pelo descarte de produtos sem os devidos cuidados com possíveis danos ambientais que estes atos produzem. As práticas da logística reversa estão sendo adotadas por empresas dos mais variados setores, para buscar economia em custos e, sobretudo, uma posição socialmente responsável e tem como seu principal objetivo o reaproveitamento e a reciclagem de produtos e materiais, com a reutilização dos mesmos na própria cadeia produtiva, evitando, com isso, novas buscas por recursos na natureza e proporcionando um descarte ambientalmente correto. 6 3.3 Componentes de Desempenho Os componentes de desempenho servem para possibilitar uma análise detalhada dos grandes sistemas logísticos, possibilitando, dessa forma, uma melhor visualização dos pontos fortes e fracos se forem analisados no nível de uma cadeia de valor, ou para visualizar ameaças e oportunidades no nível da cadeia produtiva. Os principais componentes são: instalações, estoque, transporte e a informação(CHOPRA e MEINDL, 2003). Os mesmos são descritos a seguir: 3.3.1 Instalações Instalações são os locais para ou onde o estoque é transportado. Dentro de uma instalação, o estoque pode passar por algum processo de manufatura, e ser transformado em um novo produto. Pode ser também armazenado até antes de ser despachado para o próximo estágio da cadeia de suprimentos (CHOPRA; MEINDL, 2003). A localização das instalações e suas respectivas capacidades de armazenamento são duas vantagens competitivas bastante significativas para as organizações da cadeia de suprimentos. Em casos onde é possível centralizar a produção e o armazenamento do produto, os ganhos obtidos para atender os clientes localizados nas proximidades são consideráveis. Por outro lado, à medida que a localização dos clientes se distancia dessas instalações, os custos de distribuição aumentam substancialmente e a capacidade de responder prontamente às demandas dos consumidores se reduz, o que certamente, vai provocar enorme insatisfação com o serviço prestado. As decisões relativas as instalações nas cadeias de suprimentos estão relacionadas com os seguintes aspectos: Onde devem ser construídas as instalações, levando em consideração custos de construção, RH, impostos? Qual a capacidade de armazenamento de cada instalação? As instalações atuais devem continuar em operação, ou devemos construir novas instalações? Essencialmente, as decisões dos gerentes serão tomadas a partir da avaliação entre os ganhos obtidos com a implantação do menor número de instalações (mais eficiência) e o desenvolvimento de uma rede de instalações (mais responsividade) que possa aproximar a empresa do seu cliente final, evitando, assim, disrupções no fornecimento de produtos. No entanto, a orientação estratégica baseada no aumento das instalações requer investimentos financeiros, que em muitos casos estarão aquém da capacidade da organização. Neste caso, a contratação de prestadores de serviço integrado, que atuam na armazenagem, pode representar um alívio nas despesas de capital. 3.3.2 Estoque Estoque é constituído de matérias-primas, produtos em processo, componentes e produtos acabados que são mantidos nos fabricantes, distribuidores, atacadistas e varejistas. A manutenção de níveis elevados de estoque nas instalações da cadeia de suprimento permite que os participantes respondam rapidamente às flutuações de demanda verificadas. Por outro lado, estes estoques elevados obrigam as empresas a despender recursos financeiros significativos, reduzindo assim a eficiência global da cadeia. Segundo Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009, p. 385), os estoques são: 7 Importantes para todos os tipos de organizações e seus funcionários, pois eles afetam profundamente as operações diárias, uma vez que devem ser contados, pagos e usados em operações para satisfazer clientes e administrados. [...] O estoque é gerado quando o recebimento de materiais, peças ou bens acabados é superior à sua utilização ou saída; é esgotado quando a utilização é superior ao recebimento. O objetivo da manutenção de estoques é fazer com o mesmo funcione como um moderador diante das incertezas de comportamento da demanda dos clientes. Segundo Ballou (2006, p. 374), "são quatro as razões básicas para que se use espaço de estocagem: 1) reduzir os custos de transporte e produção, 2) coordenar oferta e demanda, 3) assessorar no processo de produção; 4) colaborar no processo de comercialização". As decisões relativas à manutenção de estoques nas cadeias de suprimentos estão relacionadas com os seguintes aspectos: Quais os produtos devem ser estocados em cada estágio da cadeia de suprimentos? Quanto de cada produto deve ser armazenado (matéria-prima, componentes e produtos acabados)? Quais são os níveis ótimos de estoque para cada produto e os pontos de reabastecimento? Vollmann, Clay & Berry (2006), afirmam que "o investimento em estoque representa um dos usos mais simples de capital num negócio, normalmente superior a 25% do total de bens". Para Chopra e Meindl (2003, p. 52), "o estoque é o principal fator gerador de custos em uma cadeia de suprimentos e exerce um forte impacto na responsividade", uma vez que a manutenção de níveis elevados de estoque permite aos participantes da cadeia de suprimentos responderem rapidamente às flutuações de demanda. Por outro lado, a manutenção desses níveis elevados de estoque representa um custo adicional, que contribui para a redução da eficiência operacional da cadeia de suprimentos. 3.3.3 Transporte O transporte refere-se aos deslocamentos das matérias-primas, componentes e produtos acabados entre as instalações da cadeia de suprimentos. A escolha do modal a ser utilizado como meio de transporte vai definir as combinações de meios de transporte, e quais as rotas, uma vez que cada arranjo apresenta características de desempenho diferente. Cada meio de transporte possui características diferentes no que se refere à velocidade, dimensão das entregas (de pacotes individuais a paletes, de caminhões carregados a navios), custo da entrega e flexibilidade. Essas particularidades definem cada meio e ajudam a empresa a definir a melhor opção (CHOPRA e MEINDL, 2003, p.55). A seleção do meio de transporte a ser empregado no transporte exerce também um forte impacto tanto na questão relativa a responsividade, quanto na eficiência, uma vez que meios de transporte mais rápidos têm custos mais elevados, mas acabam por terem sua eficiência reduzida. O transporte representa o elemento mais significativo em termos de custos para inúmeras empresas, decorrendo dai a preocupação com as escolhas efetuadas. Em termos de opções, as empresas dispõem das seguintes alternativas para transporte: transporte aéreo, transporte rodoviário, transporte ferroviário, navios, dutos e o transporte eletrônico para o caso de produtos que possam ser digitalizados. As decisões relativas à seleção dos modais de transporte nas cadeias de suprimentos estão relacionadas com os seguintes aspectos: Quando e quais os modais ou combinações de modais devem ser utilizados para transportar 8 os produtos? Quais as rotas devem ser empregadas para a movimentação dos produtos? Quanto maior for o valor do produto a ser transportado (componentes eletrônicos e produtos farmacêuticos), mais atenção deve ser dada à questão responsividade da rede de transporte. Por outro lado, quanto menor for o valor do produto (commodities), mais cuidado deve ser observado com a eficiência da rede (HUGOS, 2006, p.15, tradução nossa). 3.3.4 Informação Embora seja um bem intangível, a informação tem um papel decisivo na gestão da cadeia de suprimentos considerando que são as informações que servem de elemento de conexão entre os diversos estágios da cadeia de suprimentos, possibilitando que todos os participantes possam coordenar suas ações de forma conjunta, colocando em prática princípios que maximizam a lucratividade total da cadeia. A informação também é primordial para a coordenação de cada estágio da cadeia de suprimentos, uma vez que os participantes utilizam as informações sobre a evolução da demanda para elaborar seus programas de produção, permitindo, assim que a instalação produza todos os itens que lhe são demandados de modo eficaz. Do ponto de vista estratégico, a importância do componente informação tem aumentado substancialmente em razão de sua capacidade de tornar as organizações mais responsivas e mais eficientes conforme a orientação estratégica delineada pela empresa. É nesse contexto que os gerentes devem escolher quais informações são as mais valiosas para a redução dos custos e para a melhoria da responsividade dentro da cadeia de suprimentos. Esta decisão está diretamente relacionada com a estrutura da cadeia de suprimentos objeto da análise e com os segmentos de mercados atendidos (CHOPRA e MEINDL, 2003). No caso das empresas que atendem nichos específicos de clientes, que têm preferência bem definida por produtos customizados, a informação se constitui uma vantagem competitiva significativa, uma vez que proporciona condições para que essas organizações respondam mais rapidamente as exigências de cada um dos clientes desse grupo. As decisões relativas à coleta de informações nas cadeias de suprimentos estão relacionadas com os seguintes aspectos: Quais informações devem ser coletadas, e em que pontos da cadeia de suprimentos este processo deve ocorrer? Quais informações podem ser compartilhadas, e por quais participantes? Informações precisas e oportunas permitem melhor coordenação e podem ser usadas para elaboração de estudos de previsão de demanda em cada estágio da cadeia de suprimentos. Em uma etapa posterior, os gerentes formulam o planejamento agregado, que transforma as previsões em planos de ação para responder à demanda projetada. Uma vez concluído o planejamento agregado, detalhamento das necessidades de cada estágio, este se converte na informação mais importante a ser compartilhada por todos os participantes da cadeia de suprimentos. A informação contida no planejamento agregado vai nortear as compras de insumos dos fornecedores e quanto de cada produto estará disponível para clientes nos pontos de venda. Para compartilhar e analisar informações sobre os níveis de estoque, horário das coletas e entregas de produtos e posição dos produtos em processo que estão em movimento no interior 9 da cadeia de suprimentos, existe uma significativa variedade de tecnologias disponíveis (Internet, CE – Comércio eletrônico, EDI - Intercâmbio Eletrônico de Dados, VMI – Estoque Gerenciado pelo Fornecedor, RFID – Identificação por Rádio Freqüência, GIS – Sistemas de informação geográfica, GPS – Sistema de posicionamento global, etc). É fundamental que se procure atingir uma padronização em termos tecnológicos no momento de desenvolver e implementar a infraestrutura necessária que fornecerá apoio a integração dos sistemas de informação dos parceiros. Os gerentes poderão escolher entre medidas que privilegiem a qualidade, relevância e oportunidade da informação (reduzindo a eficiência) e a responsividade proporcionada pela informação dentro da cadeia de suprimentos. 4. Metodologia Considerando as particularidades do tema e o lócus do estudo, este trabalho de pesquisa pode ser caracterizado como sendo de natureza exploratória, qualitativa e descritiva, e foi realizada no segundo semestre de 2009 junto às empresas envasadoras e distribuidoras de água mineral que atuam na cidade de Belém, Estado do Pará. A coleta dos dados foi efetuada com base nas pesquisas bibliográficas e estatísticas junto aos órgãos reguladores da atividade de produção e distribuição de água mineral e, também através de entrevistas com os gerentes de logística, distribuição e vendas das empresas que atuam no segmento. A amostra foi selecionada a partir das empresas cadastradas no Departamento Nacional de Produção Mineral, sendo de natureza intencional, pois foi definida por conveniência, uma vez que foram validadas apenas as entrevistas efetuadas com gerentes das organizações que a elas se submeteram. Deste modo, os resultados não poderão ser extrapolados para além da amostragem definitiva (respondentes). As entrevistas foram realizadas pelos autores do trabalho e focaram basicamente na identificação e descrição de como as empresas participantes do estudo trabalham cada um dos componentes de desempenho (instalações, estoques, transportes e sistema de informação) propostos por Ballou (2006) e nos três grandes sistemas logísticos (suprimentos, distribuição e logística reversa). Essas informações foram a base para construção do modelo que representa o funcionamento da cadeia de suprimentos dos produtores/distribuidores de água mineral que atuam no Estado do Pará, e para as orientações sugeridas para melhorar a eficiência das suas operações. 4. Estudo de Caso A cadeia produtiva da água mineral no Estado do Pará tem a seguinte conformidade: 10 AMBIENTE INSTITUCIONAL - MACROAMBIENTE DNPM, ANVISA, CONAMA AMBIENTE ORGANIZACIONAL SINDICATOS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE ÁGUA MINERAL – ABINAM, TRANSPORTADORAS, BASA - FNO 1 2 3 5 6 7 4 ELOS DA CADEIA LEGENDA DE FLUXOS 1 FORNECEDOR DE INSUMOS 5 ATACADISTAS 2 FORNECEDORES DE VASILHAMES 6 VAREJISTAS FLUXO DE MATERIAIS 3 ENVASADORES 4 FORN. DE VAS. E ENVASADORES 7 MERCADO CONSUMIDOR LOGÍSTICA REVERSA FLUXO DE INFORMAÇÕES Figura 1 – Cadeia produtiva de água mineral no Estado do Pará Fonte: Elaborado pelos autores Os fornecedores de insumos disponibilizam insumos diretos e indiretos de produção ao elo seguinte da cadeia, que pode ser o fornecedor de vasilhames ou o envasador direto. Isto se dá porque, em algumas empresas, o elo correspondente ao fornecedor de vasilhames é junto com o elo que corresponde ao envase, portanto essas empresas fornecem, obviamente, seus próprios vasilhames e ainda fornecem para outras empresas envasadoras. O elo seguinte, conforme dito é o dos envasadores, correspondente às empresas que engarrafam água de fato, ou seja, as que compõem o produto final. Posteriormente, encontram-se os atacadistas, que correspondem aos distribuidores, que são empresas que compram em grandes volumes dos envasadores para venderem em áreas específicas. Em seguida vêm os varejistas, que geralmente estão situados nas áreas de atuação dos atacadistas, sendo que estes podem ser: supermercados, depósitos, mercearias, etc. Finalmente, no último elo da cadeia, se encontram os clientes finais, que correspondem ao elo onde há o consumo do produto. Inversamente ao fluxo de materiais e produtos tem-se o fluxo reverso de vasilhames e informações. O fluxo reverso de vasilhames ocorre nos retornáveis de 20000 ml, sendo que os mesmos seguem até as envasadoras e, após passarem por inspeções, são envasados novamente; se não forem aprovados são armazenados para depois serem triturados para então formarem a mistura com matéria-prima virgem que irá compor o novo vasilhame. 4.1 Análise do Componente “Instalações” 11 As instalações da cadeia da água mineral são bastante peculiares em cada elo, sendo que as mesmas são rigorosamente fiscalizadas por órgãos governamentais, pois trata-se de um bem de consumo humano, considerado até mesmo um gênero alimentício. Os fornecedores de vasilhames e as empresas envasadoras que fabricam seus vasilhames têm que ter instalações com condições boas de temperatura e arejamento para seus insumos de produção, assim como os locais de armazenamento dos vasilhames, que também têm que atender a normas baixadas pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). As instalações dos envasadores são próximas à fonte e, conseqüentemente, seus armazéns também. As puxadas dos atacadistas ocorrem junto aos envasadores e seus estoques são mantidos em armazéns em locais estratégicos levando-se em conta as regiões de venda, pois como dito, cada distribuidor tem sua área de atuação. Aqui acredita-se que quanto maior a proximidade das instalações de distribuição aos pontos de varejo maior a responsividade e eficiência; pois como a distribuição é de acordo com a região de atuação, bastaria tal proximidade ao invés de possuir inúmeras instalações, mesmo com o distribuidor situando-se em municípios distantes, pois o volume será transportado até os centros. 4.2 Análise do Componente “Estoque” O gerenciamento de estoques na cadeia da água mineral no Estado do Pará é considerado crítico, qualquer que seja o elo, principalmente no que diz respeito ao fornecimento dos insumos de produção em razão da distância que os principais fornecedores estão do elo correspondente ao envase. Até mesmo as poucas empresas que lidam apenas com fornecimento de vasilhames no Estado também experimentam dos problemas gerados pelas grandes distâncias que os fornecedores de insumos (necessários à produção de vasilhames) estão das mesmas. A saber, quais insumos: preformas de PET, polipropileno policarbonato, ambos insumos utilizados para soprar/extrusar vasilhames. As empresas que têm em seu elo correspondente o fornecimento de vasilhames e envase juntos apresentam problemas maiores ainda, pois têm que gerenciar os estoques de insumos e produtos acabados. A análise do gerenciamento dos estoques de insumos de produção na cadeia consiste em avaliar o trade-off entre responsividade e eficiência. A cadeia apresenta longos “lead times” devido às grandes distâncias, os produtos oferecidos apresentam características funcionais e a competitividade no mercado é basicamente regulada pelos custos. É importante enfatizar que em estados em que a cadeia é mais desenvolvida, o padrão de competitividade também é marcado pela diferenciação. Assim vale dizer que a cadeia tem caráter razoavelmente eficiente, pois se acredita que apesar de o padrão de competitividade ser em custo, a empresa deve manter de médios a grandes níveis de estoque de insumos, o que representa alta responsividade e baixa eficiência. Isto é necessário em virtude, como dito anteriormente, por conta das grandes distâncias a que se encontram os grandes fornecedores, sendo que este problema ainda é agravado pelas incertezas de mercado as quais a água mineral está sujeita principalmente com a sazonalidade bastante imprevisível. Em relação a produtos acabados, ou seja, a água engarrafada comercializada pelos envasadores, o gerenciamento dá-se de acordo com a classificação em retornável ou descartável. 12 Para o retornável de 20000 ml é necessário que se mantenham níveis razoáveis a elevados de estoque, pois como o padrão de diferenciação não é marcante nesse produto no Estado, decorre que há grandes picos nas vendas decorrentes dos distribuidores; assim como o contrário também ocorre, porque simplesmente o consumidor final se interessa em comprar água em um ponto de venda e não uma marca específica. Assim a variabilidade é alta, o que acaba gerando estoques elevados para que haja alto grau de responsividade, porém baixa eficiência devido a custos gerados pelas altas quantidades armazenadas. Cabe ainda gerenciar o fluxo reverso de vasilhames, que constitui na volta dos vasilhames para serem envasados novamente. É interessante que as empresas envasadoras tenham uma quantidade ótima de vasilhames retornáveis, pois como há o problema da variabilidade da demanda, pode ser que eles se esgotem e a linha de produção tenha que parar por falta deles. Os descartáveis, demais embalagens, dependem muito da estrutura do canal de distribuição, pois dependem de volume para sustentar seus custos. E depende muito, também, da empresa envasadora em questão, pois, por exemplo, as duas empresas líderes cujas participações de mercado superam 50% apóiam a venda em canais de distribuição de outros produtos, enquanto as demais vendem quantidades bem menores a distribuidores devido à incerteza que as puxadas deles têm. Assim, o nível dos estoques vai depender inclusive desse fator, ou seja, alta responsividade e baixa eficiência para as empresas líderes (altos níveis de estoques) e baixa responsividade e alta eficiência para as demais empresas ( baixos níveis de estoques). 4.3 Análise do Componente “Transporte” Outro componente crítico, função das grandes distâncias, é o transporte de insumos de produção e produtos acabados na cadeia que se dá basicamente através de rodovias. Sendo assim, como se tratam de produtos com baixo valor agregado, os mesmos necessitam de grandes volumes para justificarem sua movimentação, o que praticamente obriga os participantes da cadeia a usar o modal rodoviário como meio de transporte. A questão crítica reside na vulnerabilidade às incertezas do ambiente em termos de oferta e demanda a que os elos de envase e de fornecimento de vasilhames estão sujeitos; o que faz surgir grandes preocupações com questões relativas à responsividade/eficiência. Os insumos de produção percorrem grandes distâncias até chegar às empresas envasadoras, porque, conforme dito, em sua grande maioria vem de Estados de sul e sudeste, logo o “lead time” de ressuprimento pode ser bastante longo. Somam-se aí as incertezas de demanda e, então, dessa maneira, destaca-se a importância do alinhamento de estoque, informação e transporte da empresas ao longo de toda a cadeia produtiva. Às vezes surge a necessidade de transportar os insumos em um modal de transporte mais rápido, o que aumenta a responsividade, porém diminui a eficiência porque os custos se elevam bastante. Mas em certas situações tem que se fazer uso dos mesmos quando, por exemplo, há um pico de demanda confirmada, ou seja, com produtos para serem entregues, sendo que a produção não estava preparada para atendê-la. Logo, tem que haver uma ponderação entre o alto custo de um frete e custo de exclusão de um pedido, tanto para o caso do envasador quanto do fornecedor de vasilhames. Quanto ao elo dos atacadistas, estes possuem frotas próprias para distribuição de produtos acabados, ou seja, quando seus estoques atingem certo nível (ponto de pedido) eles se dirigem até os envasadores para executar uma puxada. Em seguida, mantêm os produtos armazenados até que os varejistas façam pedidos e eles tenham que transportar os produtos até os pontos de venda, geralmente utilizando caminhões menores para isso. 13 Portanto nota-se que a questão chave para o transporte reside no fornecimento dos insumos de produção, ela é determinante para que as empresas os tenham no momento que necessitam destes e na quantidade certa. Dessa questão também depende o volume de produto acabado à disposição no momento de um pedido, principalmente entre os elos de envase e distribuição, onde as quantidades movimentadas de produtos acabados são elevadas. 4.4. Análise do Componente "Informação" A informação na cadeia da água mineral no Estado do Pará também é um ponto crítico, mas pelo fato do desalinhamento entre os elos da cadeia. Não existe um sistema de informação efetivo entre os elos, tão pouco tecnologia, principalmente no sentido à jusante a cadeia, salvo empresas que exportam para outros municípios, as quais monitoram os níveis de estoque das empresas importadoras, porque geralmente são empresas coligadas, porém mesmo assim ainda há problemas com estas. No caso dos distribuidores, na maioria das vezes, a única informação com que trabalham é a demanda confirmada, ou seja, a venda propriamente dita, aí quando o ponto de pedido do estoque é atingido uma puxada tem que ser realizada. Dessa forma, então, o envase tem que produzir, às vezes, seguindo uma demanda já confirmada, porque uma previsão pode ser extremamente arriscada, já que a mesma pode vir carregada de erros em um fenômeno conhecido como efeito chicote, ou seja, os erros de previsões são amplificados no sentido a montante à cadeia de produção. Sendo assim, esse componente carece de muita atenção, pois é totalmente incipiente nessa cadeia produtiva, sendo que sua melhor utilização se dá apenas nos elos mais a montante da cadeia, ou seja, para que os insumos de produção sejam melhor assistidos, já que são fatores críticos devidos às grandes distâncias. 5. Conclusão O estudo de análise da cadeia de suprimentos para qualquer setor produtivo é de crucial importância para melhor visualização dos fluxos que nela existem e conseqüente mapeamento das oportunidades de eficiência para todos os participantes, bem como a redução dos níveis de estoques. Este trabalho consistiu na elaboração do mapeamento da cadeia de suprimentos da água mineral no Estado do Pará e sua posterior análise a luz dos componentes de desempenho logísticos. Verificou-se que a cadeia possui fragilidades operacionais que comprometem o desempenho dos participantes, como a necessidade de percorrer grandes distâncias e variabilidade dos tempos de ressuprimentos dos fornecedores de insumos de produção; altos níveis de estoque de insumos e produtos acabados como forma de proteção contra incertezas ambientais, mas que acabam por mascarar os problemas que afligem a cadeia; falta de coordenação do fluxo de informações necessário para determinar melhores práticas de gerenciamento da demanda, dos estoques e movimentações de expedição; integração precária dos elos da cadeia; e dificuldade de conseguir meios de exportação dos produtos devido à estrutura do mercado. Da análise dos componentes nota-se que há a necessidade de desenvolver o canal de distribuição para melhorar o fluxo de materiais e informações, além da promoção de uma maior integração dos elos da cadeia e a partir de um sólido sistema de informação, utilizandose das tecnologias existentes como, por exemplo, o VMI (Vendor Management Inventory estoque controlado pelo fabricante). 14 Referências ABINAM. Dados imprecisos não permitem avaliação correta do mercado de águas minerais no Brasil. Revista Água & Vida. n. 44, p. 20, 2006. ARNOLD, J.R.T. Administração de materiais. São Paulo: Atlas. 1999. BALLOU, R.H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos / Logística Empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman. 2006. BOWERSOX, D.J. & COOPER, M.B. Gestão logística da cadeia de suprimentos. Bookman: São Paulo, 2006. COOPER, M.C.; LAMBERT D.M. & PAGH, J.D. Supply Chain Management: More than a New Name for Logistics. International Journal of Logistics Management, v. 8, n. 1, p. 1-13, 1997. 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