UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA ANÁLISE DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE PSICOLOGIA SOBRE O TEMA INCLUSÃO – 2000/2005 FRANCISCO CIRO GIORDANI Itajaí, (SC) 2007 1 FRANCISCO CIRO GIORDANI ANÁLISE DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE PSICOLOGIA SOBRE O TEMA INCLUSÃO – 2000/2005 Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientadora: Profª. Maria Nascimento André, MSc. Itajaí SC, 2007 Isabel do 2 Dedicatória Eu Francisco Ciro Giordani, dedico este trabalho a todos aqueles que acreditaram no meu potencial de um dia finalizar este Trabalho de Conclusão de Curso. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter dado esta chance de estar produzindo. A toda minha família. À professora Maria Isabel do Nascimento André, sem ela este trabalho não teria sido concluído. Aos professores Eduardo José Legal e Maria Lúcia Lorenzetti. Às professoras Lísia Regina Ferreira Michels e Miriam Cristina Frey de Lira, por terem lido e avaliado este trabalho À toda a equipe do PADEF – Programa de Atenção aos Discentes, Egressos e Funcionários da UNIVALI, em especial as estagiárias Ana Lúcia Büchele Zunino, Caroline Santiago, Ilana Karen Morona, Jianny Batista Coelho e Marina Acássia Ientsch, que me auxiliaram ao longo da confecção deste trabalho. 4 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS.......................................................................................... 05 RESUMO............................................................................................................. 06 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 07 CAPÍTULO 1....................................................................................................... 11 DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO CAPÍTULO 2 ...................................................................................................... 18 ASPECTOS ATUAIS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA CAPÍTULO 3 ...................................................................................................... 22 PESQUISAS SOBRE INCLUSÃO NO CURSO DE PSICOLOGIA DA UNIVALI – CAMPUS ITAJAÍ CAPÍTULO 4 ...................................................................................................... 37 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 39 APÊNDICE ......................................................................................................... 42 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 ...................................................................................................................23 Tabela 2 ..................................................................................................................24 Tabela 3 ...................................................................................................................25 Tabela 4 ...................................................................................................................25 Tabela 5 ...................................................................................................................26 6 ANÁLISE DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE PSICOLOGIA SOBRE O TEMA INCLUSÃO Acadêmico: Francisco Ciro Giordani Orientadora: Maria Isabel do Nascimento André, Msc. Data de defesa: outubro/2007 Resumo: Esta é uma pesquisa documental com objetivo de analisar as monografias do Curso de Graduação em Psicologia da UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí) Campus Itajaí, no período de 2000 a 2005 sobre inclusão de pessoas com deficiência. Para alcançar o objetivo da pesquisa foi realizado um levantamento dos trabalhos produzidos e defendidos durante o período citado acima; pontuando os temas trabalhados pelos pesquisadores; averiguando quais foram os sujeitos investigados nas pesquisas; investigando os procedimentos metodológicos utilizados; enumerando os tipos de análise de dados empregados; elucidando as vertentes teóricas empregadas nas definições de deficiência; examinando quais as conclusões e sugestões dos autores; analisando as concepções de deficiência dos autores e apontando indicadores para futuras produções na temática da inclusão de pessoas com deficiência. Percebe-se que de um total de 240 trabalhos defendidos, apenas quinze abordam o tema inclusão. Este fato pode estar relacionado ao processo inclusivo ser uma temática de difícil discussão e de pouca divulgação no Curso de Psicologia da UNIVALI, pois as disciplinas relacionadas ao tema são ministradas no curso depois do aluno ter seu projeto de pesquisa pronto. Palavras-chaves: pesquisas, psicologia, inclusão e deficiência. Área de Concentração: 7.07.00.00-1 – Psicologia. Banca Avaliadora: ___________________________________ Profª. Lísia Regina Ferreira Michels, MSc. (avaliadora) ______________________________________ Profª. Miriam Cristina Frey de Lira, MSc (avaliadora) ____________________________________________ Profª Maria Isabel do Nascimento André, MSc (orientadora) 7 INTRODUÇÃO Este trabalho traz um levantamento dos TCCs do Curso de Psicologia com o intuito de caracterizar o perfil dos Trabalhos de Conclusão de Curso que falam sobre Inclusão. Para atender as necessidades educacionais de seus alunos é preciso que a escola sistema se modifique. Nesse momento, caberá a ela atender a uma parcela social que até então esteve excluída de seus projetos e planos de trabalho, ainda que estivesse presente em suas dependências. Entretanto, não há como ignorar que nosso sistema de ensino não está apto a oferecer possibilidade de escolhas ou qualidade de serviços e, na maioria das vezes, as pessoas com deficiência têm acesso apenas a uma carteira, em uma sala de aula, com uma professora e tomando um lugar que nem sempre foi desejado pela pessoa com deficiência, sendo indevidamente planejado pelo processo educativo, sem garantia alguma de bem estar físico e social e, principalmente, de acesso a um ensino de qualidade (ZANATA, 2001 apud MENDES, 2002). A educação ainda não está apta à inclusão de pessoas com deficiências, isto é, poucos são os profissionais realmente capacitados para trabalhar com esta população. Devido a isto, muitos são aqueles que, mesmo inseridos na sala de aula, ainda encontram barreiras que dificultam a aprendizagem, deparando-se também com ambientes que estão inadequados para a sua necessidade. Segundo Mantoan (2003), a inclusão é uma nova perspectiva que não afeta somente o aluno com deficiência, mas sim os outros que se encontram no mesmo ambiente. Ressalta-se o fato de que [...] alguns professores se mostram relutantes a flexibilizar seus estilos de ensino para poder dar uma melhor acomodação aos alunos portadores de necessidades especiais, muitos não estão dispostos a fornecer textos para os estudantes surdos ou permitir a gravação de aulas para os estudantes cegos (VASH, 1988 apud DÍAZ, 2002, p. 47). Como pesquisador e pessoa com deficiência, encontrei e encontro dificuldades com relação à universidade. Houve resistência dos professores em adequar as avaliações, tais como provas e trabalhos para minha realidade e isso também acontecia com os textos solicitados para as aulas pois, para que eu tenha 8 acesso ao material de estudo, preciso que os textos sejam preparados com antecedência. Gostaria de pontuar que, apesar de possuir lesões cerebrais que comprometeram minha visão, coordenação motora e linguagem oral, houve a preservação da área cognitiva. Entretanto, percebia que alguns professores não acreditavam em meu potencial e, com isso, não percebiam a pessoa que existe por trás de uma deficiência. Ser visto como “deficiente” antes de ser visto como pessoa não foi uma dificuldade que ocorreu apenas comigo. Muitas outras pessoas com deficiência sofrem com esse estigma. Conforme Morin (2003, p.21): é preciso dedicar um espaço às “marcas” cunhadas nas “pessoas com deficiência”, durante séculos de história, através da mitologia, da religiosidade e da supersticiosidade, o que contribui significativamente para que a vida se apresentasse como mero “pano de fundo”, já que a “deficiência” é o que mais realça, visto o impacto e o desconforto que gera no outro. O mesmo autor ainda acrescenta que, ao se pensar a inclusão da pessoa com deficiência no funcionamento diário de uma instituição escolar, fatalmente haverá o confronto com ramificações relativamente inesperadas e incoerentes, em relação ao que significa conceber a educação a partir de um ponto de vista inclusivo. Tal confronto obriga a refletir e, conseqüentemente, a repensar a deficiência não só como é percebida, mas também como é vivenciada no ambiente escolar. Tendo em vista as colocações de Morin (2003) acima citadas, torna-se evidente que a mudança de concepções acerca da deficiência deve ser construída sem nenhum estigma. Porém esta construção não será fácil nem instantânea. Ao contrário, compõe-se de um processo lento e gradativo. E só será possível através de estudos pertinentes e sistemáticos sobre a educação inclusiva. Esta pesquisa tem como objetivo geral caracterizar o perfil da produção científica no Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – Campus I, no período de 2000 a 2005 sobre inclusão de pessoas com deficiência. O meio utilizado para alcançar o objetivo geral desta pesquisa foi o de quantificar o número de trabalhos produzidos e defendidos durante o período; pontuar os temas trabalhados pelos pesquisadores; averiguar quais foram os sujeitos investigados nas pesquisas; investigar os procedimentos metodológicos utilizados; enumerar os tipos de análise de dados empregados; elucidar as vertentes teóricas empregadas nas definições de deficiência; examinar as conclusões e sugestões dos autores e, a partir da análise 9 desses dados apontar indicadores para futuras produções na temática da inclusão de pessoas com deficiência. Para a realização desta pesquisa foi utilizada a metodologia da pesquisa documental, sendo que esta assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica utiliza-se fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, enquanto a pesquisa documental utiliza-se de materiais que não receberam tratamento analítico. As fontes de pesquisa documental são mais diversificadas e dispersas do que as da pesquisa bibliográfica. Para Lüdke e André (1986, p. 38), "a análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema”. Quanto ao desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfica. De acordo com Marconi e Lakatos (2001), os passos da pesquisa bibliográfica são os seguintes: 1. escolha do tema; 2. elaboração do plano de trabalho; 3. identificação; 4. localização; 5. compilação; 6. fichamento; 7. análise e interpretação e 8. redação. O material coletado e analisado é utilizado para corroborar evidências de outras fontes e/ou acrescentar informações. É preciso ter em mente que nem sempre os documentos retratam a realidade, por isso, é importantíssimo tentar extrair das situações as razões pelas quais os documentos foram criados (TRIVIÑOS, 1987). Nesta pesquisa, a análise dos trabalhos de conclusão de curso foi realizada a partir da leitura dos mesmos, segundo o roteiro de análise produzido de acordo com os objetivos. Segundo Nunes (2003), a partir dos roteiros preenchidos é efetuada uma análise qualitativa através da construção de tabelas que sintetizem as principais informações sobre o elenco dos estudos analisados e que permitem posteriormente, 10 avaliar a distribuição da freqüência segundo o local do estudo (universidades dos programas de pós-graduação, estado e instituição escolar), tema, população-alvo (categoria, faixa etária e nível sócio-econômico), metodologia, tipo de revisão bibliográfica e concepção teórica utilizada pelo autor. Quanto a relevância desta pesquisa, pode-se afirmar que a partir dos dados analisados novos pesquisadores poderão guiar suas linhas de pesquisa no tema inclusão para questões teóricas e práticas ainda não investigadas. Para que haja um crescimento significativo da produção discente sobre inclusão é de grande importância que futuros pesquisadores possam abordar assuntos em que há defasagem de pesquisas. 11 Capítulo 1 DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO Para entendermos o processo de inclusão é necessário conhecer a evolução do conceito de deficiência. Esta evolução pode ser compreendida através de um resgate histórico, onde se pôde verificar que as pessoas com deficiência eram vistas como inválidas e agora com o processo de inclusão elas passaram a ser vistas como pessoas produtivas, porém ainda sofrem o estigma da exclusão. Analisando a literatura existente fica uma certeza: a quase constante situação de segregação e exclusão das pessoas com deficiência que decorreu da evolução da humanidade e que ocorre até os dias atuais. Ao analisar a evolução histórica do conceito de deficiência, percebe-se que os sistemas de ensino foram sendo estruturados de forma a abranger cada vez mais um número maior de pessoas com deficiência. A deficiência sempre foi um estigma perante a sociedade e é caracterizada a partir do mesmo. O estereótipo está presente nas ações das pessoas sem deficiência em relação às pessoas com deficiência. Assim, observamos que, ao longo da história, as pessoas com deficiência vêm sendo consideradas de diferentes maneiras, sempre relacionadas aos valores sociais, morais, filosóficos, éticos e religiosos de cada época. Isto é, historicamente as pessoas com deficiência foram e ainda são consideradas conforme as diversas concepções de homem e de sociedade nas diferentes culturas (KASSAR, 2000). Na Idade Antiga, acreditava-se que o "comportamento diferente" da pessoa com deficiência era conseqüência de forças sobrenaturais, sugerindo a crença em uma origem demoníaca das doenças e, mais especificamente, da deficiência mental. Com o advento da Idade Média, intensificou-se a crença no sobrenatural. O homem passou a ser submetido a poderes invisíveis, tanto para o bem quanto para o mal (PERANZONI e FREITAS, 2000). Os mesmos autores acrescentam que em torno do século XVIII, começam a aparecer explicações científicas para esses comportamentos. Observa-se que até o início do século XIX a deficiência estava associada à incapacidade, à idéia de inutilidade e dependência e não havia nenhuma preocupação com a mudança desse quadro. O abandono e a eliminação das pessoas com deficiência eram atitudes 12 comuns e eram fundamentadas em preceitos morais e éticos que regiam as relações sociais das diferentes épocas. Como diz Wainer (1999) na época da institucionalização dos hospitais psiquiátricos como reduto dos anormais da sociedade (séc. XIX), as pessoas que hoje são conceituadas como deficientes não eram separadas das pessoas com transtorno mental, sendo confinadas nas mesmas instituições e classificadas dentro da grande categoria da anormalidade. Entretanto, somente no final do século XIX e no início do século XX é que se criaram instituições para as pessoas com deficiência mental moderada e profunda, com a finalidade de afastá-los do convívio social. É do início do século XIX a institucionalização do conceito de debilidade mental, como terminologia técnica de classificação da medicina, mais particularmente da psiquiatria e da neurologia (WAINER, 1999). Segundo o Instituto Benjamin Constant (2005), considera-se pessoa com deficiência aquela que apresenta, em caráter permanente ou temporário, perdas ou reduções de sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidades, dentro do padrão considerado normal. No uso cotidiano, o conceito de deficiência faz parte da realidade da educação especial, da assistência social, da psicologia e de algumas especialidades da medicina (WAINER, 1999). A deficiência está dividida em categorias. Dentro da possibilidade de categorias que são criadas através do processo de normatização, ela se encontra no extremo da naturalização, que visa tornar inquestionável sua origem orgânica. Com isso não requer um saber mais aprofundado, já que a diferença está estampada na cara, no olhar dessas pessoas. Ao mesmo tempo, essa suposta facilidade de identificação desculpa os cidadãos que se consideram normais pela exclusão desses grupos categorizados. Com isso para lidar com essas pessoas é necessário o apoio do conhecimento técnico, acumulado pela pedagogia especial, pela psicologia, pela medicina. (WAINER, 1999). Segundo Ferreira e Guimarães (2003) as contradições que cercam a tradicional e comum expressão "pessoa portadora de deficiência", que tem sido substituída por outras, como "pessoas portadoras de necessidades especiais" ou "portadoras de necessidades educacionais especiais", quando concernentes à escolarização. Embora seus usos tentem minimizar ou descaracterizar as deficiências em si mesmas, é indispensável usar de certo cuidado, porque nem sempre aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais são, 13 necessariamente, "alunos com deficiências". Uma outra impropriedade dessas expressões é que o termo "portadoras" parece inadequado. Necessidades não se portam, como objetos; necessidades são experimentadas e manifestam-se. Há que ter olhos para vê-las; vontade e condição de satisfazê-las. Ferreira e Guimarães (2003) exclarecem que deficiência tem origem no latim, deficiens, de deficere, que quer dizer "ter uma falha". De de+facere, "fazer". Aquele que não consegue fazer. Um corpo imperfeito, erro da natureza. A área denominada de Educação Especial expandiu-se, no Brasil, com a criação de entidades filantrópicas assistenciais e especializadas destinadas à população das classes excluídas socialmente e economicamente. Ao lado dessas instituições, surgiram clínicas e escolas privadas para o atendimento das pessoas com deficiência das classes mais altas. Em relação ao atendimento, notamos um número elevado de profissionais ligados ao modelo biomédico da deficiência, pelo qual esta é vista como um "problema" do indivíduo e, por isso, a própria pessoa com deficiência terá que mudar para se adaptar à sociedade ou terá que ser mudado por profissionais através da reabilitação ou cura (KASSAR, 2000). Eventualmente, as necessidades especiais podem ser educacionais, ou seja, pertinentes ao campo da educação. É freqüente o uso indiscriminado das expressões "necessidades especiais" e "necessidades educacionais especiais”. Ambas são abrangentes, o que tem gerado muitas e variadas interpretações, quanto ao entendimento e ao atendimento educacional mais adequado, além de oferecerem o risco de criar um outro sistema de estereótipos para categorizar as necessidades. Necessidades especiais podem ser consideradas como as exigências de um determinado indivíduo, em decorrência da falta ou da privação das condições orgânicas ou psicológicas, estruturais ou funcionais, que se manifestam no cotidiano (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003). A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os deficientes são pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. ( SASSAKI, 2003, s/p). Diante do exposto o termo mais adequado para referir- se a uma pessoa que possui uma deficiência é a expressão “pessoa com deficiência”, pois esta 14 pessoa não é a deficiência, mas vivencia a deficiência. Ressalta-se que o adjetivo” portador” refere-se a portar algo e a deficiência não é algo que se porte, ou seja, não há como abandonar a deficiência. Dessa forma, a terminologia apresentada por Sassaki (2003)caracteriza com mais clareza a forma como devem ser denominadas as pessoas que apresentam algum tipo de deficiência. O modelo biomédico foi o primeiro modo de categorizar as pessoas com deficiência. Este modelo se refere à pessoa com deficiência conforme a condição de impossibilidade da pessoa, o que necessariamente não corresponde à verdade. Assim compreendidos, o termo "impedimento" diz respeito a uma alteração, dano ou lesão psicológica, fisiológica ou anatômica em um órgão ou estrutura do corpo. A "deficiência" está ligada às seqüelas que impossibilitam a execução de uma atividade, e a "incapacidade" refere-se aos obstáculos encontrados pelas pessoas com deficiência, em sua interação com a sociedade, levando-se em conta a idade, o sexo, os fatores culturais, sociais e econômicos. Segundo Rubem Alves (1998 apud FERREIRA e GUIMARÃES, 2003) o erro da natureza não pode ser escondido: ele está visível, evidente a todos os que têm olhos. O seu corpo é diferente dos corpos dos "normais", não é da forma como deveria ter nascido, pertence ao conjunto daqueles que "fugiram da norma", que são "a-normais". Sobre o indivíduo considerado deficiente incidirá o estigma da "incapacidade", do impedimento, da "invalidez". Recairá sobre ele o fardo da opressão e da impotência. Após o modelo Biomédico surgiu uma outra maneira de ver a pessoa com deficiência que é o modelo psicossocial da deficiência. Ele engloba não apenas o que o indivíduo traz de desvantagens, como o que a sociedade traz em si mesma de incompetência. Dessa forma, o sentido da deficiência, na vida de uma pessoa, é o resultado do entrelaçamento de sua história pessoal com o meio social onde vive. Depende do ponto de vista ou da compreensão da pessoa que atribui e de quem recebe o atributo. Constituído no movimento histórico das relações entre os homens, o conceito de "deficiência" só pode ser entendido se analisado do ponto de vista individual de cada pessoa, pois o que é deficiente para uns não é para outros, tudo vai depender de que homem, sociedade e mundo estamos nos referindo (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003). Como podemos ver nos diferentes conceitos utilizados para designar as pessoas com deficiência, houve grande avanço na forma como a sociedade se refere a essas pessoas, mas mesmo assim a sociedade criou uma estrutura onde 15 excluía e ainda exclui as pessoas com deficiência, marginalizando e retirando seus direitos. Essas pessoas, sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas (MACIEL, 2000). Os pais ou responsáveis por pessoas com deficiência, por sua vez, também se tornam pessoas com deficiência: eles precisam de orientação e principalmente do acesso a grupos de apoio. Na verdade, são eles que intermediarão a integração ou inclusão de seus filhos junto à comunidade. (MACIEL, 2000, s/p) Para entendermos o processo da inclusão devemos falar do processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial, pois é tão antigo quanto a socialização do homem (MACIEL, 2000). De acordo com Sassaki (1997, p. 30-31) apud Chicon e Soares (200-) a idéia de integração surgiu para derrubar a prática de exclusão social a que foram submetidas as pessoas deficientes por vários séculos. A exclusão ocorria em seu sentido total, ou seja, as pessoas portadoras de deficiências eram excluídas da sociedade para qualquer atividade porque antigamente elas eram consideradas inválidas, sem utilidade para a sociedade e incapazes para trabalhar, características estas atribuídas indistintamente a todos que tivessem alguma deficiência. Assim sendo, na integração, o aluno com deficiência tem que se adaptar ao modelo imposto pelas instituições educacionais. Chicon e Soares (200-) colocam que a integração surgiu para ocultar o fracasso escolar inserindo as pessoas com deficiência sem oferecer adaptações necessárias para o aluno. Para Agostinho et al (2003, s/p) o percurso evolutivo de desenvolvimento da integração escolar tem abandonado, pouco a pouco, uma prática educativa mais tradicional (com princípios, valores, respostas curriculares e organizacionais únicas, fechadas e por vezes inflexíveis), onde a integração se fazia apenas pela partilha do mesmo espaço físico, para uma prática educativa em que a intervenção pedagógica passa a ser o meio por excelência para operacionalizar a integração, e a escola o eixo central em torno do qual gira a integração escolar em que poderão ser educadas todas as pessoas, sem exceção. Baseada nos princípios da integração acima citados, a chamada Educação Inclusiva, teve início nos Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e já se encontra na sua terceira década de implementação. Há um cruzamento entre o movimento da Educação Inclusiva e a busca de uma escola de qualidade para todos. Há propostas de modificações curriculares visando à implantação de programas mais adaptados às necessidades específicas das pessoas com deficiência, tendo sido dada ênfase especial no estabelecimento dos componentes de autodeterminação da pessoa deficiente. As equipes técnicas das escolas também têm sido trabalhadas para fornecer um atendimento mais adequado ao professor de classe comum (MRECH, 2001 s/p). 16 Segundo Sassaki (1991) o movimento de inclusão começou incipientemente na segunda metade dos anos 80 nos países mais desenvolvidos, tomou impulso na década de 90 também em países em desenvolvimento e vai se desenvolver fortemente nos primeiros 10 anos do século XXI envolvendo todos os países. Xavier (2000) diz que o Brasil vem tendo, nos últimos anos, grande progresso real do entendimento do conceito de inclusão na educação, no trabalho e na vida social para pessoas com todo tipo de deficiências. Durante os últimos anos o crescente interesse no tema educação inclusiva tem gerado inúmeros livros e publicações brasileiras, bem como eventos em todo o país, como afirma este mesmo autor. A prática da inclusão consolidou-se nos anos noventa, seguindo o modelo social da deficiência, segundo o qual a tarefa é a de modificar a sociedade para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que poderão ter suas necessidades atendidas, comuns e especiais (BRASIL, 1998). Segundo Sassaki (1997) os países desenvolvidos, como os E.U.A., o Canadá, assim como a Espanha e a Itália, foram os pioneiros na implantação de classes inclusivas e de escolas inclusivas. Com algumas exceções, boa parte da literatura pertinente às práticas inclusivistas na educação começa a surgir na década de 90, basicamente relatando experiências que vêm ocorrendo a partir do final dos anos 80 aos dias de hoje (CHICON e SOARES, 200-). De acordo com Mantoan (1997, p.145) apud Chicon e Soares (200-, p.12 e 13) a noção de inclusão não é incompatível com a integração, porém institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática. O vocabulário integração é abandonado, uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já foram anteriormente excluídos; a meta primordial da inclusão é a de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Pelo modelo social da deficiência “a sociedade é chamada a ver que cria problemas para as pessoas com deficiência, causando-lhes incapacidades (ou desvantagens) no desempenho de papéis sociais” (CHICON e SOARES, 200-, s/p). 17 Pereira (s/d) diz que falar sobre inclusão escolar nos faz repensar o sentido que se está atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e resignificar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo a complexidade e amplitude que envolve essa temática. O autor acrescenta que a idéia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse princípio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo. O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino regular. No entanto, o paradigma da segregação é forte e enraizado nas escolas e com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em espaços especializados. Contudo, a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as controvertidas posições e opiniões sobre o termo. Portanto, a integração vem do modelo médico onde a sociedade não se adapta a pessoa com deficiência, enquanto que a inclusão vem do modelo social da deficiência onde a sociedade cria adaptações para que haja a inclusão. 18 Capítulo 2 ASPECTOS ATUAIS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter conhecimento das mais variadas diversidades, o que é possível ser trabalhado, ou o que o educando já possui de conhecimento, como também e principalmente, respeitar suas limitações, reconhecendo suas diferenças e ressaltando suas potencialidades. Ao discutir as implicações educacionais em relação aos aspectos da inclusão, temos como objetivo alertar educadores para o fato de que este processo está apenas começando a ser posto em prática no campo da educação. As reformas e transformações profundas, tanto no plano pessoal quanto no plano político e social, são necessárias se não quisermos pôr a perder a possibilidade de transformar nossas escolas em escolas mais justas, abertas de verdade a todos e oferecendo, eficaz e efetivamente, uma educação diferenciada e de qualidade a todos. Além disso, a avaliação inclusiva é diversificada: são oferecidas várias oportunidades e formas diferentes do aluno mostrar como está se saindo ao longo do processo educacional. Se o aluno apresenta dificuldade em sua expressão escrita, por exemplo, a escola provê formas alternativas através das quais ele possa complementar sua expressão e mostrar o resultado de seu processo educacional (por exemplo, oralizando). Esta forma de avaliar possibilita que um processo de negociação entre aluno e professor se instaure na relação pedagógica, o que por sua vez apenas enriquece a experiência educacional de ambas as partes (SANTOS, 2001) Segundo Ferreira (1998), na década de 60, não havendo leis que defendessem os direitos educacionais das pessoas com deficiência, destacava-se o descompromisso do ensino público com esta população. Já em meados de 1970, o texto jurídico apenas indicava um tratamento diferencial às pessoas com deficiência a ser regulamentado pelos Conselhos de Educação - processo que se estendeu ao longo desta década. Ferreira (1998) diz que a presença da educação especial na Lei certamente reflete certo crescimento da área em relação à educação geral, nos sistemas de ensino, principalmente nos últimos 20 anos. Na Constituição de 1988, que contém vários dispositivos relacionados às pessoas com deficiência, destaca-se, na 19 educação, o inciso III do Artigo 208, definindo como dever do Estado o "atendimento educacional especializado às pessoas com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino". E também deve-se oferecer uma educação de qualidade com profissionais especializados na área para oferecer uma educação condizente à pessoa com deficiência. É certo que o registro legal, por si, não assegura direitos, especialmente numa realidade em que a educação especial tem reduzida expressão política no contexto da educação geral, reproduzindo talvez a pequena importância que se concede às pessoas com deficiência em nossas políticas sociais. Daí se entendem manifestações comuns na área que postulam que a legislação fundamental já está dada e se trata de fazer cumpri-la. Ou seja, toda pessoa tem por lei garantida a sua entrada e permanência na escola regular, e também nas universidades (FERREIRA, 1998). Em 1990, aconteceu a Conferência Mundial sobre Educação para Todos. Nesta conferência, as Nações Unidas garantiam a democratização da educação, independentemente das diferenças particulares dos alunos. Foi a partir desta conferência que o movimento da educação inclusiva começou a tomar força (CHICON; SOARES, 200-). Desde a promulgação da Declaração Mundial sobre Educação para Todos, temos assistido ao crescimento do processo sobre a inclusão em educação a ponto tal que ela tem se tornado bandeira de luta e motivo de reformas de plataformas educacionais em variados países. No entanto, ainda se verifica que existem muitas confusões a respeito do que seja a inclusão e a quem se aplica. Ora ela é entendida como parte de um movimento mais amplo a favor da constituição de uma escola democrática e justa, que garanta acesso e permanência dos alunos em uma escola de qualidade, ora ela é vista como restrita a discussões sobre a inclusão de certos grupos em especial no sistema regular de ensino, como por exemplo, é o caso das pessoas com deficiência (SANTOS, 2001) Na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, em junho de 1994, em Salamanca, na Espanha, foram reunidos mais de 300 representantes de 92 governos e 25 organizações internacionais para promover a Educação para Todos, analisando as mudanças fundamentais de políticas necessárias para favorecer o enfoque da educação integradora, capacitando realmente as escolas para atender todas as crianças, sobretudo as que têm necessidades especiais. (Declaração de Salamanca, 1994, apud CHICON e SOARES, 200-, s/p). 20 Ainda Chicon e Soares (200-) nos falam que foi aprovado, na conferência acima citada, a Declaração de Salamanca, expondo linhas de ação. Este documento visa transformar em realidade uma educação capaz de reconhecer as diferenças, promover a aprendizagem e atender as necessidades de cada criança individualmente. A Declaração de Salamanca ratifica que a origem do conceito de educação inclusiva são as estratégias estabelecidas, em 1990, na “Conferência Mundial sobre Educação Para Todos” (CHICON e SOARES, 200-). De acordo com Maciel (2000) a inclusão escolar, fortalecida pela Declaração de Salamanca, no entanto, não resolve todos os problemas de marginalização dessas pessoas, pois o processo de exclusão é anterior ao período de escolarização. Ao entrarem para a escola, as crianças que possuem alguma necessidade educativa especial terão que se integrar e participar obrigatoriamente de três estruturas distintas da dinâmica escolar: o ambiente de aprendizagem, a interação professor-aluno e a interação aluno-aluno. A Lei 9.394/96, que visa regulamentar a entrada e permanência das pessoas com deficiência na escola regular diz que: Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. (Art.58, §1°) O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. (Art.58, § 2º) Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; (Art. 59, § único) (BRASIL, 1996) A Lei citada acima assegura que toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades. 21 Aqueles com deficiência devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodálos dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer tais necessidades. 22 Capítulo 3 PESQUISAS SOBRE INCLUSÃO NO CURSO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI – CAMPUS ITAJAÍ A produção discente na área da educação especial teve início com programas de pós-graduação na área de Educação Especial (OMOTE, 2003). Pode-se sugerir que a questão da inclusão tem merecido mais atenção da área de Educação do que da área de Psicologia. E, de fato, as pesquisas e discussões sobre a inclusão, ocorridas em eventos científicos, têm-se referido predominantemente à experiência de inclusão escolar. Omote (2003) ainda nos coloca que o discurso da inclusão está favorecendo a realização de investigações, sobretudo na área educacional. No entanto no tempo da integração, ocorriam muitos debates em eventos científicos, mas, relativamente poucas pesquisas. A inclusão também tem propiciado infindáveis debates, acrescidas, porém, de relatos nos quais os autores declaram explicitamente a intenção de estudar o processo de inclusão, predominantemente escolar. Seguindo esta tendência o Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI – Campus Itajaí (SC) tem apresentado certo crescimento em suas pesquisas nesta área. Buscando conhecer esta realidade foi realizada uma pesquisa considerando as produções sobre inclusão realizadas de 2000 a 2005. Esta pesquisa é de cunho documental, conforme descrito na introdução, foi realizada a partir da análise dos trabalhos de conclusão de curso defendidos desde o primeiro semestre do ano de 2000 até o segundo semestre do ano de 2005, no curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI – Campus Itajaí. O levantamento inicial consiste em detectar, entre os 240 Trabalhos de Conclusão de Curso realizados, quais abordavam o tema INCLUSÃO. Para tal levantamento foram considerados os títulos apresentados, chegando-se a um montante de 15 TCCs. Portanto a presente pesquisa apresenta os resultados da análise dos dados desses 15 documentos, considerando-se para a análise quantitativa os dados referentes ao número total de TCCs produzidos e defendidos e seus respectivos orientadores; os sujeitos investigados; o tipo de pesquisa; os diferentes locais/instituições; onde se encontravam os sujeitos e as áreas de atuação/estudo da Psicologia. 23 Os objetivos, concepções teóricas das definições de deficiência e as conclusões e sugestões dos pesquisadores foram analisadas qualitativamente, considerando-se algumas categorias específicas para esta pesquisa e que serão descritas no decorrer da apresentação dos resultados. Para o levantamento dos dados foi elaborado um roteiro específico (apêndice A) com base em Omote (2003), que norteou a identificação dos dados pertinentes aos objetivos da pesquisa. A apresentação dos resultados seguirá a seguinte ordem: 1) dados gerais descritivos sobre o material encontrado; e, 2) análise dos dados qualitativos. Análise Quantitativa Após levantamento dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) defendidos no curso de Psicologia da UNIVALI, campus Itajaí, do ano de 2000 ao ano de 2005, chegamos a um número total de 240 trabalhos, sendo que 6,25% (15) deles abordam o tema inclusão, foco central desta pesquisa. A partir deste levantamento foram listados os 15 TCCs compondo-se um quadro inicial (APÊNDICE B – QUADRO 1) contendo o nome do acadêmico, título do trabalho, ano de apresentação frente a Banca Avaliadora e nome do orientador, seguindo a ordem alfabética dos nomes dos acadêmicos. Deste quadro foram retirados os dados da tabela 1. TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO SEGUNDO ORIENTADOR E ANO DE APRESENTAÇÃO – TCCs sobre inclusão – Psicologia – UNIVALI / Campus Itajaí – 2000-2005 Ano de apresentação Orientador Maria Isabel do Nascimento André Almir Pedro Sais Maria Clara de Jonas Bastos Eliana Maria Bahia Bhering Rosária Maria Fernandes da Silva Maria Lúcia Lorenzetti Lísia Regina Ferreira Michels Total 2001 2002 2003 01 01 01 01 01 02 01 01 03 2004 2005 01 01 01 02 05 08 Total 01 01 01 01 01 04 06 15 Fonte: Pesquisa do autor Quanto aos dados sobre professores orientadores, podemos afirmar que entre os 40 professores orientadores do curso neste período, apenas sete % 6.6 6.6 6.6 6.6 6.6 26.6 40 100 24 profissionais orientaram pesquisas nesta área, sendo que a docente que mais orientou foi a Professora Lísia Regina Ferreira Michels com 40% (6), seguida pela Professora Maria Lúcia Lorenzetti com 26,6% (4) sendo que os demais professores orientaram 6,6% (1) cada um deles. Entre 2000 e 2005 o ano que mais teve Trabalhos de Conclusão de Curso sobre inclusão foi o ano de 2005, enquanto que no ano de 2000 não houveram trabalhos nesta área. A partir desses dados percebe-se que no Curso de Psicologia, seguindo a tendência nacional nas pesquisas sobre o tema, houve um crescimento considerável de trabalhos apresentados. Os dados da tabela 2 referem-se aos sujeitos das pesquisas, sendo fundamental esclarecer que o número total de sujeitos (18) é diferente do número total de pesquisas (15), tendo em vista que em algumas são considerados diferentes sujeitos (pais e crianças com deficiência; pessoas cegas, surdas e com deficiência física) ou não consideram sujeitos específicos por serem pesquisas bibliográficas (conceito de diferença/alteridade). A especificidade de sujeitos por pesquisa (acadêmico) pode ser consultada no quadro 2 (APÊNDICE B). TABELA 2 – RELAÇÃO DOS SUJEITOS DE PESQUISA – TCCS SOBRE INCLUSÃO – Psicologia – UNIVALI / Campus Itajaí – 2000-2005 Sujeito Outros Professores Pessoas com deficiência Total Nº 03 05 10 18 % 16,6 27,7 55,5 100 Fonte: Pesquisa do autor No que se refere aos sujeitos investigados percebe-se que a maioria são pessoas com deficiência, tendo um percentual de 55,5 (10). A deficiência mais investigada foi a auditiva, com 30% (03), tendo por seguinte a deficiência visual com 20% (02) e o restante das deficiências investigadas foi de 10% (01) cada, dentro destas deficiências encontram-se deficiência física, paralisia cerebral, hidrocefalia com hemiplegia, autismo e pessoas com deficiência inseridas nas organizações, destas pessoas uma delas possui deficiência mental e a outra não foi especificada. Esses dados são demonstrados na tabela 2.1 (APÊNDICE C) Depois das pessoas com deficiência os sujeitos mais investigados foram os professores com 27,7% (05). Por último, foram investigados sujeitos diferentes, com 16,6% (03), dentre estes sujeitos tem-se psicólogos, chefias empresariais e um 25 trabalho não falando de pessoas, mas referindo-se a conceitos de diferença/alteridade. A tabela 2.2 (APÊNDICE C) traz a especificidade desses dados A tabela a seguir refere-se aos tipos de pesquisas realizadas. Dos 15 TCCs há apenas dois tipos de pesquisa, a de campo, com 86,6%, dando um total de 13 trabalhos e duas pesquisas bibliográficas, dando um percentual de 13,3. O quadro 3 (APÊNDICE B) traz dados complementares sobre os tipos de pesquisas que a tabela 3 faz referência. TABELA 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS TCCS SEGUNDO O TIPO DE PESQUISA REALIZADA – TCCs sobre inclusão – Psicologia – UNIVALI / Campus Itajaí – 2000-2005 Tipo de pesquisa Bibliográfica Pesquisa de Campo Total Nº 02 13 15 % 13,3 86,6 100 Fonte: Pesquisa do Autor Tomando como base a descrição metodológica das pesquisas, ao referiremse aos instrumentos de coleta de dados, é importante pontuar que o instrumento utilizado foi primordialmente a entrevista semi-estruturada com 46,1% (06), seguida por entrevista (sem designação do tipo) com 23% (03) e entrevista estruturada com 7,6% (01). As demais pesquisas utilizaram a entrevista associada a observações (02) e a anamnese (01), conforme o que se apresenta na tabela 3.1 (APÊNDICE C) O único tipo de análise de dados empregada nos TCCs foi a Análise de Conteúdo. Na tabela abaixo constam os dados referentes aos locais onde as pesquisas foram realizadas. Tendo no apêndice B o quadro 4 que faz referência : TABELA 4 – RELAÇÃO DOS LOCAIS DE REALIZAÇÃO DAS PESQUISAS – TCCs sobre inclusão – Psicologia – UNIVALI / Campus Itajaí – 2000-2005 Local Outros Instituição de ensino Associações e Escolas especiais Total Nº 05 08 02 15 % 33,3 53,3 13,3 100 Fonte: Pesquisa do autor Das 15 pesquisas realizadas os locais que aparecem mais frequentemente nos TCCs são as instituições de ensino com 53,3% (08). Dentre as 08 instituições de 26 ensino, tem-se 06 (75%) escolas de ensino fundamental e médio e 02 (25%) universidades, conforme a tabela 4.1 (APÊNDICE C) Quando se refere às associações, sendo 13,3% (02) dos locais, as duas são localizadas em Itajaí. Uma é vinculada a deficientes visuais (ADVIR) e a outra vinculada à deficiência mental (APAE), dados que podem ser observados na tabela 4.2 (APÊNDICE C) Com 33,3% (05) aparecem outros locais, que são organizações de trabalho e residência do próprio sujeito. A tabela 4.3 (APÊNDICE C) apresenta tais dados Na tabela abaixo tem-se os dados referentes às áreas de estudo da Psicologia encontrados nos TCCs que falam do tema inclusão. Estes dados foram retirados do quadro 5 (APÊNDICE B). TABELA 5 – CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS SEGUINDO A ÁREA DE ESTUDO DA PSICOLOGIA – TCCs sobre inclusão – Psicologia – UNIVALI / Campus Itajaí – 2000-2005 Área de Estudo da Psicologia Educacional/neurológica Educacional/cognitiva Clínica Social/organizacional Social/educacional Social Educacional Total Nº 01 01 01 02 02 03 05 15 % 6,6 6,6 6,6 13,3 13,3 20 33,3 100 Fonte: Pesquisa do Autor A área de estudo que mais aparece nos TCCs é a Educacional com 33,3% (05), seguida pela social/organizacional social e com a 20% (03). Com social/educacional, 13,3% por (02) fim segue tem-se a a educacional/neurológica, a educacional/cognitiva e a clínica com 6,6% (01). Dos 15 TCCs realizados sobre inclusão, 9 são relacionados à Educação Inclusiva e 8 tiveram como locais de pesquisa Instituições de Ensino, seguindo o padrão nacional. Isto se deve ao fato de que a grande parte dos orientadores são da área da Educação, exceto o professor Almir Pedro Sais, que é da área clínica e faz mais pesquisa de vertente teórica, a professora Maria Clara de Jonas Bastos, que é da área Organizacional e a Professora Maria Lúcia Lorenzetti, que no Curso de Psicologia – UNIVALI – Campus Itajaí atua com a disciplina Ética Profissional, mas que é bastante conhecida por seu conhecimento na área de surdez, tendo assim orientado dois TCCs nesta área. 27 A professora Rosária Maria Fernandes da Silva que ocasionalmente ministra aulas no Curso de Psicologia, por isso orientou apenas um TCC na área de educação especial, embora atue profissionalmente junto ao Programa de Atenção aos Discentes, Egressos e Funcionários da UNIVALI – PADEF – na área de atenção às pessoas com deficiência. Das orientadoras da área de Educação temos a professora Lísia Regina Ferreira Michels que em 2000 era a professora na área de Psicologia Educacional que reconhecidamente dominava o tema e que atua/pesquisa mais diretamente com pessoas com deficiência, portanto é a orientadora que detém maior número de trabalhos orientados. Atuando nesta mesma área temos ainda as professoras Maria Isabel do Nascimento André que só retornou ao quadro de orientadores em 2003 que pesquisa basicamente na vertente de formação profissional e de professores e envolvimento de pais e a professora Eliane Maria Bahia Bhering, que atua em Educação Infantil e já não pertence ao quadro docente do curso. Devido ao fato da grande maioria das pesquisas serem de campo, os instrumentos utilizados são mais ligados a este tipo de pesquisa. Os autores, dos TCCs, que fizeram parte desta pesquisa estão referenciados no apêndice D e estão em destaque na análise qualitativa. Análise Qualitativa Análise dos objetivos Após realizada a leitura exaustiva e minuciosa dos objetivos dos Trabalhos de Conclusão de Curso pode-se perceber que eles possuem semelhanças e dentre estas semelhanças pode-se dividir em quatro categorias, que são: estratégias, envolvimento, inclusão e percepção pessoal sobre o processo inclusivo. Categoria I - Estratégias Encontram-se nesta categoria os objetivos que se referem às estratégias utilizadas pelos professores para promover a inclusão de pessoas com deficiência em sala de aula. • “Identificar as estratégias de ensino que podem ser empregadas no trabalho com o aluno superdotado” (STIEBLER, 2005, p. 07). 28 • “Identificar as estratégias utilizadas pelos professores que favorecem a inclusão do aluno com necessidades especiais na universidade” (DELLECAVE, 2005, p. 07). • “Identificar as estratégias utilizadas pela professora que favorecem ou dificultam a inclusão da criança com paralisia cerebral; as dificuldades enfrentadas pela equipe de apoio pedagógico para o atendimento das crianças com necessidades especiais no Ensino Fundamental” (PEIXE, 2005, p. 07). • “Identificar as estratégias utilizadas pelos professores para incluir os alunos com necessidades especiais nas atividades” ( NUNES, 2005, p. 09). Segundo Mrech (2003) o currículo escolar deve ser adaptado conforme a necessidade da pessoa com deficiência. A escola deve ter uma equipe de atendimento para auxiliar os professores no modo de lidar com estas pessoas. Com os objetivos percebe-se foram investigados as formas de estratégias utilizadas pelos professores. Dependendo das estratégias utilizadas estas podem ou não favorecer a inclusão. Categoria II – Envolvimento Encontram-se nesta categoria os objetivos que referem-se a envolvimento no que diz respeito aos professores, aos alunos e ao convívio familiar quando existem situações específicas para a prática da inclusão de pessoas com deficiência. • “Verificar o envolvimento dos professores com os alunos autistas” (LIMA, 2002, p. 30). • Realizar um estudo mais aprofundado no que se refere ao envolvimento dos professores com seus alunos autistas (LIMA, 2002, p. 07). • “Esclarecer o tipo de envolvimento que os professores estabelecem com os autistas, buscando compreender qual a relação entre eles” (LIMA, 2002, p. 05-07). • “Fazer um estudo mais aprofundado no que se refere ao envolvimento dos professores com alunos com necessidades especiais” (ANCILAGGO, 2005, p.08). 29 • “Identificar as relações pessoais do grupo familiar. Conhecer os fatores favoráveis e desfavoráveis derivados deste relacionamento” (BURG, 2001, p.08). Agostinho et al (2003) dizem que envolvimento é quando a criança participa do seu meio social, educativo atuante no seu projeto de vida. Com base nos objetivos pode-se afirmar que a maioria deles trata de envolvimento com autistas, tendo como minoria o envolvimento com os familiares e pessoas com deficiência. Observa-se que os objetivos que tratam de autismo são da mesma pesquisadora. Categoria III – Processo de Inclusão Encontram-se nesta categoria os objetivos que se referem aos processos de inclusão. Contendo subcategorias que se subdividem em: educacional, social e laboral, sendo que se entende por processos de inclusão a forma de inserir pessoas com algum tipo de deficiência no meio social, educacional ou até mesmo dentro das organizações de trabalho. Sobre o tema processos de inclusão podem ser visto nos seguintes objetivos: • “Entender como ocorre o processo de inclusão de uma pessoa com deficiência visual” (MORITZ, 2002, p.10). • “Analisar o processo de inclusão de alunos surdos no ensino regular” (PALAZIO, 2002, p. 06). • “Verificar como ocorre o processo da inclusão de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho” (GALINSKI, 2005, p. 07). • “Conhecer como ocorre a inclusão de alunos com necessidades especiais na UNIVALI”. (SEZERINO, 2005, p. 08) • “Identificar aspectos influentes no processo inclusivo.” (SEZERINO, 2005, p. 08). • “Analisar o processo de inclusão de alunos surdos no ensino regular.” (PALAZIO, 2002, p. 07). • “Analisar o processo de inclusão do portador de necessidades especiais” (SCHEVINSKY, 2005, p. 08). • “Analisar a inclusão de uma criança com paralisia cerebral no Ensino Fundamental” (PEIXE, 2005, p. 07) • “Verificar como ocorre o processo de inclusão de um portador de necessidades especiais na creche” (RIBEIRO, 2001, p.06). 30 Segundo Sassaki (1991) o mercado de trabalho deve estar preparado para receber pessoas com deficiência e oferecer condições para que a pessoa com deficiência possa exercer sua função. Com base nos objetivos percebe-se que há uma maioria que trata de educação enquanto que na minoria trata do mercado de trabalho. Categoria IV – Percepção pessoal sobre o processo inclusivo Encontram-se nesta categoria os objetivos que se referem à percepção pessoal dos pais, professores e das próprias pessoas com deficiência sobre o processo inclusivo Nas pesquisas realizadas tiveram alguns objetivos que tratavam de percepção, que são: • “Investigar a percepção do professor de 5ª a 8ª série do ensino fundamental sobre o aluno superdotado” (STIEBLER, 2005, p. 07). • “Detectar o posicionamento dos alunos perante o processo de inclusão realizado no ensino regular” (PALAZIO, 2002, p. 06). • “Analisar as condições de oferta do ensino inclusivo na universidade, na perspectiva dos professores” (DELLECAVE, 2005, p. 08). • “Analisar a participação dos pais no processo de inclusão de seu filho” (PEIXE, 2005, p. 07). • “Verificar a percepção dos professores sobre o ensino inclusivo.” (DELLECAVE, 2005, p. 08). Segundo DELLECAVE (2005, p. 39) “alguns professores, porém, mostraram realmente encontrar muitas dificuldades ao lidar com o aluno com necessidades especiais em sala de aula, apontando sua inexperiência para esse trabalho, ressaltando a necessidade de treinamento, como já citado. Mesmo com a falta de preparo que relatam ter, a grande maioria dos professores faz uso de estratégias, que considera adequadas para cada aluno”. Isso demonstra que mesmo com toda dificuldade existente, alguns educadores têm consciência de que necessitam adaptar-se às necessidades dos alunos, para que se possa realmente ter uma educação inclusiva. Com base nos objetivos, percebe-se que houve uma maioria voltada para as percepções dos professores. Dentre os 15 Trabalhos de Conclusão de Curso que abordam o tema Inclusão, tem-se um único que trata somente de definições teóricas, que tem como 31 objetivo investigar os conceitos das deficiências. E um outro, que trata das práticas atuais do Psicólogo na reabilitação, tendo como objetivo ”identificar o fazer do psicólogo no processo de reabilitação, através da descrição e análise dos procedimentos utilizados por três Professores - psicólogos clínicos”. Análise das Concepções de Deficiência dos Autores Aqui serão analisadas as concepções de deficiências apresentadas nos trabalhos de conclusão de curso, objeto de estudo desta pesquisa. Essas concepções podem ser divididas em duas categorias: Biomédica e Social. Aspectos Biomédicos da Deficiência A visão biomédica da deficiência dá ênfase às características físicas e biológicas da pessoa com deficiência. Segundo Chicon e Soares (200-, s/p) “Uma das razões pelas quais as pessoas deficientes estão expostas à discriminação é que os diferentes são freqüentemente declarados doentes. Este modelo médico da deficiência nos designa o papel desamparado e passivo de pacientes, no qual somos considerados dependentes do cuidado de outras pessoas, incapazes de trabalhar, isentos dos deveres normais, levando vidas inúteis, como está evidenciado na palavra ainda comum ‘inválido’.” Visto isso podemos afirmar que há somente um dos Trabalhos de Conclusão de Curso que se refere ao modelo biomédico da deficiência, isto pode ser visto na frase de Lima (2002, p. 9) quando fala que sempre há uma extrema solidão autista que, todas as vezes em que é possível, desdenha, ignora, exclui tudo o que vem à criança do exterior. Pode se supor que essas crianças vieram ao mundo com uma incapacidade inata de construir biologicamente o contato afetivo com as pessoas, assim como outras crianças vêm ao mundo com deficiências físicas ou intelectuais inatas Aspectos Sociais da Deficiência A concepção Social da deficiência dá ênfase aos aspectos sociais da pessoa com deficiência. O aspecto social da deficiência engloba não apenas o que o indivíduo traz de desvantagens, como o que a sociedade traz em si mesma de incompetência. Isso resulta num envolvimento da sociedade com a pessoa com deficiência, caindo sobre ele o estigma da incapacidade. (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003). Com base nas 32 concepções de deficiência das autoras dos Trabalhos de Conclusão de Curso que são: • “Ainda, pensa-se que todos deveriam voltar a si mesmos e observar se existe alguém que seja igual a um outro alguém. Isto mostraria que ninguém é igual a ninguém, mesmo que se encontre dentro dos padrões de normalidade impostos pela sociedade e que, o ser que adquiriu uma deficiência pode desenvolver habilidades para superar essa incapacidade” (MORITZ, 2002, p. 44). • “deficiência, que passou a ser vista como um problema funcional, ou seja, deixou de ser apenas a correção das deformidades, para ser uma reeducação das funções afetadas. Hoje a deficiência não é mais vista como uma condição fixa ou inalterável e as perdas e características típicas desta condição não invalidam que um portador de doença grave ou seqüelas incapacitantes se sinta parte da sociedade e esteja bem integrado em todos os contextos de socialização” (ROHDE, 2004, p. 10) • “A inclusão também está na percepção de que todas as pessoas têm habilidades e dificuldades, independente se alguma delas é declarada ou não. Se as pessoas aceitam umas as outras tais como elas são, e aceitam a si próprias, todos tendem a ganhar com uma relação livre de amarras ou estigmas” (SEZERINO, 2005, p. 63). • “Para Souza (1982), aceitar o surdo significa compreendê-lo como ele é, com suas potencialidades e limitações, respeitando sua individualidade, ajudandoo a integrar-se no seu meio social e dando-lhe assim, oportunidades de se realizar. Cada criança possui seus valores, crenças, comportamentos, origem social, cultural e econômica, pois são pessoas com respectivas diferenças e experiências, inseridas no contexto social. Sendo assim, o grau de informações, bem como os recursos são diferenciados no tratamento destas” (PALAZIO, 2002, p. 9). • “E que não somos iguais ou diferentes, mas essencialmente, diferença” (DIAZ, 2003, p. 27). • “Existem várias maneiras de excluir alguém da completa vida em sociedade. E a pior maneira de excluir uma pessoa, é não oferecer oportunidades para 33 mostrar e desenvolver suas potencialidades negando o direito de provar que é capaz” (SCHEVINSKY, 2005, p. 53). • “O que se espera das pessoas, é que ultrapassem as barreiras dos seus preconceitos, seus estigmas e seus conceitos do que é considerado ‘normal’” (GALINSKI, 2005, p. 57). • “Em atitudes que tomamos o tempo todo, na forma como abordamos e lidamos com nossas concepções a respeito de quem difere de um ‘padrão’ ao qual estamos habituados, como lidamos com os nossos preconceitos, com os estigmas impostos ao que é ’diferente’” (PEIXE, 2005, p. 53). • “semelhante, por mais diferente que ele seja ou pareça ser". Coloca também que para o mundo se tomar inclusivo teria-se que "Impregnar a sociedade de bons motivos que garantam ampla convivência de pessoas deficientes e não deficientes” (RIBEIRO, 2005, p. 13). • “Todos os seres humanos são diferentes, e possuem necessidades e potencialidades distintas, assim como as pessoas com necessidades especiais, que precisam ser respeitadas como são.” (DELLECAVE, 2005, p. 39). • “para o ensino regular atender os alunos com necessidades especiais, deve haver: mudanças nas concepções de todos os elementos da escola sobre o desenvolvimento humano e a aprendizagem, o que implica novas formas de conduzir o processo de ensino e aprendizagem, em que as diferenças entre os alunos sejam vistas como oportunidades de enriquecimento e de novas aprendizagens;” (NUNES, 2005, p. 19). • “o grupo social, a partir de uma estrutura defensiva inconsciente, lança mão dos dados sociais disponíveis na sua cultura para gerar padrões explicatórios e discriminatórios próprios para compreender o estranho e o diferente. A garantia deste movimento é a mudança dos desejos de perfeição subjacentes e suas ressonâncias na sociedade” (BURG, 2005, p. 23) Pode-se perceber que a maioria delas possui uma idéia de que todos nós não somos iguais, mas sim diferentes. Dentro da categoria social da deficiência tem-se uma subcategoria que está relacionada à Educação. Dos quinze Trabalhos de Conclusão de Curso há dois que 34 tratam da Concepção Educacional da Deficiência, que são de Ana Paula Ribeiro Stiebler e Cristiane Ancilaggo, que pode ser visto através da fala das mesmas: • “Todos são diferentes, nem melhores ou piores, com potencialidades para crescer e se superar; com necessidades individuais que devem ser aceitas e atendidas por uma sociedade, e principalmente por uma escola, por um ensino democrático” (STIEBLER, 2005, p.38). • “Isto não significa que esses alunos são incapazes, mas apresentam necessidades específicas,” (ANCILAGGO, 2005, p.57). • A educação inclusiva contempla todos as pessoas que se encontram no meio escolar, incluindo as que apresentam, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência: física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades. E por isto necessitam de recursos especializados para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades (FERREIRA, 1998). Com base nas concepções de deficiência das autoras, pode-se perceber que todas as pessoas com deficiência devem ser atendidas conforme sua necessidade. Análise das Conclusões e Sugestões dos Autores Aqui serão analisadas as conclusões e sugestões dos autores dos trabalhos de conclusão de curso do curso de Psicologia da Univali que têm como tema inclusão. Inclusão é proporcionar maneiras de fazer com que todos tenham as mesmas chances ou oportunidades de serem atuantes na sociedade conforme suas potencialidades. Há muitas pesquisas que falam sobre inclusão, mas, mesmo assim, é necessário estar sempre pesquisando sobre este assunto. Isso pode ser confirmado com a fala de Peixe (2005, p. 54) que diz que “Uma vez que este assunto demanda muitos estudos ainda, é essencial a realização de outras pesquisas que venham a implementar o que se sabe hoje sobre o assunto”. Para que haja a inclusão é necessário um suporte da sociedade em geral, da família e da escola, além disso Burg (2001, p. 52-53) diz que “estimulação precoce, auxílio psicológico e principalmente o suporte emocional oferecido pela família, 35 foram essenciais na integração social do sujeito, pois o possibilitaram um desenvolvimento mais saudável e digno de respeito”. O processo de inclusão na escola só acontece quando há uma formação adequada dos componentes da escola. Isso pode ser visto na fala de Omote (2003) que as universidades vêm envolvendo-se em ações destinadas a beneficiar as pessoas com deficiência, notadamente na formação de recursos humanos, na construção de conhecimentos acerca de deficiências, na disseminação desses conhecimentos e no desenvolvimento de procedimentos e recursos especiais para o atendimento a essa clientela. Outro ponto a destacar é que é necessário um suporte para que o professor possa auxiliar o aluno com deficiência para que ele acompanhe os demais. Isto pode ser visto quando Stiebler (2005, p. 39) diz que para proporcionar um ensino adequado a cada aluno com deficiência ou com superdotação é necessário que haja “melhor instrução, treinamento, aperfeiçoamento, enfim, maior suporte para o professor que vai trabalhar com alunos superdotados” A inclusão no mercado de trabalho é quando se oferece condições adequadas para que a pessoa com deficiência possa trabalhar. Isso não é a realidade, pois segundo Schevinsky (2005, p. 49) é “importante o estudo da inserção das pessoas portadoras de necessidades especiais, mais especificamente os portadores de deficiência mental, no mercado de trabalho. A relevância social desse estudo justifica-se nas poucas oportunidades que esta população teve ao longo da história. A relevância científica justifica-se pelo vácuo que encontramos nas publicações acerca deste tema, ou seja, faz-se necessário discutir sobre a inserção deste grupo considerado minoritário”. A inclusão social nada mais é do que a inserção de pessoas com deficiência na sociedade. Esse tema tão difundido pode ser confirmado com a pesquisa de Ancilaggo (2005, p.57) que diz que “Enquanto acadêmica, acredito ter ampliado meus conhecimentos e contribuído para pesquisas futuras que se referem à área da inclusão social, tema este tão difundido atualmente, porém, com muitos percalços a serem desvendados”. O trabalho do psicólogo com pessoas com deficiência não sofreu inovações e isto pode ser visto na fala de Rohde (2004, p. 121) quando fala que “Podemos afirmar que às práticas propriamente ditas, estão intimamente relacionadas à abordagem e a causa da doença e ou tipo de deficiência de cada paciente atendido. Outro fato relevante constatado foi que dentre as psicólogas 36 entrevistadas não houve práticas, técnicas ou alternativas diferentes ou inovadora das encontradas durante a pesquisa bibliográfica sobre a práxis do psicólogo na reabilitação, desta forma fica manifesto a necessidade de se buscar inovações no que se refere a esta área de atuação”. O termo utilizado para chamar as pessoas com uma deficiência muda constantemente e isto é devido a pesquisas realizadas para ter conhecimento do melhor termo para designar uma pessoa com deficiência. Atualmente, Sassaki (2003) afirma que o termo adequado é pessoa com deficiência. Este termo sinaliza que, em primeiro lugar, referimo-nos a uma pessoa que, dentre outros atributos e características, tem uma deficiência, mas ela não é esta deficiência. O que importa, em primeiro lugar, é a pessoa. E isto também pode ser visto quando Diaz (2003, p. 27) diz que “Mudam as nomenclaturas, mudam as categorias, as classificações, os diferentes nomes para chamar o mesmo, o que permanece é o diferente que assim precisa ser nomeado para que ofereça a cada renomeação uma nova ilusão de antídoto contra o terror que incomoda”. 37 Capítulo 4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desta pesquisa surgiu do interesse em caracterizar o perfil da produção científica do Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – Campus I, sobre inclusão de pessoas com deficiência. Essa caracterização foi realizada através da quantificação dos trabalhos que foram produzidos e defendidos durante o período de 2000 - 2005; pontuando os temas mais trabalhados pelos pesquisadores; averiguando quais foram sujeitos investigados nas pesquisas; investigando os procedimentos metodológicos utilizados; enumerando tipos de análise de dados empregados; elucidando as vertentes teóricas empregadas nos conceitos de deficiência; examinando quais as conclusões e sugestões dos autores. Após realizada a caracterização do perfil da produção científica do Curso de Psicologia sobre o tema inclusão, percebe-se que de um total de 240 trabalhos, defendidos, apenas quinze trabalhos abordam esta temática. Este fato pode estar relacionado ao processo inclusivo ser uma temática de difícil discussão e aceitação e que ainda gera muitas polêmicas no contexto social e acadêmico.Também observa-se que na Universidade, local da pesquisa no meio acadêmico, existe ainda pouca procura para desenvolver trabalhos relacionados à inclusão. Com a análise dos trabalhos de conclusão de curso, pode-se perceber que quanto aos dados sobre professores orientadores, podemos afirmar que entre os 40 professores orientadores do curso neste período, apenas sete profissionais orientaram pesquisas nesta área. Entre 2000 e 2005 o ano que mais teve Trabalhos de Conclusão de Curso sobre inclusão foi o ano de 2005, enquanto que no ano de 2000 não houve trabalhos nesta área. No que se refere aos sujeitos investigados percebe-se que a maioria são pessoas com deficiência auditiva. O tipo de pesquisa mais realizada foi a pesquisa de campo. O instrumento mais utilizado foi a entrevista semi-estruturada, sendo a Análise de Conteúdo o método mais empregado. Como locais de pesquisa as instituições de ensino aparecem como maioria. A área de estudo da pesquisa que mais aparece nos TCCs é a Educacional. Uma vez que quase todos os trabalhos, de certa forma, permeavam a educação especial. Os trabalhos de conclusão de curso tiveram como objetivos, estratégias, 38 envolvimento, processos de inclusão e percepção pessoal sobre o processo inclusivo. As concepções de deficiências apresentadas nos trabalhos de conclusão de curso, objeto de estudo desta pesquisa, teve, em sua maioria, a visão social da deficiência. Nas conclusões e sugestões dos Trabalhos de Conclusão de Curso pode-se perceber que as autoras concluem que a inclusão ainda tem um longo caminho, tendo como sugestões mais pesquisas na área pesquisada. Após realizada a análise dos Trabalhos de Conclusão de Curso, percebeu-se que há uma carência do tema relacionado a pessoas com lesões cerebrais. Este fator pode estar relacionado, provavelmente, à existência de poucos casos que possuem este diagnóstico na referida universidade. Com a realização deste trabalho, pude também perceber a importância em se debater sobre o tema inclusão, pois foi somente com o apoio do programa encontrado através do Núcleo de Apoio a Pessoa com Necessidades Especiais (NAPNE) da UNIVALI, hoje parte do Programa de Atenção aos Discentes, Egressos e Funcionários da UNIVALI – PADEF – é que consegui elaborar e concluir esta pesquisa, embora muitas vezes tenha professores pouco preparados para trabalhar com a inclusão de pessoas com deficiência de uma forma adequada, não tratando a pessoa com deficiência como alguém pouco qualificado e que merece um olhar diferenciado por ser estigmatizado, mas sim, um olhar diferenciado por ter necessidades especiais que precisam ser levadas em consideração no processo de ensino-aprendizagem. Também foi muito gratificante realizar este trabalho, pois com ele pude aprender como fazer uma pesquisa documental e sua importância para o meio acadêmico. Uma sugestão que faço aqui é a de realizar novos trabalhos semelhantes a este, com o intuito de dar continuidade à referida pesquisa, ampliando os itens pesquisados/analisados e incluindo novos, como as fundamentações teóricas, as referências e a descrição metodológica das pesquisas. Outro ponto a ser pesquisado é que se faça um levantamento específico sobre as normas técnicas das pesquisas, aprofundando e detalhando as mesmas, pois foi inviável fazer maior detalhamento em virtude de se tornar uma pesquisa muito extensa e também pela dificuldade que tive de acesso aos trabalhos devido ao problema visual. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINHO, C. et al. Editorial. Educare Educere – Educação e Diversidade, Portugal, n.17, ano XI, 2003. disponível em: http://educare.ipcb.pt/index.php?option=content&task=view&id=68#00 Acesso em: 17 agosto 06. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Lei nº 9.394. Brasília. 1996. CHICON, J. F.; SOARES, J. A. 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Sujeitos investigados: 7. Locais da pesquisa: 8. Tipos de deficiência: 9. Objetivos da pesquisa; 10. Concepção de deficiência do autor: 11. Áreas de estudo da Psicologia. 12. Conclusões e sugestões dos autores DOS TRABALHOS DE 43 APÊNDICE B – QUADRO ANÁLISE DE DADOS QUANTITATIVA QUADRO 1. RELAÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO SEGUNDO AUTOR/TÍTULO/ANO DE APRESENTAÇÃO/ORIENTADOR – Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 AUTOR TÍTULO Adriana Caram Lima O envolvimento dos professores com os alunos autistas de uma escola especial do município de Itajaí. A integração da pessoa cega no contexto social: um estudo de caso A percepção dos professores sobre alunos superdotados. Práticas atuais do psicólogo na reabilitação. A inclusão de pessoas com necessidades especiais no ensino superior. A inclusão de alunos com necessidades especiais no Colégio de Aplicação da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI: a perspectiva dos professores. A inclusão do aluno com necessidade educacional especial no ensino regular: a “voz” dos alunos surdos. Deficiência marca de diferença. Adriana Moritz Ana Paula Ribeiro Stibler Anusca da Silva Rohde Caroline M. Sezerino Cristiane Ancilaggo Elaine C. Palázio Gabriela Andréia Díaz Julia Schewinski Lucimara Z. Galinski Maria Gabriela Pinho Peixe Marisa Lopes de Oliveira Ribeiro Michelly do Roccio Dellecave Morgana Adelina Nunes Sabrina M. Burg A inclusão do portador de necessidades especiais no mercado de trabalho. A inclusão de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho. A inclusão da criança com paralisia cerebral no ensino fundamental. Um estudo exploratório sobre criança portadora de necessidades especiais na Educação Infantil. A percepção dos professores diante das condições de oferta de ensino inclusivo na universidade. A inclusão do aluno com necessidades especiais nas séries iniciais de uma escola pública no município de Tijucas. A importância da família na interação social do surdo: um estudo de caso. Fonte: Pesquisa do Autor ANO DE APRESENTA ÇÃO 2003 ORIENTADOR Lísia Regina Ferreira Michels 2003 Maria Lúcia Lorenzetti 2005 2005 Lísia Regina Ferreira Michels Maria Isabel do Nascimento-André Maria Lúcia Lorenzetti 2005 Maria Lúcia Lorenzetti 2002 Maria Lúcia Lorenzetti 2003 Almir Pedro Sais 2005 Lísia Regina Ferreira Michels 2005 Maria Clara de Jonas Bastos 2005 Lísia Regina Ferreira Michels Eliana Maria Bahia Bhering 2004 2001 2005 Lísia Regina Ferreira Michels 2005 Lísia Regina Ferreira Michels 2002 Rosária Maria Fernandes da Silva 44 APÊNDICE B QUADRO 2. RELAÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, QUANTO A AUTOR/ANO/SUJEITOS INVESTIGADOS – Psicologia UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 NOME Adriana Caram Lima Adriana Moritz Ana Paula R. Stibler Anusca da Silva Rohde Caroline Morais Sezerino Cristiane Ancilaggo Elaine Cristina Palázio Gabriela Andréia Díaz Julia Schewinski Lucimara Z. Galinski Mª. Gabriela P. Peixe Marisa L. de O. Ribeiro Michelly do R. Dellecave Morgana Adelina Nunes Sabrina M. Burg ANO SUJEITOS/ DEFICIÊNCIA 2003 Professores e as crianças autistas 2003 2005 2004 Pessoas cegas Professores Pacientes em reabilitação 2005 Pessoas surdas, pessoas cegas e deficientes físicos 2005 2002 08 professores que dão aula para alunos com necessidades especiais Pessoa com surdez 2003 Conceito de diferença/alteridade 2005 2005 Pessoas com necessidades especiais nas organizações Chefias empresariais 2005 Criança com paralisia cerebral 2001 Criança portadora de Hidrocefalia com Hemiplegia 2005 Professores de Ensino Superior 2005 Professores de Ensino Fundamental 2002 Pessoa com surdez Fonte: Pesquisa do Autor – 45 APÊNDICE B QUADRO 3. RELAÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, QUANTO A AUTOR/ANO/TIPO DE PESQUISA/MÉTODOS DE COLETA DE DADOS/ANÁLISE EMPREGADA – Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 AUTOR ANO Adriana Caram Lima Adriana Moritz 2003 TIPO DE PESQUISA De campo 2003 De campo 2005 De campo 2004 De campo 2005 De campo 2005 De campo 2002 De campo 2003 Ana Paula R. StiblerI Anusca da Silva Rohde Caroline Moraes Sezerino Cristiane Ancilaggo Elaine Cristina Palázio Gabriela Andréia Díaz Julia Schewinski Lucimara Z. Galinski Mª. Gabriela P. Peixe Marisa l. de O. Ribeiro Michelly do R. Dellecave Morgana Adelina Nunes Sabrina M.Burg MÉTODO Entrevista Entrevista semiestruturada Entrevista ANÁLISE EMPREGADA Análise de conteúdo Análise conteúdo Análise de conteúdo Entrevista semiestruturada Entrevista semiestruturada Análise de conteúdo Análise de conteúdo Bibliográfica Entrevista semiestruturada Entrevista semiestruturada Pesquisa bibliográfica 2005 Bibliográfica Pesquisa bibliográfica 2005 De campo Análise de conteúdo 2005 De campo 2001 De campo 2005 De campo Entrevista semiestruturada Entrevista semiestruturada e observações Entrevistas e observações Entrevista estruturada 2005 De campo Entrevista Análise de conteúdo 2002 De campo Entrevista de anamnese e entrevistas semiestruturadas Análise de conteúdo Fonte: Pesquisa do Autor Análise de conteúdo Análise de conteúdo Análise de conteúdo Em haver Análise de conteúdo 46 APÊNDICE B QUADRO 4. RELAÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, QUANTO A AUTOR/ANO/LOCAIS DE PESQUISA – Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 Autor Ano Quanto aos locais de pesquisa Adriana Caram Lima Adriana Moritz Ana Paula R. StiblerI Anusca da Silva Rohde Caroline Moraes Sezerino Cristiane Ancilaggo Elaine Cristina Palazio Gabriela Andréia Díaz Julia Schewinski Lucimara Z. Galinski Maria Gabriela Pinho Peixe Marisa l. de O. Ribeiro Michelly do R. Dellecave Morgana Adelina Nunes Sabrina Moraes Burg 2003 2003 2005 2004 2005 2005 2002 2003 2005 2005 2005 Escola Especial – APAE do município de Itajaí ADVIR – residência do sujeito. Escola UNIVALI – Clínica particular Universidade Escola Escola Pesquisa bibliográfica Pesquisa bibliográfica Organizações de trabalho Escola 2001 2005 2005 2002 Escola Universidade Escola Município de Correia Pinto, S.C, na residência do sujeito. Fonte: Pesquisa do Autor QUADRO 5. CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, QUANTO ÀS ÁREAS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA –Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 NOME ANO VERTENTES TEÓRICAS Adriana Caram Lima Adriana Mortitz Ana Paula R. Stibler Anusca da Silva Rohde Caroline Morais Sezerino Cristiane Ancilaggo Elaine Cristina Palázio Gabriela Andréia Díaz Julia Schewinski Lucimara Z. Galinski Mª. Gabriela P. Peixe Marisa L. de O. Ribeiro Michelly do R. Dellecave Morgana Adelina Nunes Sabrina M. Burg 2003 2003 2005 2004 2005 2005 2002 2003 2005 2005 2005 2001 2005 2005 2002 Educacional/ neurológica Social Educacional/cognitiva Clínica Educacional Educacional Educacional Social Social/organizacional Social/organizacional Social/educacional Social/educacional Educacional Educacional Social Fonte: Pesquisa do Autor APÊNDICE C – TABELAS DA ANÁLISE QUANTITATIVA TABELA 2.1 – TIPOS DE DEFICIÊNCIA DOS SUJEITOS DAS PESQUISAS CLASSIFICADOS COMO “PESSOAS COM DEFICIÊNCIA” – Trabalhos de 47 Conclusão de Curso Sobre Inclusão Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 20002005 Deficiência Autismo Deficiência física Necessidades especiais nas organizações – não especificadas Paralisia cerebral Hidrocefalia com hemiplegia Cegos Surdos Total Nº 01 01 01 01 01 02 03 10 % 10 10 10 10 10 20 30 100 Fonte: Pesquisa do Autor TABELA 2.2 – RELAÇÃO DOS SUJEITOS DE PESQUISA CLASSIFICADOS COMO “OUTROS” - Trabalhos de Conclusão de Curso Sobre Inclusão Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 Outros Psicólogos Conceito de diferença /alteridade Chefias empresariais Total Nº 01 01 01 03 % 33,3 33,3 33,3 100 Fonte: Pesquisa do Autor TABELA 3.1 – RELAÇÃO DOS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NAS PESQUISAS DE CAMPO - Trabalhos de Conclusão de Curso Sobre Inclusão Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 Método Entrevista semi-estruturada e observações Entrevista estruturada Entrevistas e observações Entrevistas de anamnese e entrevistas semi-estruturadas Entrevista Entrevista semi-estruturada Total Fonte: Pesquisa do Autor Nº 01 01 01 01 03 06 13 % 7,6 7,6 7,6 7,6 23,0 46,1 100 48 APÊNDICE C – TABELAS DA ANÁLISE QUANTITATIVA TABELA 4.1 – TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO ONDE FORAM REALIZADAS AS PESQUISAS - Trabalhos de Conclusão de Curso Sobre Inclusão Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 Local Universidade Escola Total Nº 02 06 08 % 25 75 100 Fonte: Pesquisa do Autor Tabela 4.2 – ASSOCIAÇÕES E ESCOLAS ESPECIAIS ONDE FORAM REALIZADAS AS PESQUISAS - Trabalhos de Conclusão de Curso Sobre Inclusão Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 Local APAE ADVIR Total Nº 01 01 02 % 50 50 100 Fonte: Pesquisa do Autor TABELA 4.3 – DEMAIS LOCAIS ONDE FORAM REALIZADAS AS PESQUISAS Trabalhos de Conclusão de Curso Sobre Inclusão Psicologia – UNIVALI/Campus Itajaí – 2000-2005 Local Local de trabalho do sujeito (clínica-escola) Organização de trabalho Residência do sujeito Total Fonte: Pesquisa do Autor Nº 01 01 01 03 % 33,3 33,3 33,3 100 49 APÊNDICE D Relação dos Trabalhos de Conclusão de Curso sobre Inclusao Psicologia – 2000 - 2005 ANCILAGGO, C. A inclusão de alunos com necessidades especiais no Colégio de Aplicação da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI: a perspectiva dos professores. 2005. 56f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. BURG, S. M. A importância da família na integração social do surdo: um estudo de caso. 2001. 65f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. DELLECAVE, M. R. A percepção dos professores diante das condições de oferta de ensino inclusivo na universidade. 2005. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. DÍAZ, G. A. Deficiência marca de diferença. 2003. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2003. GALINSKI, L. Z. A inclusão de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho. 2005. 65f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. LIMA, A. C. O envolvimento dos professores com os alunos autistas de uma escola especial do município de Itajaí. 2002. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2002. MORITZ, A. A integração da pessoa cega no contexto social: um estudo de caso. 2002. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2002. NUNES, M. A. A inclusão do aluno com necessidades especiais nas séries iniciais de uma escola pública do município de Tijucas. 2005. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. PALÁZIO, E. C. A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular: a "voz" dos alunos surdos. 2002. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2002. PEIXE, M. G. P. A inclusão da criança com paralisia cerebral no ensino fundamental: um estudo de caso. 2005. 65f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. RIBEIRO, M. L. O. Um estudo exploratório sobre uma criança portadora de necessidades especiais na Educação Infantil. 2001. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. 50 ROHDE, A. S. Práticas atuais do psicólogo na reabilitação. 2004. 100f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2004. SCHEVINSKY, J. A inclusão do portador de necessidades especiais no mercado de trabalho. 2005. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. SEZERINO, C. M. A inclusão de pessoas com necessidades especiais no ensino superior. 2005. 120f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005. STIEBLER, A. P. R. A percepção dos professores sobre alunos superdotados. 2005. 62f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005.