Boa Tarde Muito obrigado Mais uma vez agradecer a vossa participação e o empenho de todos os que puseram de pé esta iniciativa, este Fórum da Cidadania. Um obrigado particular aos nossos prelectores e moderadores. O que pretendo com esta intervenção é continuar convosco as reflexões do dia de hoje. Reflexões que são pessoais, mas são os somatórios de vivências com todos, integra imensos contributos dos serviços da CMB, a que se somam muitas opiniões dos que comigo partilham múltiplas vivências. Naturalmente têm em conta o muito que aqui foi referido. Vivemos um mundo em que as contradições??: a exploração, a desigualdade, as múltiplas fórmulas que marginalização, a insegurança, a guerra, os problemas ambientais entre muitos outros. Onde a crise financeira, económica, ao neoliberalismo desenfreado é crescente. É neste mundo, é nesta realidade que temos que modernizar o nosso país, a nossa região, o nosso concelho. É neste exacto contexto que intervimos, não noutro. São sobretudo com estas influências, com estes imensos condicionalismos que temos que agir e transformar. Transformar a nossa terra, transformar a sociedade, transformar o mundo. Tornar mais belos, mais solidários, mais humanos, mais viviveis a nossa terra, a sociedade e o mundo. O Barreiro, a nossa terra tem muitos e grandes problemas. Não fazer o diagnóstico que no essencial está feito. Chame-vos no entanto à atenção que não vale a pena nem o caracterizarmos de negro, nem de cor de rosa, porque só partindo do real e não do ilusório o conseguimos transformar, fazer evoluir e melhorar a qualidade de vida. É necessário e imprescindível afirmar que o Barreiro é para as pessoas. Que as associações e instituições existem para servir as pessoas e que a CMB e restantes autarquias só têm razão de existir se servirem as pessoas, os cidadãos, o povo. O Barreiro vive momentos de oportunidade. O Barreiro construiu oportunidades temos que as aproveitar, que as saber aproveitar. Alguns, dos meus amigos, têm dito que sou um presidente com sorte. Porque as oportunidades surgiram neste preciso momento. Talvez. De alguma maneira a sorte também se conquista. Permitam-me pois que diga que nós no Barreiro conquistámos a sorte. Nós conquistamos as oportunidades. O que queremos para o Barreiro? Quais os principais objectivos porque nos regemos neste momento da nossa vida colectiva? - Queremos construir um Barreiro que traga melhores condições de vida às pessoas, que ajude a que sejam mais felizes. - Queremos que o Barreiro seja uma terra para trabalhar e viver. - Queremos que o Barreiro continue a ser uma terra solidária, de combate, com uma personalidade marcada e marcante, que se orgulhe do seu passado ao mesmo tempo que assume a modernidade e o futuro. - Queremos que o Barreiro seja uma terra de cultura, de cultura que preserve a nossa memória mas aberta ao mundo e multiculturalidade. - Queremos continuar a prestar um serviço ao país, como o fizemos desde os descobrimentos quando no Barreiro se construíram as naus, ou no século XX com o maior complexo industrial do país e ibérico. Discutimos hoje aqui em dois painéis Cultura e desenvolvimento E Barreiro uma centralidade Naturalmente que outros modos de abordar os desenvolvimento seriam possíveis, outras temáticas podiam ser abordadas. Foi esta a opção. Parece-nos a opção ajustada ao momento que estamos a viver. Como ficou mais claro com as intervenções que tivemos oportunidade de ouvir. O Barreiro está a viver um momento muito importante da sua vida. Um momento que já se começa a vislumbrar. Já que começa a desabrochar o Barreiro Novo que queremos construir. E que estão ligadas: - A um centro do concelho mais reforçado, mais dinâmico e multifacetado. - Uma mobilidade e acessibilidades que reforcem a centralidade da península do Barreiro e que a TTT e todos os investimentos complementares são muito importantes. - Um território da Quimiparque, da antiga CUF / Quimiparque que tem de se assumir como o elemento nodal do nosso desenvolvimento e que seja um território fundamentalmente voltado para a modernidade, para as novas tecnologias, para o desenvolvimento económico e emprego e para construir a cidade. - Um pólo ferroviário que pretendemos deslocalizar, reforçar, modernizar. Um pólo criador de riqueza e de emprego. - As questões do desenvolvimento económico como factor essencial para a qualidade de vida da população e para o desenvolvimento, a que estamos a dar e continuaremos a dar particular atenção. Um desenvolvimento económico que queremos seja parte integrante do desenvolvimento sustentado e integrado do Concelho. - O Privilegiar as questões ambientais e em particular os nossos rios e as zonas ribeirinhas – Sapal de Coina e mata da Machada – como contributos para alterar os erros cometidos pelos nossos antepassados e por nós próprios. Coina uma centralidade sub regional que queremos dinamizar e antecipar. A educação e formação como elemento essencial para a cidadania e para o concelho do conhecimento, o concelho das pessoas e da participação que queremos continuar a construir. A formação cívica, a formação para a cidadania, particularmente os nossos jovens para que nos ajudem a preservar, ??. Defender e desenvolver o nosso concelho, o património. Queremos, no Barreiro, afirmar uma cultura própria que contribua para um desenvolvimento sustentável, tendo por base a nossa identidade, mas também as relações com a região onde nos inserimos, aberta aos contributos externos e universalizantes. Uma estratégia cultural para o século XXI. Temos trabalho afincadamente para dar passos para transformar o Barreiro numa centralidade da AML, no reforço do Arco Ribeirinho Sul e da Península de Setúbal como importantes contributos para o desenvolvimento do país e da região. Penso que ficou, hoje aqui transparente como temos tentado articular as nossas opiniões com todos os outros intervenientes e que no fundamental temos sintonia de pontos de vista, e como disse o Professor Augusto Mateus, paciência não nos falta, convicções também não. Capacidade de juntar vontades tem ficado claro com o que já conseguimos. O desenvolvimento que pretendemos pressupõe uma visão de conjunto e integrada, um desenvolvimento ao serviço das pessoas e do Barreiro. Os nossos oradores falaram e disseram o essencial, desejava apenas complementar essas intervenções com mais algumas notas: crescer de forma ordenada. Não necessita ser… Queremos que o Barreiro se assuma como um Concelho de desenvolvimento que tenha em conta os aspectos do desenvolvimento económico, da sustentabilidade ambiental, do ordenamento do território, da mobilidade, de emprego com qualidade, que tenha em conta as questões sociais, culturais, lúdicas, desportivas, da educação e formação. É necessário que o território da Quimiparque, da ex Cuf/Quimigal se consolide como um grande pólo de emprego e desenvolvimento económico, para a implementação de equipamentos âncora nesse território como exemplo a estação multimodal do Barreiro/Lavradio ou a Fabricarte hoje apresentado de manhã pelo Professor António Câmara, trazer para esse território novas actividades portuárias e uma nova linha ferroviária na zona mais industrial na Quimiparque. É crucial naturalmente que os problemas do passivo ambiental sejam resolvidos e que seja construída uma entidade gestora deste projecto. É necessário requalificar e relocalizar todo o complexo ferroviário construindo no Barreiro as novas oficinas da Alta Velocidade, o P.M.O. que deve trazer emprego e novas tecnologias, transferindo as actuais oficinas da EMEF para o território da Quimigal, libertando assim o actual corredor ferroviário para construir uma grande alameda urbana, verde, ciclável, um grande passeio urbano e transformando algumas das suas instalações em património, em equipamentos. São estes os novos paradigmas ferroviários para o concelho do Barreiro, que queremos construir. Naturalmente também reivindicamos que o M.S.T chegue ao Barreiro em 2013. A Ponte Barreiro-Lisboa rodo-ferroviária, ponte que tem que ser naturalmente um importantíssimo equipamento de mobilidade, mas também de desenvolvimento económico e de equidade metropolitana, de estruturação do arco ribeirinho sul. Defendemos que a Ponte rodo-ferroviária seja aberta ao trânsito com todas as suas valências em 2013. A Gare do Sul, estação Multimodal que se deve assumir como uma grande centralidade do concelho do Barreiro e do território da Quimiparque portanto tem que ter a função de estação ferroviária e rodoviária, mas tem que ter actividade económica, serviços e equipamentos. É nossa opinião que esta estação e o acesso à Ponte deva localizar-se na alternativa que a localiza onde hoje existe os TCB. A ponte Barreiro-Seixal como contributo muito importante para o arco ribeirinho sul e para o Barreiro como uma centralidade da região. Já foi referido mas é importante voltar a assinalar a necessidade da melhoria das ligações rodoviárias com a construção da CRIPS ligando o nó de Coina à Trafaria, as ligações ao Seixal e à Moita, o alargamento do IC21 para 6 faixas (3 em cada sentido). É necessário que criemos um sistema rodoviário em malha ( e para isso contamos com os investimentos da TTT) sistema que terá que resolver, entre outras, as seguintes questões: - A criação de duas avenidas com carácter distribuidor a nascente do IC21 - Na construção da variante à E.M. 5/10 de Stº António a Penalva, e a variante à E.N. 11-2, Palhais/Stº António /Moita - No reperfilamento da Estrada 10.3 – Coina/Stº André e das variantes de Palhais e de Sete Portais. - No redimensionamento do perfil da Av. Dos Fuzileiros Navais - Nas alterações dos nós do IC21 – Lavradio, Vila Chã, Stº António e na criação de novos nós na Quimiparque. - No reperfilamento da Av. Das Nacionalizações - Na ligação da Rua de Maputo, aos novos acessos para a ponte do Seixal - No reperfilamento e prolongamento para os Fidalguinhos da Rua Calouste Gulbenkian - De novos atravessamentos da Quimiparque que liguem a Freguesia do Barreiro ao Lavradio e aos acessos à nova Ponte. - Que as portagens, se as houver, não necessitem de praça de portagem mas sejam resolvidas com tecnologia que não obriguem a novas construções e novas feridas no território. - Encontrar soluções que facilitem e fomentem o transporte público e modos suaves de deslocação. - Que se concretize a deslocalização do terminal rodo-ferroviário, fluvial para o território da Quimiparque. Necessitamos que tudo isto se insira num estudo de mobilidade para o concelho e eventualmente para a região que solicitamos à administração central que connosco colabore. É também na nossa opinião necessário encontrarmos compensações ambientais e de equipamentos sociais: ¾ Porque não dar continuidade a recuperação da margem do Coina para Sul – dar continuidade do actual Polis. ¾ Porque não recuperar e devolver a Barra-a-Barra ao Lavradio e à população. ¾ Porque não aproveitar todos estes grandes projectos para resolver o problema do Bairro das palmeiras e dar contributos para a melhoria da situação do Barreiro Velho. Temos também a opinião que é indispensável prepararmo-nos ao nível da segurança, da protecção civil, da saúde. São estes, alguns dos desafios que se colocam à nossa terra. O povo do Barreiro é um povo interveniente, lutador, de convicções. Se contarmos com o contributo e a participação de todos, conseguiremos construir um concelho melhor. Provámos que temos capacidade de sonho, de juntar vontades, queremos provar que é possível concretizar estas ideias, no todo ou em grande parte. É possível construir um Barreiro Novo, no respeito pela nossa história. O futuro constrói-se hoje. Queremos um novo Barreiro uma cidade singular e de referência.