O Uso do Software Graph – Uma proposta para o Ensino de Funções Prof. Carlos Roberto Ferreira Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) Programa de Mestrado em Educação – PPGE Universidade Estadual de Ponta-Grossa – UEPG [email protected] RESUMO O objetivo deste mini-curso é apresentar uma proposta para o ensino de funções utilizando o software Graph. A utilização de métodos que privilegiem a participação ativa do educando na construção de sua aprendizagem, como a Resolução de Problemas e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), podem contribuir para uma melhor compreensão de conceitos e conteúdos matemáticos. Nessa perspectiva, desenvolvemos atividades a partir do Software Graph que, nesta abordagem, cumpre o papel de auxiliar o educando a conceitualizar, identificar e aplicar funções em diversas situações. O uso do computador permite fazer simulações e relacionar as descobertas empíricas com as representações matemáticas algébricas, tornando-se um poderoso recurso quando associado à Resolução de Problemas. Mas, para que não ocorra a reprodução de velhos erros e vícios é necessário adequar o uso das TIC, pois dependendo do enfoque e da falta de preparo docente, o uso de softwares educacionais pode deixar de cumprir um papel construtivo no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, pretende-se apresentar aos participantes uma maneira diferenciada para o ensino de funções. Palavras-chave: Resolução de Problemas; Ensino de Funções; Software Graph. 1038 Tecnologia no Ensino: Contexto e Discussões A presença de diversas tecnologias a disposição da Educação, como televisores, aparelhos de DVD e computadores é uma realidade em muitas escolas brasileiras. Nas instituições particulares esta presença é mais consolidada, mas existem diversas iniciativas do poder público que procuram levar a inclusão digital os alunos da escola pública. Por exemplo, o Ministério da Educação e Cultura – MEC, a partir de 1997, instituiu o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO), cujo propósito é introduzir o uso de tecnologias de informação e comunicação nas escolas públicas. Paralelamente, o MEC criou a Rede Interativa Virtual de Educação - Rived, que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais. Também por iniciativa do MEC, teve início o projeto piloto do programa denominado “Um Computador por Aluno (UCA)”, que visa distribuir computadores portáteis a alunos de escolas públicas com o objetivo de avaliar o potencial tecnológico das máquinas em sala de aula. Além dessas iniciativas em instância Federal, existem aquelas estaduais, como a do Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação, que implantou o Programa Paraná Digital e o Projeto Portal Dia-a-Dia Educação, que além do repasse de computadores, também, tem como objetivo difundir o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC. Ao olharmos para essas iniciativas, é possível inferir que o uso de tecnologia passa a ser uma exigência que se impõe aos professores, pois o Estado fez os investimentos e a comunidade escolar cobra sua utilização. Neste contexto em que as Tecnologias mostram ter grande potencial para a melhoria do ensino e da aprendizagem dos alunos, existe um outro lado que se refere às práticas pedagógicas que ainda não são condizentes com essa nova realidade. Para Coscarelli (2003), grande parte das práticas pedagógicas atuais ainda privilegia o ensino transmissivo, e o aluno, na verdade, aprende ou absorve passivamente o que o professor ou o material didático “transmite”, sem questionar, interagir com os colegas, pensar, correr riscos, aceitar desafios, raciocinar e resolver situações-problema. Porém, as imposições e cobranças não devem motivar disposição no professor em se “arriscar” na utilização de tecnologias. Há que se avaliar de que forma elas serão utilizadas e se de fato sua utilização contribui para o processo de ensino e aprendizagem. 1039 Ainda segundo Borba e Penteado (2005, p. 56), a presença de tecnologias, especificamente as informáticas, muitas vezes gera desconforto nos professores, por perceberem que têm de “lidar com mudanças, ou seja, começa-se a perceber que a prática docente, como tradicionalmente vinha sendo desenvolvida, não poderia ficar imune à presença da tecnologia informática.”. No entendimento desses autores, o professor precisa sair do que chamam de zona de conforto, onde quase tudo é conhecido, previsível e controlável para entrar em uma zona de risco, na qual é preciso avaliar constantemente as consequências das ações propostas, já que o professor de Matemática deveria procurar formar alunos responsáveis, criativos e livres. Para tanto, segundo Souza (2001, p.21), as características desejáveis para o conhecimento que se veicula atualmente deveriam ser: [...] ágil, funcional, participativo, libertador – no sentido de remover barreiras que impeçam a plena criatividade de uma pessoa, sua compreensão dos processos e autonomia de pensamento para resolver situações-problemas das mais variadas naturezas. Para buscar tais objetivos, é preciso utilizar métodos que privilegiem a participação ativa do educando na construção de sua aprendizagem. Dentre esses métodos podemos utilizar a Modelagem Matemática, a Resolução de Problemas e as diversas Tecnologias, entre elas a Informática. Para Onuchic e Allevato (2004), o uso do computador, por permitir relacionar as descobertas empíricas com as representações matemáticas algébricas e por possibilitar infindáveis simulações, torna-se um poderoso recurso quando associado à resolução de problemas. O uso de computadores está cada vez mais presente na vida de nossos estudantes, e a sua inserção no ensino os tem motivado a querer aprender mais, sendo possível despertar em alguns alunos mais céticos o gosto pela Matemática, além de possibilitar, a nós e aos alunos, (re)conhecer ideias matemáticas, desenvolver habilidades de exploração e capacidade de aplicação de conceitos matemáticos. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) podem ser usadas como meio de lutar contra o insucesso escolar, motivando os alunos e facilitando o acesso a informações. Moraes (2001) ressalta a importância das TICs como recursos instrumentais da Educação, destacando a necessidade de adequação de seu uso, uma vez que, dependendo do enfoque dado, qualquer recurso tecnológico pode ser apenas um instrumento reprodutor de velhos erros e vícios. Esta visão é corroborada por Valente 1040 (1999) quando destaca que se o docente estiver despreparado para desafiar e desequilibrar o seu aluno, a utilização de softwares educacionais pode não contribuir para o processo educacional. Segundo Leme (2009), a utilização de tecnologias, especialmente softwares, permite [...] simulações, aplicação adequada a fenômenos que não podem ser manipulados, como intervir sobre o pulso ou a freqüência de uma onda elétrica e observar as modificações resultantes. Esse tipo de aplicação permite compreender a interação de uma multiplicidade de variáveis que intervêm sobre um dado fenômeno. Outra contribuição que advém do uso de ferramentas como o computador é criação de “[...] um novo tipo de objeto – os objetos ‘concreto-abstratos’ (HEBENSTREINT apud GRAVINA E SANTAROSA, 1998, p.8),. Concretos porque existem na tela do computador e podem ser manipulados; abstratos por se tratarem de realizações feitas a partir de construções mentais.” Uma outra vantagem desses softwares, também citada por Gravina e Santarosa, é possibilidade de captura e reprodução de procedimentos efetuados pelos usuários, uma vez que facilitam a gravação automática de todos os passos da construção geométrica realizada e depois tais passos podem ser reproduzidos na sequência em que foram criados. Isso permite que o aluno reflita sobre as ações necessárias para obter determinada construção, mesmo decorrido muito tempo de sua realização pela primeira vez, além serem auxiliares ao processo de avaliação que fica reconfigurado no uso dessas tecnologias. Gravina e Santarosa dizem ainda que programas com recursos de modelagem possibilitam tratar a matemática como ferramenta para resolução de problemas em outras áreas do conhecimento. Um exemplo dado pelas autoras é o estudo da parábola, que em Matemática é um objeto abstrato, que pode ser representado por uma equação ou gráfico. Já em Física, a parábola serve para descrever o movimento de um objeto em queda livre ou que é jogado verticalmente para cima. Dessa forma, Propriedades matemáticas da equação passam a ter leitura física e vice-versa: ponto de máximo da função corresponde à altura máxima atingida pelo objeto; zero da função corresponde ao tempo de movimento; inclinação da reta tangente à curva é à velocidade. As relações entre conceitos matemáticos e fenômeno físico favorecem a construção do conhecimento em ambas as áreas. (p. 12) 1041 Um outro ponto a ser destacado, relatado por Brito e Almeida (2005) é que o uso do computador auxilia os alunos em trabalhos muito árduos minimizando esforços, como o de determinar parâmetros de uma função a partir de um conjunto de dados. Nesse caso, os alunos têm a oportunidade de concentrar seus esforços na interpretação e análise das situações de modelagem, bem como simular diferentes situações para enriquecer a sua análise. Apesar dos pontos positivos destacados anteriormente, muitos autores concordam que certos cuidados devem ser tomados na utilização de tecnologias na sala de aula. Para Ferreira e Lorenzato (2005), ”os limites e as potencializadas do uso de computadores devem ser analisados pelo professor”, para que eles não se tornem simplesmente um caderno mais prático ou um quadro de giz mais moderno. No entender de Valente (1995), sem os cuidados necessários, o aluno seria apenas “um virador de páginas eletrônicas”. Segundo Leme (2009) e Ostronoff (2009), outro cuidado é uso dos softwares com o intuito principal de motivação para as atividades escolares. Isso porque a motivação pode se tornar um fim em si mesma, em prejuízo da aprendizagem. Com as tecnologias, a inovação tem que ser nas concepções e posturas dos professores e não apenas na aparência, há de se pensar em métodos adequados, pois de que serve a tecnologia se o método se mantém? Estudar um determinado conteúdo em sala de aula com quadro e giz e estudar o mesmo conteúdo no computador, mas utilizando o mesmo método, não apresenta inovação alguma. Enfim, seja qual for a postura do estudioso frente à utilização de tecnologias na Educação, de aceitação ou ressalva, vale refletir sobre o que diz Drucker (citado por Almeida, 2000, p.15), que é necessário “repensar o papel e a função da educação escolar seu foco, sua finalidade, seus valores. A tecnologia será importante, mas principalmente porque irá nos forçar a fazer coisas novas, e não porque irá permitir que façamos melhor as coisas velhas”. Os computadores nos desafiam a buscar ações inovadoras e a repensar o nosso papel de educadores no atual contexto. Neste sentido, o minicurso tem como objetivo apresentar uma proposta metodológica para utilização de softwares matemáticos que possam contribuir para o ensino e aprendizagem da matemática. As atividades serão desenvolvidas a partir do 1042 Software Graph1, que nesta abordagem, cumpre o papel de auxiliar o educando a conceitualizar, identificar e aplicar funções em diversas situações. O Software Graph É um aplicativo que possui uma interface simples com suporte a diversos tipos de funções. Pode-se inserir funções para plotar gráficos em um sistema de coordenadas, inserir tangente, normal e sombra nos gráficos plotados, inserir séries de pontos para ajuste de curvas pré-definidas e definidas pelo usuário, calcular área sob curvas e comprimento de curvas num dado intervalo. Estrutura do minicurso O minicurso está estruturado em três módulos: MÓDULO I – Conceitos de Funções e Aplicações, MÓDULO II – Mecanismos e MÓDULO III – Experimentos. Os mecanismos e experimentos foram adaptados do texto “Funções e Gráficos: um curso introdutório”, de autoria de Maria Alice Gravina, Luciana Peixoto e Márcia Rodrigues Notare, que se encontra disponível em http://euler.mat.ufrgs.br. No Módulo I, antes de apresentar a definição matemática do conteúdo de função será enfocado o conceito de forma ativa para os estudantes, buscando a investigação e 1 Software de domínio público. Para baixar: www.baixaki.com.br/download/graph.htm ou www.padowan.dk 1043 interação com as atividades propostas, utilizando grandezas que estejam relacionadas ao cotidiano das pessoas, como: temperatura, notas de provas, altura, peso, dimensões e áreas, entre outros. Deverá ficar claro o conceito de grandezas variáveis e a existência de relação entre essas grandezas, pois em muitas relações entre variáveis podemos perceber que existe uma dependência entre elas, quando isso ocorre num intervalo definido, dizemos que uma variável está em função da outra variável. Mas existem grandezas variáveis que podemos relacionar, mas que “não possuem” dependência entre elas e por isso não configuram funções, como por exemplo: notas de uma prova e altura dos alunos. Como o conceito de função está presente em diversas situações do nosso dia-adia, apresentaremos neste curso algumas situações em que podemos encontrar diversas relações funcionais e como poderemos estudá-las utilizando o Software Graph. Vejamos algumas destas situações: • Dimensões e áreas; • Crescimento populacional; • Psicologia experimental; • Demanda do consumidor. • Lucro de um produto; • Mudança de temperatura; As situações serão abordadas sem a preocupação inicial de classificar as funções, ou seja, não iremos estudar as funções de forma linear como tradicionalmente é feito, quando se estuda sequencialmente função do primeiro grau, do segundo grau, exponencial, logarítmica e assim por diante. Vamos estudar a situação problema e somente depois fazer a classificação. Para exemplificar vamos considerar uma aplicação em psicologia experimental. Psicologia Experimental Para estudar a velocidade nos quais os animais aprendem, um estudante de psicologia executou um experimento no qual um rato era enviado repetidamente através de um labirinto de laboratório. A tabela abaixo indica o tempo de cada tentativa. TENTATIVAS (n) TEMPO (t) 1 15 segundos 1044 2 9 segundos 3 7 segundos 4 6 segundos 6 5 segundos 12 4 segundos Como estes dados podemos elaborar as seguintes questões que serão respondidas utilizando o Software Graph: a) Esta relação representa uma função? b) Se a resposta for positiva, qual a expressão matemática que relaciona estas grandezas? c) Qual o domínio da função não levando em consideração o contexto? d) Qual o domínio da função levando em consideração o contexto? e) O que acontece com a função à medida que o número de tentativa aumenta? Já o Módulo II irá tratar dos MECANISMOS, que são materiais concretos com objetos fixos e móveis sendo que os móveis possuem relações funcionais onde podemos definir os domínios e as equações matemáticas envolvidas. Para exemplificar, vamos considerar o seguinte mecanismo: O segmento AB tem tamanho fixo e suas extremidades deslocam-se em dois trilhos perpendiculares. QUESTÕES • Encontre possíveis relações entre os objetos móveis e indique os domínios das funções. • Em particular, considere como variáveis as distâncias de A e B ao vértice do mecanismo. • Esboce o gráfico dessa função. • Monte uma tabela com as medidas da relação escolhida e encontre a expressão matemática através do Software Graph. 1045 Para finalizar, o Módulo III irá apresentar alguns EXPERIMENTOS que permitem a percepção relações funcionais entre as variáveis envolvidas. Para isso, propomos a utilização de materiais concretos que servem para facilitar a compreensão do conceito de função. Para exemplificar, vamos considerar o seguinte mecanismo: Neste experimento, o nível da água no copo é função do número de bolinhas que colocamos dentro do copo. Vamos considerar o número de bolinhas de gude como a variável independente e o nível de água como variável dependente. Equipamento • Um copo em formato de cone e bolas de gude. Procedimento • colocar água no copo até atingir uma altura de 6 cm; • coloque as bolinhas de gude no copo com água (5 bolinhas de cada vez) e anote numa tabela o nível que está a água. Questões para responder 1. Com os dados da tabela, indique que tipo de função representa o Experimento e deduza uma relação entre x e y. Faça a dedução geométrica e utilizando o Software Graph. 2. Por que o gráfico desse experimento não deu uma reta? 3. Qual o comportamento desta função quando colocamos cada vez mais bolinhas no copo? 1046 Considerações Finais Os Softwares Matemáticos se apresentam como uma poderosa ferramenta para o ensino e aprendizagem da Matemática, o processo é irreversível, as vantagens em sua utilização são evidentes, mas exige por parte dos professores uma postura mais reflexiva, pois apenas ter a disposição esta ferramenta tecnológica não significa que o aprendizado será mais significativo. O professor precisa repensar sua prática no momento que decide utilizar uma determinada ferramenta tecnológica e responder a seguinte questão: Como lidar com o desafio de integrar essas tecnologias ao trabalho pedagógico? Para responder esta questão o professor precisa assumir uma postura de aprendiz, crítico e criativo. Entender que sua aprendizagem será contínua, onde irá aprender fazendo e refletindo sobre sua prática e que sendo responsável pela aprendizagem de seus alunos, deve atuar como articulador e orientador do processo, motivando o trabalho colaborativo em sala de aula em relação às questões a serem investigadas, pois ambos são parceiros e sujeitos de aprendizagem. 1047 REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Jane. Informática na educação? Algumas considerações a partir de um exemplo. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, n.1, pp. 23-36. ISSN 0102-2555. doi: 10.1590/S0102-25551998000100003. BORBA, Marcelo de Carvalho; PENTEADO, Miriam Godoy. Informática e educação matemática. 3.ed. 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