O mundo Socialista Revolução Russa Revolução Chinesa Revolução Cubana Via Chilena Professora: Bárbara Tostes Revolução Russa (1917) Antecedentes No início do século XX a Rússia ainda sustentava um regime czarista, absolutista. A Rússia era o país europeu com o menor grau de industrialização e dependente do investimento estrangeiro. Boa parte das industrias russas contavam com a participação estrangeira. As liberdades eram restritas devido ao modelo político. A Igreja Ortodoxa dominava o ensino e possuía privilégios Havia concentração fundiária, e os nobres proprietários (conhecidos como boiardos) possuíam privilégios Os camponeses, conhecidos como mujiques, trabalhavam em um regime parecido com o feudal Movimentos oposicionistas Toda forma de contestação do regime czarista era duramente reprimido e colocado na ilegalidade. Esses movimentos se tornam comuns em fins do século XIX Niilistas – eram anarquistas que baseavam seu movimento na prática de atentados. Populistas Narodiniques- eram socialistas com base na comunidade rural camponesa (MIR) Partido Socialista-Revolucionário (1901)- composto por camponeses e intelectuais Kadet (1905)- Partido Constitucional Democrata, formada pela frágil burguesia russa. Era politicamente fraco Formação do Partido Operário Social- Democrata Russo Formado em 1898 por intelectuais. Conseguiu maior expressividade, e acabou reunindo várias propostas antagônicas sendo divido em 1903. MENCHEVIQUES (minoria) – pregavam uma revolução nos moldes franceses e tinham como principal líder Martov. BOLCHEVIQUES (maioria)- Defendiam uma revolução socialista com participação de operários e camponeses. Defendiam o caráter revolucionário do partido e a disciplina como forma de se atingir o poder. O principal líder era Lênin. Ensaio Geral (1905) Guerra Russo-japonesa pela dominação da Coréia e da Manchúria Crises de abastecimento Altas taxas inflacionárias Greves gerais “Domingo Sangrento”- Massacre de populares que manifestavam-se contra o Czar Nicolau II Insurreições em várias partes do país. Manifesto Czarista- o czar pressionado lança a proposta de um regime representativo com a instauração de um parlamento que ficou conhecido como DUMA. Duma- O parlamento russo Ficaram conhecidos como outubristas os grupos que aceitaram a proposta do czar, burgueses em sua maioria. Anos mais tarde, o czar toma medidas restritivas à atuação do parlamento, gerando grande insatisfação . Um exemplo dessa política despótica, foi a entrada na 2ª Guerra sem a consulta da DUMA que estava suspensa. A Rússia na Primeira Guerra Mundial A Rússia entrou na Primeira Guerra ao lado das potências Centrais. No entanto, devido ao atraso de seu desenvolvimento apresentou técnicas de guerra obsoletas, com poucos recursos bélicos modernos. Além do grande contingente militar, pouco eficaz e sofrendo duras crises de abastecimento. Essa situação levou a uma situação de insatisfação geral que culminou no processo revolucionário de 1917. O contexto da revolução O Czar sinaliza uma perda de controle sobre o país. A máquina administrativa era incompetente, dispendiosa e inoperante. O conselheiro místico e charlatão Rasputin faz com que o czar despreze, ainda mais, o povo. A guerra abalou a economia levando a uma grave crise econômica. A guerra gerou um trágico saldo de 5 milhões de mortos. Em fevereiro de 1917 o czar é deposto Revolução de Fevereiro de 1917 Revolução liderada pelos mencheviques, tinha, portanto, o caráter liberal-burguês Kerensky assume o controle da DUMA Os revolucionários questionam a insistência do governo revolucionário em manter a Russia na Primeira Guerra Mundial As Teses de Abril Lênin retorna do exílio “Paz, terra e pão” “Todo poder aos sovietes” Trostsky cria a Guarda Vermelha Em outubro de 1917 o Soviete de Petrogrado, liderado por Trostsky ataca o Palácio de Inverno e os Bolcheviques tomam o poder O governo de Lênin Lênin assume o comando da Rússia. Tratado de Brest-LitoviskyRetirada da Rússia da Primeira Guerra A Rússia afunda em uma sangrenta guerra civil Início da reforma agrária Nacionalização da economia Os Sovietes passaram a ter o controle sobre a indústria O czar e sua família são fuzilados NEP- Nova política Econômica Plano de recuperação da economia russa Introdução de elementos capitalistas, conciliados com base socialista “ Um passo para trás para dar dois passos para frente” Comércio livre de pordutos agrícolas Em 1922 é criada a URSS ( União das repúblicas Socialistas Soviéticas). A sucessão de Lênin Lênin morre em 1924. Trotsky – Revolução permanente X Stálin- Socialismo em um só país Stalinismo Stálin adota um governo totalitário a fim de consolidar o socialismo na URSS Promoveu a eliminação da oposição. Trotsky foi assassinado a mando de Stálin no México, em 1940. Burocratização estatal Controle do ensino e dos meios de comunicação Culto ao líder ( Stálin= Guia genial dos povos) Propaganda governamental Homogeneização das nacionalidades não-russas. Medidas Econômicas Cancelamento da NEP Planificação da economia Coletivização agrícola A indústria de base passou a receber vultuosos investimentos Planos Quinquenais- metas estabelecidas de 5 em 5 anos com grandes investimentos na indústria de base Socialismo Real – modelo de socialismo baseado na planificação econômica, burocratização e ultra-centralização das decisões políticas A Revolução Chinesa (1949) Os antecedentes... Ao longo da história, a China foi explorada abusivamente por europeus, principalmente pela Inglaterra no século XIX. Essa exploração foi muito profunda, pois as elites locais apoiavam essa dominação ao embasaremse na filosofia Confucionista, que pregava o respeito à hierarquia e ao passado, mantendo as tradicionais estruturas de privilégios existentes Revolta dos Boxers (1898-1901) Ocorreu no final do século XIX para o início do século XX, simbolizou a insatisfação com a intromissão estrangeira, promovendo uma tentativa de derrubada dos valores ocidentais que eram impostos e a miséria que assolava a China. Embora a revolta tenha fracassado, ela despertou o descontentamento geral; mostrou que era possível pelo menos tentar lutar contra o status quo em que se encontravam. A chama revolucionária fora acesa, conscientizando a população de que a dinastia Manchu, que então governava a China e apoiava a dominação internacional, era responsável pela miséria do país. Sun Yat-Sen e a União pelo Renascimento da China O inconformismo, com a presença estrangeira, tem seu maior intérprete na figura venerável do médico Sun Yat-Sen, considerado o patriarca da China Moderna, que fundou em 1894 a União pelo Renascimento da China, cujo programa tinha por base o nacionalismo e a modernização do país. Sun Yat-Sen foi exilado, devido à propagação de suas ideias. No entanto, o discurso político, tanto de Sun Yat-Sen quanto de seus aliados, passou a atender mais aos interesses de uma burguesia ocidentalizada que surgia, do que às necessidades da grande parte dos chineses que viviam em areas rurais em péssimas condições de trabalho e de sobrevivência. Proclamação da República Chinesa ou Primeira Revolução Chinesa Revolução Xinhai (1911)- colocou fim no sistema monárquico chinês, com a proclamação da República da China e a deposição do último imperador Pu-Yi. A formação da Kuomintang A Kuomintang ( Partido Nacional do Povo) foi formado no contexto da proclamação da república em 1911. Sun Yat-Sen assumiu o governo provisório, mas renunciou logo em seguida por não conseguir o apoio da tradicional elite rural chinesa. Para decepção geral, assume a presidencia o despótico general Yuan Shin-kai, que acaba por fazer maiores concessões aos estrangeiros devido ao escasso apoio interno e a desorganização geral do país A consolidação de um poder republicano central O desaparecimento do poder central acelerou a proliferação pela China das trágicas figuras dos “senhores da guerra” (tukiuns), déspotas locais que possuem exércitos privados, que ao mesmo tempo em que espoliam os camponeses, além de lutarem entre si. Desde a morte de Yuan, o impopular general-presidente, até o surgimento do novo "homem forte", o general Chiang Kaishek (a partir de 1926), o país se encontrará dilacerado pelos conflitos internos. Chiang Kai-SheK Chiang Kai-Shek foi o responsável pela unificação da China contra os “senhores da guerra”, que dominavam importantes regiões do país. Se tornou o líder da República da China em 1928. Suas propostas nacionalistas excluíam o povo do poder e reforçava a ocidentalização da sociedade. Formação do Partido Comunista Chinês A tomada do poder pelos bolcheviques na Rússia, em 1917, teve enorme repercussão sobre os povos coloniais. A partir de 1918 registra-se internacionalmente uma radical mudança na postura em relação às regiões dominadas pelas potências européias. Lênin tinha uma proposta radical, recomendando aos asiáticos e aos africanos que lutassem contra o colonialismo, que dessem fim à dominação imperialista. A população chinesa se organiza e surgem movimentos contra o tratado de versalhes, como o Quatro de Maio, que reuniu mais de 3 mil estudantes Até então, as idéias socialistas eram restritas a um escasso grupo de intelectuais ocidentalizados que se concentravam em Pequim. Os principais textos marxistas, como o "Manifesto Comunista", haviam sido publicados em 1906 e de forma completa em 1919/20. Somente em 1923 começaram a serem editadas as traduções sistemáticas de Marx, Engels e Lênin. Em 1919, com o fim da Primeira Guerra, estourou uma onda de contestações às concessões dadas às potências imperialistas sobre a China pelo Tratado de Versalhes. Intelectuais discutiam o marxismo, adaptando aos poucos a ideia de proletariado ao “mar de camponeses” que compunham a China e em 1921 foi criado o Partido Comunista Chinês. Até meados da década de 20 não houveram muitos atritos entre o Kuomintang e o PCC, que crescia de forma exponencial. A ausência de atritos estava relacionada a uma necessidade comum, que era a autonomia frente ás potências ocidentais , resultando em uma Frente única contra o imperialismo e o poder dos “senhores da Guerra” Kuomintang X Partido Comunista Chinês A partir de 1925, Chiang Kai-shek assumiu o comando do exército nacionalista e iniciou uma política agressiva contra o PCC e os chefes militares locais. Isso fez romper-se a Frente Única e iniciar uma guerra civil em 1930. Os chefes militares passaram a apoiar Kai-shek por medo da efervecência popular e do próprio PCC. Chiang também foi bem visto pelas potências invasoras, que passaram a ver o Kuomintang como vital para a manutenção da China sob seu domínio. O PCC sofreu derrotas em Xangai e Pequim e rumaram para o campo. Passaram a organizar suas bases de apoio e em 1931 proclamaram a República Soviética da China ao leste o país, dando força e coesão ao movimento comunista. Enquanto isso, Chiang mantinha unidade do país sob aval de uma série de acordos com os chefes militares locais, os únicos que comprometiam a própria unidade política nacional. Aproveitando a fragilidade e indefinição político-territorial chinesa, o Japão invadiu a Manchúria (região nordeste do país) em 1931, estabelecendo um estado satélite. Invasão esta, que serviu de ingrediente à já saturada panela de pressão que levaria à Segunda Guerra Mundial. O Kuomintang estava pressionado por todos os lados: invasão japonesa, pressão internacional e a expansão do PCC no campo. Em 1934, os nacionalistas (Kuomintang) organizaram uma massiva campanha militar para acabar com o avanço do PCC A Longa Marcha O líder do PCC, Mao Tse Tung, diante das derrotas nas cidades e receosos com as ofensivas da Kuomitang, defendeu o início da Revolução a partir do campo. Esse movimento de reclusão na região nordeste ficou conhecida como Grande Marcha e matou cerca de 80 mil comunistas. O processo revolucionário Os japoneses invadiram o território chinês pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. Chiang Kai-Chek concentrou os esforços militares no combate aos comunistas, o que gerou uma queda na popularidade do governo. Para reveter a situação, o líder da Kuomintang aceita fazer uma aliança com o PCC contra o inimigo comum, o Japão. Com o início da Segunda Guerra os combates entre a Kuomintang e o PCC recomeçaram. A União Soviética, estava muito envolvida com seus problemas pós Segunda Guerra e não apoiou efetivamente o Exército Popular de Libertação, que mesmo sem tal ajuda continuou avançando contra o Kuomintang. Em 1949, Mao realiza uma grande ofensiva que levou à fuga de Chiang kai-Shek e seus aliados para a ilha de Formosa (Taiwan) onde estabeleceram um governo apoiado pelos E.U.A. Mao Tse Tung assume o governo da China Ocidental. Era o início da República Popular da China. Maoísmo Mao Tse Tung, lider da Revolução, adaptou a teoria marxista para o contexto chinês. A China era uma imensa nação, agrícola, com a maior parte da população empobrecida e vivendo na zona rural. Mao contemplou essa realidade agrária, dirigindo o movimento para esse setor. Defendeu a preservação da cultura nacional e ao mesmo tempo propagou as ideias internacionalistas do marxismo, como a luta de classes. As realizações da República Popular da China Instalação de um regime ditatorial Perseguição aos membros da Kuomintang “Tribunais do Povo”- responsáveis pelo julgamento dos grandes proprietários. A partir de 1952 começa o processo de estatização completa da economia. Aproximação díplomática com a URSS Investimentos na economia foram realizados através de empréstimos concedidos pela URSS. Criação de Planos Quinquenais para impulsionar o desenvolvimento da indústria pesada, conseguindo altas taxas de crescimento da economia. Criação de cooperativas e coletivização de pequenas propriedades. Fim da liberdade de expressão, censura rígida. Grande Salto Para Frente O II Plano Quinquenal não apresentou os resultados esperados, pois acabou privilegiando setores de base não concentrando maiores esforços para desenvolver a agricultura e a melhoria nas condições de vida da população. O resultado foi uma intensa onda de fome e de insatisfação com o modelo stalinista. A decisão de Mao Tse-Tung de adotar o “Grande Salto para Frente” decorreu da percepção de que o modelo stalinista de desenvolvimento era inadequado para a China O desenvolvimento agrícola passou a ser privilegiado com grandes obras de drenagem e irrigação. Era preciso acabar com a fome na China Desconcentração da produção industrial Investimento de infra-estrutura, construção de estradas O rompimento com a URSS Em 1960 Mao Tse-Tung rompe oficialmente com a URSS. Vários fatores contribuíram para esse acontecimento, dentre eles as discordâncias ideológicas e o não-fornecimento de armas atômicas para os chineses, conforme o prometido por Kruschev. A Revolução Cultural Chinesa (1966-1976) No início da década de 60, Mao enfrentava a perda de apoio de uma parte importante do PCC. Para afirmar seu poder, buscou apoio nas massas. A essa tentativa de angariar a devoção irracional das massas por meio de um trabalho de manipulação ideológica, dá-se o nome de “Revolução Cultural” Incitou um culto a sua figura, a rejeição aos valores burgueses e individualistas e aos velhos costumes. Inúmeros dirigentes do PCC foram presos e enviados a campos de trabalho forçado Surgimento dos Guardas Vermelhos, voluntários responsáveis por monitorar a sociedade, extirpando elementos opositores Culto ao Livro Vermelho, que continha toda a ideologia e os rumos propostos por Mao O fim da Revolução Cultural A Revolução Cultural chegou ao fim em 1976 com a morte de Mao Após a morte do grande líder, um experseguido político passa a se aproximar do poder, reabilitando antigos dirigentes do PCC Deng Xiaoping assume o comando da China A Revolução Cubana (1959) Antecedentes Ditadura de Fulgêncio Batista Subiu ao poder através de um golpe em 1952 Concentração fundiária Pobreza Participação do capital e do interesse norte-americano Intensa repressão aos opositores políticos Censura Distanciamento da população da vida política Governo elitista que defendia os interesses da elite econômica e do capital estrangeiro Cuba se tornou um importante destino turístico norteamericano. O luxo e o glamour exibido em hotéis e cassinos contrastava com a realidade do povo cubano Os primeiros passos da Revolução Cubana Jovens guerrilheiros, liderados por Fidel Castro, tentam assaltar um quartel para conseguir as armas necessárias para dar início a uma campanha contra a ditadura de Fulgêncio. O movimento conhecido como “Assalto à Moncada” foi fracassado e os principais lideres exilados no México. Durante o exílio Fidel Castro conheceu Che Guevara que se propôs a ajudar numa possível invasão de Cuba. Em 1956, a bordo da lancha Granma, 82 guerrilheiros tentaram invadir Cuba, sem sucesso. Fulgêncio Batista reprimiu o movimento executando 70 pessoas. O clima revolucionário começa a ganhar expressividade. E os guerrilheiros adotam novas estratégias para colocar fim na ditadura vigente. Eles vão iniciar uma guerrilha na região montanhosa de Sierra Maestra. Guerrilha de Sierra Maestra (1956-1959) Os líderes da revolução Fidel e Raul Castro, Ernesto Guevara e Camilo Cinfuegos, formaram os “focos guerrilheiros” dentro das matas da Sierra Maestra. Em pouco tempo, foram ganhando a simpatia da população, oferecendo ao povo educação e assistência médica. Esse apoio acabou levando um pequeno grupo de rebeldes a se tornarem um grande “Exército Revolucionário”. Tomando aos poucos cidades, e ganhando adeptos . O ponto mais importante desse período foi a tomada da província de Santa Clara próxima á Havana. Acuado pela guerrilha descontrolada, Fulgêncio foge para a República Dominicana, abrindo espaço para a consolidação de um novo governo. A tomada do poder... Características iniciais do Governo de Fidel Castro Inicialmente a revolução não teve o caráter socialista. A revolução e o novo governo tinham como principal característica a luta contra o imperialismo e a tirania da ditadura de Fulgêncio Batista. No entanto, as principais medidas nacionalistas tomadas por Fidel abalaram as relações com os E.U.A Principais medidas do Governo de Fidel Reforma agrária e urbana Nacionalização dos investimentos estrangeiros Fuzilamento e exílio de adeptos de Batista Investimentos na educação e na saúde Redução no preço dos artigos de primeira necessidade, além de livros escolares, remédios e aluguéis. A aproximação de Cuba e a URSS Os E.U.A, em resposta ao processo de nacionalização da economia, rompem seus laços diplomáticos com Cuba Devemos considerar o contexto da Guerra Fria e a bipolarização do mundo. Esse contexto e a necessidade de um apoio financeiro levaram Fidel a uma aproximação com a URSS. Em 1961, Fidel anúncia o caráter socialista de seu governo. Foi instituído o unipartidarismo, a estatização da economia e uma política de controle de informações, além da censura. Os E.U.A e o desembarque da Baía dos Porcos Ainda em 1961, os dissidentes do governo de Batista aliados a forças da C.I.A tentataram invadir Cuba e depor o Governo de Fidel. O movimento é reprimido e Fidel, numa estratégia ousada, trocou os prisioneiros por remédios para o abastecimento das farmácias locais. Crise dos Mísseis Fidel autorizou o governo soviético de Kruschev a construir bases de lançamento de mísseis na ilha. Em represália, os E.U.A realizaram um cerco naval à ilha, ameaçando atacá-la caso os mísseis soviéticos não fossem retirados. Esse é o momento mais tenso da Guerra Fria, tendo como desfecho a desativação dos mísseis. Che Guevara... Um mito ou um Herói? Che Guevara se tornou um grande herói socialista na América. Seu nome e sua imagem são propagados até hoje, sem que sua participação efetiva nos movimentos revolucionários seja contemplada. É importante ressaltar que Che se afastou na década de 60 do cenário político cubano, por acreditar que a revolução deveria se estender por outros lugares da América. Reapareceu na Bolívia , em 1967, numa tentativa frustada de estender a revolução para o país. Acabou sendo capturado, anos depois e morto. Era o fim para o guerrilheiro mais aclamado da América. Mas devemos ter sempre o cuidado de não mistificar a importância de Che em detrimento de outros revolucionários tão importantes quanto ele. O fim da Guerra Fria e a crise econômica cubana A crise e fim do regime soviético abalou a economia cubana levando a uma grave crise de abastecimento. O racionamento de produtos e o sucateamento da produção geraram forte impacto na população e nas possibilidades de crescimento do país. Para tentar reveter a situação, Fidel passou a investir no Turismo, reduziu os efetivos do Partido Comunista, busca por novos parceiros comerciais além da permissão para o ressurgimento do emprego autônomo. O fim do Governo de Fidel A partir de 2006 é iniciado o processo de afastamento de Fidel do poder, por razões de saúde. O poder passa para as mãos de seu irmão Raul Castro. Em 2008, através de eleições questionáveis, Raul é eleito o novo Comandante de Cuba, assumindo definitivamente o poder. Raul promoveu algumas tímidas reformas da economia, o que levou a uma corrente de especulações quanto ao fim do regime. No entanto, a permanência tanto da censura quanto do unipartidarismo afastaram os rumores do declínio do regime socialista. Por ser a única nação socialista na América, e pelo isolamento imposto pelos E.U.A, Cuba enfrenta desafios complexos para manter uma economia viável e um desenvolvimento humano. A pobreza e a obsoleta economia são um dos maiores problemas enfrentados por Raul. A Via Chilena ao Socialismo Um breve histórico do Chile O Chile era um país com características bem comuns ás nações que derivaram de um passado colonial de exploração na América. Diferente de seus vizinhos, o Chile, até 1973, desconhecia a existência de partidos populistas ou ditaduras militares. As forças partidárias chilenas dividiam-se entre o Partido Nacional, de perfil conservador, que aglutinava a camada mais rica da população, como os grandes fazendeiros; a Democracia Cristã, que perfazia aos interesses das classes médias; e os comunistas e socialistas, que tinham em suas fileiras uma maioria de operários e intelectuais, mas não formavam um grupo coeso A formação da Unidade Popular Em 1970, após inúmeras tentativas fracassadas, as esquerdas conseguiram se unir, lançando um candidato em comum à presidência da república: Salvador Allende, senador filiado ao Partido Socialista chileno. Nesta empreitada, 6 partidos formaram a Unidade Popular: o partido socialista, o comunista, o radical, o MAPU (dissidência da democracia cristã) e o MIR (Movimiento de la Izquierda Revolucionária), única legenda extremista da coligação. Mesmo assim, o pleito não foi fácil e Allende só foi confirmado na presidência pelo Congresso chileno graças ao voto da Democracia Cristã. Ou seja, pela primeira vez na história vamos observar a instauração de um regime socialista através da via democrática. As medidas do governo de Allende Nacionalização da economia chilena: Siderurgia, telecomunicações, minas de carvão e salitre, ferrovias e bancos. Planos de elevação dos salários dos trabalhadores. Iniciou uma reforma agrária e um programa contra o analfabetismo As consequências do projeto de Allende Um ano depois, nada havia se cumprido e os investimentos na economia não se realizaram. No campo, uma onda de invasões de terras levou à paralisação da agricultura e a uma alta geral dos gêneros alimentícios, estimulando o crescimento do mercado negro. O projeto de nacionalização havia estatizado a mineração e outros setores considerados fundamentais para chegar-se ao socialismo, o que revoltou as multinacionais. Entre 1972 e 1973, a economia chilena enfrentou uma grande estagnação. Diante desse quadro, a classe média, que antes apoiava, ou, ao menos, não reprovava o governo da Unidade Popular, passou a condená-lo. Além disso, o contexto da Guerra Fria colocava os E.U.A em alerta por não ser conveniente a instauração de um governo de orientação socialista na América do SUl •Não demorou muito para que o Chile se encontrasse submetido a um bloqueio informal por parte dos Estados Unidos. •A estratégia americana foi sufocar gradualmente a economia chilena,inviabilizando empréstimos internacionais e impedindo preços competitivos para o cobre, principal produto chileno de exportação O golpe militar de Pinochet Em setembro de 1973, as forças armadas do Chile, estimuladas pelo governo norte-americano, se rebelaram contra Allende, matando-o e dando início a uma das ditaduras mais violentas da América Latina. O Governo passou a ser comandado pelo general Pinochet. Surgimento da Caravana da Morte- responsável pela execução de milhares de adeptos ao regime de Allende O fim do regime ditatorial de Pinochet A ditadura instaurada por Augusto Pinochet se estendeu até 1988, quando foi derrotado por um plebiscito popular, convocado para decidir sobre a permanência ou não do ditador. Uma eleição é convocada e Patricio Aylwin se torna o primeiro presidente eleito após anos de ditadura. Pinochet, entretanto não abandonou o cenário político, mantendo sua condição de comandante do exército até 1998 e tornando-se senador vitálicio. O destino de Pinochet Em 1998, em viagem à Londres o ex-ditador é preso a pedido de um juíz espanhol. No início dos anos 2000, alegando debilidade de saúde, Pinochet é liberado pelo governo inglês e retorna ao Chile. Ao chegar no Chile teve suas regalias políticas cassadas e sofreu a abertura de um processo contra seus crimes. Faleceu em meados do ano de 2006, deixando para trás um legado de violência e violação dos direitos diplomáticos do povo chileno. Pouco antes de morrer, assumiu a responsabilidade pessoal por tudo o que ocorreu no Chile durante seu governo, declarando assim ter agido por patriotismo.