25 DE AGOSTO 2 0 0 8 3 www.adufrj.org.br Colegiados Vagas para o Reuni são insuficientes para expansão com qualidade Vagas atribuídas à UFRJ para 2009 (50 vagas docentes e 200 vagas para técnicoadministrativos) confirma a avaliação de que a expansão do Reuni será precarizada com sobrecarga de trabalho No último dia 15/8, foi divulgada no Diário Oficial da União a liberação da primeira cota de vagas para concursos de docentes e técnico-administrativos referentes ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). À UFRJ foram abertas 50 vagas para docentes e 200 para técnicoadministrativos em 2009. Segundo informações da pró-reitora de Graduação, Belkis Valdman, na última sessão do Conselho de Ensino de Graduação, em 20/8, o Ministério da Educação agenda para outubro a primeira visita de acompanhamento, uma Missão do MEC, das obras do Reuni na UFRJ. Ainda de acordo com a próreitora, o Conselho Superior de Coordenação Executiva recomenda aos colegiados acadêmicos que aprovem a alocação das novas vagas a tempo de ser deliberada pelo Conselho Universitário na sua sessão de 11 de setembro. Com isso, a reitoria cumpriria a contento do governo sua lição de casa e os editais das novas vagas do Reuni da UFRJ já estariam prontos na data da visita do MEC à universidade. Na sessão do CEG, alguns conselheiros demonstraram preocupação com o destino dos novos concursos. A manifestação no colegiado foi pelo cumprimento das diretrizes do Plano de Reestruturação e Expansão da UFRJ (PRE), o que faz com que as vagas sejam destinadas ao preenchimento das demandas dos cursos novos, aprovados ao longo deste ano já para o vestibular 2009, inclusive o bacharelado interdisciplinar do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. O assunto deverá ser tema de pauta de sessão conjunta dos colegiados acadêmicos de graduação e pós-graduação (CEG/CEPG), com base em proposta a ser apresentada pela câmara mista de alocação de vagas, e o resultado deverá ser encaminhado para aprovação final no Conselho Universitário. Para a vice-diretora da Faculdade de Educação e conselheira do CEG, Márcia Serra Ferreira, independente das diretrizes do Reuni, a alocação das vagas deve respeitar a construção histórica de democracia e institucionalidade dos órgãos colegiados, mas deve também respeitar as demandas da expansão na universidade. Até agora, entretanto, não se tem um quadro na UFRJ com as reais demandas de professores a partir dos novos cursos aprovados como ‘expansão’. Mesmo após um ano da votação do Reuni nas IFES(em grande parte sob força policial), as comunidades universitárias sequer conhecem os acordos de metas firmados pelas reitorias com o governo. Considerando-se a atual sobrecarga de trabalho docente, o número de professores substitutos (chegando a 50% do quadro em algumas unidades) e a necessidade histórica por novas vagas de concurso, a única certeza é que as primeiras poucas vagas liberadas pelo Reuni não serão suficientes para promover uma expansão da universidade com qualidade. Professores substitutos Belkis Valdman informou que as unidades receberam um pedido de informações da pró-reitoria sobre o quadro de professores temporários contratados em 2008. A PR-1 aguarda resposta das unidades até 30 de agosto para, com base nos dados apresentados até então, preparar proposta de abertura de vagas temporárias para o próximo período. Colegiado aprova relatório de renovação de bolsas estudantis Também no CEG de 20/8, foi aprovado o relatório apresentado pela Divisão de Assistência ao Estudante (DAE) sobre a renovação das bolsas-auxílio em 2008. Num total de 1.387 pedidos, foi aceita a renovação de 1.167 bolsas estudantis. Duzentos e onze solicitações foram recusadas e ficaram pendentes, por falta de informação da coordenação de orientação e acompanhamento acadêmico da unidade (COAA), sete pedidos de estudantes da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. O CEG decidiu dar um prazo até esta quarta-feira, dia 27 de agosto, para a COAA da FACC se pronunciar sobre os requerimentos. Caso não haja manifestação sobre as pendências, os pedidos serão avaliados pela câmara discente do colegiado e as bolsas podem ser canceladas por falta de informações sobre o rendimento dos estudantes. Durante a discussão sobre o relatório da DAE, os conselheiros aprovaram a proposta da pró-reitora de incluir no próximo edital de bolsas-auxílio um prazo determinado para a manifestação das COAAs sobre a renovação dos pedidos dos estudantes, caso contrário o auxílio será suspenso. A falta de informação da unidade sobre a solicitação de renovação de bolsas pode prejudicar os estudantes que devem ficar atentos ao encaminhamento de seus processos e recorrer ao colegiado superior, caso suas necessidades não sejam atendidas. UFRJ recepciona alunos estrangeiros Neste segundo semestre de 2008, a universidade recebe 70 estudantes de programas de intercâmbio institucional com universidades da comunidade européia. Graduandos de Portugal, Áustria, Holanda e de outras nacionalidades participaram no último dia 20 da primeira solenidade realizada pelo Setor de Convênio e Relações Internacionais, que há cinco anos desenvolve o programa de mobilidade acadêmica. Os cursos mais procurados pelos estrangeiros na UFRJ são os do Instituto de Economia, do IFCS, da Escola de Comunicação e da Faculdade de Arquitetura. Nessa última sessão do Conselho de Ensino de Graduação, a pró-reitora Belkis Valdman anunciou o lançamento do novo edital de mobilidade acadêmica, disponível no portal do MEC (http://portal.mec.gov.br/sesu/). Superintendente da Finep fala sobre edital CT-Infra Fundo deverá ter R$ 200 milhões para chamada de dezembro de 2008 O ex-pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ e atual Superintendente de Área de Universidades da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Ricardo Gattass, esteve reunido no dia 22/8 com os representantes do Conselho de Ensino para Graduados (CEPG). O motivo da visita foi o próximo edital de Chamada Pública MCT/ Finep/CT-Infra, previsto para ser lançado em dezembro deste ano. O fundo setorial de apoio a projetos institucionais de infraestrutura para pesquisa nas universidades soma 20% do total geral dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), este ano, segundo Gattass, orçado em R$ 1,630 bilhão de reais. Com os cortes de contingenciamento previstos, o CT-Infra distribuirá cerca de R$ 200 milhões em recursos para projetos e subprojetos de infra-estrutura nas universidades e institutos de pesquisa. Da chamada de 2007 do fundo de infraestrutura da empresa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, 163 instituições receberam R$ 1,327 bilhão para aplicação até o final deste ano. O superintendente da Finep reclamou, no entanto, da baixa execução destes recursos pelas instituições. Segundo Ricardo Gattass, até o momento, do total de recursos recebidos pelos projetos aprovados na última seleção, apenas R$ 770.530.000,00 foram utilizados. A “diferença”, de acordo com o professor, estaria “presa” pela portaria interministerial n.º 475/2008, que regulamenta as Fundações de Apoio. Gattass reclamou da mudança no sistema de controle dos gastos nas instituições por conta do escândalo na gestão de recursos pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), fundação ligada à Universidade de Brasília. Com a portaria, o gasto dos recursos destinados às universidades públicas, ainda que recebidos através de convênios com fundações privadas, deve ser submetido à lei de licitações do setor público (Lei 8.666/93). Os recursos do CT-Infra dividem-se ainda em três outras ‘rubricas’: Pro-Infra; Campi Regionais e Equipamento Multiusuário. De acordo com o superintendente, para que um subprojeto apresentado por um programa ou unidade da universidade seja aceito para compor parte da cota que a instituição receberá na divisão do fundo, a proposta deve estar diretamente associada ao planejamento institucional da universidade. O critério para que uma instituição receba recursos do CT-Infra é o seu número de doutores. O teto máximo de uma instituição por edital tem sido R$ 10 milhões (a UFRJ foi a mais contemplada com recursos deste fundo ao longo dos últimos sete anos). No banco de dados da Finep, estão cadastrados, segundo Gattass, 79 mil doutores brasileiros e, na última chamada do fundo, 600 subprojetos foram enviados por grupos de pesquisa das universidades. Para que o fomento não fique restrito aos mesmos grupos, o superintendente garantiu que, a cada edital, há uma renovação de 60% dos aprovados. Apenas 12% dos subprojetos têm sido aceitos sem corte. Gattass disse que o ministério quer que a Finep descarte todos os subprojetos que sofrerem cortes de mais de 30% do custo apresentado, durante a avaliação em uma das quatro comissões formadas por pesquisadores convidados (estes não podem submeter projetos ou estarem vinculados a projetos enviados). O superintendente disse, ainda, que a média de corte nos custos apresentados pelos projetos é de 49% dos valores originais. Como dica aos pretendentes do fundo, Gattass sugeriu que os coordenadores de projeto se empenhem em apresentar uma proposta de pesquisa vinculada ao planejamento institucional da universidade e que obras de infra-estrutura mais amplas, como a construção de prédios ou instalações novas, sejam fundamentadas com a descrição da importância destas para o desenvolvimento final do projeto apresentado.