Data de Publicação: 02 de setembro de 2015 Comunicado à Imprensa S&P rebaixa rating de longo prazo da Light SESA para 'brA' e reafirma seu rating de curto prazo 'brA-2'; perspectiva alterada para negativa Analista principal: Vinicius Ferreira, São Paulo, 55 (11) 3039-9763, [email protected] Contato analítico adicional: Marcelo Schwarz, CFA, São Paulo, 55 (11) 3039-9782, [email protected] Líder do comitê de rating: José Coballasi, Cidade do México, 52 (55) 5081-4414, [email protected] Resumo z z z O grupo Light vem apresentando geração de caixa mais baixa em 2015, principalmente pela desaceleração do consumo de energia e também pelo maior déficit de geração hídrica. Esperamos que o impacto sobre suas métricas de crédito sejam administráveis, uma vez que o grupo deverá receber US$250 milhões pela venda da Renova até o final do ano. Rebaixamos o rating de longo prazo da Light SESA de ‘brA+’ para ‘brA’ e reafirmamos seu rating de curto prazo ‘brA-2’. Essas ações de rating refletem nossa expectativa de que o grupo apresentará ao final de 2015 métricas de crédito mais agressivas do que esperávamos inicialmente, o que também exigirá a renegociação de covenants com seus principais credores. Ações de Rating São Paulo (Standard & Poor’s), 02 de setembro de 2015 – A Standard & Poor’s Ratings Services rebaixou hoje o rating de crédito corporativo de longo prazo na Escala Nacional Brasil atribuído à Light Serviços de Eletricidade S.A. (“Light SESA”) de ‘brA+’ para ‘brA’ e reafirmou o rating de crédito corporativo de curto prazo ‘brA-2’ da empresa na mesma escala. A perspectiva do rating de longo prazo foi alterada de estável para negativa. Fundamentos Analisamos os ratings da Light SESA com base nas informações financeiras e operacionais consolidadas da Light S.A. (“grupo Light” ou grupo: sem rating da S&P), sua controladora direta. Dessa maneira, a qualidade de crédito do grupo Light reflete a combinação da qualidade de crédito das suas subsidiárias e a capacidade delas de distribuir dividendos à controladora, possibilitando a esta não somente cumprir suas obrigações, como também continuar realizando os investimentos necessários nos segmentos de negócios em que atua. O rebaixamento do rating da Light SESA incorpora nossa expectativa de métricas de crédito mais agressivas em 2015 devido a uma menor geração de caixa, o que levou a uma deterioração na liquidez do grupo e também a indicadores fora dos limites estabelecidos em seus contratos de financiamento, embora um evento de aceleração ainda não tenha ocorrido. Contudo, nossa expectativa é que o grupo será capaz de renegociar as cláusulas contratuais restritivas (covenants) existentes nos seus contratos de dívidas atuais com os bancos credores, evitando assim o vencimento antecipado de R$ 6,2 bilhões em dívidas financeiras de um montante total que somava R$ 6,9 bilhões em 30 de junho de 2015. Ainda, esperamos que os US$250 milhões que o grupo Light receberá até o final de 2015 provenientes da venda de sua participação de 15,87% na 1/6 Renova Energia S.A. (“Renova”; não avaliada pela S&P) permitirão que o grupo reduza o seu nível de alavancagem. A distribuidora Light SESA, que atua em 31 cidades do Estado do Rio de Janeiro, incluindo a capital do estado, vem apresentando redução no consumo de energia em todas as classes de consumo, com exceção da comercial, em virtude tanto da menor atividade econômica na região – o que também se verifica no Brasil como um todo – quanto do efeito combinado do reajuste tarifário de 19,2% em novembro de 2014, da revisão tarifária extraordinária de 22,5% e da bandeira vermelha em vigor desde janeiro de 2015. Com isso, a empresa vem levando mais tempo para recuperar, por meio de tarifas, o aumento nos seus custos de energia incorridos com o despacho térmico. Em 30 de junho de 2015, a Light SESA possuía um valor de R$ 820 milhões a recuperar por meio de tarifas relativos a maiores custos de energia. Já no segmento de geração, o grupo Light teve sua geração de caixa impactada negativamente pelo menor despacho das usinas hidrelétricas para preservar seus reservatórios em um período de seca no Brasil. Apesar de a empresa apresentar aproximadamente 12% de sua energia assegurada descontratada para absorver o impacto da menor geração hídrica no Brasil, como o déficit do sistema hídrico vem sendo da ordem de 20% ao longo de 2015, a Light teve um impacto de R$ 180 milhões sobre seu EBITDA no segmento de geração nos últimos 12 meses relativo às suas compras no mercado spot. O impacto sobre o fluxo de caixa do grupo Light, nos próximos meses, dependerá dos parâmetros relacionados à Medida Provisória 688 que estão atualmente em audiência pública pela ANEEL. Liquidez Revisamos nossa avaliação da liquidez da Light SESA para “menos que adequada”, depois que o grupo encerrou o segundo trimestre de 2015 apresentando indicadores financeiros fora dos limites estabelecidos em seus contratos de financiamento, os quais possuem uma metodologia específica de cálculo. O indicador de dívida líquida sobre EBITDA, que deveria ser abaixo de 3,75x, ficou em 4,54x e o EBITDA sobre despesas financeiras líquidas, estipulado acima de 2,5x, ficou em 2,37x. Os contratos estabelecem que o não cumprimento desses indicadores por dois trimestres consecutivos ou quatro intercalados, pode levar ao vencimento antecipado das dívidas, mas entendemos que a condição atual ainda não configura um evento de aceleração. Embora esse potencial risco seja maior agora, não assumimos em nosso cenário-base a aceleração das dívidas, uma vez que o grupo já vem se reunindo com os bancos credores para evitar essa situação. Principais fontes de liquidez: z z z Posição de caixa de R$ 463,8 milhões em 30 de junho de 2015; Geração de caixa em torno de R$ 800 milhões nos próximos 12 meses; e Recebimento de US$ 250 milhões com a venda da Renova. Principais usos de liquidez: z z z z Vencimentos de curto prazo de R$ 1,2 bilhão; Capital de giro de aproximadamente R$ 150 milhões; Investimentos mínimos de R$ 400 milhões para manutenção das operações; e Pagamento de dividendos de 25% do lucro líquido (mínimo obrigatório por lei). Perspectiva A alteração da perspectiva do rating de crédito corporativo de longo prazo da Light SESA de estável para negativa reflete a nossa visão de que a performance financeira da empresa deverá ser mais fraca que a esperada, o que poderia enfraquecer mais suas métricas de crédito e também a sua atual posição de liquidez. Ainda, incorporamos o fato de que o grupo necessita renegociar com seus credores os atuais covenants estabelecidos em seus contratos ou então poderá haver o 2/6 vencimento antecipado de suas principais dívidas financeiras, embora este último cenário não seja o nosso caso-base. Cenário de rebaixamento Podemos rebaixar o rating da Light SESA se a posição de liquidez do grupo não se recuperar nos próximos meses ou caso haja uma contínua deterioração, principalmente por um potencial vencimento antecipado das dívidas. Além disso, caso o consumo de energia na área de concessão da Light SESA continue se reduzindo e o déficit hídrico prossiga afetando negativamente a geração de caixa do grupo, levando a uma dívida sobre EBITDA ajustado acima de 5,5x e a uma geração interna de caixa (FFO) sobre a dívida abaixo de 9% em 2015, poderemos rebaixar os ratings da empresa. Cenário de elevação Não contemplamos um cenário de elevação no curto prazo. Para que possamos alterar a perspectiva do rating para estável, o grupo Light deveria apresentar, em nossa visão, uma melhora em suas métricas de crédito, como uma dívida sobre EBITDA ajustado próxima a 4,5x e um FFO sobre a dívida em torno de 13%, além de melhorar sua posição de liquidez. Vemos que isso é possível caso a próxima estação chuvosa no Brasil permita uma recuperação nos níveis dos reservatórios do país, reduzindo a exposição dos geradores hidrelétricos a compras no mercado spot, possibilitando à Light SESA recuperar seus custos de energia por meio de tarifas e o grupo manter uma política conservadora de distribuição de dividendos e também folga suficiente em seus covenants para continuar cumprindo-os. TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE RATINGS Ratings de Crédito Corporativo Escala Nacional Brasil brA/Negativa/brA-2 Risco de Negócios Regular - Risco-país Moderadamente alto - Risco da indústria Muito baixo - Posição competitiva Regular Risco Financeiro Agressivo - Fluxo de caixa/Alavancagem Agressivo Âncora Modificadores - Diversificação/Efeito-portfólio Neutra - Estrutura de Capital Positiva - Liquidez Menos que adequada - Política Financeira Neutra - Administração e Governança Corporativa Regular - Análise de Ratings Comparáveis Neutra Metodologia de rating de grupos - Status da Light SESA para a Light Core Critérios e Artigos Relacionados 3/6 Critérios z z z z z z z z Metodologia e premissas: descritores de liquidez para emissores corporativos globais, 16 de dezembro de 2014. Tabelas de Mapeamento das Escalas Nacionais e Regionais da Standard & Poor's, 30 de setembro de 2014. Ratings de Crédito nas Escalas Nacionais e Regionais, 22 de setembro de 2014. Metodologia de Ratings Corporativos, 19 de novembro de 2013. Metodologia corporativa: Índices e Ajustes, 19 de novembro de 2013. Critério geral: Metodologia de rating de grupo, 19 de novembro de 2013. Principais fatores de crédito para a indústria de concessionárias de serviços de utilidade pública reguladas, 19 de novembro de 2013. Critério Geral: Uso de CreditWatch e Perspectivas, 14 de setembro de 2009. LISTA DE RATINGS Ações de Rating e de Perspectiva Light Serviços de Eletricidade S.A. Ratings de Crédito Corporativo Escala Nacional Brasil Emissor De Para brA+/Estável/brA-2 brA/Negativa/brA-2 Data de Atribuição do Rating Inicial Data da Ação Anterior de Rating Escala Nacional Brasil longo prazo 11 de julho de 2007 23 de dezembro de 2014 Escala Nacional Brasil curto prazo 12 de maio de 2009 23 de dezembro de 2014 Light Serviços de Eletricidade S.A. Ratings de Crédito de Emissor Informações regulatórias adicionais Outros serviços fornecidos ao emissor Não há outros serviços prestados a este emissor, clique aqui para mais informações. Atributos e limitações do rating de crédito A Standard & Poor’s Ratings Services utiliza informações em suas análises de crédito provenientes de fontes consideradas confiáveis, incluindo aquelas fornecidas pelo emissor. A Standard & Poor’s Ratings Services não realiza auditorias ou quaisquer processos de due diligence ou de verificação independente da informação recebida do emissor ou de terceiros em conexão com seus processos de rating de crédito ou de monitoramento dos ratings atribuídos. A Standard & Poor’s Ratings Services não verifica a completude e a precisão das informações que recebe. A informação que nos é fornecida pode, de fato, conter imprecisões ou omissões que possam ser relevantes para a análise de crédito de rating. Em conexão com a análise deste (s) rating (s) de crédito, a Standard & Poor’s Ratings Services acredita que há informação suficiente e de qualidade satisfatória de maneira a permitir-lhe ter uma opinião de rating de crédito. A atribuição de um rating de crédito para um emissor ou emissão pela Standard & Poor’s Ratings Services não deve ser vista como uma garantia da precisão, completude ou tempestividade da (i) informação na qual a Standard & Poor’s se baseou em conexão com o rating de crédito ou (ii) dos resultados que possam ser obtidos por meio da utilização do rating de crédito ou de informações relacionadas. 4/6 Fontes de informação Para atribuição e monitoramento de seus ratings a Standard & Poor’s utiliza, de acordo com o tipo de emissor/emissão, informações recebidas dos emissores e/ou de seus agentes e conselheiros, inclusive, balanços financeiros auditados do Ano Fiscal, informações financeiras trimestrais, informações corporativas, prospectos e outros materiais oferecidos, informações históricas e projetadas recebidas durante as reuniões com a administração dos emissores, bem como os relatórios de análises dos aspectos econômico-financeiros (MD&A) e similares da entidade avaliada e/ou de sua matriz. Além disso, utilizamos informações de domínio público, incluindo informações publicadas pelos reguladores de valores mobiliários, do setor bancário, de seguros e ou outros reguladores, bolsas de valores, e outras fontes públicas, bem como de serviços de informações de mercado nacionais e internacionais. Aviso de ratings ao emissor O aviso da Standard & Poor’s para os emissores em relação ao rating atribuído é abordado na política “Aviso de Pré-Publicação aos Emissores”. Frequência de revisão de atribuição de ratings O monitoramento da Standard & Poor’s de seus ratings de crédito é abordado em: z z Descrição Geral do Processo de Ratings de Crédito (seção de Revisão de Ratings de Crédito) http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/pt/la/? articleType=PDF&assetID=1245338484985 Política de Monitoramento http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/pt/la/? articleType=PDF&assetID=1245319078197 Conflitos de interesse potenciais da S&P Ratings Services A Standard & Poor’s Brasil publica a lista de conflitos de interesse reais ou potenciais em “Conflitos de Interesse — Instrução Nº 521/2012, Artigo 16 XII” seção em www.standardandpoors.com.br. Faixa limite de 5% A S&P Brasil publica em seu Formulário de Referência apresentado em http://www.standardandpoors.com/pt_LA/web/guest/regulatory/disclosures o nome das entidades responsáveis por mais de 5% de suas receitas anuais. Copyright© 2015 pela Standard & Poor's Financial Services LLC. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta informação (incluindo-se ratings, análises e dados relativos a crédito, avaliações, modelos, software ou outras aplicações ou informações obtidas destes) ou qualquer parte dele (Conteúdo) pode ser modificada, sofrer engenharia reversa, reproduzida ou distribuída de nenhuma forma, nem meio, nem armazenado em um banco de dados ou sistema de recuperação sem a prévia autorização por escrito da S&P. O Conteúdo não deverá ser utilizado para nenhum propósito ilícito ou não autorizado. Nem a S&P, nem suas afiliadas, nem seus provedores externos, nem diretores, funcionários, acionistas, empregados nem agentes (Coletivamente Partes da S&P) garantem a exatidão, completitude, tempestividade ou disponibilidade de qualquer informação. As Partes da S&P não são responsáveis por quaisquer erros ou omissões, independentemente da causa, nem pelos resultados obtidos mediante o uso de tal Conteúdo. O Conteúdo é oferecido "como ele é". 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