CURSO DE REDAÇÃO (VESPERTINO) PROF. MARCO ANTÔNIO 14/08/2015 Redes sociais deram voz a legião de imbecis, diz escritor Umberto Eco (ANSA - 11/06/2015) 'Imbecis eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel', afirmou Eco Itália - Crítico do papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação, o escritor italiano Umberto Eco afirmou que as redes sociais dão o direito à palavra a uma "legião de imbecis" que antes falavam apenas "em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade". A declaração foi dada nesta quarta-feira, durante o evento em que ele recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim, norte da Itália. "Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel", disse o intelectual. Segundo Eco, a TV já havia colocado o "idiota da aldeia" em um patamar no qual ele se sentia superior. "O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", acrescentou. O escritor ainda aconselhou os jornais a filtrarem com uma "equipe de especialistas" as informações da web porque ninguém é capaz de saber se um site é "confiável ou não". FONTE: http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2015-06-11/redes-sociais-deram-voz-a-legiao-de-imbecis-diz-escritor-umberto-eco.html A nova fase da Sociedade do Espetáculo (Najar Tubino - 25/03/2015) O espetáculo é a fase extrema do processo de alienação, impondo uma redução da vida humana e social à simples aparência media da pelas novas mídias. Primeira definição: quem são os “coisa”. O poeta Carlos Drumond de Andrade diz o seguinte no poema Eu Etiqueta: “com que inocência demito-me de ser / eu que antes era e não sabia / agora sou anúncio / ora vulgar ora bizarro / peço que meu nome retifiquem / já não me convém o título de homem / meu novo nome é coisa / eu sou a coisa, coisamente.” Este é um texto sobre a sociedade do espetáculo, a sociedade do consumo e das influências dos meios eletrônicos – televisão, internet, redes sociais – na mente das pessoas, escrito e inspirado na domingueira do ódio explícito do dia 15 de março, na semana que a Organização Mundial da Saúde realizou uma conferência na Suíça onde anunciou a existência de 47 milhões de idosos afetados por demência mental, número que poderá triplicar nos próximos anos – sempre é bom lembrar que 5% da população humana atualmente, ou seja, 350 milhões sofrem de depressão. A influência da era digital no cotidiano do mundo globalizado não é uma questão de comunicação, é algo muito mais complexo. Várias pesquisas já apontam a dependência de jovens e adultos do ciberespaço. Nos Estados Unidos o índice varia de 13 a 18%, entre jovens na faixa dos 20 anos. No Brasil uma pesquisa de Jefferson Cabra Azevedo, da Universidade do Norte Fluminense realizada com 7.500 jovens do ensino secundário de Ma caé apontou o índice de 13,08%. Porém, o problema envolve realmente mudanças nas articulações do cérebro provocadas pelo uso intensivo dos meios digitais. Como explica o pesquisador Jefferson Azevedo: “-Vive-se na era da informação, de rápidas mudanças nas estruturas sociais e em suas relações, tornouse evidente que as atuais tecnologias e suas aplicações possibilitam novos arranjos sociais e psíquicos, mudando paulatinamen te o comportamento individual e coletivo. Esta nova tecnologia se entranha e se ramifica nas mais variadas concepções, tornando-nos dependentes, não apenas no sentido patológico, mas, principalmente por permear nossas manifestações culturais, econômicas, sociais e psicológicas”. Cérebro não é binário O pesquisador norte-americano Nicholas Carr, autor do livro “A geração Superficial” explica que ao usarmos uma nova tecnologia não trocamos imediatamente de um modo mental para outro, porque o nosso cérebro não funciona como um sistema binário. Uma tecnologia intelectual, escreve, exerce sua influência deslocando a ênfase do nosso pensamento, padrões de atenção, cognição, memória. À medida que o cérebro se adapta à nova mídia, também desenvolve respostas que serão conhecidas somente em longo prazo. Deveríamos perguntar: o que ocorrerá com a forma como estamos lendo, escrevendo, pensando? Desde que os sumérios inventaram a escrita cuneiforme, possibilitando um maior controle sobre a economia, a humanidade deu vários saltos tecnológicos, criando novos símbolos e também novas concepções mentais. A linguagem e a fala são instrumentos que participaram do processo de cognição da espécie, entendida na forma de elaborar o conhecimento. Como explica Jefferson Azevedo, a história da linguagem é uma história da mente: “- A internet e as redes sociais digitais utilizam-se de mecanismos que estimulam nosso aparato sensorial e cognitivo e, também, o sistema límbico, parte mais primitiva do cérebro, onde se originam sentimentos primários e instintivos, responsá veis pela autopreservação, como lutar ou fugir”. Nova maneira de ler: pulando Nicholas Carr argumenta que a internet descarrega o tipo de estímulo sensorial e cognitivo – repetitivos, intensivos, interativos e aditivos (viciantes) - que já foi demonstrado como provocadores de fortes e rápidas alterações dos circuitos e funções cerebrais. Por exemplo: como os usuários de internet leem? Simples, eles não leem. Eles permanecem 10 segundos numa página e já trocam. Carr cita uma pesquisa de uma empresa israelense que vende software para empresas interessadas em perfis de consumidores, realizada com um milhão de usuários em vários países. A maioria deles permanecia entre 19 e 27 segundo antes de trocar de página, e qua ndo l i am um a rtigo, no máximo duas páginas, e novamente trocavam. Trata-se de uma nova maneira de l er “por ci ma” e pulando. “estamos evoluindo de seres cultivadores de conhecimento pessoal para seres caçadores e coletores de dados eletrônicos”, defi ne Nicholas Ca rr. Tudo i sso é muito i nteressante, mas na verdade é s omente uma nova faceta do ca pitalismo, e como tal sempre tem os proprietários da tecnologia. No caso do Google, por exemplo, o cri ador Larry Pa ge considera que o cérebro humano e o computador funcionam da m esma ma neira. Nã o custa l embrar, como esclarece Fritjof Ca pra em A Teia da Vida que nós pensamos com emoções, baseados na experiência de vida e conectado com o ambiente. Porém, o gigante tra nsnacional Google fatura os a núncios que os i nternautas a judam a vender – quanto mais cl i ques, maior o faturamento. Segundo Ca rr na Googleplex, a sede da empresa no Vale do Silício, está s empre atrás de algoritmos perfeitos que conduzam os movimentos mentais dos usuários para determinado objetivo. Cibernética inventada pelos militares Ta mbém não custa recordar que a ci bernética foi i nventada pelos militares norte-americanos durante a s egunda guerra mundial e toda a concepção de linguagem e de comandos está relacionada com a tecnologia de guerra. Última ci tação de Nicholas Ca rr: “- Podemos supor que os circuitos neurais dedicados a vasculhar, passar os olhos e executar multitarefas estão se expandindo e fortalecendo, enquanto aqueles usados para a leitura e pensamentos profundos, com concentração continuada, estão enfraquecendo e se desgastando”. O professor Valdemar Setzer, da Escola de Ma temática e Estatística da USP é um dos maiores críticos da televisão, como veículo de comunicação, principalmente em relação às cri anças e a dolescentes, inclui ta mbém os jogos eletrônicos. Tem um extenso trabalh o de pes quisa e divulgação s obre a influência maléfica desses meios nas mentes dos jovens. Ele insiste em uma questão fundamental: todos os mei os eletrônicos, i ncluindo a internet, tem um efeito a bsolutamente garantido – a celeram o desenvolvi mento, especialmente, o intelectual e o emoti vo. Aceleração de todo tipo de sentimento O i mediatismo das redes s ociais, a troca de mensagens em massa, os grupos formadores de opinião se tra nsformaram em uma nova forma de s ocialização, se é que podemos definir desta maneira. O que é evidente é que há uma a celeração de todo tipo de sentimento e de emoção, a l ém é claro, da a nsiedade, da raiva e do ódio. É o pacote completo do espetáculo e da s ociedade de consumo, as duas outras p ontas do texto. O es critor francês Guy Debord escreveu “A Sociedade do Espetáculo” em 1967, como uma críti ca direta contra a nova fórmula do ca pitalismo s e expandir e alterar o comportamento das populações mundo a fora. Selecionei algumas frases para ilustrar: “- O espetáculo, compreendido, na sua totalidade é o resultado e o projeto do modo de produção existente. É o coração da irrealidade da sociedade atual. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. A forma e o conteúdo do espetáculo são a justificação das condições e dos fins do sistema existente. O espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida humana, socialmente falando, como simples aparência. O espetáculo é o mau sonho da sociedade moderna acorrentada, que ao cabo não exprime senão o seu desejo de dormir”. Uma falsa realidade O pesquisador Weligton Rodrigues da Paz, da Universidade de Goiás fez a sua tese de doutorado s obre a sociedade do espetáculo, a formação humana, mercado, tecnologia e cultura. O a rgumento centra l é o mesmo de Guy Debord: a forma contemporânea de organização capitalista da sociedade: “- Sua concepção, além de reafirmar a natureza excludente e alienada da vida sob essa sociedade revela ainda como essa form ação social produz e acentua a sujeição dos homens pelas coisas, mercadorias e imagens, reduzindo os indivíduos à condição de expectadores passivos, limitados a contemplação da sociedade, da história, da economia e do movimento geral do mundo por eles mesm os criados. São manifestações específicas de uma maneira de produzir, consumir e viver na qual a dominância pertence às coisas, ao valor abstrato da troca, às representações que a legitimam.” Enfi m: o espetáculo é a fase extrema do processo de alienação, presente na totalidade do mundo capitalista, na produção e no consumo, na pol ítica, na cultura e no lazer, mas antes nas relações sociais e na relação do i ndivíduo consigo mesmo e com s ua vi da. O espetáculo i mpõe uma fa lsa realidade, uma redução da vi da humana e social à simples aparência, com a mediação dos meios de comunicação, servem como mediadores indispensáveis à ordem social, fundada no a fastamento e na s eparação. O que tra nsmitem são ‘ordens’, que serão ana lisadas e defendidas pelos mesmos que as produzem. Ai nda citando Weligton Rodrigues da Paz : “- Liquidaram com a inquietante concepção, que predominara por mais de 200 anos, segundo a qual uma sociedade pode ser criticada e transformada, reformada e revolucionada. Os especialistas a serviço do espetáculo substituíram os espaços ainda autônomos, comunidades em geral, associações ou instituições em que ainda havia algum espaço para o debate, a dúvida, a contestação”. O planeta tem ‘americanos’ demais Quem executou nos últimos anos este modelo de s ociedade do espetáculo e do consumo, como um estilo de vida. Claro, os Es tados Unidos, tendo a ci dade de New York como a Meca da mercadoria, e como objetivo principal na vi da dos “coisa”. Em 2014, es te cidade rec ebeu 56,4 mi l hões de turistas e faturou 62 bilhões de dólares. Os brasileiros contribuíram com 965 mi l turistas. O Bra sil, no entanto, é o país que mais ma nda turistas para Miami – 755 mi l no a no passado, que deixaram l á quase dois bilhões de dólares – a tualmente moram 250 mi l brasileiros na ci dade. O centro do espetáculo recebe mais de 12 mi lhões de turistas a nualmente. Somente este fato, já s erviria como impul so para a di vul gação do ta l estilo de vi da. Ocorre, como escreve o jornalista e críti co do The New York Times, Thomas Friedman em “ Quente, Plano e Lota do”, o planeta já suporta um contingente a cima de um bilhão de “a mericanos”, contando a Europa, Japão, Ori ente Médio, e a gora partes da Chi na, Índia, Brasil, que reproduzem os mesmos valores: “-Lembre-se o que deve ser observado não é o número total de pessoas no planeta, e sim o número de ‘americanos’. Este é o número chave e vem crescendo de forma consistente. Eu não censuro os cidadãos de Doha (capital do Catar), ou de Dalian (cidade do nordeste da China, considerada o Vale do Silício local) por aspirarem a um estilo de vida americano, ou por optarem erguê-lo sobre fundações de combustíveis fósseis baratos assim como nós fizemos. Nós inventamos esse sistema. Nós o exportamos. Americanos brotam em toda a parte nos dias de hoje, de Doha, Dalian, de Calcutá a Casablanca, passando pelo Cairo, mudando-se para bairros em estilo americano, comprando carros em estilo americano, comendo fast food no estilo americano e produzindo lixo em níveis americanos. O planeta nunca viu tantos americanos”. A piração dos coisa Fri edman ta mbém s e arrepende de ter a creditado, como a geração que nasceu depois da s egunda guerra mundial, que “seria uma co isa boa s e todos pudessem vi ver como nós. Nós queríamos que todos se convertessem a o estilo a mericano, embora na realidade nunca pensássemos s obre a s implicações disso. Bem, agora sabemos”. A competição exacerbada, as novas gerações dispostas a fazer qualquer coisa para manter o estilo, incluindo roubar e matar, p ara ter o tênis da moda, e condenando milhares de jovens à morte como ocorre no Brasil. A tra nsformação dos s eres humanos em “coisas”, também é a bordada pelo escrito Istvám Mészáros a utor de “A Teoria da Al ienação em Ma rx”: “- A alienação caracteriza-se, portanto, pela extensão universal de ‘vendabilidade’, a transformação de tudo em mercadoria, pela conversão dos seres humanos em ‘coisas’, para que eles possam aparecer como mercadorias no mercado...e pela fragmentação do corpo social em indivíduos isolados, que perseguem seus próprios objetivos limitados, particularistas, em servidão à necessidade egoísta, fazendo de seu egoísmo uma virtude em seu culto da privacidade”. O problema maior é que uma parcela abastada dos “coisa” está liberando o sistema l ímbico cerebral no Brasil e está prestes a executar o ódi o que ta nto promete e divulga. Por isso, a piração dos “coisa” a cabará s e convertendo em tra gédia. FONTE: http://ca rtamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Conexoes-envenenadas-a-piracao-dos-u21Ccoisa-u21D/12/33134 Zeca Camargo versus Cristiano Araújo e a desinformação coletiva (Vi nícius Salvino – 20 de junho de 2015) Zeca Camargo polemizou ao comentar a morte de Cristiano Araújo questionando o posto de ídolo do cantor sertanejo, evidenciando uma desinformação coletiva A morte de Cri stiano Ara újo, na s emana passada, desencadeou algumas discussões sobre o gênero s ertanejo e a produção cultural no Brasil. Debates protagonizados basicamente por três elementos: a cobertura da mídia, que, s eguindo i nteresses econômicos (de acordo com a teoria da conspiração vi gente), mais uma vez explorou de maneira exacerbada a tra gédia, com mais horas de cobertura do que o falec imento do ca ndidato à presidência Eduardo Ca mpos, no ano passado; o respeito ao morto, que teve i magens va zadas da funerária e do momento do s ocorro a o acidente, cri minalmente punido; e, cl aro, a comoção nacional, polêmica da vez sobre o caso. O “i l ustre desconhecido” desencadeou milhões de homenagens pelo país e, ao mesmo tempo, questionamentos de outros milhões que nunca ouviram falar de Cristiano sobre a s ua relevância no meio cultural, acrescentando que o artista não teria expressividade nacional e que, por i s so, não merecia ta manha repercussão de sua morte. Encabeçando este segundo coro, está Zeca Ca margo com s ua crônica na Gl oboNews, que critica a cobertura da mídia – a mesma na qual se i nsere –; o “a braço coletivo” do público, que, para ele nunca havia ouvi do fa l ar do a rtista; a i mportância do Sertanejo na cultura nacional e ainda Cri stiano Ara újo como um “ídolo de verdade”. A opi nião do gl obal reacendeu o cl amor público, a gora encabeçado pelos ídolos sertanejos, que repudiam o discurso de Zeca, in citando uma ca mpanha contra a “supremacia” cultural e o “preconceito” com a hashtag #QuemÉZecaCamargo. A guerra nas redes s ociais, que a gora se di vi de entre os a favor e contra o ex-apresentador do “Vídeo Show”, pressionou por uma retratação a o vi vo dele ao a parecer como convidado do progra ma que comandava, cometendo, talvez propositalmente, a mesma gafe da colega Fátima Bernardes, ao confundir o nome do fa l ecido com o do jogador Cri stiano Ronaldo. A cegueira cultural latente, provocada pela desinformação de ambos os lados, ta lvez seja a maior vi lã da novela toda. Por um lado, a queles que não enxergam o gênero brasileiro como um produto para as massas, e a cabam comentando, assim como Zeca, que o sert anejo está à ma rgem. No entanto, alguns dados mostram uma realidade diferente, como o ra nking feito pela Crowley que comprova o estilo como líder das pa ra das de sucesso das rádios. Em 2014, da s dez músicas mais tocadas, nove eram sertanejas. O “ilustre desconhecido” Cri stiano Araújo a pa rece em 11.º l ugar, com “Ma us Bocados”, logo abaixo do hit chiclete “Happy”, de Pharrell Williams, e a cima de “grandes nomes”, como Thi a guinho e Anitta. Das top 100, 59 mús icas são s ertanejas. Já no iTunes, dos 15 discos mais baixados no ano passado, ci nco pertencem ao gênero. As sustador, não? Ao a nalisar ta l contexto, deixa de s er um grande mistério o volume de homenagens ou a quantidade de baladas do gênero que pipocam por todos os l ados, além dos grandes festivais dedicados a o estilo, como Ca ldas Country e o recentemente coberto pelo POP, Curi tiba Country Fes tival, considerado o maior evento musical realizado na ca pital paranaense. O a va nço do sertanejo, evidenciado como um empobrecimento cul tural pelo cronista, comparado com o fenômeno dos l ivros de colorir para a dultos, como “Ja rdim Secreto”, de Johanna Basford, que apesar de vi ra r febre no Brasil, não é um fenômeno puramente nacional, ta lvez gere um discurso meio preconceituoso de quem apenas ar ra nha a s uperfície. Deixando de l ado méritos como gosto musical, ao pregar que se deve “idolatrar” fi guras específicas e i gnorar determinadas produções, voltamos a uma ri xa antiga, principalmente no mundo da música, na qual ga nham força aspectos sobre o que é cultura e o que é l i xo ou qual o va lor da produção com i ntuito mercadológico e voltado para as massas. Tal debate se aplica ao gênero pop, que frequentemente é a l vo de tais julgamentos, mesmo gênero da maioria dos exemplos do gl obal, como Tina Turner, ci tada por Zeca, que clama “por outro herói”. Di scussão extensa e profunda, ta lvez a dificuldade de explorar o ri tmo que l he é estranho e soa ra so e superficial, com melodias repetitivas e l etras grudentas e sem conteúdo, ca use tal confusão. Por outro l ado, vemos pessoas que não conseguem defender a qualidade m usical do mei o em que estão inseridas ou têm dificuldade em falar s obre o va lor do que realmente gostam a penas por números de venda. Talvez o exces so de críticas por ta is produções, tachadas como uma cultura inferior, de baixa qualidade, que não a gregam conteúdo, limite o debate, que poderia ser frutífero e enriquecedor, mas a cabou s e tornando uma ca mpanha sobre o direito de não ouvir mais críticas. Algo co mo: “Prefi ro s er surdo a ter de lidar com a opinião contrária, ao expor meus argumentos e defender o que realmente acredito.” Vol tando um pouco ao passado, pode-se notar que o sertanejo continua mantendo parte de sua essência, apesar das mudanças gri tantes que s ofreu a o l ongo do tempo, recebendo influências nacionais e internacionais, até ganhar o contorno popular que tem hoje, da mesma forma que outras produções brasileiras. Mesmo assim, a polêmica s obre o gênero evidencia a dificuldade de tentar olhar por ou tro â ngulo, s eja por Zeca – a o comentar um tema que não a companha a penas pela polêmica do momento – s eja pelos s ertanejos – que, sem uma a rgumentação melhor, repercutem as hashtags e textos, criticando o conteúdo e o momento sem uma maior a tenção. Apenas pelo ca lor do momento, cri ticando o meio no qual todos s e inserem, engrossando o coro cego da “comoção nacional”. FONTE: http://musicanaveia.pop.com.br/zeca-camargo-versus-cristiano-araujo-e-desinformacao-sertanejo/ A partir das leituras dos textos acima e das discussões em sala de aula, escreva uma dissertação-argumentativa entre 25 e 30 linhas sobre o tema: “A sociedade do espetáculo torna menos humano o ser humano?”. Seu texto deve ter título e apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.