XI Brazilian Symposium on Fish Cytogenetics and Genetics I International Congress of Fish Genetics Sociedade Brasileira de Genética Universidade Federal de São Carlos, São Carlos (SP), Brazil October 10-13, 2006 57 ANÁLISES CITOGENÉTICAS EM Astyanax scabripinnis (TELEOSTEI, CHARACIDAE), EM UMA REGIÃO DE TRANSPOSIÇÃO DE RIO. Karina Padua de Oliveira Pinto1, Wellington Adriano Moreira Peres2, Paulo Andreas Buckup3 e Orlando Moreira-Filho2 1 Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Centro Universitário de Araraquara, CEP 14801-340, Araraquara, SP, Brasil; [email protected] 2 Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, 13565-905 São Carlos, SP, Brazil. 3 Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 20940-040 Rio de Janeiro, RJ, Brasil Astyanax scabripinnis são peixes pequenos que vivem confinados às cabeceiras dos córregos. Assim, cada população pode seguir caminhos evolutivos distintos. De fato tem sido descrito ampla variação intra e inter-populacional evolvendo características citogenéticas e morfológicas. Além da diversidade encontrada em relação ao número diplóide, também evidenciaram diferenças na forma e tamanho dos cromossomos, bem como os padrões de distribuição de heterocromatina e regiões organizadoras de nucléolo (RON) entre populações. Os dados citogenéticos associados aos morfológicos possibilitaram a separação de algumas subespécies. Desde então foi proposto que A. scabripinnis se trata de um complexo de espécies. O presente trabalho teve como principal objetivo analisar com base em dados citogenéticos exemplares do “complexo scabripinnis” coletados na região de transposição do rio Piumhi em Minas Gerais. Os métodos utilizados foram: obtenção de cromossomos mitóticos através de células do rim, coloração convencional com Giemsa, bandamento-C e coloração com Nitrato de Prata (Ag-RON). O número diplóide observado foi 2n=46, com 4m+18sm+18st+6a, NF=86. A heterocromatina mostrou-se distribuída na região centromérica da maioria dos cromossomos, porém os pares 5, 9, 14, 16, 17, 18, 22 e 23 apresentaram blocos nas regiões teloméricas. Além disso, nos pares 13, 18, 21, 22 e 23 as bandas foram detectadas nas regiões intersticiais. Foi observado no máximo 4 cromossomos portadores de Ag-RONs. O número cromossômico encontrado (2n=46) está de acordo com a literatura, embora não seja muito comum, sendo 2n=50 cromossomos mais freqüente. Alguns autores sugerem que o número diplóide 46 representaria uma condição derivada em relação a 50 em A. scabripinnis. Diferente da maioria dos cariótipos apresentados no “complexo scabripinnis”, que mantém conservados os três pares de metacêntrico, o resultado obtido só mostrou dois. Pequenas variações de banda-C foram observadas nos exemplares analisados. Tem sido postulado para A. scabripinnis, que a orientação linear dos centrômeros para os pólos opostos durante a mitose seria uma possível explicação para a dispersão de heterocromatina nas regiões teloméricas, podendo permitir a transferência desta entre lugares eqüidistantes do centrômero de cromossomos não homólogos. Esse grupo também é caracterizado por apresentar ampla variação quanto ao número e a localização das Ag-RONs. Apoio financeiro: FAPESP proc. 05/59285-8 e CNPq proc. 481901/2004-3