Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 O padrão de bem estar e desenvolvimento de uma região está diretamente associado a produtividade da economia da região. Contudo, a produtividade das empresas não depende apenas de fatores internos, ou seja, dos recursos de capital e de trabalho que estas empresas dispõe, mas também, da forma como combinam este recursos e sua respectiva curva de experiência. Existem fatores externos (externalidades), que podem limitar ou potencializar a produtividade. nov-06 Pedro Paulo H. Wilhelm De fato, a produtividade de uma região depende também de outros fatores, como por exemplo: - da disponibilidade de recursos naturais, -da produção local de insumos e materiais - da qualificação do trabalho - de infra-estrutura e - de serviços de apoio como assistência técnica e capacitação. Contudo, é importante registrar que este tipo de pensamento não é inédito nem recente, pois economistas como Adam Smith(séc 18), Alfred Marshall(séc. 20) e Michael Porter(séc. 21), cada um em momentos bem distintos no tempo, dedicaram importantes capítulos das suas pesquisas sobre a influência do ambiente regional sobre a produtividade (fator chave de competititividade). Contribuição de ADAM SMITH (Sec-18) Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 Essencialmente, produtividade é resultado de um processo de divisão de trabalho e especialização. A conclusão é que o trabalho não especializado, onde os indivíduos realizam várias tarefas de natureza distinta, acarretava numa série de dificuldades, limitando significativamente os volumes de produtos acabados produzidos. A divisão do trabalho, mesmo primitivamente, já era praticada de forma intuitiva e expontânea; o mais “forte” liderava o grupo, os “magros” caçavam, enquanto que os “gordos” se especializaram na arte da pesca; as mulheres cuidavam das atividades domésticas, como plantar e cuidar das crianças, enquanto que os mais “observadores” eram sacerdotes ou conselheiros. Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 Desta forma, Adam Smith defendeu que a produtividade, isto é, vantagem advinda da divisão do trabalho, decorre de três fatores distintos; 1. aperfeiçoamento da destreza na tarefa realizada por trabalhador; 2. poupança do tempo que seria utilizado para passar de um tipo de trabalho a outro; 3. invenção de máquinas que facilitam e abreviam o trabalho possibilitando que uma pessoa faça o trabalho que de outra forma deveria ser feito por muitas. Contribuição de ALFRED MARSHALL (Sec-20) Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 É atribuído ao economista Alfred Marshall, o conceito de “distritos industriais”. De fato, a partir da publicação de Industry and Trade, em 1920, Marshall defende que é possível o aumento da produção com redução de custo, através de economias externas. Estas economias externas ocorreriam por efeito da aglomeração de negócios variados, a partir da concepção de compartilhamento pelos produtores locais, de serviços especializados, capacitação de trabalhadores e segredos de produção. nov-06 Pedro Paulo H. Wilhelm Estas observações permitem estabelecer que Marshall de uma certa forma ampliou o conceito de divisão de trabalho de Adam Smith, pois a organização industrial de empresas em “distritos industriais”, é na verdade, uma “divisão de trabalho” entre empresas. De fato, empresas que seguiram a opção de “verticalizar” várias etapas produtivas dentro de uma única organização, acabaram encontrando muitas dificuldades para criar uma especialização no negócio e forçaram uma pulverização dos recursos de capital em diferentes competências. nov-06 Pedro Paulo H. Wilhelm Pode-se ainda observar, que as observações de Marshall sobre os fatores externos, diziam notadamente respeito aos aspectos estáticos e tangíveis de uma região, como disponibilidade de matéria prima, proximidade a um centro de distribuição, ou conhecimento tácito sobre determinado trabalho qualificado. Contudo, a produtividade também é influenciada por outros fatores externos, de natureza dinâmica e intangível. Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 A contribuição de Michael Porter: os efeitos dos fatores e atores sistêmicos(Diamante de Porter – 5 forças) Novas empresas Poder fornecedores Rivalidade entre competidores existentes Novos produtos ou serviços Poder compradores Modelo de Porter Revisado Vantagem competitiva da localização Estratégia Estratégiaee Concorrência Concorrência entre entre Empresas Empresas Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 INSTITUIÇÕES INSTITUIÇÕES Condições Condições de de Demanda Demanda O contexto molda os tipos de estratégias empregadas e a natureza da rivalidade local Empresas A natureza da demanda por produtos e serviços EMPRESAS EMPRESAS de desuporte suporte Fornecedores Fornecedores ,,Assist. Assist.Téc. Téc. Suporte Suporte A disponibilidade e qualidade dos fornecedores locais e empresas relacionadas (Serviços (Serviços de deApoio) Apoio) Como as empresas mobilizam inputs para produção – recursos naturais (físicos) – recursos humanos – recursos capitais – infra-estrutura física – infra-estrutura administrativa – infra-estrutura de informação – infra-estrutura científica e tecnológica PRODUTIVIDADE E AMBIENTE DE NEGÓCIO MICROECONÔMICO Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 Estratégia Estratégiaee Concorrência Concorrência entre entre Empresas Empresas Condições Condições de de Demanda Demanda • Um contexto local que encoraje investimentos e upgrade sustentado • Competição vigorosa entre concorrentes locais • Consumidores locais Sofisticados e exigentes • Demanda local não usual nos segmentos especializados Industrias Industrias que podem ser servidos relacionadas relacionadas globalmente eede desuporte suporte • Necessidades dos consumidores que antecipe-se a outros lugares • Presença de fornecedores locais capacitados, • empresas correlacionadas • Presença de clusters instalados Fatores Fatores (Input) (Input)de de Produção Produção • Fator (input) quantidade e custo • Fator qualidade • Fator especialização Aglomerado X APL nov-06 Estratégia, Estrutura e Concorrência Fatores Demanda Pedro Paulo H. Wilhelm Arranjo Produtivo Local - APL A presença ou ausência de indústrias fornecedoras e relacionadas que são internacionalmente competitivas Fornecedores internos de componentes especializados, máquinas e serviços Indústrias relacionadas ao mercado interno Um cluster internacionalmente competitivo aumenta a competitividade de outras indústrias internas, encorajando-as a continuamente inovar e se melhorar Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 COMPETITIVIDADE SISTÊMICA Este conceito considera que a competitividade empresarial não pode se limitar apenas ao nível da própria empresa, isto é, uma dimensão de mercado que ultrapassa os limites internos, isto é, depende e é também resultado de fatores situados fora do âmbito das empresas e da estrutura industrial da qual fazem parte, como: • a ordenação macroeconômica, • a infra-estrutura, • o sistema político-institucional • e as características mercados. sócio-econômicas dos Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 DIMENSÕES DA COMPETITIVIDADE Meyer-Stamer Ação conjunta do M Eestado, empresário e demais atores sociais formando o T TECIDO A INSTITUCIONAL M Entrelaçamento E entre empresas e instituições de S suporte O Ag ili da de e ad d i l bi xi e Fl Q ua a lid de M Organização industrial Ao nível I da cadeia produtiva C R Competitividade no nível da empresa O o Pr de da i tiv du Pedro Paulo H. Wilhelm nov-06 DIMENSÕES SISTÊMICAS da COMPETITIVIDADE I N T A G Í V E L •cultura empresarial e econômica •atuação do governo •ambiente inovador da região •desempenho de associações e sindicatos patronais •qualidade de vida; habitação, escola, saúde, lazer e ambiental T A N G Í V E L •localização geográfica •infra-estrutura de transporte •mão-de-obra (baixo custo) •mão-de-obra (qualificação) •disponibilidade de terrenos •infra-estrutura de comunic. •disponibilidade de Mat. Primas •disp. Mat. Prima renovável •condições do meio ambiente •impostos / incentivos ESTÁTICOS •imagem / percepção da região •presença de empresas do ramo •presença de instituições de suporte; pesquisa, tecnologia, certificação e formação DINÂMICOS Competitividade sistêmica: Dimensão e Fatores nov-06 Nível meta Disposição a mudar e aprender Pedro Paulo H. Wilhelm Status social de empreendores Padrões da organização política e econômica orientadas ao desenvolvimento Capacidade p/ Estrutura competitiva da formulação de economia visões e estratégias Memória coletiva Nível macro Ambiente econômica, político e legal estável Polítical cambial Nível meso Política orçamentária Política fiscal Promoção das exportações Política regional Política de infraestrutura Promoção econômica Política anti-trust Políticas específicas p/ criação de uma vantagem competitiva Política monetária Política de comercio exterior Política industrial Nível micro Atividades dentro de empresas para criar uma vantagem competitiva Coesão social Política ambiental Cooperação formal e informal, alianças, aprendizagem conjunto Proteção ao consumidor Política de educação Política tecnológica