FOB-USP 50 anos
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Bauru, sexta-feira, 11 de maio de 2012
Embaixadores da USP levam
bandeira da inclusão social
Alunos de
escolas públicas
aprovados na
FOB-USP voltam
às origens para
contar suas
experiências
Éder Azevedo
„SILVA FERREIRA
E
m 2012, o percentual de alunos
de escolas públicas aprovados no
vestibular da Fuvest aumentou de
25,8% para 28%. Após um ano de curso,
os 15 alunos da FOB que fizeram parte
dessa estatística em 2011 retornaram
às suas escolas de origem como
Embaixadores da USP, um programa que
pretende inspirar a mesma trajetória em
outros estudantes.
O embaixador visita as escolas
públicas de São Paulo para contar suas
histórias e dar informações sobre a
universidade, ressaltando seu caráter
público e gratuito. Também mostra
a possibilidade de isenção de taxa do
vestibular e os programas de apoio à
permanência estudantil, que oferecem
incentivos para que o aluno mais carente
consiga se manter na faculdade, como
auxílio alimentação, moradia estudantil
e bolsas de pesquisa.
Em Bauru, a Escola Estadual
Estela Machado, da Vila Pacífico,
recebeu para um bate-papo a futura
fonoaudióloga Viviane Aparecida
Parisi Santos. Ela terminou o ensino
médio por lá em 1993 e ficou muitos
anos afastada dos estudos. A história
começou a mudar em setembro de
2010. Grávida e desempregada, ela
ganhou a inscrição da Fuvest do
padrinho de casamento e resolveu
investir no projeto do vestibular.
“Em princípio, achei que seria
impossível. Mas como se tratava
"Mesmo com todas
as dificuldades, vale
a pena se dedicar
para conquistar um
objetivo. Hoje me
sinto muito mais
forte e sei que posso
qualquer coisa”
Viviane Aparecida
Parisi Santos
de um presente relativamente
caro, eu tinha que me esforçar para
corresponder”, recorda Viviane. Então,
ela resgatou livros antigos do Ensino
Médio, tornou-se leitora ativa de
jornais e revistas e passou a se dedicar
integralmente aos estudos, por conta
própria.
“Todos os dias, levantava às 6h para
assistir o Telecurso 2000 e só parava
para comer e tomar banho. E também
quando eu passava mal por conta da
gravidez”, conta a estudante. Muitos
não acreditavam que ela conseguiria. A
própria Viviane teve dúvidas no meio
do caminho. Mas com o total apoio
do padrinho, da mãe e do marido, ela
nunca interrompeu a rotina de estudos.
“No segundo dia da segunda fase,
eu saí da sala destruída. Olhei aquela
sala tão jovem, sabia que tinha ido
mal e chorei muito”, lembra. Seu
desempenho não foi suficiente para a
aprovação imediata, mas ela conseguiu
entrar na terceira chamada do curso
de Fonoaudiologia.
Até o encontro, os alunos da escola
Estela Machado achavam que a USP
só era acessível para quem tinha
maior poder aquisitivo, mas Viviane
derrubou o mito. “Perguntaram se é
fácil entrar, eu mostrei que não. Mas
mesmo com todas as dificuldades, vale
a pena se dedicar para conquistar um
objetivo. Hoje me sinto muito mais
forte e sei que posso qualquer coisa”,
comemora.
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