OUTUBRO DE 2011 “A Lança” VISTO DO COMANDANTE BOLETIM DA CAPELANIA DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA DO RL2 - ORDINARIATO CASTRENSE Autorização: Cor Cav Carlos Alves - Coordenação: Alf SAR António Santiago - Edição: SAj Cav Rui Rodrigues EDITORIAL Lanceiros, Este mês de Outubro é marcado pelo cair da folha, a chegada do Outono marca a baixa das temperaturas, o acinzentar dos dias. Ora se a esta ideia juntarmos a conjuntura politica e social que vivemos e que é marcada pela insegurança, pela instabilidade e até por alguma crispação, este Outono pode vislumbrar-se muito cinzento se nos deixar-mos embalar pela onda negativa que se está a formar. Se bem que os problemas sejam bem reais e preocupantes, não podendo ser por isso ignorados, há que reagir da melhor maneira, há que organizar as ideias, estabelecer critérios e tomar opções individuais para permitir uma reacção assertiva, no fundo estar bem connosco para podermos estar bem com os outros, organizar o nosso interior e não nos deixarmos levar por um egoísmo defensivo, mantendo assim uma lucidez o quanto mais contagiosa possível. SAj Cav Rui Rodrigues RECIPROCIDADE DAS RELAÇÕES -Quem pode estar atento ao outro se centra toda a atenção em si mesmo? -Como poderá aceitar o outro como ele é, se não se aceita razoavelmente a si mesmo? -Quem pode valorizar o outro quem se menospreza? -Como pode tornar agradável a convivência quem só sabe criticar, queixar-se, desprezar, contrariar, chantagear? -Como pode responder às necessidades do outro quem não sabe escutar? Sobre estas carências humanas, só se constrói um falso equilíbrio que ameaça derrubar-se a qualquer momento. É importante darmo-nos conta das nossas atitudes quotidianas, à maneira e ao tom de voz com que nos dirigimos aos demais e às atitudes desproporcionadas que temos; tentar descobrir o porquê dessas atitudes, reacções, tom e palavras. Tudo tem um porquê, tudo responde a necessidades, medos, egoísmos que estão no fundo do nosso ser, bloqueando a nossa conduta, condicionando as nossas respostas, reduzindo a nossa presença, o nosso amor. Diz o ditado que “quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita” ou “génio e altura é até à sepultura”. Mas será que a nossa capacidade e força interior não serão capazes de imprimir uma mudança mesmo que pouco perceptível ao olhar exterior, a nível do nosso comportamento? Não teremos nós coragem de procurar formas apropriadas que ajudem a mudar e a construir novas atitudes? Isso exige um trabalho pessoal muito intenso, prolongado e duradouro, uma descoberta nova que atinja o mundo de hoje. Há que desenvolver atitudes de confiança. Cada um de nós possui um tesouro a descobrir, do qual pode ir tirando coisas maravilhosas ao longo da vida, mas não temos consciência de o possuir se não fazemos esforço de o abrir e pode até nunca se descobrir que se tem esse tesouro. “A Lança” A grande riqueza que podemos tirar do nosso tesouro é o sentido que damos à nossa vida diária, a orientação com que vivemos os acontecimentos que se nos apresentam, as opções que vamos tomando e o grau de importância e preocupação que damos às pequenas coisas. Muitas vezes estes valores apresentam-se invertidos e damos connosco preocupados com coisas tão ínfimas, fazendo delas um cavalo de batalha. E assim descoramos aqueles que na vida nos ajudam a caminhar com mais firmeza e a boa relação que mantemos com aqueles que nos rodeiam e que, no fundo, são aqueles que fazem a mesma caminhada connosco; que têm também a sua fragilidade e os seus problemas, tantas vezes escondidos e não partilhados, o que os torna um fardo muito pesado. Urge procurar a verdade sobre nós próprios e sobre aqueles que mais próximos convivem connosco. Esta busca da verdade é um esforço contínuo, porque nós vamos mudando e a nossa relação muda também ao longo dos anos. A dualidade característica de uma boa relação não é algo alheio à vida, mas sim a própria vida sob um novo olhar que nos leva a procurar a verdade e é a razão da nossa caminhada. Dito assim desta maneira, isto parece assustar um pouco, mas a especificidade de cada caso reside na força particular com que se sublinha este ou aquele aspecto, sublinha esta ou aquela atitude e sobretudo o método que utilizamos em cada caso. Quantas vezes pessoas que nos são próximas passam por situações de angústia sem que disso nos apercebamos ou sem que delas nos queiramos aperceber…é muito cómodo não ver e pensar “isso não é nada comigo!” Mas, será que podemos passar ao lado sem que isso nos afecte? Não gostamos nós de receber um pouco de afecto ou apenas um pouco de compreensão quando nos sentimos em baixo? Nunca ninguém é tão rico que não precise algum dia de alguma coisa, e nunca ninguém é tão pobre que não tenha alguma coisa para dar. As necessidades de hoje são tão diferentes das necessidades de há alguns anos atrás! Hoje sofrese muito de pobreza psicológica e afectiva. E o que podemos fazer? A resposta a estas necessidades, pela diversidade com que se nos deparam, pertence ao reino do improviso e rompe qualquer comodidade, qualquer rotina. Há que aprender a acolher e a dar resposta ao inesperado: doenças, acidentes, alegrias e fracassos, presenças e ausências. Não se pode enfrentar tudo isto se dentro de nós não existe uma força interior que nos dê ânimo e nos estimule na caminhada. Poderá até quebrar-se o nosso coração, esgotarem-se as forças e instalar-se o desânimo, mas no mais profundo de nós haverá um espaço de calma que nos dará a serenidade para continuar a fazer o que temos a fazer. Quanto maior é o esforço para nos darmos, maior é a capacidade de nos darmos e maior é a possibilidade para ampliar o círculo daqueles que amamos. Alf Cap António Santiago Página 1 de 2 “A Lança” Outubro de 2011 PARABÉNS A VOCÊ! NESTA DATA QUERIDA!! ANIVERSÁRIOS 02OUT SOLD Ricardo João de Almeida Afonso 02OUT SOLD Hugo Miguel Pires Eusébio 03OUT SAJ Carlos Alberto Duarte Marques 03OUT 2FUR Cláudio Manuel da Costa Nunes 04OUT SOLD António Manuel Oliveira Veiga 07OUT ALF Diogo Monteiro Ferreira 08OUT SOLD João Miguel Pereira Esteves 08OUT SOLD Ana Filipa M. do C. Francisco 08OUT 2CB Luís Carlos da Silva Fernandes 10OUT SOLD Luís Manuel Vargas Baião 16OUT 1SAR António Manuel Gomes Faustino 17OUT SOLD Mauro Filipe Serra Rebocho 17OUT SOLD Carlos Manuel F. Mendes 18OUT SOLD Célio Correia Castainça 20OUT 1SAR João Manuel Contente Palhoça 20OUT 1CB Gonçalo Lucas Bravo 20OUT 1CB Daniel José Costa Sousa 21OUT 2FUR Josué Alberto França Moreira 23OUT 2FUR Daniela Encantado Gaboleiro 24OUT SOLD Tânia Alexandra Cruz da Silva 24OUT SOLD Marta Daniela Dias Machado 25OUT SOLD Francisco Xavier do P. Barbosa LEI DO MENOR ESFORÇO Um destes dias li numa parede uma frase que dizia assim “ Faz porque queres e sentes não porque deves e podes” rapidamente me veio à memória a minha catequese, lá aprendi que no acto da criação Deus deu ao Homem a capacidade de escolha, tal não acontece com os animais que reagem ou agem por necessidades alimentares. Estará o Homem a reger-se por princípios básicos de acção – reacção? Vamos ver! Nas sociedades em que nos agrupamos, por princípios, ideais mas também necessidades, cada vez mais o egocentrismo humano se reflecte no dia-a-dia, quando se perde a consciência da moral das suas leis, da lei de Deus (seja Ele qual for), prevalece o egoísmo de querermos o que nos apetece aquilo que é mais fácil ou o que nos fica melhor. Estes arautos de coisa nenhuma estão por aí, escrevem as paredes porque lhes apetece, largam garrafas pelo chão vazias de mensagens apenas porque se sentem bem com isso, furam a cara e pintam o corpo porque está na moda pelo fútil acto de ser como o ídolo eleito na capa da revista. Cuidado se nada fizermos rapidamente deixarão a excepção para ser regra. Ora o dever e o poder, são próprios de quem vive em sociedade, se no cumprir o seu dever e ao fazer valer os seus direitos o cidadão não se sente bem é porque esse não é o seu meio social, devemos fazer realizando-nos e usufruir do que daí vem porque é nesse dar e receber que o Homem se completa. O reino animal é, no seu mais elementar processo de vida, é exemplo diário, sobrevive o lobo que cumpre as leis da sua alcateia, sobrevive o cordeiro que segue as regras do seu rebanho a menos que por lá passe um qualquer lobo. A sobrevivência humana enquanto ser inteligente e sociável passa tãosomente por querer e sentir porque deve e pode. 1Sar Cav Luís Cacheira “A Lança” http://kellerbarbara.wordpress.com/2011/02/25/dificil-escolha/ CANTINHO DO SABER CAPÍTULO 2 DE 3 VAMOS ACELERAR Concluímos no capítulo anterior, que falar em aceleração ou falar em força é a mesma coisa. Assim, diferenciar as várias acelerações, não é mais do que diferenciar as várias forças. De entre as forças ou acelerações que importa diferenciar, existe uma de particular importância, que é a aceleração da gravidade terrestre (g). Em termos gerais, a gravidade resulta da força de atracção que age em todos os objectos devido às suas massas ou quantidades de matéria. Esta força será directamente proporcional ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre os centros de massa. Para efeitos didácticos, é dito que a gravidade terrestre é a força sentida por um corpo em queda livre. Ou seja, quanto maior for a massa do corpo e menor a distância, maior será a aceleração resultante, e muito maior será a velocidade adquirida a cada momento. Embora a força gravítica dependa da massa do corpo atraído e da distância do seu centro de massa ao centro de massa da terra, para além de outros factores menores, dada a discrepância das grandezas e à pouca variação da força resultante, considera-se que a força gravítica sentida por um corpo dentro da atmosfera terrestre seja: g = 9,8 m/s² Donde resulta que de grosso modo, qualquer corpo largado duma altura de 100 m, atinge o solo passados cerca de 3 s e a uma velocidade de 30 m/s, ou seja 108 Km/h. E já que falámos em massa falemos também do peso. Embora por vezes se confunda massa com peso, a verdade é que o peso é o produto da massa pela força a que é sujeito, que geralmente corresponde à força gravítica. F=mxg Se um individuo tem uma massa de 70 Kg, o seu peso será o resultado dos 70Kg sujeito à força da gravidade e que resulta em 70 kgf (quilogramas-força) O peso é então também uma força. É importante lembrarmo-nos disto, principalmente em termos de prevenção rodoviária. Quando uma viatura que circula a 50 Km/h colide, verificando-se uma brusca desaceleração, a força gerada transforma a massa duma criança de 25 Kg num peso de 500 kgf, que indo solta no banco de trás, será projectada contra os ocupantes da frente ou contra o vidro. SAj Cav Fernando Carvalho Boletim “A Lança” Envio de textos para edição: •saj rodrigues.rmm •[email protected] Página 2 de 2