El primer antimperialismo latinoamericano El primer antimperialismo latinoamericano • O Congresso do Panamá teve lugar de Junho a Julho de 1826, idealizado por Simón Bolívar, que desde a Carta da Jamaica (1815) desejava articular uma confederação hispano-americana. Estiveram presentes os representantes do México, da Federação Centro-Americana, da GrãColômbia (Colômbia, Venezuela e Equador) e do Peru. Registrou-se a ausência dos demais países independentes no continente, a saber: Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos da América e Haiti. El primer antimperialismo latinoamericano • Firmaram, numa eterna aliança, uma confederação das repúblicas hispânicas, com o objetivo de defesa comum, solução pacífica de conflitos e preservação da integridade dos territórios dos estados-membros; • abolição do tráfico de escravos africanos; • estabelecia o contingente dos efetivos militares, no Exército e na Marinha, buscando um equilíbrio entre as forças dos estados-membros; El primer antimperialismo latinoamericano • A preocupação dos signatários, recémemancipados à época, era com uma possível intervenção da Espanha visando a recolonização, considerando as futuras emancipações de Porto Rico e de Cuba, bem como o fortalecimento conjunto frente a outras nações, como os Estados Unidos El primer antimperialismo latinoamericano • • Doutrina Monroe O Monroísmo representa a visão norte-americana do Pan-Americanismo, bem distinta do Bolivarismo e fundada no predomínio dos EUA sobre os demais Estados americanos.Sua primeira manifestação foi a Mensagem Presidencial de James Monroe enviada ao Congresso dos EÚA (1823). Nela, Monroe negava aos europeus o direito de intervenção no continente americano, seja para criar áreas de colonização, seja para suprimir a independência recém-conquistada pela maioria dos Estados americanos. • A análise do documento evidencia que os Estados Unidos opunham-se à Europa da Santa Aliança. • Já ao findar o século XIX, quando o capitalismo e a industrialização norteamericana conheceram acelerado desenvolvimento, nova manifestação do Monroísmo ocorreu graças aos esforços de James Blaine, Secretário de Estado dos EUA. Reuniram-se, então, em Washington, 18 países americanos entre outubro de1889 e abril de 1890, na Primeira Conferência Internacional Americana. • Essa Assembléia seria o início de uma série de outras que, com o andar dos tempos, alteraria o conceito de solidariedade continental, partindo para um instrumento que é hoje a Organização dos Estados Americanos. • A OEA, com poderes amplos, que incluem a intervenção nos Estados-membros, a ajuda ou cooperação técnica, a ordem continental, o incentivo ao desenvolvimento. El primer antimperialismo latinoamericano • Entre a guerra hispano-norteamericana e a explosão da 1ª. G.G. Tem inicio uma série de discursos antimperialistas na América Latina. • Em comum tais discursos trazem o protesto contra o expansionismo estadunidense e, como contraproposta, a unidade latioamericana. • Nesse duplo movimento ia se configurando a idéia de que a América Latina possuía uma identidade préhispânica, colonial, ou pós independentista. A qual, um processo de fragmentação, promovido por forças externas, teria provocado a dissociação. El primer antimperialismo latinoamericano • OBJ: interrogar a algns discursos antimperialista entre 1898 e 1914 não para inscreve-los numa continuidade, mas para entender o que se estava pensando quando se pronunciava o termo antimperialismo. • A idéia de imperialismo extrapola o território latino-americano • 1882 Standard Oil – 1º. Truste norte-americano. • 1910 Aparece o livro El capital financeiro de Hilderfing • Soma-se a isso a demora impliscita da transmissão destas mensagens teóricas aos intelectuais latino-americanos, mais conectados com a produção de esquerda européia. • Observa-se portanto a carência de aportes provenientes deste campo com que poderiam contar os intelectuais desta parte do mundo para refletir sobre a realidade significada pelos EUA. El primer antimperialismo latinoamericano • A partir de coordenadas positivistas e espiritualista, a intelectualidade latino-americana construiu uma definição sobre imperialismo a partir daquela nação que o sustentava. • Tal fato implicou numa mutação a respeito do que representava os EUA entre os núcleos liberais do subcontinente. • Para Sarmiento, Andres Bello entre outros, os EUA eram vistos como modelo a ser copiado. Entretanto, as mesmas razões que sustentavam esse discurso de admiração aos EUA passaram a justificar sua detração. • Os EUA e a América Latina vão, assim, constituindo uma série de saberes sobre si mesmo e o outro, sem os quais não se pode compreender o antimperialismo latino-americano. El primer antimperialismo latinoamericano • No final do século XIX os EUA já era o primeiro produtor industrial, passando a Inglaterra. Porem a grande diferença dos EUA estava em que a sua produção era consumida internamente. Os norteamericanos exportavam 11% contra 43% da Inglaterra. • Portanto, seu expansionismo não estava diretamente relacionado ao aspecto às demandas do mercado. • Qual a razão de sua política imperialista inaugurada oficialmente em 1898 ? - Considerações geopoliticas; - Cultura do pioneirismo , da possibilidade mítica de desenvolvimento individual e igualitário da sociedade norteamericana. Neste caso o protestantismo aparece como agente mediador com os católicos do sul. • Nesta época a Doutrina Monroe estava na ordem no dia. T. Roosevelt com ela atacava o mundo dos negócios, chamando de covarde aos ricos. • O clima internacional estava profundamente impregnado de práticas y discursos imperialistas, que entrelaçando ideologias missioneiras com temas sociodarwinistas, propunha a plataforma teórica para uma sociedade pronta a revitalizar o “Destino Manifesto” • Neste processo, os EUA expandia-se em direção a América Central. • A necessidade de ligar por via marítima o leste ao oeste dos EUA fez ressurgir a idéia de uma canal inter-oceânico. • Em Cuba, ainda dominada pela Espanha, era cada vez mais intensa a penetração de capital norte-americano na produção e distribuição do açúcar • A luta dos cubanos pela independência teve o apoio dos EUA. (apoiado na Doutrina Monroe) Vencidos, os espanhóis, pelo acordo de Paris, aceitaram a independência de Cuba e entregavam aos EUA as Filipinas e a ilha de Porto Rico. • Em Cuba, os EUA aprofundaram o seu domínio incluindo na Constituição cubana de 1902 a emenda Platt – direito de intervir em Cuba para salvaguardar os seus interesses. • Panamá – território colombiano. Guerra de emancipação incentivada pelos EUA. O Panamá independente arrendou perpetuamente a região do canal aos EUA, praticamente sem pagamento algum. A resposta • Tal quadro causaria uma onda alarmista e alguns circuitos latino-americanos. • 1905 – Ruben Dario em seu artigo – El Triunfo de Caliban, denunciava o “materialismo norte-americano”. • Desde 1900, “Ariel”, de Rodó, o escritor uruguaio, estabelecia a antinomia América Latina x Estados Unidos ou Espírito X matéria. • Ócio x Negocio – mercantilista • Cultura x economia • Pura subjetividade, onde tem seu ambiente próprio todas as coisas delicadas e nobres X o interesse utilitário. • Espiritualismo, moralismo, elitismo, subjetivismo constituem a série de categorias produzidas pelo Rodó para gerar um dos discursos de mais larga duração dentro da tradição do primeiro antimperialismo latino-americano. • Baseando-se nesta premissa é possível deduzir que os EUA anunciam o triunfo da mediocridade, a tirania da opinião e a ausência de uma aristocracia dirigente. • Eduardo Prado – no Brasil, antes do discurso arielista – faz a defesa de uma Espanha cheia de tradições positivas prontas a serem opostas aos EUA. À Prado interessa contestar as tendencias pró EUA presente o interior da Republica. Chega mesmo a atacar tal forma constitucional e faz a defesa da monarquia. • Daí o interesse por descrever os EUA como mais egoísta e prepotente em suas práticas que as monarquias européias , dominados por uma plutocracia. Daí o caráter parasitário atribuído ao imperialismo norte-americano. • Tal carater definiria um capitalismo anormal frente ao que seria sua expressão adequada e, naturalmente, européia. • Prado, todavia, ao contrario dos intelectuais da América hispânica , não acredita numa unidade latino-americana. “ Há mais ódio, maias inimizade que entre as nações européias”. • Mas alimentando esta idéia de unidade latino-americana, Vargas Villa (colombiano) em seu panfleto “Ante los bárbaros” prega que esta deverá ser acompanhada pelo estreitamento dos vínculos com a Espanha, assim como também com a Itália e a França. • Para Villa o imperialismo inglês civiliza e cita os exemplos da Índia, do Egito, da Austrália e do Canadá. Todos ricos e quase livres. • Tal acusação estabelecia o capitalismo estadunidense como o único perigoso e, ainda, promovia um total desconhecimento e desinteresse sobre o que implicava o imperialismo econômico britânico na região. • Já o imperialismo do socialista argentino Ugarte acrescenta ao dado cultural materialista e utilitarista , a noção de que os EUA estenderá gradualmente sua dominação primeiro com a força comercial, depois com a política e por último com as armas. • O que resulta numa contraproposta defensiva coordenada por uma unidade latino-americana, não somente contra uma possível agressão armada, mas contra a penetração econômica e cultural dos EUA. As nações européias podem, assim, desempenhar um papel positivo, e àqueles que opõem a elas devem ser vistos como inimigos, uma vez que ofuscam o perigo verdadeiro. • Assim, Ugarte será o construtor de um discurso que será responsável por minimizar as diferenças entre as nações latino-americanas a fim de promover sua unidade. • Tal panorama nos permite entender de que modo, por imitação ou contestação, a idéia de latino-américa vai se conformando em relação ao “hermano inimigo.” • Nesse processo uma coisa se quebra na cultura latino-americana de forma definitiva: a adoção de um modelo de imitação acrítica, calcado sobre as sombras do desenvolvimento norte-americano. Antimperialismo e nacionalismo • La restauracion nacionalista de Ricardo Rojas – 1909 - Argentina • La creacion de la pedagogia nacional Franz Tamoyo – 1910 - Bolivia - Como garantir em meio a este cosmopolitismo de homens e capitais o caráter nacional? • Rojas - nacionalização da educação pública • Tamoyo – denuncia a penetração estrangeira (pedagogia importada)e defende um educação pautada nos valores da cultura local. • Tal discurso nacional e antimperialista terminaria conduzindo a um encontro com o indigenismo, cuja expansão em escala continental deveria ainda aguardar uma década. Antimperialismo sem sujeito social • Qual sujeito social esta por traz deste discurso antimperialista? • Não há um sujeito social estratégico, assim este foi encarnado pelas classes médias que reclamavam um recomposição do espaço político e cultural em diversos países latinoamericanos – daí a reforma universitária