I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas Viabilidade de terceirização de frete em uma empresa cascavelense Luana Gabriela Piana Batistussi (Unipar) [email protected] Bruna Pasetti (Unipar) [email protected] Jamila El Tugoz (Unipar) [email protected] Resumo Este estudo busca apresentar uma análise de viabilidade econômico-financeira para terceirização de frota na empresa cascavelense Diferral Distribuidora de Ferro e Aço LTDA. Para que isso fosse possível, foi realizada uma entrevista semiestruturada com os gestores da empresa, bem como levantamento de custos e gastos referentes a atual frota própria e quais seriam estes se a terceirizassem. O objetivo da pesquisa é identificar a viabilidade de troca de frota própria para terceirizada levando em consideração dados qualitativos e quantitativos, efetuando um estudo de caso e uma análise do processo logístico da organização. Dessa forma, justifica-se a busca da organização pela diminuição dos custos com transporte, visando uma logística eficiente e de qualidade, mantendo e atraindo novos clientes. Palavras-chave: Logística, Viabilidade, Frota Própria, Frota Terceirizada. Área Temática: Áreas Afins das Ciências Sociais Aplicadas. 1 Introdução Nos últimos anos têm-se dado maior ênfase a logística no âmbito organizacional, sendo esta toda a atividade de deslocamento e armazenagem, no qual favorece o fluxo de produtos desde a obtenção de matéria-prima, até o consumo final. A Logística tem a finalidade de estabelecer serviços adequados ao cliente, a um custo razoável, e busca maneiras de obtenção de serviço melhorado e rentabilidade nos processos de distribuição, através de planejamento, organização e controle de todo o fluxo de produtos (BALLOU, 2006). No entanto, as organizações estão cada vez mais em busca da redução de seus custos, maior competição no mercado e garantia dos prazos de distribuição, oferecendo melhor qualidade de seus produtos e serviços. Dessa maneira, dentro da cadeia logística destaca-se o transporte, o qual é considerado importantíssimo na organização e movimentação das matérias-primas ou dos produtos acabados de uma empresa. Entre os modais de transporte, o rodoviário evidencia-se por ser um dos principais meios de distribuição de mercadorias, podendo ser realizado pela própria empresa, utilizandose de sua estrutura e da própria mão-de-obra, ou com a contratação de prestadores de serviços para essa atividade de distribuição das cargas, chamados terceiros. Esta contratação de serviços de terceiros mais conhecido como terceirização é definido por Leiria e Saratt (1995), como a contratação de parceiros para realizar tarefas que não sejam a principal atividade da empresa. Sendo assim, após esse processo as empresas focam mais em seu produto final. Para Serra (2003 apud GONÇALVES; MARTINS, 2013, p. 2) o objetivo da terceirização é a redução de custos visando a competitividade e agilidade à empresa. Para 1 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas Nazário e Benzecry (2009), algumas empresas preferem utilizar frota própria para o transporte de seus produtos, por conta possibilidade de disponibilizar ao cliente um serviço com maior qualidade em relação as empresas que utilizam transporte terceirizado. Dessa forma, para que haja maior lucratividade, qualidade nos serviços prestados e buscando reduzir custos, buscamos através deste artigo apresentar uma análise de viabilidade econômico-financeiro em uma empresa cascavelense denominada DIFERRAL Distribuidora de ferro e aço LTDA. O estudo deu-se início através do interesse dos administradores da empresa em verificar a possibilidade de troca de frota própria para frete terceirizado, verificando quais resultados seriam favoráveis para a empresa, levando em consideração as características organizacionais da mesma. Para atingir o objetivo proposto, têm-se como objetivos específicos a aplicação de um estudo de caso na empresa, efetuando o levantamento dos custos referentes à frota própria da organização, bem como os custos necessários para terceirizá-la. Também será feita uma análise de todo o processo logístico da empresa e realizada entrevistas com os gestores da mesma, bem como a coleta de dados referentes aos custos de terceirização com empresas do ramo de transportes. Conforme destacam Fleury, Wank e Figueiredo (2003), o frete costuma absorver aproximadamente 60% dos gastos logísticos. A redução dos custos operacionais representa um aumento de competitividade, para muitas empresas. Uma das principais alternativas apontadas é uma melhor eficiência dos recursos utilizados, tanto na armazenagem quanto no transporte (HONG, 1999). 2 Fundamentação teórica De forma clara e objetiva o estudo procura relatar o contexto histórico e definição de Administração, logística, transporte, transporte rodoviário, a caracterização do nível de serviço, os custos que abrangem essa área, o frete terceirizado e o próprio, bem como descrever as vantagens de utilizar cada um destes, destacando a importância da escolha entre os dois para a organização. 2.1 Administração De acordo com Chiavenato (2000), o mundo é uma sociedade composta por organizações, com atividades planejadas, coordenadas, dirigidas e controladas. A administração faz todo esse papel, por isso é necessária cada vez mais, já que a sociedade é pluralista de organizações e necessitam administrar seus recursos, para atingirem seus objetivos e metas. Segundo Maximiano (2006), administrar é um trabalho em que as pessoas buscam realizar seus objetivos próprios ou de terceiros (organizações) com a finalidade de alcançar as metas traçadas. Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do ato de administrar e que são as mais necessárias. O planejamento, a organização, a liderança, a execução e o controle são considerados decisões e/ou funções, sem as quais o ato de administrar estaria incompleto. Para Ballou (2006), as organizações são divididas entre áreas de finanças, marketing e produção, sendo que muitas dessas empresas se organizam em torno de funções de produção e de marketing, no qual é o processo de fabricação e venda dos produtos. A maioria das 2 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas companhias dão preferência à essas funções, e ao mesmo tempo cuidam de outras atividades, como o tráfego, as aquisições, a contabilidade e a engenharia, sendo essas, áreas de suporte. Contudo é relevante que as empresas reconheçam a importância das atividades que ocorrem entre pontos e tempos de produção, compra e demanda, elas exercem influência sobre a eficiência e eficácia da produção e comercialização dos produtos. 2.2 Conceitos de Logística O termo Logística originou-se nas operações militares, tendo relacionamento com o movimento de munições, equipamentos médicos e outros fornecimentos necessários para as atividades de campo de batalha. “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor” (NOVAES, 2007, p.36). Para Christopher (2009) logística é o processo de gerenciamento da compra, do transporte e da armazenagem de matérias-primas, de tal modo que sejam efetuadas entregas de encomendas com menor custo, associado ao aumento da lucratividade atual e futura. Ballou (2006) considera que, se um produto, seja ele qual for não estiver ao alcance dos clientes no momento certo e lugar adequado ao seu consumo, perde quase todo seu valor. Dessa forma, é evidente a importância do gerenciamento logístico no que se refere ao processo como um todo, tendo de garantir a qualidade na entrega ao consumidor final. O alcance da logística perpassa toda a empresa, da administração da matéria-prima até a entrega do produto final (FERNANDES; CORREIA, 2012). Sendo assim, entende-se que para ter uma logística eficiente dentro de uma empresa, é necessário um bom serviço de transporte, pois ele é responsável por toda movimentação da matéria-prima até a entrega do produto acabado ao consumo final. 2.3 Transporte Para Fleury (2006), o transporte é o principal componente do sistema logístico. O transporte de mercadorias é um mecanismo importantíssimo no processo produtivo das empresas e de forma geral para a sociedade, como define Kouri (2007), sem o transporte os bens produzidos não poderiam chegar até o consumidor final. De acordo com Caixeta-Filho (2001), a função básica dos transportes é proporcionar a disponibilidade de bens, permitindo acesso aos produtos e evitando dessa maneira a elevação do seu preço. Alvarenga e Novaes (2000) apontam que, para a organização do sistema de transporte, é necessário ter pleno conhecimento dos fluxos em que a empresa está ligada, do nível de serviço em que estão ofertando, e do nível de serviço desejado. Para Ballou (2006) A escolha de um modal de transporte, pode ser uma ferramenta usada para a criação de uma vantagem competitiva do serviço. Sendo assim, atualmente o transporte rodoviário é o principal modal para a distribuição de mercadorias no Brasil. 3 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 2.4 Caracterização de Transporte Rodoviário Historicamente, o Brasil teve sua malha viária principalmente voltada para o modal rodoviário de transportes, sendo que este é responsável por seis de cada dez quilos de carga distribuída no país (CNT, 2010). De acordo com Keedi e Mendonça (2000) transporte rodoviário é realizado em estradas de rodagem, e classificado como o mais adequado para distâncias curtas ou médias. Ballou (2006) cita que o transporte rodoviário proporciona entrega razoavelmente rápida e confiável para fretes, sendo uma modalidade de transporte de produtos acabados e semiacabados e que proporcionam condição de entrega porta a porta, sem a necessidade de carga ou descarga entre a origem da mercadoria ou seu destino. Portanto, o modal mais utilizado no Brasil é o rodoviário, este é considerado o mais flexível, rápido, confiável, e viável para distancias curtas ou médias, visando sempre a qualidade do nível de serviço logístico prestado ao consumidor. 2.5 Nível de Serviço Logístico Para Chistopher (2009) serviço ao cliente é a oferta do produto em um determinado tempo e lugar. Sendo o produto disponibilizado ao consumidor no momento certo, sem atrasos, no qual se busca excelência e qualidade do serviço. De acordo com Alcântara (1997), A disponibilidade do produto, a pronta entrega e o atendimento correto, são serviços que os consumidores buscam, assim através de bons serviços é que são geradas as vendas dos produtos. Alcântara (1997, p.4) diz que “é o nível de serviço que une os esforços de promoção e distribuição, e a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado, resulta no nível de serviço Logístico”. Segundo Santos (2007 apud FORNACIARI; SANTOS; FERRINHO p.6), os níveis de serviços são negociados com os clientes e quanto maior forem os objetivos estabelecidos por estes, maiores serão os recursos para atendê-los. A meta de uma empresa de transportes é oferecer serviços que satisfaçam os clientes com eficiência, sendo um diferencial no mercado atuante. Por isso, visando a competitividade é importante que a empresa preze pela qualidade no transporte em e tenha um maior controle dos custos logísticos. 2.6 Custos Logísticos Segundo Alvarenga e Novaes (2000), um sistema eficaz de controle de custos torna-se um facilitador na tomada de decisão. Lima (2006) destaca que utilizando uma metodologia adequada no cálculo do custeio do frete é possível obter uma formação de preços justos, para empresa e também para o transportador. Castiglioni (2010) aponta quatro elementos básicos dos custos logísticos, sendo eles o processamento dos pedidos, a armazenagem, a estocagem e o transporte. No entanto este último é considerado o mais importante dos custos, pois está relacionado com toda a movimentação dos produtos para o cliente. Os custos são classificados em diretos, indiretos, fixos e variáveis. Os custos diretos são os que podem ser identificados com os serviços prestados. Os custos indiretos têm a necessidade de critérios de rateio, por não ser possível a sua identificação. Os custos fixos representam o conjunto de gastos, que não variam em função do nível de produtividade da empresa. Os custos variáveis são aqueles que aumentam conforme a atividade da empresa se 4 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas eleva, por exemplo, os custos com combustível, pneus de caminhões, lubrificação (BORNIA,2010). Caixeta-Filho (2001) cita uma série de variáveis que influenciam no preço do frete, são eles: a distância percorrida; o tipo de carga transportada e veículo utilizado; o prazo de entrega da mercadoria; os custos operacionais; a sazonalidade da demanda; as perdas; as características das vias utilizadas; os pedágios; e a possibilidade de retorno da mercadoria para o local de origem. A partir da negociação entre a oferta e a procura pelo serviço, é que os preços dos fretes são constituídos. Para que se consigam descontos no valor do frete, os demandantes têm que desempenhar o poder de negociação (SOARES; CAIXETA FILHO, 1997). Segundo Ferri (2005), a negociação de fretes é fundamental para serviços contratados. Essa atividade costuma absorver grande parte do tempo do gerente de transportes. Se este considerar que há condição favorável nas circunstâncias operacionais, poderá recorrer à redução de fretes. Dessa forma, é importante que a organização escolha a forma correta para entrega de suas mercadorias, levando em consideração os custos e a qualidade do serviço prestado, optando pela frota própria ou terceirizada. 2.7 Frota Terceirizada Segundo Queiroz (1998) a terceirização no Brasil foi implantada gradativamente na década de 1980 com a inclusão das primeiras empresas multinacionais automobilísticas. De acordo com Fleury e Ribeiro (2001), a contratação dos serviços de operadores logísticos cresce rapidamente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Para Leiria e Saratt (1995, p. 16) “Terceirização é a contratação de parceiros para executar qualquer tarefa que não seja a verdadeira vocação da empresa”; sendo que essas contratam serviços terceirizados para focarem mais em suas atividades finais e dedicar-se mais ao seu objetivo principal. Como define Queiroz (1998), a terceirização proporciona maior flexibilidade e agilidade ás organizações, favorecendo uma gestão menos verticalizada. Nazário e Abrahão (2003) apontam que a frota terceirizada é considerada como uma opção para as empresas que buscam uma rentabilidade financeira, e ofertar produtos e serviços diferenciados. Fleury (2006), ainda destaca que a decisão por terceirizar frota deve considerar os custos, a qualidade do serviço e o lucro a ser obtido na realização das atividades. Por isso, entendesse que a terceirização é uma ótima opção para empresas que desejam focar nas suas atividades principais, porém, há a opção por frota própria na qual organização foca na disponibilidade e conta com maior capacidade de transporte bem como maior desempenho. 2.8 Frota própria Ferri (2005) aponta que para a aquisição de uma frota própria, um fator importante é a disponibilidade de pessoal para administrar as operações básicas de logística. Para Ballou (2006), a razão para que uma empresa opte por frota própria é a busca por um serviço de qualidade ao cliente. Antes de a empresa tomar a decisão de ter frota própria, ela deve analisar alguns fatores, sendo eles: 5 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas “Fatores de custo, qualidade do serviço e rentabilidade devem ser considerados determinantes para suportar essa decisão. É aconselhável realizar uma avaliação financeira precisa dos impactos no fluxo de caixa da empresa em qualquer decisão, além de calcular a taxa de retorno dos investimentos ou desinvestimentos (casos em que se possui frota própria e se queira terceirizá-la)” (FLEURY; WANKE; FIGUEIREDO, 2003, p. 270). As razões que frequentemente levam a optar pela mudança para frota própria são: confiabilidade do serviço, ciclo dos pedidos menores, capacidade de reação a emergências e melhoria no atendimento ao cliente (BALLOU, 2006). Entende-se que é necessário pessoal capacitado para o setor de logística quando uma empresa opta por ter frota própria, possuindo em contrapartida maior qualidade no serviço prestado, mais disponibilidade e capacidade de transporte e contando com maior desempenho operacional por estar com constante contato com o cliente. 2.9 Frota Própria x Terceirizada A escolha equivocada pela terceirização ou por frota própria se tornará uma fonte de insatisfação e falhas organizacionais, aumentando os custos logísticos, perda de diferenciação por falha, na distribuição ou na velocidade de atendimento aos clientes. (BANDEIRA, 2009). Para Imhoff e Mortari (2005), um dos riscos de se terceirizar frota, são os níveis serviços de transportes e a contratação inadequada de empresas para realizar estes serviços. De acordo com Bandeira (2009), uma decisão errada pode gerar uma imagem negativa da empresa, podendo ser prejudicial para a sua existência. A vantagem de ter frota própria é que a empresa terá melhor desempenho operacional, aumentando consequentemente a disponibilidade e a capacidade do serviço de transporte o que leva à redução de custos (BALLOU 2006). Ainda segundo o mesmo autor, se a empresa optar por terceirização de sua frota, não terá total controle de distribuição de suas mercadorias, e dos serviços oferecidos aos seus clientes, podendo acarretar na insatisfação dos mesmos, comprometendo a imagem da organização. Segundo Pires (2004), as desvantagens da terceirização seriam: fortes resistências internas à mudança; falta de fornecedores preparados e adequados; problemas de legislação do trabalho e sindicatos; perda de credibilidade, perda do controle do processo logístico; dependência dos fornecedores; mensuração incorreta de custos com terceirização. Marques (2002) enfatiza que os fatores de custo, qualidade e rentabilidade devem ser determinantes para a tomada de decisão entre terceirizar a frota, tendo em vista a necessidade de realização de uma avaliação dos impactos financeiros que esta irá causar na organização. 3 Metodologia Este estudo será desenvolvido por meio de procedimentos metodológicos, buscando descobrir qual a viabilidade de terceirizar o frete na empresa Diferral Distribuidora de Ferro e Aço Ltda. 6 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 3.1 Local da pesquisa A Empresa onde será realizado o estudo é denominada Diferral Distribuidora de Ferro e Aço Ltda, fundada em 14 de março de 1989, com sede própria em Cascavel-PR. Ela atua no ramo de distribuição de artigos para construção civil e indústria metalúrgica, comercializando materiais em ferro, aço, inox, alumínio, bem como ferramentas e acessórios. Atende a região Oeste e Sudoeste do Paraná vendendo seus produtos para metalúrgicas, materiais de construção, construtoras, empresas de propaganda visual, fábricas de esquadrias, tornearias, funilarias, tanto para o atacado quanto para o varejo, pessoas Físicas ou Jurídicas (FONTE: http://www.diferral.com.br/sobre). 3.2 Caracterização da pesquisa O estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de caráter descritivo, que segundo Gil (2009), tem o objetivo de descrever as características de determinada população ou fenômeno, e relações entre variáveis. É de natureza qualitativa, definida por Malhotra (2004), como adequada para situações incertas e os dados não são analisados de maneira estatística. E de natureza quantitativa, que de acordo com Gil (2009), é considerado na pesquisa tudo o que é quantificável, traduz em números, opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. A coleta de dados será feita através de fontes de dados primários, sendo realizadas entrevistas e observações. A coleta por dados secundários será por meio de pesquisa bibliográfica e internet. Malhotra (2004, p.124) define que os dados primários “são gerados por um pesquisador para a finalidade específica de solucionar o problema em pauta”. Já os secundários “são dados que já foram coletados para objetivos que não os do problema em pauta”. 3.3 Universo e amostra A amostragem utilizada é a não probabilística, caracterizada por Mattar (1996) como sendo aquela em que a seleção dos membros da população que compõem a amostra depende ao menos do julgamento do entrevistador no campo. Sendo assim, o estudo de caso será realizado no departamento de logística da empresa, com os gestores da mesma. 3.4 Métodos e instrumentos Para o levantamento das informações necessárias para o estudo de caso, serão desenvolvidas entrevistas semiestruturadas, contendo perguntas a respeito da qualidade da sua frota própria, quais as falhas que ocorrem nesse tipo de sistema logístico, quais os custos que compõem esse processo, bem como o que mudaria com a terceirização do frete, dentre outras questões que poderão surgir durante a entrevista, possibilitando dessa maneira, total liberdade de expressão aos entrevistados. Estas entrevistas serão aplicadas com os dois gestores da empresa, realizada no dia 01 de agosto de 2015. Segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 87), “entrevista é um encontro de duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”. Os resultados serão interpretados através da análise dos dados obtidos de forma qualitativa, avaliando a qualidade dos serviços de transporte prestado. De forma quantitativa, contabilizando os gastos referentes à frota própria atual, e quais seriam os gastos se a empresa 7 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas terceirizasse o transporte, sempre utilizando dados coletados dentro da empresa no departamento financeiro e logístico, durante o período de estágio vigente. Serão elaboradas tabelas para a apresentação dos dados coletados, que posteriormente serão comparados e confrontados com as informações obtidas por meio da pesquisa bibliográfica realizada, facilitando a comprovação da viabilidade ou não da terceirização de frete na organização em estudo. 4 Apresentação e Análise dos Dados A presente coleta de dados foi realizada com a devida autorização e disponibilização dos dados pelos gestores da organização estudada. A empresa possui um sistema de lançamentos de despesas de cada setor, tendo desta maneira um maior controle dos gastos, contribuindo para a exatidão dos resultados da pesquisa. 4.1 Levantamento dos custos do transporte próprio Os quadros 1, 2, 3 e 4 a seguir, representam os custos reais apurados na empresa em relação ao transporte próprio, tendo como referência os meses de Maio, Junho e Julho de 2015. Quadro 1 – Relação de custos mês de Maio/2015 Serviço Valor Combustíveis R$ 23.086,22 Pneus R$ 8.118,05 Manutenção R$ 6.571,28 Despesa com Seguros R$ 5.105,00 Despesa Pedágios R$ 2.005,34 Fonte: Dados da pesquisa Quadro 2 – Relação de custos mês de junho/2015 Serviço Combustíveis Pneus Manutenção Despesa com Seguros Despesa Pedágios Valor R$ 25.028,14 R$ 4.688,15 R$ 5.947,00 R$ 5.105,00 R$ 2.865,32 Fonte: Dados da pesquisa Quadro 3 – Relação de custos mês de julho/2015 Serviço Valor Combustíveis R$ 21.990,00 Pneus R$ 2.450,00 Manutenção R$ 9.385,00 Despesa com Seguros R$ 5.105,00 Despesa Pedágios R$ 2.088,00 Fonte: Dados da pesquisa 8 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas Quadro 4 – Custo Real – Média entre os meses maio, junho e julho de 2015 Serviço Valor Combustíveis R$ 23.368,12 Pneus R$ 5.085,40 Manutenção R$ 7.301,09 Despesa com Seguros R$ 5.105,00 Despesa Pedágios R$ 2.319,55 Fonte: Dados da pesquisa Devido a quantidade de caminhões, sendo 8 atualmente, e a intensa logística de entrega em Cascavel e Região Oeste e Sudoeste, a organização possui os maiores gastos com combustíveis, totalizando um valor mensal em torno de R$ 23.368,12. A manutenção desses caminhões tem em média um gasto mensal de R$ 7.301,09 reais, envolvendo mecânica, lavagem dos veículos, oficina, entre outros; podendo sofrer variação de valor caso ocorra quebra ou pane em qualquer um dos veículos. Gastos com recuperação de pneus é feita a cada 30.000 Km rodados, o que gera uma média mensal de recapagens aproximado de R$ 5.085,40 para garantir e seguir os padrões de segurança exigidos. A despesa com seguros dos caminhões é paga anualmente através de uma apólice total de R$ 61.260,00 o que gera mensalmente um gasto de R$ 5.105,00. Já a despesa com pedágios possui em média um gasto de R$ 2.319,55 mensais. A seguir, o quadro 5 representa os custos com Recursos Humanos, utilizando a quantidade atual de 8 motoristas, visto que a empresa não utiliza ajudantes. Quadro 5– Média de gastos com RH - motoristas meses Maio, Junho e Julho 2015 Serviço Valor Salários Encargos (INSS+ FGTS) Hora Extra Alimentação (Mensal) R$ 14.400,00 R$ 6.186,25 R$ 2.880,00 R$ 495,00 Fonte: Dados da pesquisa O salário base de cada motorista da empresa é de R$ 1.800,00 mensais. Os encargos com INSS e FGTS em média são de R$ 773,28 por funcionário. Esses colaboradores fazem hora extra, tendo 20 % de acréscimo no salário em um valor de R$ 360,00 reais mensais. Em média 3 motoristas viajam para a região sudoeste/oeste de segunda a sexta-feira, utilizando um vale alimentação de R$ 25,00 para cada um. Em Cascavel ficam 5 motoristas, realizando entregas de segunda a sábado, estes almoçam na empresa e a Diferral paga a metade do almoço no valor de R$ 4,00 fornecido por uma empresa de Alimentação, gerando dessa forma, um gasto mensal de aproximado de R$ 495,00 reais para a organização. No quadro 6 representa-se uma média do total de custos reais mensais referentes ao frete próprio utilizado pela empresa, somando gastos gerais com RH e caminhões. 9 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas Quadro 6 – Gastos totais: RH + Caminhões Serviços Gastos Caminhões Gastos RH TOTAL: Valor R$ 43.179,16 R$ 23.961,25 R$ 67.140,41 Fonte: Dados da pesquisa No quadro 7 a seguir, notamos que o cálculo dos gastos fixos e variáveis foi realizado comparando o valor do frete próprio de um caminhão percorrendo em média uma distância de 4.500 km em um mês, realizando entregas em Cascavel e Região. Quadro 7 – Gastos fixos e Variáveis da frota própria referentes a um caminhão/mês CUSTOS FIXOS CUSTOS VARIÁVEIS Salário + encargos Diesel (4 Km p/L) - Salário 1 motoristas + H.Extra 2.160,00 - Custo por Litro 2,77 - Encargos sociais ( INSS+FGTS) 773,00 = Custo por Km 0,692 - Desp de viagem - R$ 62,00 = Total salário + encargos 2.995,00 Remuneração capital caminhão - Capital Empregado 177.250,00 - % remuneração anual 12 % 21.270,00 - % remuneração anual 12 % 2.552,40 = 1/12 de remuneração carroceria 212,70 Depreciação caminhão - 50% em 5 anos 88.625,00 - % depreciação anual 17.725,00 = 1/12 de Depreciação 1.477,08 Óleo do motor - Custo por Litro = 20 L x 10.000 km 8,70 174 = Custo por Km 0,017 - Custo por Litro 8,70 Óleo da caixa - Custo por Litro 11,80 = 14 L x 10.000 km 165,20 = Custo por Km 0,017 Custo Pneus Depreciação carroceria - 50 % em 5 anos - % depreciação anual = 1/12 de Depreciação carroceria 7.500,00 1.500,00 125,00 - 1 x Novo (100.000 km) 1.500,00 = 10 pneus 15.000,00 Recapado 100.000 km 430,00 = 10 recapes 4.300,00 Total gasto com Pneus 19.300,00 10 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas Custo IPVA Custo IPVA Anual = 1/12 de IPVA 1.360,27 Total Km rodados 432.000,00 = Custo p/ Km rodado 0,045 113,35 Custo Licenciamento Custo Licenciamento anual 178,70 =1/12 de Licenciamento 14,90 Custo Seguros Lavagem - Custo por lavagem 80,00 = Nº lavagens mês – 2 160,00 = Custo por Km (2250km) 0,07 (+) Custo Variável por Km 0,84 2,39 Custo seguros anual 61.260,00 (+) Custo fixo por KM = 1/12 de Seguro 5.105,00 (=) CUSTO TOTAL POR KM 3,23 Fonte: Dados da pesquisa Manutenção 5 % sobre capital Empregado 8.862,50 = 1/12 de Manutenção 738,55 Total Custos Fixos 10.781,58 Distância percorrida mês Km rodado mês 4.500 Custo viagem caminhão próprio 14.535,00 Custo fixo por Km 2,39 4.500 Km No quadro acima, é possível identificar a média realizada por mês dos gastos fixos e variáveis relacionados com a frota própria atual, onde o custo variável ficou em torno de R$ 0,84 e o custo fixo somou R$ 2,39 obtendo-se um total de R$ 3,23 por Km rodado. A distância percorrida em um mês por um caminhão em média é de 4.500 km. 4.2 Levantamento dos custos do transporte terceirizado Para que seja possível identificar a viabilidade de terceirização do frete da empresa é necessária a coleta de valores também junto às transportadoras que ofereçam este serviço de distribuição. Foram utilizadas três transportadoras como fonte de pesquisa que atendem Cascavel e Região Oeste e Sudoeste do estado, e a pedido das mesmas, foi mantido o sigilo sobre suas identificações. As transportadoras utilizam frete pré-fixado, ou seja, calculado por tonelada transportada, incluindo os valores de pedágios quando a viagem é fora da cidade. 11 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas Quadro 8 – Relação de valores de frete por transportadora Empresa Transportadora 1 Transportadora 2 Transportadora 3 Valor Tonelada R$ 60,00 R$ 52,50 R$ 48,56 Valor Carga Fechada (12 Toneladas) R$ 720,00 R$ 630,00 R$ 582,72 Fonte: Dados da pesquisa Valor Frete Km rodado R$ 3,20 R$ 2,80 R$ 2,59 O valor por tonelada foi fixado tanto para entregas dentro de Cascavel, bem como para as regiões oeste e sudoeste, com carga fechada de até 12.000 Kg, lotação total suportada pelo caminhão utilizado nesse tipo de entrega. Para se chegar ao cálculo do valor do frete por Km rodado, fez-se necessária a utilização do valor da carga fechada de 12 toneladas dividindo pela média de quilômetros percorridos em um dia, aproximadamente 225 km, dessa forma, teremos o valor médio do frete por quilometro rodado. Ao final da pesquisa, podemos identificar que a transportadora 3 foi a que oferece um custo menor e mais viável, praticando o valor de R$ 2,59 por km rodado nas regiões de Cascavel, Oeste e Sudoeste do Paraná. Portando, se a empresa optasse por utilizar frete terceirizado o custo para percorrer a mesma distância que um caminhão de frota própria percorre seria de R$11.655,00 reais mensais. Por outro lado, temos os custos fixos e variáveis que a organização possui com a frota própria, sendo este de R$ 3,23 por km rodado, gerando dessa maneira, um custo total mensal de R$14.535,00 reais por caminhão utilizado. Portanto torna-se mais viável financeiramente, o frete terceirizado, pois este gera um custo total mensal para empresa de R$ 93.240,00, de um total de 1.800 km/dia percorridos para suprir e atender ao fluxo de entregas referentes aos 8 caminhões utilizados pela Diferral atualmente em sua logística de distribuição; enquanto que para manter sua frota atual, a empresa gasta em média um total de R$ 116.280,00 reais mensais, resultando em uma diferença significativa de R$23.040,00 reais. 4.3 Aspectos de transição de frete próprio para terceirizado A qualidade de um serviço prestado está diretamente ligada à percepção do cliente, este leva em consideração inúmeros aspectos, como entrega correta, no tempo e lugar certos. Segundo Batenson e Haffman (2001), um serviço de qualidade é aquele que atende ás necessidades dos seus clientes de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo. Dessa forma, caracteriza-se como um diferencial e uma possível garantia de preferência do consumidor pelo seu produto em relação ao do concorrente. De acordo com Ballou (2006), muitas empresas são obrigadas a manter frete próprio, mesmo com custos maiores, por conta da eficiência no atendimento, com entrega rápida e confiável, maior cuidado com as cargas para não perderem seus valores. Portanto, antes da empresa tomar a decisão de terceirizar a frota, deve-se levar em conta várias falhas, que poderão atingir a qualidade dos serviços prestados, devido à delegação do serviço para terceiros, os quais não terão total acompanhamento de todo o processo, ao contrário do que acontece com sua frota própria, onde podem identificar de 12 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas maneira mais rápida as possíveis falhas que possam ocorrer e aplicando as devidas soluções necessárias para a satisfação de seus clientes. Em vista disto, é possível observar que a transportadora 3 possui o menor custo para a organização caso opte por terceirizar suas entregas, porém deve-se levantar aspectos pertinentes a respeito da qualidade do serviço prestado pela mesma para que se possa avaliar de forma correta e completa a viabilidade do estudo. Começando com o aspecto prazo de entrega. Na frota própria atual são realizadas entregas diárias programadas para cada região, ou seja, cada dia da semana o caminhão realiza entregas em diferentes cidades que pertencem à mesma região e que estejam geograficamente próximas, sendo que, na cidade de Cascavel possui entrega todos os dias. Com a transportadora, o processo de entregas nas regiões ficaria mais burocrático, já que necessitariam do fechamento de carga para que possa ter o aproveitamento total do caminhão, e também em relação aos prazos de entrega, devido essa espera de fechamento de carga, o serviço de transporte irá aumentar os prazos de distribuição, causando insatisfação aos clientes que necessitam o quanto antes dos produtos comercializados pela empresa. Outro aspecto seria a disponibilização de um outro caminhão para que possa efetuar entregas na cidade de Cascavel todos os dias, já que o tempo estimado de entrega atualmente pela organização é de até 24 horas após efetuada a venda. Podemos identificar a necessidade de um rigoroso controle de garantia na entrega dos produtos e que estes estejam em perfeitas condições de uso. Para isso, a transportadora compromete-se através da assinatura do cliente no canhoto da nota fiscal, comprovando o recebimento da mercadoria. A terceirização também causaria mudanças no setor administrativo da organização, já que a Diferral utiliza a condição de pagamento de 1 dia, ou seja, no ato da entrega o cliente paga a mercadoria para o motorista. Portando, a empresa deveria extinguir essa condição de pagamento e utilizar somente boletos bancários e depósitos antecipados como forma de pagamento, o que poderia causar certo transtorno, demora na efetivação da venda podendo levar a uma insatisfação do cliente. Caso a organização em estudo optasse pela terceirização do seu frete próprio, teria que dispensar ou realocar os seus 8 motoristas, sendo que 4 seriam realocados para outro setor com os mesmos salários, e os outros 4 seriam dispensados, gerando um total de custo com rescisão contratual de aproximadamente R$ 70.000,00. Outra questão, trata-se da venda da frota própria atual composta por 8 caminhões, o valor estimado de acordo com a tabela FIP vigente, totaliza um montante aproximado de R$ 950.000,00 reais, que segundo os gestores da organização, seriam investidos em estoque e melhorias e ampliação da estrutura da mesma. 5. Considerações Finais O presente estudo buscou mostrar qual a melhor opção de frete para a empresa Diferral Distribuidora de Ferro e Aço LTDA, diante disto, os estudos e análises efetuadas para a realização da pesquisa, mostram que a terceirização da frota acarretaria custos bem menores para a organização, em contrapartida, a empresa estaria dependente de prazos de entrega oferecidos e organizados pela transportadora, também perderia o contato direto com seus clientes em relação a troca de mercadorias e a qualidade do serviço prestado, podendo causar uma redução no nível de seus serviços, e consequente, perda de clientes e insatisfação dos que possui. 13 I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas O principal fator segundo Ballou (2006), para que uma organização opte por ter frota própria, é a necessidade de proporcionar ao cliente um serviço com um nível de qualidade que nem sempre é alcançada através de transportadoras contratadas. Optando por prosseguir com o frete próprio atual, a empresa tem maior controle de suas mercadorias, prazo de entrega, e qualidade de seus serviços, e consequentemente é reconhecida por seus clientes com um nível de serviço elevado e diferenciado. Como o objetivo principal da empresa Diferral é a qualidade e agilidade na entrega dos seus produtos, visando a satisfação dos mesmos, optar pela continuidade do frete próprio seria mais viável, já que a empresa pertence a um mercado competitivo, onde o prazo de entrega caracteriza-se como um dos principais fatores de diferenciação, colaborando grandemente para a satisfação das necessidades dos clientes. Referências Bibliográficas ALCÂNTARA, R. L. C. Logística, Nível de Serviço e Ciclo de Pedido: Compreender para Otimizar. 1997 Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1997_T5401.PDF>. Acesso em: 04 Maio 2015. ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. 3. ed. 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