INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS RELATÓRIO DE MAPEAMENTO Elaborado por: Enni Panizzo, Nádia Osman, Orlando Taéro, Faustino Weliha, Hámido Mucussete Conteúdo Acrónimos_______________________ pag. 4 Primeira Parte Terceira Parte Sumário Executivo________________pag. 6 Província de Nampula__________pag. 57 Introdução______________________pag. 8 Cidade de Nampula_____________pag. 59 Projecto GIGV___________________pag. 10 Metodologia Educação______________________pag. 61 do Mapeamento _________________pag. 11 Considerações Distrito de Mogovolas___________pag. 67 Situação sobre o Mapeamento_____________pag. 12 Factores dos órfãos e COVs______________pag. 72 Saúde__________________________pag. 64 de vulnerabilidade_______________pag. 13 Comunicação___________________pag. 82 Encontro com as Segunda Parte Organizações em Nampula______pag. 91 Comunidades Província da Zambézia____________ pag. 15 seleccionadas em Nampula_______pag. xx Conclusões Quelimane_____________________pag. 16 e Recomendações______________pag. 108 Nicoadala______________________pag. 18 Educação______________________pag. 21 Saúde__________________________pag. 25 Situação dos órfãos e COVs_________________________pag. 30 Comunicação___________________ pag. 37 Encontro com as Organizações na Zambézia____________________pag. 44 Comunidades seleccionadas Conclusões_____________________pag. 54 2 Anexo 1: Levantamento estatístico sobre população escolar de Quelimane Anexo 2: Levantamento estatístico sobre população escolar de Nampula Anexo 3: Levantamento estatístico sobre população escolar de Mogovolas Anexo 4: Situação escolar em Nicoadala,... Anexo 5: Situação da rede escolar em .. ACRÓNIMOS ACS – Agente Comunitário de Saúde ONGs – Organização não Governamental APS – Agente Polivalente de Saúde PCR – Poupança e Créditos Rotativos AKILISETHO – Nossas Idéias NPCS – Núcleo Provincial de Combate ao SIDA CDL – Comité de Desenvolvimento de Liderança CNCS – Conselho Nacional de Combate ao HIV-SIDA COVs – Crianças Órfãs e Vulneráveis DPMA – Direcção Provincial da Mulher e Acção Social EP1- Escolas de Educação Primária EPC- Escola Primária Completa FNUAP – Fundo das Nações Unidas para a População FORCOM – Fórum das Rádios Comunitárias GM – Grupo de Mulheres HIV – Vírus de Imuno Deficiência Humana ICS – Instituto de Comunicação Social IEC – Informação, Educação, Comunicação ITs – Infecção de Transmissão Sexual MEC – Ministério da Educação e Cultura MISAU – Ministério da Saúde MMAS- Ministério da Mulher e Acção Social MJD – Ministério da Juventude e Desporto OBC – Organização Baseada na Comunidade OPHAVELA – Procurar PEN I e II – Plano Estratégico Anual de Combate ao HIV/SIDA PTV – Prevenção em Transmissão Vertical SIDA – Síndroma de Imuno-Deficiência Adquirida TARV – Tratamento anti- retroviral UEM – Universidade Eduardo Mondlane UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a infância ZIP – Zona de Influência Pedagógica 3 4 INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS RELATÓRIO DE MAPEAMENTO PRIMEIRA PARTE 1. 0 SUMÁRIO EXECUTIVO O Projecto de Iniciativa de Género para Raparigas Vulneráveis, financiado pelo PEPFAR, está sendo implementado em três Países da área subsaariana, isto é Malawi, Botswana, e Moçambique. Este Projecto tem como objectivo melhorar a situação de vulnerabilidade das raparigas em Moçambique e particularmente em duas Províncias: Zambézia e Nampula. Sendo Moçambique um país muito vasto e populoso, a escolha das duas Províncias de implementação obedeceu aos critérios de: - maior incidência de HIV/SIDA - existência de zonas consideradas de alto risco para as raparigas, como as zonas corredores, e de passagem de populações de alta mobilidade - presença de várias ONGs locais e estrangeiras implementando Programas destinados a reduzir a propagação da epidemia, sobretudo destinados aos jovens. - existência de Programas na área da comunicação O Projecto GIGV procura encontrar um Modelo onde possam ser coordenadas acções de Educação, Saúde e microcrédito/geração de rendimento, para reduzir a vulnerabilidade das raparigas. Assim, nesta fase de Mapeamento, em vista de escolher os lugares para a implementação do Projecto, procuramos a nível das Províncias de Zambézia e de Nampula os sítios onde estão sendo implementados Projectos, possivelmente bem sucedidos, e relacionados com as áreas acima citadas. A realidade no terreno indica que mesmo havendo muitas intervenções não aparecem ainda resultados relevantes em relação ao HIV/SIDA, e também falta muitas das vezes um Mapeamento claro dos intervenientes e das suas actividades a nível provincial e distrital, assim como uma coordenação entre estes. 5 Para obter o leque de informações que necessitamos para o Mapeamento, utilizamos uma metodologia que teve em conta encontros a nível central, periférico e visitas no terreno com vários actores, privados, da sociedade civil e do Governo. eram destinados especificamente para os problemas de saúde sexual e reprodutiva deste grupo, foram suprimidos, e não existe nada actualmente destinado a esta camada e em particular para as raparigas, além dos serviços de PTV. Em relação a Educação, encontramos uma forte diferença entre Escolas a nível das Cidades e a nível do campo, no sentido que nas Cidades há bastante número de Escolas, enquanto no campo é patente a falta destas, a falta de condições e de recursos humanos. O factor distância das Escolas constitui também um impasse para as raparigas e suas famílias. Factores culturais e sociais também podem limitar a continuação dos estudos das raparigas, como é o caso dos ritos de iniciação, sobretudo na faixa da alta Zambézia e nas zonas costeiras seja da Província de Nampula, como da Zambézia, porém estes nem sempre têm conotação totalmente negativa, dependendo do contexto. No que diz respeito a geração de rendimento/microcrédito, existem varias organizações, sobretudo na Província de Nampula, implementando actividades deste tipo, como crédito rotativo e poupança, micro empréstimos para pequenos negócios. É por exemplo o caso do Banco das Mulheres de Nampula, e do Banco das Oportunidades em Quelimane, e de Ophavela e IRD. Muitas organizações que trabalham na prevenção e mitigação do HIV/SIDA não actuam nas cidades, mas em Distritos às vezes longínquos, como é o caso da UNICEF ou Action Aid que se encontram só nos Distritos de Maganja da Costa e de Pebane, e da Save the Childrem em Muatua e Morrumbala, respectivamente. Na área da Saúde existem também muitas dificuldades, particularmente para os jovens porque os serviços de SAAJ que 6 Existem também, sobretudo na Província de Nampula, Fóruns de agricultores que são apoiado por ONGs locais e/ou estrangeiras para melhorar a sua produção agrícola e comercializar a mesma. O trabalho de Mapeamento seguiu, dentro do possível as linhas dos Modelos que foram o nosso ponto de referência, e foram escolhidas como zonas urbanas as Cidades de Quelimane e de Nampula, e como rurais os Distritos de Nicoadala e de Mugovolas. Entre os Bairros procuramos aqueles que melhor corresponderiam as características exigidas para cada Modelo, como segue: ZAMBÉZIA ZONA URBANA (Quelimane) Bairro Aeroporto Bairro Manhaua Bairro Micajune Bairro 17 de Setembro Bairros de confrontação: Bairro de Coalane Bairro Brandão ZONA RURAL (Nicoadala) Bairro de Nicoadala Sede Bairro de Munonha Sede Bairro de Licuari Bairro de Julião Bairros de Confrontação: Mairro Namacata Bairro Maquival NAMPULA ZONA URBANA (Nampula) Bairro de Muhavire Bairro de Muahala Bairro de Muhatala Bairro de Napipine Bairros de confrontação: Bairro de Natiquiri Bairro de Marrere ZONA RURAL (Mogovolas) Bairro de Namacarro A Bairro de Meluli B Bairro de Mutacaze Bairro de Mucocoro Bairros de confrontação: Bairro de Micucuni Bairro de Namarata 7 1.1 INTRODUÇÃO povoações e degradação ambiental (UNICEF 2007). Em 1992, acabava para Moçambique o período de 20 anos de guerra civil, que o deixava como um dos países mais pobres do mundo, com 54% da população a viver, até hoje, abaixo do limite de pobreza. O nível de expectativa de vida para os 21.4 milhões de moçambicanos é de 45 anos para os homens e de 46 para as mulheres, com uma expectativa de vida saudável de 36 e 38 anos respectivamente (OMS). Cerca de metade da população tem menos de 18 anos, sendo o 44% com menos de 15 anos. No período entre 2000 e 2005 60% das crianças em idade escolar foram matriculadas nas escolas, embora algumas em tempo parcial(UNICEF). Os esforços empreendidos pelo Governo, depois da Independência, para elevar o nível de alfabetização, que era estimado em 95% e para melhorar o sistema de saúde (havia só 30 médicos no Pais em 1975) foram anulados. Mais de um milhão de habitantes foram mortos, pela guerra e pela fome, mas a partir de 1992, ano em que foi assinado o acordo de paz, iniciou-se um período de estabilidade e de crescimento económico no País. Setenta por cento dos Moçambicanos vivem nas zonas rurais, praticando a agricultura em regime de produção familiar. As calamidades naturais e as cheias têm causado ao longo dos anos migrações do interior do País para as zonas urbanas e costeiras, provocando deslocações das 8 Estima-se que em Moçambique haja um BIP anual calculado em 1.270 US$, sendo o Pais catalogado no 172º lugar do índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas por ter entre 54 a 70% das pessoas vivendo em situação de pobreza (PNUD, UNICEF 2007). Apesar do alto índice de pobreza, desde o fim da guerra, Moçambique tem progredido rapidamente. O País tem atraído fortes apoios da parte dos doadores, e uma alta percentagem de investimentos estrangeiros. Na África sub-sahariana Moçambique atraiu 15 % dos investimentos, contra 6-8% dos outros países da região (USAID 2006). Apesar disto, a riqueza não está sendo distribuída igualmente, e permanecem disparidades a nível da sociedade moçambicana no que diz respeito ao acesso a saúde e aos indicadores relativos a diferença de qualidade de vida entre zonas urbanas e rurais (como o acesso a água e saneamento, entre outros). As vidas e os bens dos moçambicanos pobres continuam a ser fustigados pelas calamidades, cheias, uma alta taxa de prevalência de HIV/SIDA e uma insegurança alimentar crónica. Actualmente a taxa de prevalência está estabilizada à volta de 16.2 %, mas em algumas Províncias do sul e do Centro do Pais, é muito mais alta. O Governo Moçambicano, tem reunido e fortalecido todos os sectores nacionais para combater a epidemia, e o Plano Estratégico de combate ao HIV/SIDA 2005-2009 é um exemplo da nova estratégia adoptada. Esta segue, como objectivo geral para a área de prevenção: reduzir o número de novas infecções do nível actual de 500 por dia até 350 em 5 anos e 150 em 10 anos Para alcançar este objectivo foram focadas as seguintes etapas: - estender o período conhecido como “janela de esperança” - reduzir o número de novas infecções, particularmente no grupo entre 15 e 24 anos - aumentar o nível de conhecimentos acerca do HIV/SIDA e reduzir as disparidades em relação ao género - expandir, popularizar o aconselhamento e testagem voluntários - aumentar a taxa de uso do preservativo - aumentar a percentagem de pacientes de STI e o seu contacto - reduzir a vulnerabilidade da mulher e as infecções devido a razões sócio culturais e económicas - reduzir a transmissão de mãe para criança - reduzir a transmissão não-sexual do HIV A partir da situação de emergência desta Região, a Universidade Johns Hopkins financiada pelo PEPFAR, está implementando um Programa de três anos em Países entre os mais afectados nesta parte da África: Botswana, Malawi e Moçambique. Nesta parte de África a vulnerabilidade de alguns grupos é particularmente alta. As mulheres representam o grupo mais vulnerável, com 75% de infecções entre os 15 e 24 anos, e as causas representam ainda um ponto de interrogação que precisa ser urgentemente investigado. Apesar da inclusão do programa sobre saúde sexual e reprodutiva no curriculum das escolas primárias, somente 1,5% dos professores foram treinados (em todo o País existiam 165 SAAJ). A taxa de analfabetismo em jovens mulheres entre 15 e 19 anos é de 48 %. O nível de abandono escolar é muito alto neste grupo sendo de 3% por gravidez, 10% por causa de casamentos precoces (dados do MICAS) e várias outras causas sociais. Em 2006, 8-9 % de raparigas na idade de 15-19 anos, e 2,9 % de rapazes eram seropositivos (CNCS). Provavelmente isto acontece porque a vida sexual em Moçambique, sobretudo nas raparigas, inicia cedo e não se protegem. 9 As raparigas e as mulheres estão mais expostas à infecção por causa de diferentes factores, entre os quais aspectos socio culturais e a vulnerabilidade fisiológica. Por esta razão, o Programa GIGV implementado em Moçambique, Malawi e Botswana pela Johns Hopkins, é particularmente apropriado e representa um desafio importante para a USAID, a própria Universidade Johns Hopkins e o Governo Moçambicano. O principal objectivo é de desenhar, implementar e testar intervenções que reduzam a vulnerabilidade ao HIV/SIDA nas raparigas. Esta é uma possibilidade para a Universidade Johns Hopkins de encontrar um modelo operativo que consiga uma compreensão profunda das causas. 1.3 O PROJECTO GIGV Trata-se de um Projecto de pesquisa operativa que tem financiamento do PEPFAR e que é implementado pelo Centro de Comunicação da Johns Hopkins University em Moçambique, Malawi e Botswana. O objectivo principal é de prevenir a infecção pelo HIV/SIDA nas raparigas adolescentes em situação vulnerável, e tem como objectivos secundários: - identificar e expandir métodos bem sucedidos em programas que intervêm em relação a factores contextuais que posicionam as raparigas em alto risco de infecção pelo HIV 10 - capacitar e fortalecer iniciativas e intervenientes locais - avaliar a praticabilidade, sustentabilidade e efectividade dessas intervenções e a possibilidade de adaptá-las e expandi-las para outros lugares. A inovação deste Programa consiste em envolver as comunidades, lideranças, e famílias no sentido de fortalecer as redes já existentes que trabalham e estão engajadas em reduzir a vulnerabilidade da rapariga potenciando os meios de comunicação existentes, e tendo como abordagens especificas a promoção do acesso à escola, aos serviços de saúde, e aos Programas de geração de rendimento, e de microcrédito para as raparigas e as suas famílias. O modelo operativo elaborado pela JHU irá fornecer o apoio técnico necessário para ultrapassar as barreiras e facilitar as mudanças das normas sociais que perpetuam a vulnerabilidade da rapariga. Este Programa contará com a colaboração permanente do CNCS, MISAU, assim como dos Ministérios da Educação, Mulher e Acção Social, da Juventude e Desporto, a nível central e periférico. 1. 4 METODOLOGIA DO MAPEAMENTO O principal objectivo desta fase é a realização do Mapeamento tendo como aspectos principais: - Revisão das fichas, matrizes e protocolos - Identificação de programas implementados em Moçambique destinados a jovens e mais especificamente às raparigas, nas Províncias da Zambézia e de Nampula - Utilização e aprendizagem da experiência de outras Organizações e das Instituições do Governo ao longo da implementação de Programas nesta área de nosso interesse nas duas Províncias - Procura de pessoas chave com um conhecimento profundo do Pais e das duas Províncias onde o Projecto GIGV será implementado - Organização de visitas às duas Províncias para identificar os parceiros existentes nas áreas de nosso interesse: educação, saúde, geração de rendimento e/ou microcrédito - Identificação dos sítios mais oportunos para a realização do Projecto seguindo as indicações dos Modelos I e II e de Controle (ver GIGV Workplan) - Análise da situação das comunidades escolhidas e dos canais de comunicação existentes Em Maputo encontramos as entidades do Governo ligadas ao género e a situação dos jovens e das mulheres e raparigas a nível da Educação, Saúde, Ministério da Juventude e Desporto, Ministério da Mulher e Acção Social, assim como do CNCS. Esta foi uma ocasião para também apresentar o projecto. Numa segunda fase encontramos organizações internacionais como: Save the Children UK e USA, Visão Mundial, Action Aid, Danida, Cida Canadá, Terres dês Hommes, Care, Concern, Path Finder(Geração Biz), SNV, IRD e FHI, Bando Oportunidades. Algumas são parceiras do PEPFAR. Alguns destes encontros foram repetidos a nível local, para conhecer melhor a realidade no terreno. Realizamos encontros também com ONG Femininas Moçambicanas, como Fórum Mulher, AMORA, Nafeza, Caixa das Mulheres de Nampula, Associação das Mulheres Rurais, WLSA, sendo esta última uma organização especializada em pesquisas sobre o género e o HIV/SIDA, violência doméstica, casamentos poligâmicos e a lei da família em Moçambique. Visitas no terreno Na província da Zambézia realizamos encontros e visitas no terreno, em Nicoadala, as actividades de algumas organizações e activistas como foi o caso da Visão Mundial, Projectos Rita e Mozark, e da organização local Amudza, uma pequena mas activa ONG que trabalha ao cuidado da organização “umbrella” Nafeza, o equivalente de Fórum Mulher da Zambézia. Visitamos também actividades realizadas pela ONG IRD (Internacional Relief Development) onde grupos de mulheres (Mulheres Primeiro) aderiram a uma actividade de geração de rendimentos associada a um Programa de educação para a Saúde e mudança de comportamento. Esta organização é parceira da Visão Mundial. 11 Outras ONG locais encontradas foram: N´WETY (Clube dos Bradas), Monaso, Ametramo, Aforza, Muliba, Ebaribar, Adjuducusa, Namuali, Amora, Amme, Liga dos Direitos das crianças. Muitos Distritos estão situados ao longo dos corredores, além de que esta Província apresenta, do ponto de vista étnico e social, uma divisão entre o Norte que é matrilinear e o Sul patrilinear. Em Nampula, onde realizamos também duas visitas, entrevistamos na primeira viagem as mesmas entidades do Governo da Zambézia, assim como: Organização Juvenil Islâmica, Conselho Islâmico, Desafio Jovem, geração BIZ, UDEBA, Nogina, Associação das Mulheres Rurais, Caixa das Mulheres de Nampula, Olipa, Ophavela, Amora, Mutiana, M´Sol, Amed, Salama, Avante Rapale, Facilidade, Solidariedade Zambézia, Akhilizeto, Monaso. Esta divisão causa muita diferença no que diz respeito às tradições, a algumas crenças, às interpretações culturais, e consequentes comportamentos. Entre as Organizações internacionais: Action Aid, Concern, SNV, Geração BIZ, Helvetas, Visão Mundial, Clusa, Cocamo, Iram. As intervenções das Organizações, particularmente internacionais, seguindo as estratégias traçadas pelo Governo, tem sido de focar ao longo destes anos, as zonas corredor, e as zonas fustigadas pelas cheias. Por isto, as intervenções estão nos Distritos, onde as distâncias são grandes e a situação das vias rodoviárias não é ainda boa. 1.5 CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO A METODOLOGIA DO MAPEAMENTO Em Moçambique, existe um grande número de Projectos a intervir em todas as Províncias do Pais, realizando trabalho de prevenção, mitigação e tratamento para combater a pandemia do Sida. A Zambézia foi alvo de muitas intervenções, seja da parte do Governo como da parte das ONGs internacionais, porque tem uma taxa de prevalência bastante alta, entre as mais altas do Pais. 12 As consequências da guerra foram muito negativas nesta Província, e ainda hoje há falta de infra-estruturas que foram destruídas naquela época. Faltam escolas e serviços de Saúde, e há muitos grupos populacionais vulneráveis. Por esta razão, é difícil encontrar contemporaneamente e juntos, programas que operem na área da educação, saúde e geração de rendimentos. Os média e os Programas de comunicação e de sensibilização existem, mas, sendo a Província muito extensa a cobertura não é suficiente. Assim, no que diz respeito a área urbana, decidimos avaliar a situação de Quelimane cidade, e no que diz respeito a área rural, escolhemo a de avaliar a situação de Nicoadala, que se encontra a 25 km de Quelimane, e que apresenta características semi-rurais e rurais. A segunda visita no terreno, confirmou esta escolha. Para a Província de Nampula, é importante focar aqui o facto que a taxa de incidência aumentou bastante nos últimos anos, sobretudo entre os jovens e particularmente entre as raparigas. O grupo islâmico é bastante fechado nesta Província, e as raparigas não têm facilmente acesso à informação, embora o Concelho Islâmico tenha uma Radio Comunitária, com a qual o CCP da JHU tem vindo a colaborar. Na zona costeira nesta província as raparigas casam cedo, ainda no início da adolescência, depois de cumprir os ritos de iniciação. Nampula é a zona urbana que escolhemos a priori para a Província de Nampula, por ser o melhor Modelo de zona urbana, enquanto Mugovolas tem sido a escolha para a área rural, pois encontra-se a 75 km. da Cidade capital da Província. Na segunda visita no terreno foi possível confirmar esta escolha, visitando seja a Sede do Distrito Nametil, como duas outras localidades, Muatua e Namuhopo Rio. 1.6 Factores de vulnerabilidade Embora a nossa escolha tenha tomado em conta que existe uma dinâmica de vulnerabilidade generalizada entre as raparigas, seja nas zonas rurais como urbanas, nas duas Províncias escolhidas para a implementação do projecto de GIGV, de facto existem aspectos específicos e ao mesmo tempo singulares no que diz respeito a vulnerabilidade deste grupo social. Entre os factores principais tomados em conta consideramos: - As distâncias - Pertencer a zonas corredor - Pertencer a zonas de rápido e recente desenvolvimento económico - Pertencer a zonas de forte influência religiosa, sobretudo islâmica No que diz respeito a Educação foi considerada importante a existência de: - Escolas de tipo EP1 e EPC - Lares para estudantes - Baixo número de raparigas nas Escolas, sobretudo entre 5ª e 7ª classe - Alto número de abandonos - Alto número de gravidezes precoces Para a escolha dos nossos Modelos e a implementação do Projecto foi considerada prioritária a: - Presença de ONGs internacionais e locais nas escolas e nas comunidades mais próximas implementando actividades do 13 tipo Cantos de aconselhamento para jovens, retenção das raparigas nas Escolas, promoção da sua evolução escolar, Promoção de “lifeskills”, promoção da ligação Pais, Escola, Comunidade e geração de rendimento/ microcrédito: E mais: presença de ONGs nacionais e/ ou internacionais, que promovem microcrédito e geração de rendimento, particularmente para mulheres, situação dinâmica do mercado local, favorecendo pequenos negócios e existência de Bancos favorecendo pequenos comerciantes, particularmente mulheres. A nível das Comunidades procuramos escolas e comunidades tendo Conselhos de Escola e líderes comunitários seja formais 14 como informais engajados, assim como a presença de Organizações promovendo o Género, Direitos Humanos, Direitos das crianças órfãs, das viúvas, e engajados na luta contra a violência e o abuso sexual. A nível da componente de comunicação: presença de media que tem impacto na divulgação de mensagens sobre o HIV/ SIDA, particularmente para jovens (Rádios, TV), videoclubes, grupos de canto e dança conhecidos e activos na área do HIV/SIDA. Também presença de jornais de tipo comunitário, jornais/murales nas escolas, leitura de jornais e escuta colectiva da Radio nas comunidades, promoção de Festivais, Feiras, encontros de Desporto, promovidos pelo Governo e pelas ONGs locais. INICIATIVA DO GENÊRO PARA RAPARIGAS VULNERÁVEIS RELATÓRIO DE MAPEAMENTO SEGUNDA PARTE 2. PROVÍNCIA DA ZAMBÉZIA A Província da Zambézia, situada na Região Central de Moçambique, é uma das Províncias mais populosas do Pais. A população é estimada em 3.645.639 habitantes sendo 1.877.755 composta por mulheres. A maior parte da população da Zambézia é jovem, com idade inferior a 16 anos. Em termos administrativos, esta Província tem como capital Quelimane, e 17 Distritos, compostos por vários grupos étnicos, tais como o Chuabo, Lomué, Sena, Macua e Marendje. As línguas mais faladas são Lomué (41%) e Chuabo (29%), sendo que apenas 7% da população fala habitualmente português. Do ponto de vista da religião, é predominante o Cristianismo, e há 10% de Muçulmanos (dados do CNCS; 2005) Na Província da Zambézia a situação em relação ao HIV/SIDA é altamente preocupante, pois trata-se de uma das regiões mais afectadas do Pais, com uma taxa que actualmente situa-se entre 17% e 21%, mas chega a ser muito mais alta nas zonas de fronteira, como é o caso de Milange, na fronteira com Malawi, onde pode chegar a 30, 35% (MISAU-CNCS) As mulheres dos 15 aos 29 anos estão entre o grupo que apresenta as mais elevadas taxas de prevalência especialmente se comparadas com os homens da mesma faixa etária. De facto, a taxa de prevalência entre as mulheres de 20-24 anos é considerada 4 vezes superior á taxa de prevalência do mesmo grupo etário de sexo masculino.Todavia, a partir dos 30 anos em diante, os homens apresentam taxas de prevalência mais elevadas do que as mulheres da mesma faixa etária. Na Província da Zambézia o recurso à pratica do sexo comercial ou transaccional para melhorar a situação de sobrevivência, envolvendo sobretudo raparigas jovens, com limitado acesso a educação, e homens adultos detentores de alguns recursos económicos, tem contribuído para a propagação do vírus entre a população jovem. A resistência cultural ao uso do preservativo, os estereótipos e preconceitos de masculinidade tem induzido os homens a prática de relações sexuais desprotegidas e com múltiplos parceiros, privando as mulheres do direito a negociação sexual. Estes factores estão associados a alta taxa de analfabetismo, e nalgumas zonas rurais ao acesso restrito a informação, apesar do esforço de consciencialização que estão sendo levados a cabo por múltiplas organizações sediadas nesta parte do Pais. Nesta Província, segundo um estudo realizado em 2004 pelo Ministério da Mulher e Acção Social, registam-se as maiores taxas de violência contra a mulher, das quais 23.1% para qualquer forma de 15 violência, 14.3% para violência sexual e 24.8% para a violência física. Os dados revelam que a violência é mais acentuada entre as inquiridas cujo grau de instrução se estende entre a não escolarização e o ensino primário. 2.1 QUELIMANE: LOCALIZAÇÃO, DIVISÃO ADMINISTRATIVA E POPULAÇÃO A cidade de Quelimane é a capital da Província da Zambézia e apresenta uma superfície de 117 km². Quelimane é banhada pela margem esquerda do rio Cuacua (Bons sinais) que desagua no oceano Índico e é cercada, a norte, pelo Distrito de Nicoadala. De acordo com o censo populacional de 1997, a população da cidade de 16 Quelimane era estimada em 150.116 habitantes dos quais 79.515 são homens e 70.601 são mulheres. A cidade de Quelimane está dividida em cinco (5) grandes unidades, definidas como bairros, que vão de 1º ao 5º bairro. O primeiro bairro é o mais populoso da cidade, com cerca de 44.389 habitantes, compreendendo: 1º Bairro UNIDADES F. S. Magaia Liberdade Kansa Piloto Aeroporto Chiramgano Mapiazua Sinacura Torrone Velho 24 de Julho Saguar Popular 1º de Maio Total 13 Nº DE QUARTERÕES 7 10 8 3 24 12 10 7 12 8 18 8 8 135 ACTUALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 3.295 3.649 2.955 1.358 3.385 4.481 3.200 2.646 3.984 2.994 5.652 3.727 2.407 43.733 O 2º bairro, tem uma população estimada em 30.712 habitantes, sendo 15.615 habitantes homens e 15.097 mulheres: 2º Bairro UNIDADES Torrone novo Murropue Janeiro Icidua 7 de Abril Ivagalane Sangarivera Coalane Total 13 Nº DE QUARTERÕES 13 6 15 11 10 3 9 10 81 ACTUALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 5.190 2.155 6.441 4.118 2.665 2.008 4.968 3.054 30.539 17 O 3º bairro tem uma população de 27.491 habitantes sendo 14.213 homens e 13.278 Mulheres: 3º bairro UNIDADES Samugue 25 de Setembro 1º de Maio A 1º de Maio B 3 de Fevereiro Acordo de Lusaka A Acordo de Lusaka B Sampene Cololo Coalane 1º Total 10 Nº DE QUARTERÕES 11 6 9 9 5 10 10 14 5 5 84 ACTUALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 3.213 2.019 3.230 2.537 2.504 4.657 1.879 4.337 2.426 2.054 28.856 O 4º bairro, com uma população estimada em 39.731 habitantes sendo 21.277 são homens e 18.454 são mulheres como segue : 4º bairro UNIDADES Brandão Manhaua A Manhaua B 17 de Setembro Micajune Floresta Santagua A Santagua B Inhacome Total 9 18 Nº DE QUARTERÕES 17 21 15 10 11 12 15 15 115 ACTUALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 5.508 8.566 5.110 3.361 4.406 4.876 2.027 2.914 582 37.350 O 5º bairro, o menos populoso com 7.793 habitantes sendo 3.761 homens e 4.032 mulheres abrange a zona de Namuinho. A densidade populacional da cidade de Quelimane é estimada em 1924 h/km². 5º Bairro UNIDADES Bazar Migano Gogone Namuinho Total 13 Nº DE QUARTERÕES 8 5 7 12 32 ACTUALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 2.867 1.230 2.395 3.151 9.638 2.2 NICOADALA: LOCALIZAÇÃO, DIVISÃO ADMINISTRATIVA E DA POPULAÇÃO O Distrito de Nicoadala apresenta uma superfície de 6.285 km² e fica situado na região sul da província da Zambézia. Nicoadala é limitado ao norte pelos distritos de Morrumbala e Namacurra, a sul pela cidade de Quelimane, a oeste pelo distrito de Mopeia e a este delimita-se com o distrito de Namacurra e o Oceano Índico. Em termos administrativos Nicoadala é constituído por dois postos administrativos e nove localidades, nomeadamente o posto administrativo de Nicoadala sede, com as localidades de: Nicoadala sede, Munhonha, Namacata e Nafuba, e o posto administrativo de Maquival, que compreende as localidades de Maquival sede, Madal, Ionge, Nangoela e Marrongane. De acordo com o censo populacional de 1997, Nicoadala era constituído por 198.451 habitantes dos quais 97.823 são homens e 100.628 são mulheres que corresponde a 50,7% e 47, tendo 4% dos habitantes menos de 16 anos de idade. A distribuição territorial da população é irregular verificando-se maior concentração no posto administrativo de Maquival particularmente na localidade de Madal 19 onde concentra cerca de 39.186 habitantes, sendo 19.333 homens e 19.853 mulheres, seguido da localidade da sede Maquival com cerca de 35.035 habitantes, dos quais 17.282 homens e 17.148 mulheres. Postos Administrativos A localidade de Nhafuba é que regista maior concentração da população do distrito com 29%. Sendo a densidade populacional de 31.6 habitantes para cada 100 mulheres. Números de Homens Números de Mulheres Total de Habitantes Posto Administrativo Sede Nicoadala sede Localidade de Nito Localidade de Munhonha Localidade de Namacata Localidade de Nhafuba 45.144 17.498 12.631 13.541 1.474 45.514 17.400 12.135 14.541 1.438 90.658 34.898 24.766 28.082 2.912 Posto Administrativo de Maquival Maquival sede Localidade de Maquival Localidade de Ionge Localidade de Madal Localidade de Marroncane Localidade de Nacuela Distrito de Nicoadala 52.679 17.282 5.118 19.333 4.406 6.470 97.823 55.114 17.148 5.576 19.853 4.944 6.993 100.628 107.793 35.030 10.764 35.186 9.350 13.463 198.451 NOTA: Em relação aos resultados de números da população preliminar do último censo populacional de 2007 somente foram publicados os resultados da cidade de Quelimane com cerca de 191.828 habitantes, dos quais 98.361 homens e 93.417 mulheres e de Nicoadala 232.929 habitantes sendo 112.212 homens e 120.717 mulheres onde os jovens representam 60%, sendo 80% raparigas, muitas destas em situação de vulnerabilidade. Em relação aos números de habitantes de cada bairro da cidade de Quelimane e das aldeias das localidades de Nicoadala foram publicados somente os dados preliminares. Em relação com os habitantes das localidades de Nicoadala Sede e de Munhonha, que ao longo do Mapeamento individuamos como potenciais áreas de interesse para a implementação do Projecto GIGV, a situação é a seguinte: 20 2.3 EDUCAÇÃO A cidade de Quelimane dispõe de uma rede educacional composta por 26 escolas de EP1, 17 escolas do nível de EP2, 3 escolas do ensino secundário geral de nível 1, e 1 de ensino secundário de nível 2. Em Quelimane existe uma escola do ensino técnico e uma de magistério primário totalizando 49 estabelecimento. Esta rede educacional é complementada pelo Instituto Superior Politécnico e Universitário, Universidade Pedagógica e Instituto de Ciências de Saúde (Anexo 1) Quelimane tem-se caracterizado também por acolher estudantes provenientes de toda a província em busca de oportunidades de prosseguir com os estudos em níveis mais avançados. Alguns destes estudantes encontram-se a residir nos lares estudantis existentes na cidade (Lar 1 de Junho, Lar EPU 25 de Setembro, Lar dos Continuadores e Lar do IMAP.) Em relação a rede escolar em Nicoadala, (Anexo 4), esta é composta por 106 escolas, sendo 95 do nível do ensino primário do 1º grau (EP1), 3 do ensino primário do 2º grau (EP2), 6 escolas primárias completas (EPC) e uma de ensino secundário geral, mais um Centro de formação de professores do ensino primário. Somente 48 das 106 escolas foram construídas em material convencional. Nicoadala conta com dois 21 estabelecimentos do tipo lar de estudantes, um dos quais é parte do centro de formação de professores primários. Nicoadala também recebe estudantes provenientes de outros distritos da província. A distância média percorrida pelos alunos para aceder aos estabelecimentos de ensino é de cerca de 5 km. A comunidade tem participado das actividades da escola, especialmente no que concerne ao apoio na construção de escolas em materiais precários. Por exemplo, a organização ADPP capacitou cerca de 50 professores em matéria de 22 HIV/SIDA, embora poucos se encontrem activos. A Action Aid também formou professores em metodologia de Stepping Stones, no CFPP. As Escolas têm potencialmente instrumentos de controle e de ligação entre escola e comunidade, que não são de facto utilizados, ou muitas das vezes, não sabem como funcionar utilizando toda a sabedoria e o poder que lhe é conferido. ONG,s que prestam serviços no bairro 17 Setembro, Aeroporto, Manhaua, Chuabo Dembe e Micajune em Quelimane Bairros 17de Setembro Aeroporto Manhaua Chuabo Dembe Brandão Micajune O.N.G,s Instituições FHI/Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Mozark/ Monaso FHI/Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso/ Mozark FHI/Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso/ Mozark Educação & Saúde FHI/ Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso FHI/ Colúmbia Uniersity-Clinica 2/ POH Clínica 1/ Monaso/ Mozark FHI/ Colúmbia University-Clinica 2/ POH Clínica 1,/Monaso 23 ONG,s que prestam serviços na localidade de Nicoadala-sede e na localidade de Munhonha Bairros O.N.G,s Nicoadala-sede e Munhonha Visão Mundial Ovata Nutrição, Mozark , Coash e Projecto Rita Nicoadala-sede Instituições Educação & Saúde Amodefa FHI, IRD Colombia University Conselhos de Escolas e os Conselhos Comunitários nos Bairros da Cidade de Quelimane. A avaliação realizada no que diz respeito às actividades dos Conselhos de escolas e dos conselhos comunitários da cidade de Quelimane e Nicoadala é positivo embora alguns conselhos não sejam operativos nas escolas e nas respectivas comunidades. Uma das razões é que os conselhos de escolas (alguns) não se envolvem na vida moral das escolas e/ou não possuem o poder de decisão devido ao facto que os membros dos conselhos de escolas e comunitários das zonas urbanas e rurais não são capacitados. Exemplo disso é que os membros do conselho de escola do bairro Aeroporto, já capacitados, conseguem desenvolver as suas actividades duma forma efectiva e integrada com a direcção da escola. Os membros dos conselhos em geral gostariam ser 24 capacitados e ter uma monitoria pois, eles próprios notam haver pouca sensibilização sobre os problemas entre as crianças e os pais, e entre as escolas e as comunidades. É frequente a participação dos líderes comunitários, membros da OMM, encarregados de educação, da Direcção da Escola nas decisões dos problemas que afectam a escola, os alunos, os professores. Contudo alegam que a vida na cidade não ajuda para fortalecer as actividades nesta área. A promoção da rapariga, as palestras sobre os casamentos prematuros, os ritos de iniciação, promoção de campanhas sobre atestados de pobreza têm sido algumas das actividades que os conselhos de escolas e comunitários realizam, sobretudo se apoiados e acompanhados por alguma ONG vocacionada nestes temas. A problemática da falta de vagas nas escolas para os alunos graduados da sétima classe, a isenção ao pagamento das propinas para as crianças órfãs e vulneráveis, a aquisição de uniformes para alunos desfavorecidos, a construção de salas de aulas, aquisição de cardeiras para as salas, são alguns dos problemas enfrentados e às vezes resolvidos. Embora algumas pessoas afirmem que os conselhos de escolas e comunitários só se preocupam com os dias festivos, alguns destes conselhos são bastante activos. O problema é que não prestam ainda bastante atenção a questões de principio, a aspectos éticos, aos direitos das crianças, dos alunos e particularmente das raparigas. Não existe ainda um nível suficiente de consciencialização sobre o papel que poderiam desempenhar. 25 2.4 SAÚDE Serviços existentes: A rede sanitária de Quelimane é composta por um Hospital Provincial, 4 Centros de saúde, e 4 Postos de Saúde, a destacar como segue: - Hospital Provincial de Quelimane: Aconselhamento e Testagem em Saúde, Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ, CD4 - Centro de Saúde de Coalane: Aconselhamento e Testagem em Saúde, Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ 26 O grau de cobertura dos serviços de saúde na cidade de Quelimane é estimado em 33.938 pessoas por unidades sanitárias. - Centro de Saúde 24 de Junho: Aconselhamento e Testagem em Saúde, Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ - Centro de Saúde de 17 de Setembro: Aconselhamento e Testagem em Saúde, Tratamento de Infecções Oportunistas, PTV, TARV, SAAJ. 27 ONG,s que prestam serviços em Quelimane em parceria com a Saúde ONG,s Serviços Colômbia University/ Clínica 2 POH/ Clínica 1 FHI Kukumbi NAFEZA Aliança 2015 Save the children TARV TARV, PTV e sub nutrição PTV Cuidados domiciliários Lei da família Cuidados domiciliários COV,s e HIV/SIDA Visão Mundial Projecto Coach Mozark Ovata Nutrição PAV, Cuidados Domiciliários HIV e Educação HIV/SIDA Dentro das duas clínicas 1 e 2 surgiram duas Associações de Pessoas vivendo com HIV/SIDA sendo uma a Associação Esperança e a outra a Associação Aliança. Rede sanitária de Nicoadala: É composta por 11 unidade sanitárias dos quais 1 Centro de saúde do tipo 1, 6 Centros de tipo 2 e 4 Postos de socorro distribuídos pelas diferentes localidades. Nicoadala conta com um Centro de Laboratório e nove maternidades. A rede sanitária de Nicoadala dispõe de serviços distribuídos da seguinte maneira: - Centro de Saúde de Maquival: ITS, SAAJ. - Centro de Saúde de Varela - Centro de Saúde de Inhaculue: ITS 28 - Centro de Saúde de Ilalane - Centro de Saúde de Namacata - Centro de Saúde de Licuari: ITS - Centro de Saúde em Nicoadala Sede: Aconselhamento e Testagem, ITS, PTV, TARV, SAAJ, HBC para PLHS Postos de Saúde - Posto de Saúde de Marroncane - Posto de Saúde Girassol - Posto de Saúde Domela Observação. Os centros de Saúde de Amor e Malauna (Praia) só estarão em funcionamento em breve, porque recém construídos ONG,s que prestam serviços em Nicoadala em parceria com a Saúde ONG,s Serviços Colúmbia University FHI TARV PTV Visão Mundial Projecto Coach Mozark Ovata Nutrição PAV, Cuidados Domiciliários HIV e Educação HIV/SIDA 29 2.5 POLÍTICA DE GÉNERO A Política de Género e Estratégia de Implementação em Moçambique abrange homens e mulheres de todos os grupos etários. O facto de fazer mais alusão à rapariga (mulher) constitui uma forma de garantir com que a Política atenda às especificidades da mulher contribuindo para a elevação do seu estatuto na sociedade, visto que, por circunstâncias históricas, culturais e sociais, as mulheres em Moçambique ficaram mais discriminadas. A Política de Género visa contribuir para a redução das desigualdades de género e promover a mudança gradual de mentalidade tanto do homem ou mulher, despertando e criando sensibilidades necessárias em ambos, relativamente à situação de discriminação existente no tratamento de questões sociais, 30 económicas, políticas e culturais. Assim o objectivo principal é de garantir a participação e o acesso a direitos e oportunidades iguais entre homens e mulheres, assegurando que, todos os cidadãos contribuam para o desenvolvimento sustentável da Zambézia e para a redução da pobreza absoluta. Esta acção visa também a reduzir o impacto negativo de certas práticas culturais no processo de promoção social da mulher, sensibilizando as comunidades para uma mudança de mentalidade. As associações juvenis existentes na Zambézia, têm seguido as principais estratégias traçadas para sensibilizar sobre o assunto género os jovens, os pais, as comunidades e a escola. Muitos Programas têm esta componente, mas ainda muito resta para ser realizado. 31 ASSOCIAÇÕES LOCAIS JUVENIS Nº NOME ACTIVIDADE LOC. Cidade 01 Associação Ebaribari ya Ana Cabuir da Zambézia Socio-Humanitário/ HIV/SIDA Chuab Tembe Quelimane 02 Associação Esperança da Zambézia Socio-Humanitário/ HIV/SIDA Coalane 03 Associação dos Jovens Muçulmanos da Zambézia Socio-Humanitário/ HIV/SIDA, COV,s Bairro Novo Quelimane 04 Associação dos Acrobatas Amantes do Desporto da Zambézia Ginástica/Desporto Bairro Cansa Quelimane 05 Associação para o Desenvolvimento Juvenil dos Acordos de Lusaka da Zambézia Socio-Humanitário/ HIV/SIDA Bairro Acordos de Lusaka Quelimane Associação para o Desenvolvimento da Criança e Educação da Rapariga da Zambézia Socio-Humanitário/ HIV/SIDA e COV,s 1º de Maio 07 Associação dos Jovens Cristãos da Zambézia Socio-Humanitário/ HIV/SIDA e COV,s Floresta 08 AMORA- Associação Moçambicana da Rapariga Educação a Rapariga/HIV/SIDA Aeroporto 06 32 Quelimane Quelimane Quelimane Quelimane Entre as Associações acima indicadas destacam-se: AMORA (Associação Moçambicana da Rapariga, Associação para o Desenvolvimento da Criança e Educação da Rapariga da Zambézia, e a Associação Ebaribari da Zambézia. Em relação ao material de comunicação a ser utilizado pelo Governo e pelas ONGs, como manuais, cartazes e programas radiofónicos, existe um projecto conjunto entre o ICS Instituto de Comunicação Social, o Núcleo Provincial de Combate ao SIDA, a Geração Biz e a Educação que produzem programas educativos denominado “DIGA LA MAMA BIZ” transmitido na Rádio Paz em Quelimane. Neste Programa abordamse assuntos para as raparigas e rapazes tais como: SSR, Discriminação, Ralações múltiplas, Circuncisão, Educação para rapariga. Os mesmos programas são transmitidos no período da noite. 33 2.6 SITUAÇAO DOS ORFÃOS E DAS COVS De acordo com os dados recolhidos na Direccão Provincial da Mulher e Acção Social e do INAS da Zambézia referente ao número de crianças órfãs e vulneráveis estima-se que em toda província existem 38.138 COVs distribuidas em todos os distritos, mas não foi possível ter o número total de COV,s da cidade de Quelimane e Nicoadala Número Total de Crianças Orfãs em Quelimane e Nicoadala Nr Distrito/ Cidade Nr de COV,s Masculinos Nr de COV,s Feminino TOTAL 01 Cidade de Quelimane Não Existe Não Existe Não Existe 02 Distrito de Nicoadala Não Existe Não Existe Não Existe No âmbito da implementação do programa de apoio socio-económico directo, com vista a ampliação da estratégia para a redução da pobreza absoluta no Pais, foi criado o INAS (Instituto Nacional de Assistência Social) pelo decreto n. 28/97 de 10 de Setembro, como braço executor do Ministério da Mulher e Acção Social. Sendo o INAS uma das instituições do Governo responsável pela execução dos programas de redução da pobreza 34 absoluta junto dos indivíduos e grupos desprovidos de meios para a satisfação das suas necessidades básicas, e tendo em consideração a prevalência de indivíduos que necessitam de diversos tipos de apoio de natureza imediata, o II Conselho Coordenador do Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social (MMCAS) realizado no ano de 2001, recomendou a transferência do programa de apoio social directo (PASD) do orgão central para o INAS. O PASD visa fundamentalmente atender casos imediatos, garantindo sobretudo apoio material. Baseia-se no pagamento de bens ou serviços aos beneficiários como por exemplo assistência médica e medicamentosa. Apoio Psico-social Sendo considerada como uma componente de carácter transversal, visa fundamentalmente promover nos indivíduos uma atitude de auto-estima, dignidade e mudança positiva, mas não existe atendimento especificamente psicológico, a não ser em alguma unidades hospitalares do País. Grupo Alvo do Programa São grupo alvo do PASD: Crianças Chefes de Agregado Familiar cujo pais faleceram e que não encontram condições para garantir a satisfação das suas necessidades básicas; crianças malnutridas cuja família não têm capacidade para satisfazer as necessidades básicas; crianças orfãs e abandonadas cujos pais fa- leceram e/ou estão sem nenhum amparo familiar e vivendo com famílias substitutas; adolescentes e jovens vivendo nas unidades socias sob tutela do estado (orfanatos p.ex.), sem possibilidade de integração familiar. 35 Nr Instituições 01 INAS 02 D. P. da Mulher A.Social Instituições Parceiras Actividades Direcção Provincial da Saúde HIV/SIDA, Mal-nutrição e doenças crónicas Direcção Provincial da Educação Programas de Desenvolvimento Coordena as Actividades de apoio as COV,s Para além destas actividades o INAS realiza, em parceria com as instituições do Governo acima citadas, acções tais como beneficio social pelo trabalho, geração de rendimento, desenvolvimento comunitário. 36 Nr Bairros de Quelimane Nr de Homens Nr de Mulheres TOTAL de 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Aeroporto Sampene Insidua Cololo Janeiro Cansa,Popular, Sinagura Floresta Saguar Coalane 1 Coalane 2 Samugue Torrone velho Chirangano Mapiassua Muropue Torrone Novo 3 de Fevereiro 1 de Maio Micajuine Santagua “A” Santagua “B” Brandão 17 de setembro Manhaua “A” Acordos de Lusaka “A” & “B” 11 14 6 9 14 9 10 17 10 15 5 8 2 3 16 4 10 8 10 9 10 10 10 7 21 23 13 8 6 12 11 2 20 13 19 6 25 4 3 30 9 7 20 14 12 11 2 8 13 24 34 27 14 15 26 20 12 37 23 34 11 33 6 6 46 13 17 28 24 21 21 12 18 20 45 26 TOTAL GLOBAL 248 315 563 37 Número de COV,s em Nicoadala onde o INAS Trabalha e que Beneficiam Apoio Directo Nr Nicoadala Nr de Homens Nr de Mulheres Total de 01 Nicoadala 23 26 49 De acordo com os dados recolhidos na Direcção Provincial da Mulher e Acção Social da Zambézia referente ao numero de crianças orfãs e vulneráveis estima-se que existem muitas COV,s, distribuidas em difentes orfanatos. Em Quelimane funcionam apenas três (3) casas de orfanatos formais e as restantes 7casas são informais e prestam apoio a pequenos grupos de crianças orfãs e vulneráveis. O orfanato Sangariveira localizado no bairro do mesmo nome não funciona mais, e foi transformado em cadeia feminina. O Centro Orfanáto Infantil Eduardo Mondlane localizado no bairro Coalane também teve a mesma sorte e as instalações foram vendidas para a Delegação da Universidade Pedagógica da Zambézia. No centro de Apoio á Velhice foram acolhidas ultimamente crianças órfãs e vulneráveis, e neste momento a casa abriga 12 crianças órfãs, das quais 3 vindas do Malawi. Orfanatos Formais Existentes em Quelimane Nr de COV,s Nr de COV,s Internas Externas Nr Orfanatos Localização 01 Casa Família/ São Francisco Distrito de Nicoadala Bairro Aeroporto 65 85 02 Casa Esperança Bairro Aeroporto 30 1000 03 Aldeia da Paz Mapiasua 88 38 Instituições que Trabalham com Crianças Órfãs e Vulneráveis em Quelimane e Nicoadala Nr Instituições/ONG,s 01 02 03 05 06 07 08 09 Casa Família São Francisco Casa Esperança Aldeia da Paz Liga dos Direito da Criança INAS D. P. da Mulher A.Social Parlamento Infantil Associação Namuali Observação Presta apoio as COVs da rua Presta apoio a COVs Presta apoio a COVs do sexo feminino Apoiam as COVs /Registo Prestam apoio a todo tipo de COVs Coordenam as Actividades de apoio as COVs Prestam apoio as COVs Apoiam as COVs /Registo 39 CASA FAMILIA A Casa Família surge como resultado do aparecimento da cooperativa social pertencente aos Frades Menores Padres Capuchinhos na cidade de Quelimane, e que tinha o objectivo de apoiar os refugiados de guerra durante a guerra civil em Moçambique. Foi nesse período que se criou a Cooperativa social onde desenvolviam actividades de olaria, carpintaria, fabrico do sabão caseiro de forma a ensinar as pessoas carentes uma maneira para se auto-sustentar. Mais tarde foi fundada a Escola Mártires de Inhassunge, fruto da necessidade de integrar as crianças dos refugiados de guerra e por falta de vagas nas escolas devido o crescente número da população na cidade de Quelimane. A mesma Escola leccionava no início, da 1ª classe à 7ª classe. Devido ao crescente número de crianças e falta de vagas e salas de aulas a Escola cresceu e lecciona actualmente da 1ª classe à 10ª classe. Em 2003 surge a Casa Família de São Francisco para apoiar as mesmas incluindo crianças órfãs da rua na cidade de Quelimane. Este centro hospeda 65 crianças órfãs internas e 85 crianças orfãs externas, entre elas raparigas que vivem em familias substitutas, ou com avós, tios e entre crianças em que o mais velho/a cuida dos mais novos mas não tem as mínimas condições de sobrevivência. Estes recebem apoio directamente a partir da Casa Família dos Frades Menores Padres Capuchinhos. Há que salientar que das 85 crianças órfãs e vulneráveis externas 40 35 são raparigas e que todos frequentam a Escola Mártires de Inhassunge. Esta é a Escola que recebe maior número de crianças órfãs e vulneráveis, dos 6 aos 16 anos de idade. O centro já conseguiu enviar 4 raparigas para a Escola Agrária de Mocuba a fim de formar-se na área da Agricultura, 4 para o Instituto de Ciências de Saúde de Quelimane, duas (2) para o IMAP de Quelimane e mais duas (2) para o Instituto Agrário de Chimoio. A casa Familia também recebe crianças da rua. É de salientar que muitas dessas crianças estão a frequentar a 12ª classe e os graduados da 7ª classe e 10ª classe são enviados para o ensino técnico profissional anteriormente citados.. Neste orfanato desenvolvem-se actividades vocacionais de arte e oficio como carpintaria, mecânica, agricultura e informática. Graças ao esforço da casa Familia já foram graduados duas raparigas e um rapaz na Escola Agrária de Chimoio que se encontram actualmente a trabalhar na Agricultura. CASA ESPERANÇA O orfanato Casa de Esperança localiza-se no bairro Aeroporto na cidade de Quelimane e alberga 30 crianças órfãs e vulneráveis consideradas internas, e 1000 crianças orfãs e vulneráveis externas vivendo em familias substitutas. Algumas destas beneficiam de casas onde actualmente vivem. No ano passado o orfanato tinha 80 crianças órfãs e vulneraveis. formação superior na Universidade Católica de Moçambique. As COVs passam o dia neste orfanato, particularmente os rapazes e as raparigas. Recebem acompanhamento somente por parte dos funcionário da Casa Esperança, Acção Social e da Direcção Provincial da Saúde. A Aldeia da Paz é um orfanato localizado no bairro de Mapiasua na cidade de Quelimane, e vocacionado somente para acolher órfãs do sexo feminino (raparigas). Pertence às Irmãs Franciscanas. O Orfanato Aldeia da Paz tem 88 raparigas que frequentam várias escolas e diversas classes. Sem fugir às regras dos orfanatos Casa da Familia e a Casa de Esperança, o orfanato Aldeia da Paz tem especialmente órfãs de sexo feminino externas. Algumas familias que cuidam das COVs consideradas externas, já tiveram financiamento de microcrédito para actividades de geração de rendimento, melhoramento das suas habitações e alimentação. Dados recolhidos confirmam que a casa está vocacionada em actividades de Educação, Apoio Psico-social, Saúde e Habilidades para a vida. O orfanato actualmente apoia COV,s que viveram nesta casa em ALDEIA DA PAZ Como se constatou o orfanato é considerado especial por prestar apoio somente a raparigas órfãs de mãe, pai ou ambos, promovendo o âmbito educacional/ formativo. 41 2.7 COMUNICAÇÃO A parte destinada à comunicação neste Projecto será fundamental para atingir os nossos objectivos. Assim, no processo de mapeamento da área de comunicação procurou-se identificar recursos, actividades e potencialidades de comunicação locais existentes, bem como as possíveis lacunas, para permitir a formulação de uma estratégia de comunicação eficaz que se baseie em evidências, e que suporte o Projecto de GIGV ao longo da sua implementação. O Projecto Power International (PI) trabalha com a Direcção da Mulher e Acção Social dando voz às pessoas portadoras de deficiência. Produzem programas radiofónicos que são difundidos pela Rádio Paz (Quelimane), Rádio Licungo (Mocuba) e Rádio do Alto-Molocué (Alto-Molocué). Já foram capacitados alguns dos seus membros pelo NPCS e pelo próprio PI, e no fim de cada mês fazem escutas colectivas onde fazem “ouvir” os surdos através dos Clubes de Escuta de Rádio (CER). Nos seus projectos, o PI tem a componente de microfinança. O PI espera defender, em breve, um projecto sobre HIV e SIDA submetido ao NPCS-Zambézia. O Concelho Cristão de Moçambique (CCM) tem um projecto denominado Projecto Pedra, direccionado para raparigas entre os 10 e 17 anos, no Posto Administrativo de Regone, no distrito de Namarroi. Tem implementado a componente de corte e costura e de bolsas de estudo. Este projecto teve um impacto reconhecível, particularmente, na área de educação o que fez com que o governo construísse uma escola na zona1. O Projecto Mozark (PM), da Visão Mundial trabalha na província da Zambézia com jovens dos 10 aos 24 anos de idade. A ideia é criar um círculo à volta dos jovens e pais, fazendo com que um pai trabalhe com outro pai e um jovem trabalhe com outro jovem dando mais enfoque aos valores e comportamentos. É um projecto que também envolve os líderes religiosos, Comités de Es- Esta informação foi dada pelo Sr. António Zefanias e secundada pelo Sr. Orlando Taéro durante a conversa na noite do dia 01 de Outubro de 2008, em Quelimane. 1 42 colas, Conselhos de Saúde, e outros pilares importantes na comunidade. Desenvolvem seguimentos como Jovens Conselheiros (que trabalham com outros jovens até os 24 anos de idade); Educadores de Pares e Grupos de Abstinência (formados nas escolas locais e liderados por um professor). Possuem 1 em Quelimane e também 1 em Nicoadala. O PM tem parceria com a TVM e RM. A TVM está a preparar uma telenovela Pequenas e Grandes Aventuras, de 24 capítulos. Tem, ainda, um outro seguimento da sociedade que denomina Grupo de Alto Risco, das trabalhadoras do sexo com uma idade mínima de 15 anos. Foram treinadas 5 raparigas em Gestão de Negócios em cada distrito do corredor entre Chimuara e AltoLigonha (Chimuara, Mopeia, Morrumbala, Nicoadala, Quelimane, Mocuba, Alto-Molocué e Gilé). Este Projecto tem voluntários (7 em Quelimane e 7 em Nicoadala) que fazem o trabalho de aconselhamento às trabalhadoras de sexo e aos camionistas e são do conhecimento das lideranças comunitárias. Nos distritos onde o PM actua tem Grupos de Escuta de Rádio, compostos por 15 pessoas, que discutem os conteúdos das mensagens veiculadas e onde são analisadas questões de familiaridade com as palavras e/ou expressões usadas nessas mesmas mensagens para que se evitem, por ventura, choques com a cultura, os valores morais e/ou hábitos da comunidade local. O PM tem, igualmente, parceria com a Direcção Provincial do Trabalho que pretende formar jovens em cursos de formação profissional. O PM é parceira da JHU no Projecto COACH da Visão Mundial. O Projecto RITA (PR) trabalha na província da Zambézia com 6 activistas (3 homens e 3 mulheres) em cada distrito abrangido pelo Projecto. Esses activistas são munidos de formação sobre HIV e SIDA. O PR tem uma radionovela Os ventos da Vida que é radiodifundida pela Rádio Paz e pelas Rádios Comunitárias de Alto-Molocué, Gúruè e Namacurra. A estratégia de comunicação Palhota do RITA adoptada pelo Projecto, visa, fundamentalmente, aproximar e envolver a comunidade, promovendo uma espécie de Feira de Informação. O Núcleo Provincial de Combate ao HIV e SIDA (NPCS), Delegação da Zambézia é uma entidade financiadora das iniciativas provinciais no que concerne ao HIV e SIDA. No capítulo das suas relações com a comunicação social, o NPCS já capacitou jornalistas na área de prevenção. Conjuntamente com o Fundo das Nações Unidas para Actividades da População (FNUAP), o NPCS promoveu campanhas nas Escolas Primárias do Primeiro e do Segundo Graus (EP1 e EP2) que consistiam, entre outras, em i) criar programas educativos que eram transmitidos nas Rádios Comunitárias e; ii) assessorar jornais de parede (dois jornais na Escola Pré-Universitária 25 de Setembro, em Quelimane). Neste momento, o NPCS trabalha com as unidades móveis do Instituto de Comunicação Social (ICS), mas também com a comunicação social local. Com isso, o NPCS tem uma Caravana de Esperança que discute tudo aquilo que tem a ver com o HIV e SIDA baseando-se em uma metodologia chamada Animação com IEC (Informação – Educação - Comunicação) e 43 tem também um Núcleo Técnico de Comunicação (com 13 membros) que engloba os focal-points de diversas organizações. A Rádio Moçambique (RM), Delegação da Zambézia tem um programa radiofónico chamado Vidas Positivas que é transmitido em língua Portuguesa, Echuabo e Elomué. Vidas Positivas é um programa do tipo magazine, concebido para 2 horas de emissão, com 2 componentes: 1) programa ao vivo (Jornadas Móveis para a cidade de Quelimane todos os distritos) chamado Como se Faz Rádio e 2) programa de estúdio. O programa das jornadas móveis era gravado e depois compilado para 1 hora para ser transmitido na emissão provincial. O Programa Vidas Positivas pretende atingir todo o público da cidade de Quelimane e de todos os distritos por onde actuou, nos mercados e escolas. Envolve todas as faixas etárias e todas camadas da sociedade, incluindo o poder político, líderes religiosos, curandeiros, escolas, Conselhos de Escolas e Comunitários, etc. O primeiro patrocinador deste programa foi o NPCS e o actual é a Embaixada dos Estados Unidos da América. Hoje é produzido com fundos da RM. Quando ainda tinha patrocínio era produzido pela própria população em três línguas (Português, Echuabo e Elomué) em simultâneo. Envolvia músicas e cânticos locais, concursos de nível de conhecimento sobre HIV e SIDA. Segundo o seu produtor, o nível de audiência era medido pela participação (dúvidas e contribuições) dos ouvintes ao vivo. Considera, ainda, que o nível de participação da rapariga era muito elevado e tinha vantagens por ser 44 produzido pela própria população. Por falta de fundos, é transmitido apenas no estúdio. Já não é possível fazer as habituais jornadas móveis, portanto, perdeu força e impacto. Assim como a RM, a Rádio Paz (RP), de Quelimane, Com cerca de 70 Km de alcance, tem um programa chamado Grito de Esperança radiodifundido em língua portuguesa, echuabo e elomué. O programa é do tipo magazine e concebido para 50 minutos de emissão em directo do estúdio às terçasfeiras e repetido às sextas. Os conteúdos e temas são escolhidos pelos ouvintes. É um programa que requer muita investigação sobre matérias de HIV e SIDA por parte do jornalista. Este magazine pretende atingir jovens dos 14 aos 20 anos. O Grito de Esperança era financiado pelo NPCS. Nesta altura os conteúdos eram obtidos nas escolas, principalmente as que tinham Canto de Aconselhamento. O seu produtor considera que o nível de participação da rapariga tem sido muito elevado por causa do seu envolvimento nos debates e proposta de temas. Depois que o NPCS deixou de patrocinar o programa o tempo de emissão reduziu para 20/30 minutos, por falta de conteúdo. Mas, esse tempo (de 50 minutos) pode ser prolongado se existir um parceiro e/ou financiador. O Instituto de Comunicação Social (ICS), Delegação da Zambézia apoia com a componente de divulgação o Programa Escola Amiga da Criança, da UNICEF, implementado apenas no distrito da Maganja da Costa. Faz a divulgação de materiais áudio e visual muitos dos quais com programas virados para os pais e promovem debates. Uma parte do programa da UNICEF é dedicada à rapariga e registo de nascimento de crianças. São responsáveis por unidades móveis na província, mas neste momento, estão com deficiências de ordem logística. Só trabalham quando o NPCS arranja meios. O ICS colabora com CNCS. O ICS possui 3 plataformas de comunicação: as rádios comunitárias, o jornal O Campo e o programa televisivo Canal Zero. A nível da comunidade há escutas e leituras colectivas. Para as escutas colectivas, o ICS disponibilizou 600 rádios manivela para toda a província. A escuta é liderada pelos respectivos líderes comunitários e o processo de avaliação é feito por uma equipa composta por 2 pessoas que recolhem dados sobre a escuta. O jornal O Campo disponibiliza as leituras colectivas. O Campo é um tablóide mensal e existe desde 1984, neste momento, com 10.000 exemplares. É um jornal vocacionado ao desenvolvimento rural e 75 por cento do seu espaço é coberto por imagens. Produzem estórias com bandas desenhadas e fotonovelas com pessoas da comunidade. Colabora com associações que lutam contra o HIV e SIDA como a MONASO e Projecto Esperança, na Zambézia. É um jornal que está disponível a partilhar informações com outras organizações que trabalham junto às comunidades. Podem fazer suplementos para essas organizações. As foton- ovelas são sugeridas pelos parceiros. A sua distribuição pelos distritos é obrigatória. A ideia é disponibilizar, pelo menos, 1 exemplar para cada professor da língua portuguesa do distrito. O Grupo de Mulheres Muçulmanas (GMM), do bairro do Brandão, em Quelimane, é composto por 16 pessoas (15 Mulheres e 1 Homem) com idades compreendidas entre os 20 e 60 anos. Actuam 4 vezes/semana nas comunidades e nas mesquitas da cidade de Quelimane. Em breve passarão a actuar no distrito de Nicoadala (numa primeira fase em Licuari e Digudiua). O seu grupo alvo é a comunidade em geral, mas tem feito actividades especificas de aconselhamento às raparigas para aderirem aos ensinamentos dos ritos de iniciação. Este trabalho é financiado pelo Projecto Family Heath International (FHI) no âmbito do Programa para Mulheres e Adolescentes em PTV. As suas canções (em Português e Echuabo) são dos ensinamentos dos ritos de iniciação mas, também, tem a componente de palestras. Tem 3 anos de vida, mas ainda não tem nenhuma canção gravada. O Grupo Ovilela do bairro de Santagua, em Quelimane, é composto por 15 pessoas (9 Mulheres e 6 Homens) dos 25 e 40 anos de idade. Os Ovilela actuam também 4 vezes/ semana em quase todos os bairros da cidade de Quelimane. Trabalham na comu- 45 nidade em geral. Fazem cantos e dança de tufu2 e palestras em Português, Echuabo e Emuiniga3. Com 3 anos de experiência, ainda não tem nenhuma gravação. O Grupo Mafili (GM), do bairro do Brandão, em Quelimane, tem 20 pessoas (15 Mulheres e 5 Homens) dos 25 aos 50 anos de idade. Actuam 3 vezes/semana em todos os bairros da cidade de Quelimane e no distrito de Mopeia. Tem como alvos militares, polícias e comunidade em geral. Cantam e dançam tufu e promovem debates em Português, Echuabo e Emacua. Com 3 anos de vida, já tem algumas canções gravadas em áudio. Os membros do Mafili foram formados em matérias de HIV e SIDA pela Direcção Provincial da Saúde (DPS) e passam por reciclagens oportunas. Grupo de Teatro Rucu (GTR), de Quelimane, composto por 10 membros - todos actores (5 Mulheres e 5 Homens) entre 15 e 28 anos de idade. Tem uma longa experiência na área de HIV e SIDA e Malária, pois trabalham, sempre que possível, com o Projecto Populalation Services International (PSI) em Quelimane e em todos os distritos, incluindo as zonas mais recônditas. Os seus membros são provenientes de diferentes distritos da província, por isso são fluentes em Português, Elomué, Echuabo e Emanhaua4 . Já trabalharam com raparigas em situação vulnerável. O Núcleo das Associações Femininas da Zambézia (NAFEZA) é uma organização que coordena as actividades e promove a capacitação institucional de 43 associações a ela filiadas, a maior parte das quais no contexto rural. Tem como um dos principais objectivos contribuir para a elevação do estatuto da mulher e reduzir as disparidades de género a nível provincial. As associações filiadas ao NAFEZA operam em muitas áreas, destacando-se a educação da rapariga e de adultos, violência baseada no género e HIV e SIDA. Esta organização já providenciou um espaço jurídico onde estudantes de Direito aperfeiçoam os seus conhecimentos sobre a Lei da Família. Cerca de 25 mil pessoas já escutaram programas de divulgação desta Lei pela rádio. Tem um jornal mensal Nafeza. Já trabalhou com raparigas nos centros de reassentamento e teve a oportunidade de trabalhar com as Casas de Vídeo, no distrito de Inhassunge. 2 Tufu (= Etufu), Nome de um batuque dançado em Moçambique (sic) e em Angoche (…) Há tufu de homens e de mulheres. O das mulheres é executado, estando elas sentadas no chão e com inclinações para os lados (PRATA 1990: 443). Dança originária da província de Nampula, composta na sua maioria por mulheres vestidas com capulanas e lenços. Na província da Zambézia encontra-se na zona do litoral, particularmente no distrito de Pebane e na localidade Bajone – uma zona pertencente ao distrito da Maganja da Costa, com hábitos e custumes Macuas e maioritariamente islâmica. 3 Emuiniga é um dialecto da língua Emacua. É um dialecto falado somente em Pebane e Bajone. O seu nome pode ter a ver com o Rio Muiniga que atravessa a Baixa Zambézia, separando Pebane de Bajone. Emanhaua é um dialecto da língua Echuabo. É fala somente no distrito de Lugela e em algumas zonas de Mocuba. 4 46 Contudo, apesar de todo esse potencial e de muita força de vontade, verifica-se uma grande ausência de coordenação entre as organizações que trabalham nesta área o que faz com que prevaleça um clima de subaproveitamento desses mesmos recursos e dessas atitudes proactivas. Ademais, não se verificam intervenções inovadoras na forma de fazer comunicação. O que se pode notar é uma inércia na maneira de fazer as coisas. Outro facto notável é o desperdício de talentos e experiência, ou seja, os grupos não são autosustentáveis. O que se verifica é que os grupos dependem de patrocinadores. Provavelmente porque os parceiros que trabalham com esses grupos (teatro, canto e dança, rádios, jornais, etc.) não os munem de instrumentos capazes de se sustentarem ou se gerirem (ou mesmo viverem) sozinhos, por um lado, ou talvez porque esses grupos não têm conhecimentos de comunicação ou institucional para terem um impacto suficientemente atractivo nas comunidades onde estão inseridos. Nota-se, igualmente, uma fraca capacidade dos grupos gerirem os seus patrocinadores e/ou parceiros. De acordo com um dos convidados, este fenómeno pode ter a ver com o facto de muitas organizações que tiveram acesso à ajuda financeira mostrarem pouca seriedade na hora da execução das tarefas. Mas, também, pode haver um equívoco generalizado entre os conceitos de patrocinador e parceiro por parte desses mesmos grupos. Nota-se, igualmente, que os intervenientes estão munidos de muita informação e conhecimentos sobre o HIV e SIDA. O Que Existe? •Existem grupos culturais, teatrais, rádios, jornais e outras plataformas de comunicação que trabalham na área de HIV e SIDA. Esses recursos de comunicação estão munidos de informações sobre o HIV e SIDA adquiridas em palestras, debates, seminários, etc. •Existe muita experiência acumulada durante anos de trabalho o que facilita a sua adaptação a novas estratégias de comunicação. Para além dos grupos que foram anteriormente referenciados, pode-se citar o ICS que é considerado como sendo uma “peça chave” em matéria de comunicação, visto que possui uma experiência inquestionável na componente de mobilização, técnica e de meios, acumulada ao longo dos anos, mas também pela sua vocação e filosofia. •Existe, apesar de tantos inconvenientes, uma comunicação social local comprometida com a causa do HIV/SIDA ao nível da província da Zambézia. É uma comunicação social sem nenhuma burocracia a nível da sua filosofia de trabalho e política editorial, uma comunicação social que tem um background aceitável na difusão de materiais ligados ao HIV/SIDA e que, acima de tudo, está disponível para receber e integrar novas ideias. Portanto, uma média que aceita inovações – novos parceiros e novos programas inovadores. 47 •Existe algum trabalho que está a ser feito nas escolas por algumas organizações locais, nacionais e internacionais. Este trabalho foi realizado, por exemplo, pela Geração BIZ, NPCS, FNUAP e outras, e que culminou com a criação de Cantos de Aconselhamento e jornais de parede, só para citar alguns exemplos. Nestas actividades houve um envolvimento considerável das lideranças locais e das próprias escolas. Os Conselhos de Escola passaram a ter um papel preponderante na tomada de decisões concernentes à educação dos seus filhos. •Existe, sem dúvida, uma força de vontade de trabalhar. Notou-se no terreno que há organizações da sociedade civil e do Estado que usam meios próprios para trabalharem. Podem-se citar como exemplo, a Rádio Paz em Quelimane que ainda mantém o programa Grito de Esperança apesar das dificuldades e a Rádio Moçambique que também mantém com fundos próprios o programa Vidas Positivas. 2. O Que Não Existe Apesar de haver muita vulnerabilidade da rapariga, não existem programas que sejam dirigidos exclusivamente para a prevenção da rapariga em situação vulnerável. Os programas que se podem encontrar no terreno são generalistas, isto é, falam da mulher no geral. A vulnerabilidade da rapariga pode ter a ver com factores culturais, assim como económicos. •Uma das grandes lacunas verificadas entre os projectos relacionados com o HIV e SIDA é a ausência de coordenação e coesão entre elas. Não existe uma coordenação nem a nível das políticas e, muito menos, a nível das acções fazendo com que, de certo modo, se verifique uma fragilidade na cooperação e implementação dos projectos, principalmente, para os projectos que operam na mesma comunidade. 48 •Não existe auto-suficiência dos projectos. Os projectos não são suficientemente auto-sustentáveis, capazes de sobreviver sozinhos, pelo menos, por algum tempo. Quando não tem patrocinadores os projectos “morrem”, talvez, por falta de fundos ou, então, por falta de capacidade institucional e/ou de marketing desses projectos. Isto faz pensar, logo a priori, que todo o projecto que ainda está no activo é um forte candidato à falência a qualquer momento. •O grande desafio para o CCP-JHU na implementação do seu projecto é que existem poucos projectos que trabalham exclusiva e especificamente com raparigas adolescentes em situação vulnerável que operam em Quelimane e Nicoadala, como os que o CCP-JHU encontrou nesta visita. Aliás, projectos específicos para jovens no geral são inexistentes. •Aliado ao anterior ponto está a ausência da própria rapariga na elaboração das mensagens. Não existe um envolvimento da rapariga nas plataformas de comunicação que são activadas. •Pelas auscultações feitas notou-se que não existe a solidez necessária entre as escolas e os seus respectivos Conselhos. Os Conselhos de Escola funcionam como “juízes” para resolverem situações pontuais, mas não promovem um verdadeiro diálogo entre os diferentes actores. 49 2.8 Encontros com Organizações da Província da Zambézia Existem muitas ONGs internacionais e locais assim como CBOs a operarem na Zambézia, sobretudo nos Distritos, por ser uma Província bastante afectada, não só pelas cheias, como também pela pandemia do HIV/SIDA, como já foi explicado na introdução. Entre estas escolhemos encontrar algumas que respondessem a alguns requisitos como: - Estarem situadas na Cidade de Quelimane e/ou no Distrito mais próximo, isto é Nicoadala, Porque a distância é um dos factores chave da nossa escolha - Existirem do ponto de vista legal e operativo há já alguns anos - Ter o reconhecimento das Instituições do Governo - Terem o reconhecimento das comunidades onde estão a operar - Estarem a implementar Projectos que atribuem importância a componente género e tenham como grupo alvo as mulheres e/ou as raparigas A apresentação que segue obedece ao critério de apresentar as Organizações que operam na área da Educação, Saúde e Geração de Rendimento e/ou micro-crédito na Cidade de Quelimane e no Distrito de Nicoadala. 50 Ao longo das nossas duas visitas para a realização do Mapeamento encontramos: NUCLEO DE COMBATE AO HIV/SIDA O Núcleo Provincial de Combate ao Sida da Zambézia esta baseado na Cidade de Quelimane, desde 2001. Este é um órgão de coordenação, de todas as actividades de combate ao SIDA a nível Provincial. É dirigido por um Coordenador Provincial. O Governador da Província é o Presidente do Núcleo Provincial, sendo o Director Provincial de Saúde o vice-Presidente. Várias ONG internacionais e locais, compõem o Conselho Técnico Provincial, que é responsável pela selecção e financiamento de Projectos a serem implementados na província. Dependendo do tipo de Projecto há financiamentos de três tipos, A, B, C. O CNCS tem financiado algumas pequenas Organizações juvenis como é o caso da AMORA, uma organização composta por raparigas que tentam sensibilizar as vendedoras de sexo na cidade de Quelimane sobre o HIV/SIDA e o uso de preservativo. Junto com JHU, UNICEF e outros parceiros, o CNCS tem produzido brochuras e pastas para os administradores locais distribuídos pelo Núcleos Provinciais, com o objectivo de mobilizar a população e ampliar o debate sobre HIV/SIDA. ORGANIZAÇÕES DE TIPO REDE (UMBRELLA) Neste grupo entram principalmente a MONASO, a NAFEZA e a AFORZA. A MONASO reúne 235 organizações e está presente nos Distritos da Zambézia, com excepção de Gilé, Chile e Inhassunge. Esta Organização existe a nível nacional e providencia coordenar, capacitar e legalizar as organizações locais que trabalham na área do HIV/SIDA. A NAFEZA, associação que nasceu como afiliada da AFORZA, foca o Género como aspecto principal das suas actividades. Existe desde 1997 e é o equivalente do FORUM MULHER, para a Região Centro e Norte de Moçambique. Edita um Boletim mensal. 51 A AFORZA é por sua vez uma associação que reúne formadores e consultores da Província e tem como objectivo capacitar recursos humanos para desenvolver a Província com vista a reduzir a pobreza. O grupo alvo são as associações locais, os grupos comunitários e pessoas singulares. Existem legalmente desde 2001 e tem trabalhado em parceria com a Visão Mundial, capacitando e monitorando parceiros locais. ORGANIZAÇÕES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO UNICEF É a única Organização a trabalhar directamente com a Educação na Província da Zambézia, mas actualmente encontra-se a actuar só no Distrito de Maganja da Costa, muito longe das áreas de nosso interesse. No passado a UNICEF apoiou o Sector da Educação no Programa “Meu futuro minha Escola”em Nicoadala, assim como havia a ACTION AID que está actualmente também a implementar os seus projectos só nos Distritos costeiros, como Pebane e Maganja da Costa. Está previsto para o ano que a FNUAP retome o fio do trabalho da UNICEF, mas por enquanto não há datas certas para tal evento. A UNICEF implementa actividades em 3 grandes áreas interligadas: 52 - advocacia e parceria pelos direitos da criança - mobilização das comunidades - participação dos jovens O Instituto de Comunicação Social esta envolvido para a área de comunicação nestas actividades. GERAÇÃO BIZ (PathFinder) A GERAÇÃO BIZ tem um Programa Multisectorial, implementado pela Path-Finder, uma ONG Internacional, pela UNFPA e pelos 3 Ministérios, da Educação, da Mulher e Acção Social e da Juventude e Desporto. O objectivo é apoiar os jovens entre 10 e 24 anos no sentido de ter acesso ao conhecimento sobre DTS e HIV/SIDA nas escolas, adquirir conhecimentos para a vida, e ter acesso ao aconselhamento fornecido nos SAAJ sobre Saúde sexual e rEproductiva. Estes Serviços estiveram presentes junto aos cuidados clínicos nos Hospitais e Centros de Saúde, desde 1999, assim como os cantos de aconselhamento nas Escolas. Estes últimos ainda continuam a funcionar. Promovem programas radiofónicos, filmes, jogos educativos, concursos, peças de teatro, torneios e distribuição de materiais de IEC. Actualmente o Ministro da Saúde decretou que este tipo de serviços devesse atender outros problemas de Saúde dos adolescentes e que fossem abertos para o atendimento de adultos também. Actividades para o acompanhamento de pares existem nas escolas, e nas comunidades, assim como nos serviços de Saúde, mas na nova fórmula acima indicada. Iniciou as suas actividades em 2005 em Maganja da Costa, vinda da Action Aid, que treinou os seus membros na metodologia participativa dos Stepping Stones. Infelizmente Geração BIZ não está a implementar programas mais estruturados em que a componente acesso à escola, abandono precoce, abusos, violência sexual, estejam a ser focados e resolvidos. Desenvolvem actividades nos Bairros de Chuabo Tembe e de Inhangome, ambos situados na Cidade de Quelimane, tendo criado: Sítios onde se encontra a operar a Geração Biz na Província da Zambézia a nível dos SAAJ : Cidade de Quelimane: - SAAJ de Coalane - SAAJ de 17 de Setembro - SAAJ de 4 de Dezembro - SAAJ de 24 de Julho - SAAJ de Isidua - SAAJ de Micajune - SAAJ de Namuinho Nicoadala : - SAAJ de Nicoadala Sede - SAAJ de Licuari - SAAJ de Maquival EBARI-BARI É uma associação juvenil que foca as raparigas entre 10 e 14 anos, tem 79 membros, dos quais 48 são raparigas, e se encontra sediada no Bairro de Chuabo Tembe, na cidade de Quelimane. - uma escola primária para raparigas até 5ª classe - um centro de formação onde as raparigas aprendem corte e costura - uma machamba para actividades de geração de rendimento para as raparigas (25), que na maioria são órfãs - pesca e fabrico de blocos, para homens e rapazes - crédito rotativo para os membros da associação, que pode ser até 2000 MT Apoiam também PVHS (16 famílias), e tem actualmente 20 activistas a realizarem visitas de Cuidados Domiciliários. Realizam actividades de comunicação e informação comunitária através do teatro, que segue as técnicas do teatro do oprimido, e pelo grupo de canto e dança. As peças de teatro abordam os temas de PTV, de violência doméstica e da vulnerabilidade da rapariga. Este Bairro não tem Centro de Saúde, sendo o mais próximo a 3 KM de distância, não há Escola também, além daquela da Associação. A mais próxima de tipo EP1 está no Bairro de Inhangome. 53 CLUBE dos BRADAS – N´WETY Tem como grupo alvo jovens entre 12 e 14 anos, e estão presentes nos Distritos de Gurué, Mocuba, Maganja da Costa, e Quelimane. Na cidade de Quelimane tem actividades na Escola 1ª Completa do Aeroporto, com Financiamento da UNICEF, no âmbito da promoção dos direitos da criança. Implementam vários tipos de actividades, entre as quais: - formação de activistas na escola e na comunidade - supervisão pelos professores do trabalho do clube - realização de campanhas de saneamento - colaboração com as Rádios Comunitárias de Gurué, Mocuba e Maganja da Costa. Em Quelimane colaboram com a Rádio Moçambique para difundir Programas sobre os jovens. Já distribuíram também materiais de comunicação e revistas, até nas zonas mais longínquas do Pais. No total 7 milhões de cópias destas revistas foram distribuídas em 4 línguas locais, para a população entre 15 e 49 anos de idade. AMME È a Associação Moçambicana Mulher e Educação, cuja tarefa principal é de lutar para elevar o nível sócio-económico e cultural da mulher docente. 54 È membro da NAFEZA Os objectivos principais da AMME consistem em proporcionar as melhores formas de desenvolvimento pessoal e profissional, consciencializar a sociedade sobre a relevância da educação e da elevação do nível cultural das mulheres, encorajar as iniciativas no âmbito da educação que visem promover o estatuto cultural, social e económico da mulher, e formar uma rede de mulheres docentes. Existem desde 1994, mas oficialmente só desde 1997. Estão presentes em 7 Distritos da Província da Zambézia, e também em 4 Bairros da Cidade de Quelimane: Manhaua, (Sagrada) 17 de Setembro, Micajune e Sinacura. Em Nicoadala estão actualmente iniciando actividades de sensibilização nas Escolas, visando reter as raparigas para continuar os estudos. A sensibilização consiste em desenvolver actividades ligadas à educação da rapariga, prevenção do HIV/SIDA, violência contra rapariga na educação, abuso sexual, direitos das crianças e escolarização dos órfãos. Promovem também actividades de formação para professores, jovens activistas, seminários sobre educação comunitária para conselheiros das Escolas, líderes comunitários, conselheiros de ritos de iniciação. AMUDZA A AMUDZA é a Associação das Mulheres Domésticas da Zambézia. Tem a sua sede principal em Mocuba, e opera em todos os Distritos da Zambézia, com excepção de Chinde. No Distrito de Nicoadala, em coordenação com a NAFEZA, implementa um projecto destinado a COVs e PLWHA. Tem 62 membros, dos quais 20 formados como activistas para realizarem visitas domiciliárias aos doentes infectados e suas famílias, e registar as crianças órfãs e vulneráveis. As crianças que estão ao cuidado de AMUDZA são 519, metade das quais são raparigas, e a Organização os tem apoiado no registo e integração escolar e na entrega de material escolar (cadernos, lápis, pastas, uniformes). Eles tem várias iniciativas e alguns recursos que utilizam para apoiar o seu grupo alvo, dos quais um forno para produção e venda de pão, uma horta de plantas medicinais, onde produzem pomadas e xaropes destinadas a aliviar a situação das pessoas vivendo com HIV/SIDA. Algumas senhoras membros da AMUDZA receberam formação sobre Medicina Verde, por um especialista do Conselho Cristão, baseado na Vila de Gúrue. (milho, farelo, amendoim, feijão) para distribuir aos doentes. Estes cereais são cultivados numa machamba de 1 hectare que representa uma experiência de geração de rendimento e nisto tem tido o apoio técnico de um extensionista da Direcção Distrital de Agricúltura. Entre outras actividades previstas há a produção de pão e de carvão vegetal, mas estas actividades dependem do financiamento do CIDA Canadá. Do ponto de vista da informação e comunicação têm realizado palestras e teatro nas 6 comunidades de Licuari, isto é em: Nhanquinta, Micajune, Nhanguo, Mussofani, Batimuziva, e Juleão. Nas palestras tentam sensibilizar as pessoas para fazer o teste, e nas peças de teatro tentam chamar atenção sobre o estigma, ensinam como tratar os doentes graves e apelam ao uso do preservativo. Têm participado também nalguns programas radiofónicos da Radio Paz e RM em Quelimane. Em Licuari só há 6 escolas primárias, e só a Escola 4 de Outubro tem até 8ª classe. Para ir à escola secundaria é preciso ir até Nicoadala, que dista 25 Km. Costumam também produzir umas papas enriquecidas misturando vários cereais 55 No que diz respeito a Saúde, em Licuari só há um Centro de Saúde, com um enfermeiro e uma parteira, e há PTV. Para testagem e tratamento as pessoas têm que ir até Nicoadala, onde a capacidade é de 10 testes por dia. Áreas onde trabalha a AMUDZA/NAFEZA em Nicoadala - Licuari Áreas/Comunidades Comunidade de Júlião ComunidadeBate Muziva Comunidade de Muzoagane Comunidade de Nhaquinta Comunidade de Nhagão Comunidade de Micapine Bairros de Quelimane AMUDZA – NAFEZA AMUDZA - NAFEZA AMUDZA – NAFEZA AMUDZA – NAFEZA AMUDZA - NAFEZA AMUDZA - NAFEZA NAMUALI Esta associação dedica-se ao desenvolvimento da criança e à educação da rapariga. Existem desde 2004, mas oficialmente a partir de 2007. São também membros da NAFEZA. Implementam actividades em Nicoadala, no Posto administrativo de Munhonha. Têm tido pequenos financiamentos e estão limitados na implementação das actividades, que consistem em fornecer ma- 56 terial escolar as crianças mais carenciadas, construir casas para crianças e famílias vulneráveis (3 casas), e construir um clube juvenil na EPC de Munhonha, que tem por enquanto até 7ª classe, sensibilizando os estudantes, a Escola e a Comunidade sobre HIV/SIDA. Têm previsto a possibilidade de fornecer conhecimentos para a vida, e capacitação profissional a raparigas e rapazes dotando o clube juvenil de um centro de costura, de uma carpintaria, e de uma machamba, para cultivo de hortícolas. (para este projecto falta ainda financiamento) Promovem trabalho de sensibilização através de 6 activistas (2 raparigas e 4 rapazes) para fortalecer a situação das raparigas envolvendo as matronas, os líderes tradicionais, o próprio Conselho da Escola, envolvendo os professores, o Director e o Director Pedagógico. O problema é que faltam nas zonas rurais cantos de aconselhamento para os jovens, e particularmente para as raparigas, que enfrentam múltiplos problemas. Nicoadala sendo uma zona corredor apresenta altos riscos para os jovens. ORGANIZAÇÕES DA ÁREA DA SAÚDE VISÂO MUNDIAL A Visão Mundial, que é uma ONG internacional opera em 15 Distritos dos 17 da Zambézia e está a implementar 4 programas nesta província: - RITA - MOZARK - COACH - OVATA O Projecto RITA tem como objectivo a redução do impacto da transmissão do HIV/SIDA. Através da prevenção e mitigação e está sendo implementado em 13 Distritos da Zambézia, incluindo Nicoadala.. Prestam serviços de aconselhamento e testagem, serviços de PTV, prevenção para OVCs, cuidados domiciliários para PLWHA e OVCs (alimentação, educação, protecção, direitos da criança). A estratégia da Visão Mundial é de criar capacidades nas comunidades para que estas possam dar apoio a estes grupos, fornecendo capacitação para elas e os parceiros locais, mesmo em relação ao acesso aos fundos, e para geração de pequenos negócios. As CCCs (Coligação de cuidados comunitários) são 205 no total e representam a estrutura básica, estando ao mesmo tempo inseridos nos CCs (Conselhos Comunitários de Saúde). Existe uma parceria com a IRD (International Relief Development) no âmbito da geração de rendimentos em Nicoadala e Mocuba, e com a AFORZA (ONG local especializada em Capacity Building) Para aumentar o acesso a ARV através do aumento das infra-estruturas, irão construir unidades sanitárias, garantir o transporte dos doentes, trabalhando em parceria com a Vanderbuilt e a Colúmbia, esta última para a distribuição do TARV. Tem 350 activistas que realizam visitas de cuidados domiciliários, tendo uma média de 10 doentes cada. O Projecto RITA tem também as componentes IEC e BCC, utilizando programas 57 radiofónicos, novelas (24 episódios em 3 línguas) e teatro. O Projecto MOZARK esta mais virado para a prevenção, focando os jovens e os adolescentes. Existe em 15 Distritos da Zambezia, incluindo Nicoadala. Iniciou com um enfoque de abstinência, mas este ano ampliaram para a componente de uso do preservativo. Trabalham com grupos de pais e de jovens que por sua vez envolvem outros grupos de pais e de jovens, também trabalham nas escolas formando professores, num programa denominado “Vila de Esperança” e usam a media como TV, grupos de escuta (5 grupos, entre os quais Quelimane e Nicoadala) spots radiofónicos. Nestes programas é incluída a componente género e as peças de teatro apresentam histórias de violência sexual pelo padrasto e pelo professor. Em relação a Nicoadala, o RITA e o MOZARQ estão sediados em 4 localidades: - Madal - Munhonha (onde se encontra Licuari) - Namacata - Nicoadala Sede Madal tem um Centro de saúde e um Posto de saúde da Empresa Madal, mas não há PTV ou ATS. Em Nicoadala opera a FHI (Family Health International) que tem Programa de PTV e aconselhamento e testagem nas consultas pré-natais. 58 Na Cidade de Quelimane nos Bairros de Micajune, Chirangana, Santagua, Gogone, Floresta e Sangariveira Os Projectos RITA e MOZARQ têm CCs nos Bairros e realizam apresentações teatrais semanais. Cada Distrito tem o seu grupo de teatro, e o grupo de Nicoadala desloca-se pelas comunidades acima referidas. Está próximo o lançamento da radio novela “O vento da vida”que irá abranger Quelimane e Nicoadala, transmitida pela RM em línguas locais. OVATA Este Projecto implementa actividades que lidam com aspectos de nutrição (dieta equilibrada e alimentação infantil) e segurança alimentar (stocks) em 10 Distritos, entre os quais Nicoadala. A VM trabalha com os conselhos comunitários e tem a componente de HIV/SIDA para o aconselhamento e promoção do preservativo. COACH Este Projecto apoia a implementação de actividades sobre a sobrevivência infantil, saúde materno-infantil, saúde sexual e reproductiva e malária e cólera. Está sendo implementado em 14 Distritos em parceria com ADPP, ADRA e JHU. O enfoque deste Projecto é a prevenção, mas também apoia a evacuação dos doentes para as unidades sanitárias. Já treinaram mais de 300 trabalhadores de saúde e está sendo implementado através das Direcções Distritais de saúde e dos Conselhos Comunitários de saúde. Os Conselhos possuem algumas actividades de rendimentos, como machambas, tanques para produção de peixe, criação de patos, etc. FHI (Family Health International) È uma Organização Internacional Americana, que trabalha na área da prevenção e da mitigação. O grupo alvo são as mulheres grávidas para as quais existe o Programa de PTV, mas também a população em geral à qual proporcionam atendimento para ATS; HBC; ITS TBC. Estão presentes nos Distritos de Quelimane, Nicoadala, Mocuba, Mopeia, Inhassunge e Milange. No que diz respeito a Quelimane, estão apoiando 5 unidades sanitárias, e em Nicoadala estão presentes em 3 unidades situadas em Nicoadala Sede, Licuari e Maquivale. Em Quelimane e nos outros distritos formaram grupos de mães para mães, que são mulheres seropositivas, que aderiram ao tratamento ARV e que aconselham outras mães. No Centro de Saúde 17 de Setembro formaram também um grupo de maridos, como experiência para ultrapassar obstáculos culturais, e promover o uso de preservativos. Para a parte de prevenção tem um programa de BCC baseado em palestras, teatro e grupos de canto e dança. O teatro segue a orientação do teatro do oprimido do brasileiro Augusto Boal, envolvendo o público no desfecho das peças apresentadas. A FHI contrata a partir de sub-grants grupos locais para realizar apresentações teatrais e de canto e dança nos Bairros, envolvendo a população na discussão de tema relacionados com o HIV/SIDA No que diz respeito a mitigação, além da prevenção em transmissão vertical e do TARV, focam as actividades em proporcionar aos doentes Cuidados Domiciliários, graça a uma rede de activistas experimentados e pertencentes a ONGs locais, como é o caso da Associação Esperança, Amodefa, Asseve. A associação Esperança tem também actividades de geração de rendimento para as pessoas vivendo com HIV/SIDA, como machamba, costura, arte, pintura. 59 O programa de BCC esta tentando melhorar a difusão das mensagens, realizadas através da RM em Quelimane e da radio Comunitária de Mocuba, e através dos grupos de mães e das Promotoras de Saúde em Mocuba, um grupo de mulheres de formação religiosa muito influentes e activas nas comunidades à volta da Vila de Mocuba. PROGRAMAS DE GERAÇÂO DE RENDIMENTO E MICROCRÉDITO IRD (International Relief Development) Esta organização tem implementado em parceria com a Visão Mundial, o Programa “Mulheres Primeiro” na Província de Inhambane, no Sul de Moçambique, e a seguir o projecto foi expandido para a Província da Zambézia, onde tem tido mais de 400 participantes. A IRD está a operar em Maputo, Inhambane, Zambezia e Sofala, e tem a previsão de trabalhar também em Nampula. A filosofia do Programa tem sido que quando as mulheres são pobres, e não consegue comida para os filhos, podem procurar outros meios para sobreviver, a risco da própria saúde. O programa de Mulheres Primeiro tenta fazer com que as mulheres particularmente a risco e que aderem ao Programa 60 consigam alguma segurança alimentar graças à possibilidade de apreender a realizar pequenos negócios e geração de rendimentos, ao mesmo tempo que adquirem noções sobre a saúde proporcionadas pelo mesmo Programa. Na Província da Zambézia a IRD encontrase em Namacurra e Nicoadala. Em Nicoadala existem 7 grupos: 2 na localidade de Madal, 1 em Murrua, e 4 em Licuari, nomeadamente: - Julião (com um grupo de 18 mulheres) - Curungo (21 mulheres) - Iduine (22) - Munhacua (18) A estratégia da IRD é de procurar parceiros distribuidores de produtos, de tipo alimentar (arroz, sardinhas, leite condensado) sementes, material escolar, capulanas, chinelos, pratos, copos, e material de limpeza (OMO, sabão, VIM, etc.) para vender de porta a porta, porque nos mercados não há muita possibilidade de venda. E a IRD responsabiliza-se pela distribuição. Nas reuniões semanais sobre negócios as mulheres e os maridos, se querem participar, recebem uma explicação sobre Saúde, por exemplo sobre o funcionamento do corpo humano, usando metáforas para transmitir mais facilmente noções difíceis a pessoas analfabetas, para chegar a falar sobre o HIV/SIDA e outras doenças graves com mais naturalidade. Graça a esta metodologia, muitas mulheres têm pedido para refazer o teste de HIV. Quando uma mulher completa as 3 fases previstas na evolução dos negócios, isto é em media depois de um ano, recebe uma bicicleta, que lhe permite ampliar o raio dos seus negócios. Esta ONG tem tido um crescimento notável e está a expandir as suas actividades para outros Distritos BANCO DAS OPORTUNIDADES A Zambezia é uma Província onde as actividades de microcrédito nem sempre foram bem sucedidas, sobretudo na própria Cidade de Quelimane. Mas parece que para o Banco das Oportunidades tem conseguido marcar a diferença. Trata-se de um Banco que se encontra a funcionar em várias Províncias de Moçambique e que utiliza também unidades móveis. Existe em Quelimane estando presente em todos os Bairros da Cidade, onde trabalham 9 técnicos de crédito. Em Nicoadala também tem um técnico fixo, na Sede. O princípio deste Banco é de poder atender as pessoas que não tem acesso aos Bancos formais, e que não tem capacidade para preencher fichas, cumprir com a burocracia que os Bancos exigem. Eles pertenciam a CARE, ao Projecto Cresce, e estavam presentes em Quelimane e Mo- cuba. Constituíram-se como Banco das Oportunidades em 2005. Os clientes são na maioria homens, mas a percentagem das mulheres pode chegar a ser de 49%, dependendo dos períodos do ano. De facto as mulheres adquirem créditos para utilizar na compra-venda de hortícolas, peixe, venda de roupa, sapatos, enquanto os homens praticam mais comércio de carvão. O empréstimo mínimo é actualmente de 1.200 MT, enquanto no início era de 500 MT e a taxa praticada é de 5,5 %. No que diz respeito ao crédito mal parado a percentagem é de cerca de 7%. Tem a previsão de se expandir proximamente para os Distritos de Namacurra e de Maganja da Costa. A Província de Manica é o sítio onde este Banco tem tido um sucesso marcante. OUTRAS ORGANIZAÇÕES DA ÁREA SOCIAL LIGA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS È uma ONG humanitária que promove e defende as crianças de 0 a 18 anos de idade, e que existe desde 1999, embora tenha sido legalizada só em 2004. 61 Advocacia e assistência às crianças em situação vulnerável são os principais objectivos desta organização. Trabalham em colaboração com os Conselhos Consultivos Distritais, a Procuradoria, o Tribunal Provincial, e a Policia. Tentam consciencializar as comunidades sobre os direitos das crianças, por exemplo ,em relação a herança sobretudo em caso de morte do pai. Tem capacitado policiais, juízes, trabalhado com os Tribunais Distritais. Estão presentes a nível de toda a Província da Zambézia. SAVE THE CHILDREN Esta Organização internacional opera nos Distritos de Morrumbala e de Mopeia. Implementam Programas ligados ao HIV, educação, emergência (nas zonas de alto risco), e de segurança alimentar e nutricional. No caso do HIV/SIDA tem actividades de Cuidados Domiciliários, para os COVs, e apoio aos Comités Comunitários. 62 Em relação às crianças órfãs têm utilizado a metodologia dos livros de memórias, e uma intervenção de tipo holístico, através do trabalho com os Comités Comunitários. Em parceria com as Direcções Distritais intervêm em 20 escolas, e tem o projecto de construção de 4 escolas nas zonas de reassentamento. Cada ano realizam uma feira de educação para as crianças órfãs. 63 2.9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Existem muitas actividades desenvolvidas pelos vários intervenientes na Província da Zambézia.Contudo, parece que faltam: - Coordenação - Partilha de informação - Liderança Muitas ONGs locais e estrangeiras implementam actividades sectorializadas, e dispersas. Só a Visão Mundial parece ter um papel mais abrangente e ao mesmo tempo compacto, embora as áreas abrangidas pela implementação dos Projectos sejam muito amplas e de não fácil monitoramento. No que diz respeito aos objectivos que este exercício de Mapeamento pretendia, podemos referir que não encontramos as condições ideais que inicialmente procurávamos. Tivemos que fazer escolhas a prior devido a extensão do território, devendo se o facto de que muitos Projectos se encontram nos Distritos, bastante longe da Cidade de Quelimane, e que é raro encontrar Projectos da área da Educação, Saúde e Geração de rendimento e microcrédito que estejam interligados ou que sejam geograficamente próximos. Em relação à componente de melhoria das condições de vida e empoderamento financeiro, a Província de Nampula apresenta exemplos mais bem sucedidos 64 do que da Província da Zambézia. A história destas experiências, sobretudo na Cidade de Quelimane não é positiva, devido ao prejuízo que muitas organizações tiveram na reposição dos créditos concedidos, ou créditos malparados. Contudo, há organizações que estão actualmente promovendo estratégias alternativas para promover esta componente, como é o caso do Banco das Oportunidades. No caso da Visão Mundial e da ONG parceira IRD, o Projecto Mulheres Primeiro está em franca e positiva expansão no Distrito de Nicoadala. Também encontramos nestas localidades várias actividades implementadas por várias organizações, algumas das quais locais, que focam as mulheres e o HIV/SIDA. Na Zambézia permanecem muitos obstáculos de tipo cultural á consciencialização do risco de ficar infectados pelo HIV/SIDA. Algumas pessoas ainda acreditam numa interpretação tradicional desta doença, isto é, como sendo um feitiço, devido aos maus olhares ou a rivalidades, inveja, etc. Outras acham que os preservativos, estejam eles próprios infectados, e isto aumenta a resistência que existe acerca do uso dos condoms. Mas a dimensão mais preocupante tem a que ver com a impossibilidade das mulheres poderem negociar com os homens as relações sexuais. A identidade sexual da mulher depende quase totalmente da imagem que a sociedade e os homens projectam nelas, das expectativas que eles tem para com as mulheres, e a sociedade condena as mulheres que não respeitem os padrões estabelecidos. Os ritos de iniciação de facto, apresentados na sua formula mais moderna, e se bem prodigados, poderiam representar uma alternativa valida e contribuir a mudanças constructivas, mantendo-se ao mesmo tempo dentro da tradição. Alguma organizações tem timidamente procurado trabalhar nesta perspectiva, mas falta-lhe segurança e conhecimentos sólidos na área do HIV/SIDA, para conseguir uma dinâmica sincrética que funcione. Associações como AMME e Nafeza tem tentado abordagens neste sentido,e tem uma forte credibilidade no terreno. Há aqui uma potencialidade que poderia ser fortalecida e exprimida num trabalho de tipo comunitário. Um dos objectivos do Mapeamento tinha sido também de individuar uma ONG “umbrella”. Para a Província da Zambézia a Visão Mundial é sem dúvida a organização que apresenta melhores requisitos para este papel, além de que o trabalho desempenhado pelos Projectos Mozark e Rita, aproxima-se e até se identificam com alguns dos nossos objectivos. Para a área da comunicação foram individualizados também vários aspectos como sendo acções prioritárias. Constatamos que devido as altas taxas de vulnerabilidade existentes, é preciso accionar um programa que fale exclusivamente da prevenção da rapariga em situação vulnerável. Esse programa terá que ter em conta os factores culturais, e prever por exemplo a formação de algumas matronas, as mais influentes responsáveis pelos ritos de iniciação, professores, lideranças locais e a comunidade no geral. Será importante unir e coordenar os grupos influentes pertencentes aos parceiros para alinharem no mesmo diapasão. Isto é possível capacitando e munindo esses grupos de uma estratégia de comunicação comum para que seja eficiente e eficaz. Os grupos devem-se sentir parceiros e irmãos da mesma causa. A língua joga também um papel inquestionável no sucesso da comunicação interpessoal e estratégica. Dai que, o CCP-JHU tem que ter certeza de que os intervenientes que vão trabalhar directamente com a comunidade, principalmente nas zonas rurais, terão domínio da língua local e conhecimentos básicos da cultura, hábitos e costumes das comunidades em que estão a trabalhar. Outras actividades que deveriam ser promovidas: - Criar e activar os jornais de parede (com material convencional) e road shows (caravanas e jornadas móveis) nas escolas, lares de estudantes e outros centros de grande aglomeração. Será oportuno trabalhar com os parceiros locais, a comunidade e, principalmente, a comunicação social nas próprias comunidades. 65 - Criar, activar e solidificar as relações entre os Conselhos Comunitários, Conselhos de Escolas e as lideranças locais a todos os níveis. Para que isto aconteça será preciso envolver, motivar e formar os activistas já existentes acerca de estratégias de mobilização comunitária - Trabalhar com as Casas de Vídeo para apresentar vídeos educativos sobre a problemática do HIV e SIDA. É nesses lugares onde a maior parte dos jovens aprende algo sobre a vida sexual, principalmente nas zonas rurais. Esta iniciativa já foi implementada pela NAFEZA em Inhassunge, segundo o seu Responsável de Informação e Comunicação. A NAFEZA trabalhou também nos centros de reassentamento das cheias na Zambézia onde fazia aconselhamentos às raparigas adolescentes a não se envolverem sexualmente com os colaboradores das organizações e/ou lideres locais que garantiam alimentação ou outros bens às populações. Envolver as lideranças legítimas locais e a comunidade no geral passa por consciencializar os proprietários dessas casas de que é importante e oportuno transmitir esses vídeos de carácter educativo nas horas de intervalo, incluindo à noite. Será fundamental fortalecer o trabalho positivo que algumas organizações já estão implementando, através de uma parceria com o Projecto de GIGV. COMUNIDADES SELECIONADAS ZONA URBANA (Quelimane) Bairro Aeroporto Bairro Manhaua Bairro Micajune Bairro 17 de Setembro Bairros de confrontação: Bairro de Coalane Bairro Brandão 66 ZONA RURAL (Nicoadala) Bairro de Nicoadala Sede Bairro de Munonha Sede Bairro de Licuari Bairro de Julião Bairros de Confrontação: Mairro Namacata Bairro Maquival Zona Urbana Comunidade do Aeroporto Habitantes 3.385 Raparigas: 406.2 Educação EPC de Manhaua Saúde Clínica 2 da Colúmbia : Aconselham. e Testagem TARV Microfinanças Banco das Oportunidades (microcrédito) ONGs/CBOs N´Weti: jovens dentro da escola, HIV/SIDA Geração BIZ: jovens dentro e fora da escola FHI : prevenção em transmissão vertical (PTV) Visão Mundial Projecto Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) HBC: CBOs : Esperança, Aliança MONASO: grupos de canto e dança, teatro AMME: retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/iniciação INAS: assist. aos orfãos Orfanato Casa Família: orfãos Orfanato Casa Esperança:orfãos NOTA: ZIP significa Zona de influencia pedagógica e significa que a escola sede da ZIP tem o papel de supervisar as outras escolas pertencentes a sua área. Utilizamos a sigla HBC para indicar Cuidados Domiciliários e a sigla PTV para Prevenção em Transmissão Vertical 67 Comunidade 17 de Setembro Habitantes 3.361 Raparigas: 403.3 Educação Saúde EPC 17 de Setembro EPC Unidade Popular EPC Samora Machel Clínica 1 e Clínica 2 da Colúmbia : Aconselh. e Testagem, TARV, SAAJ Colúmbia, FHI Microfinanças Banco das Oportunidades (microcrédito) ONGs/CBOs Visão Mundial: Projecto Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) Geração BIZ: jovens dentro e fora da escola MONASO: grupos de canto e dança, teatro AMME: retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/ iniciação HBC: CBOs: Esperança, Aliança INAS: assist. aos órfãos Casa Família: orfãos NOTA: Neste Bairro estão situadas 3 EPCs que servem os Bairros vizinhos também. 68 Comunidade Manhaua A Habitantes 8.566 Raparigas: 1.028 Educação EPC de Manhaua Saúde Clínica 1 da Colúmbia: Aconselh. e Testagem, TARV Colúmbia, FHI Microfinanças Banco das Opor tunidades (microcrédito) ONGs/CBOs Visão Mundial: Projecto Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) AMME: retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/iniciação MONASO: grupos de canto e dança, teatro Liga Direitos da Criança : colaboração com as instituições de tutela e as comunidades Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola 69 Comunidade de Micajune Habitantes Educação EPC Micajune 4.406 Raparigas: 528.7 Saúde Microfinanças Clínica 1 e Clínica 2 da Colúmbia, Aconselham., Testagem, POH, PTV, TARV, SAAJ Banco das Opor tunidades (microcrédito) FHI : PTV HBC: CBOs Esperança, Aliança ONGs/CBOs Visão Mundial: Projecto Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) MONASO : grupos de canto e dança, teatro AMME : retenção da raparigas dentro e fora da escola Liga Direitos da Criança : colaboração com as instituições de tutela e as comunidades Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola INAS : assist. aos orfãos 70 Comunidades de confrontação: Comunidade de Brandão Habitantes Educação EPC Micajune 5.508 Raparigas: 661 Saúde Clínica 1 e Clínica 2 da Colúmbia : Aconselh. e Testagem, ITS, TARV FHI : PTV Microfinanças Banco das Oportunidades (microfinanças) ONGs/CBOs Visão Mundial: Projecto Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) MONASO: grupos de canto e dança, teatro ICS: Instituto de Com. Social INAS : assist. aos orfãos HBC: CBOs Esperança, Aliança Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola 71 Comunidade de Coalane Habitantes 3.054 Raparigas: 366.5 Educação EPC de Coalane Saúde Microfinanças ONGs/CBOs Centro de Saúde : Aconselh. e testagem, ITS, PTV, TARV, SAAJ(jovens) Banco das Oportunidades (microfinanças) Visão Mundial: Projecto Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) MONASO : grupos de canto e dança, teatro HBC: CBO Esperança INAS : assist. aos órfãos NOTA: Todas estas comunidades tem acesso a Instituições do Governo, entre as quais o Hospital Provincial e outras EPCs, assim como a outras ONGs situadas na cidade de Quelimane, 72 Comunidade de Nicoadala Sede Habitantes 90.658 Raparigas: 10.868 Educação Saúde Microfinanças EPC 25 de Junho (Sede de ZIP) EPC Eduardo Mondlane EPC de Moloquiua Hospital de Nicoadala : Aconselh. e Testagem, TARV, PTV, SAAJ Colúmbia:TARV Banco das Oportunidades (microcrédito) IRD(microcrédito) Projecto Mulheres Primeiro Sede de ZIP HBC: Amodefa FHI : PTV ONGs/CBOs Visão Mundial: Ovata (Nutrição), Rita (Órfãos) Projecto Mozark : jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) e canto e dança, teatro Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola AMME : retenção da raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/iniciação NOTA: Para o Bairro de Nicoadala Sede e os outros também, não foi possível obter os dados específicos, assim os dados apresentados indicam a população de todo o Posto Administrativo. Os dados relativos às raparigas referem-se ao grupo etário entre 10 e 19 anos, e foram calculados segundo as estimativas do INE de 2005. Comunidade de Munhonha Sede 73 Comunidade de Munhonha Sede Habitantes 24.766 Educação EPC de Munhonha Saúde Microfinanças Centro de Saúde de amoro: Aconselh. e Testagem, PTV Colúmbia: TARV Banco das Oportunidades (microcrédito) IRD(microcrédito) ProjectoMulheres Primeiro FHI : PTV Raparigas: 2.972 Visão Mundial: Rita (Órfãos) Projecto Mozark : jovens, pais, professores, comunidade (CCCs) INAS: assist. aos órfãos HBC : AMODEFA 74 ONGs/CBOs AMME : retenção das raparigas dentro e fora da escola, madrinhas de ritos/iniciação Comunidade de Licuari Habitantes 7.002 Educação Saúde Microfinanças Escola 4 e Outubro (até 8ª classe) Centro de saúde de licuari: PTV, ITS, SAAJ Banco das Oportunidades (microcrédito) IRD(microcrédito) Projecto Mulheres Primeiro Raparigas: 840 ONGs/CBOs Visão Mundial: Projecto Mozark jovens, pais, professores, comunidade (CCCs) AMME : HBC : AMODEFA NAFEZA : género, mobiliz. comunit., defesa dos direitos da mulher/raparigas INAS : assist. aos órfãos Comunidade de Julião Habitantes 1.179 Raparigas: 141.5 Educação Epc2 ate 6a EPC de Licuari Saúde Microfinanças Centro de saúde de Licuari : PTV. ITS Banco das Oportunidades (microcrédito) IRD(microcrédito) Projecto Mulheres Primeiro ONGs/CBOs Visão Mundial : Projecto Mozark jovens, pais, professores, comunidade (CCCs) NAFEZA : género, mobiliz. comunit., defesa dos direitos da mulher/ raparigas 75 Comunidades de confrontação Bairro Namacata Habitantes 28.082 Educação EPC de Nicoadala Sede Raparigas: 3.370 Saúde Microfinanças Centro de saúde: Bando das aconselhamento, Oportunidades e testagem, ITS, (microcrédito) TARV ONGs/CBOs Mozark: jovens, pais,professores, comunidade (CCCs) Colúmbia: PTV Bairro Maquival Habitantes 35.030 Raparigas: 4.203 76 Educação Saúde Microfinanças EPC de Maquival Sede EPC de Mucocola EPC de Golongone Centro de saúde: Banco das aconselhamento, Oportunidades e testagem, ITS, (microcrédito) TARV, SAAJ BC.:Amodefa HBC : AMODEFA ONGs/CBOs Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola INICIATIVA DO GENERO PARA RAPARIGAS VULNERAVEIS RELATORIO DE MAPEAMENTO TERCEIRA PARTE 3. 0 PROVÍNCIA DE NAMPULA NAMPULA é uma Província do Norte de Moçambique com a área de 81.606 km2 com população geral de 4.076.642 habitantes. Faz fronteira ao Norte com a província de Cabo Delgado através do rio Lúrio, ao Sul com a Província da Zambézia através do rio Ligonha, ao Este a Província de Niassa também através do rio Lúrio, sendo na parte Oeste banhada pelo Oceano Índico. Nampula foi uma das províncias mais afectadas pela última guerra civil, que causou muitas consequências negativas tanto sociais como económicas. Estes contribuíram sobremaneira com a migração das populações das comunidades rurais para as áreas urbanas, tendo causado nestes últimos anos um maior índice de desemprego e de vulnerabilidade na camada jovem, seja a nível urbano, como a nível rural. O crescimento económico-social iniciou apenas dois anos depois da guerra. Os sistemas de educação foram-se expandindo, os meios de comunicação cresceram porque as vias de acesso já estavam abertas nas comunidades aumentando a circulação de pessoas e de bens. As potencialidades económicas desta Província atraem investimentos diáriamente. Mas as calamidades naturais (ciclones) e secas trazem também anualmente um impacto negativo, sobretudo na região costeira, e são frequentes ao longo do ano, particularmente no mês de Fevereiro. Esta Província caracteriza-se também pela forte presença do Islamismo, sobretudo em Nampula, onde existe uma Universidade Islâmica e uma Radio, Radio Haq (=Verdade) e nas zonas do litoral como Mussúril, Nacala, Ilha de Moçambique, Angoche. Trata-se de uma Província que carrega uma herança histórica importante, pois a Ilha de Moçambique foi a primeira capital da Colonia Ultramarina de Moçambique, e um lugar onde chegavam e saíam os navios para o comércio de escravos, de ouro e de marfim. Os navios árabes chegaram bem antes dos Portugueses até a província de Sofala, trazendo possibilidades comerciais, o Islamismo, e causando fortes conflitos entre as linhagens do interior e as da costa, por causa do comércio de escravos. 77 A situação de crescimento é ainda frágil, e muito é preciso fazer para melhorar as condições de vida da população desta Província, como podemos ver pelos seguintes dados: Taxa de analfabetismo, 69% Taxa de natalidade (por 100) 42.3 Taxa de mortalidade infantil (por 1000) 150.0 Taxa de mortalidade (por 1000) 20.3 Mapa linguístico de Moçambique 78 A língua mais falada e o Makhwa, existindo diferenças conforme as várias divisões étnicas.No Mapa que segue pode-se reparar na existência de muitas línguas em Moçambique, e, particularmente nas zonas de nosso interesse será possível distinguir os grupos linguísticos segundo a distribuição geográfica. DIVISÃO ADMINISTRATIVA DA PROVÍNCIA DE NAMPULA DISTRITOS E SEUS HABITANTES POR SEXO DISTRITO TOTAL DE HABITANTES HOMENS MULHERES Angoche Erate Ilha de Moç Lalawa Malema Meconta Mecuburi Memba Moginqual Mogovolas Moma Monapo Mossuril Mwecate Murrupula Nacala Porto Nacala Velha Nacaroa Nampula Rapale Ribawe Nampula Cidade 277.412 259.660 48.839 73.917 169.034 157.814 181.430 234.999 131.561 273.306 329.181 305.221 117.082 95.386 143.162 207.894 89.336 108.342 209.046 186.120 477.900 135.819 123.319 23.502 36.697 82.013 77.578 92372 112.388 64.473 133.021 163.201 148.783 56.757 46.638 69.810 102066 43.398 52.074 102.592 91.238 242.149 141.593 136.341 25.337 37.220 87.021 80.236 89.058 122.611 67.088 140.285 165.980 156.438 60.325 48.748 73352 105828 45.938 56.268 106.454 94.882 235.622 96.3 92.8 98.6 98.6 94.2 96.7 103.7 91.7 96.1 94.8 98.3 95.1 94.8 95.7 95,2 96.4 94.5 92.2 96.2 92.2 102.8 2.076.684 96.3 TOTAL 4.076.642 1.999.958 INDICE DE MASCULINIDADE 79 3.1 NAMPULA CIDADE Esta Província caracteriza-se também pela forte presença do Islamismo, sobretudo em Nampula, onde existe uma Universidade Islâmica e uma Radio, Radio Haq (=Verdade) e nas zonas do litoral como Mussúril, Nacala, Ilha de Moçambique, Angoche. Embora a prevalência não seja tão alta na província de Nampula como em outras, todavia as previsões apontam para um alto crescimento das novas infecções, sobretudo na camada jovem, podendo chegar a 15% em 2009/2010. Segundo o estudo IDS 2003 e o MISAU a idade de 15 anos é indicada como sendo a idade mediana de início das relações sexuais, 80 mas é mais baixa nas areas rurais. Para a Província de Nampula os ritos de iniciação são apontados como uma das causas de início prematuro das relações sexuais, assim como de casamentos prematuros e gravidezes precoces. Nesta província assim como na província da Zambézia, a taxa de abandono escolar é alta entre as raparigas, agravando a sua vulnerabilidade, sendo a taxa de analfabetismo de 69%. A cidade de Nampula tem 477.900 habitantes, dos quais 242.149 homens e 235.622 mulheres. A língua mais falada e o Makhwa, existindo diferenças conforme as várias divisões étnicas. Dados Actualizados Sobre nº de Habitantes da Cidade de Nampula por Bairro e Sexo Posto Administrativo Central Bairro 1º de Maio 25 de Setembro Bairro de Liberdade Bairro dos Limoeiros Bairro Militar Sub-Total Muhala Bairro de Muhala Bairro de Muahivire Bairro de Namutequeliua Sub-Total Muatala Bairro de Muatala Bairro Mutauanha Sub-Total Napipine Bairro de Napipine Bairro de Carrupeia Namicopo Bairro de Namicopo Bairro de Muatava Rex Sub-Total Sub-Total Natikiri Bairro de Natikiri Bairro de Murrapaniua Bairro de Marrere Sub-Total Total Homens 1.588 846 1.011 1.649 3.279 8.373 Mulheres 952 856 980 1.645 2.732 Total 2.540 1.702 1.991 3.294 6.011 7.165 15.538 30.157 24.426 22.473 29.889 24.165 21.769 60.046 48.591 44.242 77.056 75.823 152.879 23.183 31.976 22.224 31.617 45.407 63.593 55.159 53.841 109.000 20.008 24.086 19.238 22.969 39.246 47.055 44.094 42.207 86.301 25.807 4.961 25.120 4.817 50.927 9.778 30.768 29.937 60.705 9.237 13.793 2.612 18.314 27.737 5.225 25.642 51.276 9.077 13.944 2.613 25.634 241.084 234.615 475.699 81 3.2 EDUCAÇÂO Associações que trabalham em parceria com a Direcção de Educação da Cidade de Nampula: a) Conselho Provincial de Juventude e Desporto b) Geração BIZ. c) CONCERN. d) OPHAVELA. e) ARO JUVENIL f) UDEBA Como sabemos existem sérios problemas de desistência dos alunos na Província de Nampula, sobretudo no que diz respeito as raparigas. Sobre o número de desistências de alunos e alunas na província, a DPEC justificou que os dados ainda não tinham sido enviados pelos distritos, entretanto, dados relativos a cidade de Nampula, datados de 11 de Julho de 2008 apresentam o seguinte quadro: 82 ESCOLAS DA CIDADE DE NAMPULA TIPO DE ESCOLAS Nº DE ALUNOS MATRICULADOS MENINAS RAPAZES EP1 PÚBLICAS EPC PÚBLICAS EP1 PARTICULARES EPC PARTICULARES TOTAL 43.357 11.764 1.348 134 448.603 TOTAL 40.711 84.068 12.168 23.932 961 2.309 259 393 54.099 110.702 Foram apontadas como principais causas para as raparigas: Prática de negócios para a sobrevivência da família; ▫ Casamentos prematuros; ▫ Mudança de residência dos pais e encarregados de Educação; ▫ Longas distâncias percorridas pelas meninas, na maioria dos casos. ▫ A nível do Ministério da Educação e em colaboração com a DANIDA, entre outros Programas, foi elaborada uma Metodologia participativa sobre HIV/SIDA denominada “Pacote Básico”. Em relação a este Programa do Pacote Básico nas Escolas, destinado a capacitar os professores sobre o HIV/SIDA, no ano de 2006 houve a iniciativa de se implementar este programa em todas as escolas, com os fundos de Apoio Directo às Escolas (ADE). Entretanto, do ano seguinte para cá, a iniciativa revelou-se insustentável por NÚMERO DE DESISTÊNCIAS MENINAS RAPAZES TOTAL 323 50 60 4 437 351 61 22 1 435 674 111 82 5 72 falta de financiamento. Verificou-se que em algumas escolas, mesmo com orçamento disponível para kits de primeiros socorros ou de limpeza, as lideranças dessas escolas não se mostraram suficientemente preocupados com relação a higiene dos recintos escolares, como por exemplo, as casas de banho, etc. Actualmente há tentativas no sentido de reactivar acções nestas chamadas áreas transversais. Parece haver falta de dinamismo ao nível das direcções e das lideranças escolares. A nossa fonte realçou notar-se um grande desleixo, já que, mesmo com algum orçamento para este pacote, nada funciona. Também, foi apontada a falta de coordenação funcional ao nível dos SEJT da Cidade, não há supervisão nem visitas de terreno, a não ser trabalhos de gabinete. Faltam orientações vindas das instâncias superiores distritais ou da cidade, faltam capacitações entre outros incentivos. 83 Dentre os parceiros que os SEJT da Cidade conta neste projecto, embora com deficiência de coordenação e persistência de trabalhos paralelos, actualmente, ficou a Solidariedade Zambézia, uma ONG nacional que trabalha no levantamento do número de raparigas grávidas e sensibilização contra a violência doméstica. A CONCERN que durante o ano passado interveio na capacitação sobre o funcionamento dos órgãos do conselho de escola, está a despedir-se depois de ter deixado em todas as ZIP’s equipamento audiovisual e geradores de corrente eléctrica para a difusão das mensagens. Decorrem através do Núcleo de Apoio à Rapariga acções de sensibilização das raparigas contra abuso sexual e contra o HIV/ SIDA, em 12 escolas, levadas a cabo pela Nivenyee em parceria com a Solidariedade Zambézia. A Associação dos Desportos, por sua vez, em parceria com a Solidariedade Zambézia, promove o projecto Desporto e Saúde Escolar, designado “Criança o nosso futuro”. Outros projectos em curso em Nampula são Geração Biz; Liderança e mediação de conflitos ao nível das escolas; Futuro 21 (DPJD); Clube da Rapariga (Escola Secundária de Nampula). Em todas as escolas foram estabelecidos Conselhos de escola para permitir a interactividade entre os estabelecimentos de ensino e a comunidade local, servindo de espaço para a reflexão sobre assuntos que preocupam ambas as partes. 84 Os bairros em que realizamos a pesquisa apresentam as seguintes escolas que têm Conselhos de escola em pleno funcionamento: O Bairro de Muhala tem 3 Conselhos de Escola ▫ ▫ ▫ EPC do Belenenses; EPC de Namuatto; Escola Secundária 12 de Outubro O de Muahivire possui 1, o Conselho de escola de EPC da Serra da Mesa, enquanto, no bairro de Muatala, as escolas com Conselho são: ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ EPC de Muatala EPC de Cossore EPC e Secundária de Maparra EP1 de Khanloca EP1 de Namicopo B Nestes encontros consultivos focam-se dentre vários assuntos, as desistências dos jovens, gravidezes precoces entre as raparigas em idade escolar, assim como se promove-se a reflexão sobre o que fazer para minimizar estes cenários no seio dos jovens. Além dos pais/encarregados de educação, participam nos encontros os próprios alunos, mas ainda não se equacionou a possibilidade de os Conselhos reunirem apenas com os jovens sem a presença dos pais, apesar de ser uma ideia muito boa e promissora, pois seria uma oportunidade para que esta camada olhe para o seu futuro com cuidado, e mais responsábilidade. Nas duas ZIP’s do bairro de Muatala existem centros de recurso. TABELA DE ESCOLAS COM CONSELHOS DE ESCOLA FUNCIONAIS Nome e Categoria da Escola Escola Secundária de Nampula Escola Industrial e Comercial 3 de Fevereiro Escola Secundária 12 de Outubro EP1 de Napipine Escola Secundária de Murapaniua Escola Clave do Sol Escola Secundária de Namicopo EPC de Namicopo EPC da Barragem EPC de Mutauanha Escola Secundária de Muatala Escola Secundária de Teacane Escola Secundária da Texmoque EPC de Carrupeia EPC da Serra da Mesa Bairro em que se Localizam Bairro dos Bombeiros Bairro dos Bombeiros Bairro de Muhala Bairro de Napipine Bairro de Murapaniua Bairro dos Limoeiros Bairro de Namicopo Bairro de Namicopo Bairro de Carrupeia Bairro de Mutauanha Bairro de Muatala Bairro de Natikiri Bairro de Carrupeia Bairro de Carrupeia Bairro de Muahivire 85 3.4 SAÙDE Posto de saúde Hospital Militar. Cidade de Nampula Posto de Saúde de Napipine. - Hospital geral de Marrere – com atenção especial por ser ao tratamento da Tuberculose, TAR e medicina geral, e pequenas cirurgias. - Centro de saúde 25 de Setembro.- Centro de saúde 1º de Maio - Centro de saúde Novo de Muhala Expansão. Estes três centros estão reforçados pelos seguintes postos de saúde: Posto de saúde de Namicopo, Namutequeliua 86 Posto de saúde anexo ao Hospital psiquiátrico. A cidade conta também com a presença do Hospital Central de Nampula e mais 2 Clínicas Privadas. -Clínica Boa Saúde. -Clínica de Muahivire. Tipo de actividades – Unidade de saúde Hospital geral de Marrere TARV T.B, PTV C. Saúde 25 de Setembro TAR PTV C. Saúde 1º de MaioPTV C. Saúde Muhala ExpansãoPTV H. Central de Nampula TAR PTV 87 Associações de Mulheres na Cidade de Nampula Nº de Ordem 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 Número de Associações Actividades Associações das Mulheres Rurais (AMR) Apoio a mulher rural no seu desenvolvimento agropecuário. Agro-pecuária, Moageira. Associação das Mulheres de Alivio à Pobreza (AMAP) Associação de Mulheres e Comunicação Social Associação de Mulheres Viúvas Associação Moçambicana das Mulheres de Carreira Jurídica Caixa das Mulheres OMM Associação Wakuveia (Cauana) Ministério das Mulheres de Virtude Núcleo das Mulheres Portadoras de Deficiência Associação de Mulheres com Visão 11 88 12 Associação das Mulheres para o Apoio da Rapariga 13 Núcleo das Mulheres Antigo Combatentes Formações diversas, corte e costura. Corte – costura e alfabetização Defesa dos direitos da mulher, justiça para todos. Crédito e poupança. Projecto de Moageira e 6 Projectos de costura. Crédito e poupança. Corte – costura. Diversas capacitações tais como: na área de Género; Associativismo; Liderança; Aprendizagem de informática e Inglês. Alfabetização, Olaria, Corte – Costura, Culinária, Estampagem, Extensão rural. Abertura de machamba Área que ocupa Grupo alvo H M Total associados Mecubúri, Rapale e Moma Mulher rural 0 400 400 Nampula – cidade Mulheres e Homens 6 40 46 Nampula – cidade Mulheres 0 24 24 Nampula – cidade Mulheres 0 23 23 Nampula – cidade Mulheres 0 70 70 Nampula – cidade Nampula – cidade Mulheres Mulheres 01 03 17 27 18 30 Nampula – cidade Mulheres e Homens 75 33 108 Nampula – cidade Mulheres e Homens 06 20 26 Nampula – cidade Mulheres 0 45 45 Nampula – cidade Mulheres 0 30 30 Nampula – cidade Raparigas 03 27 30 Nampula – cidade Mulheres 0 20 20 89 ASSOCIAÇÕES de JOVENS A maior parte das actividades ligadas aos jovens e às raparigas, serão coordenadas entre a Direcção de Juventude e Desporto e a Geração BIZ nas escolas. Contudo, o Projecto acaba de iniciar e apenas realizou a formação de activistas com as seguintes carateristicas: – Jovens formados em saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. – Activistas em juventude. – Activistas Jovens na área de educação comunitária. – Activista em base escolar. Principais actividades previstas: a) Apoiar na criação de associações juvenis que levam a cabo as informações sobre a previsão do HIV/SIDA e o tratamento, outras doenças nos adolescentes e jovens. b) Capacitação de jovens em gestão e planificação de empresas. c) Participação de jovens nos Fóruns de decisão. d) Desenvolver actividades de educação de pares, através de teatros, desporto, dança, canto e musica. e) Estabelecer cantos de aconselhamento e cantos juvenis. f) Realização de encontros juvenis frequéntes para avaliação das actividades trimestrais. Em Nampula Cidade existem: Nome da Associação Associação Desafio de Jovens (ACAMO) União dos Naturais e Amigos de Ocua Associação de Jovens Decididos ADECOMOA – Organização não governamental OKHELA VAMOZA PROCUIDA OLIPIHENE OS DESEJOS Interesse Banda Desenhada Associação – ACABE Associação – ASOPWAXI Associação Ajudiana 90 Local Muatala Namicopo Napipine Memória – Namicopo Murrapaniua Muatala Namutekeliua Muhala Museu Muatala Muatala Natikiri Namicopo Contacto 826729540/Óscar Mustafa 828951480/Maekance 825480866 826973430 Lopes Aquino 824074045/José Mucovete 826610040/Estêvão Morais 827615030/Januário Hibraimo 826616010/Aristides de Castro 824385740/Justino 824350560/Melito Elias Associação Juvenil WAKHIHANA Grupo Teatral Associação ASHANA Natikiri Nampula Todos os postos de Nampula 827165140/Adelino Muassigarro 827371105/Jaquelina Timóteo 828041470/Nelson Amaral 826999500/Maria Irene 3.5 DISTRITO DE MOGOVOLAS ASSOCIAÇÕES de JOVENS A maior parte das actividades ligadas aos jovens e às raparigas serão coordenadas entre a Direcção de Juventude e Desporto e a Geração BIZ nas escolas. Contudo, o Projecto acaba de iniciar e apenas realizou a formação de activistas com as seguintes carateristicas: – Jovens formados em saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. – Activistas em juventude. – Activistas Jovens na área de educação comunitária. – Activista em base escolar. Principais actividades previstas: a) Apoiar na criação de associações juvenis que levam a cabo as informações sobre a previsão do HIV/SIDA e o tratamento, outras doenças nos adolescentes e jovens. b) Capacitação de jovens em gestão e planificação de empresas. c) Participação de jovens nos Fóruns de decisão. d) Desenvolver actividades de educação de pares, através de teatros, desporto, dança, canto e musica. e) Estabelecer cantos de aconselhamento e cantos juvenis. f) Realização de encontros juvenis frequéntes para avaliação das actividades trimestrais. Perfil Demográfico O Distrito de Mogovolas possui 5 (cinco) Postos Administrativos incluindo a Sede Nametil com uma extensão de 4.771 Km2 de área total e 273.306 habitantes; sendo 140.285 mulheres e 133.021 homens de acordo com os resultados preliminares do Censo de 2007, habitantes esses maioritariamente jovens ocupando-se em actividades agro-pecuárias. O Posto Administrativo do Distrito, é subdividido em 3 localidades, nomeadamente Nametil, Muquito e Rieque, distribuídos por áreas urbana e rural. A Vila de Nametil, dada a sua extensão, contempla muitos Bairros, alguns longínquos, porém, a nível da área urbana existem os 91 seguintes: Namacarro, Meluli, Mutacaze, Mucororo, Micucuni e Namarata. O Distrito de Mogovolas faz limites com os Distritos de Moma, Angoche, Murrupula, Moginqual e Meconta. É atravessado pela via rodoviária que liga estes todos Distritos passando assim a ser um corredor, e pela sua capacidade mineira e comercial tem muito afluxo de pessoas e bens. Do ponto de vista económico o Distrito possui maiores potencialidades pelas suas minas de ouro, tantalite, pedras preciosas de diversos tipos, seu potencial em criação animal, produção agrícola como é o caso da castanha de caju, amendoim, e por ser o centro de venda do pescado vindo dos distritos vizinhos. No contexto de HIV SIDA, o distrito é mais vulnerável pela passagem de turistas, trabalhadores das minas, comerciantes e vendedores ambulantes. A presença de uma escola secundaria que acolhe crianças dos 4 distritos vizinhos assim como a cidade de Nampula e Nacala e que na sua maioria são raparigas que nem se quer têm condições de viver no pequeno internado que lá existe, representam um risco de infecção muito sério.Há raparigas na vila de Nametil vivendo em casas alugadas em grupos de 3 a 5 e até mesmo sozinhas sem condições mínimas para poderem estudar e como consequências disso, até ao mês de Agosto de 2007, a escola secundária de Nametil tinha registado 20 meninas grávidas. Número de População por Posto Administrativo Nº/Ordem Posto Administrativo Nº de População Área em Km2 01 02 03 04 05 Total Nametil Calipo Iuluti Nanhupo Rio Muatua 94934 38918 59394 44150 35918 273306 1233 1297 899 672 680 4781 Rede Escolar (Anexo 5) Para garantir o processo de aprendizagem, o Distrito funciona com 120 Escolas das quais: 107 Escolas do EP1, 14 Escolas do EPCs, 1 Escola Secundária do 1ºe 2º ciclo, 214 Centros de AEA. com um total de 58.847 alunos matriculados e 2 Centros internatos Taxa Bruta de Admissão A proporção de Novos Ingressos, independentemente da idade com que entram pela primeira vez na 1ª Classe com a população de 6 anos, é de 32.4%. fazendo uma comparação com 2007, nota-se um crescimento em 2.4%. 92 TABELA DE ESCOLAS COM CONSELHO DE ESCOLA POR ZIP EPC/ZIP da Vila de Nametil EPC/ZIP de Mecutamala Km14 EPC de Nametil (Bairro de Namacaro) EP1 de Namacula EP1 de Namaratta EP1 de Mucororo EP1 de Navive EP1 de Rieque EP1 de Muhemua EP1 de Simpuiti EP1 de Mucucuni EPC de Mecutamala Bairro Mecutamala EP1 de Mabucos EP1 de Muepane EP1 de Mecupes EP1 de Nacode EP1 de Namurawa EP1 de Mpirikiche EP1 de Nagonha EPC/ZIP de Nameturi, Bairro Nameluco Km 20 EPC de Nameturi Bairro de Nameluco, Km 20 EP1 de Mueria EP1 de Muquito EP1 de Malale EP1 de Ilucuzi EP1 de Murequene EPC/ZIP de 7 de Abril; Bairro de Meluli EPC de 7 de Abril Bairros Meluli/ Namacaro EP1 de Mahula EP1 de Thequene EP1 de Chalaua EP1 de Mubilani EP1 de Mayoela EP1 de Mulihana EP1 de Mutacazi EP1 de Mucatapa EP1 de Carahe Taxa líquida de escolarização A proporção entre alunos que frequentam o EP1 com idade oficial (6-10 anos) e a população do mesmo grupo etário é de 99%. Comparando com igual período do ano 2007, nota-se um crescimento de 67%. zação antes e após as actividades recreativas (futebol, por exemplo) Outras actividades do departamento de cultura Associações que colaboram com as direcções distritais da educação a)Promoção de cultura nos dias festivos. b)Realização de palestras por meio de teatro. a)AJONA – Associação de Jovens de Nametil. c)Promoção de associações de geração de rendimento. b)Fórum de associações – Nas áreas de mobilização sobre HIV/SIDA através de peças teatrais. No concernente aos Conselhos de escola, eles existem em todas as escolas e cada escola tem um membro eleito para representar o respectivo conselho a outros níveis. Só a vila de Nametil tem 9 escolas e 9 membros. c)Departamento de educação física e desporto – Realiza campanha de sensibili- 93 O Posto Administrativo de Nametil possui 4 EPC’s que constituem as sedes de Zonas de Influência Pedagógica (ZIP) e cada ZIP tem sob a sua tutela uma série de EP1: Nas reuniões de Conselhos de Escola focam-se dentre vários assuntos, as desistências dos jovens, gravidezes precoces entre as raparigas em idade escolar, indisciplina entre outros males, assim como reflexão sobre o que fazer para minimizar estes cenários no seio dos jovens. Constituem momentos de busca de mecanismos para promover o desenvolvimento educacional tendo em conta os aspectos culturais positivos, mas sem desviar os propósitos da Educação. Os pais e encarregados de Educação colaboram muito, por isso, são considarados verdadeiros parceiros da escola. Entretanto, além dos pais/encarregados de educação, participam nos encontros os próprios alunos e ao nível de Mogovolas, diversas vezes os Conselhos reúnem apenas com os jovens sem a presença dos pais para debruçar-se sobre assuntos ligados à juventude e desenvolvimento. Na escola Secundária de Nametil há um centro de aconselhamento dos jovens (chamado AJONA – Associação dos Lista de Associações, sua área de actividades e entidades de suporte no Posto de Nametil Número de Nome da Associação membros H M Nairope 32 21 Pironi 55 12 Muepane 21 15 Namuraua 41 7 Nampaua 47 2 Mabucos 30 12 Nahapa 18 6 Mucopoa 31 2 Mpiriquicha 29 5 Rieque 16 18 Mulapane 15 12 TOTAL 335 112 94 Total Ano de Ano de criação legalização 53 67 36 48 49 42 24 33 34 34 27 447 1997 1997 2000 2000 2000 2000 2005 2005 2002 2003 2003 2007 2007 2007 2007 2007 2007 -2007 2007 2007 2007 Área de actividades Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária Agro-pecuária ONG’s de Suporte CLUSA/AENA CLUSA/ADAP/AENA CLUSA/ADAP/AENA CLUSA/ADAP/AENA CLUSA/ADAP/AENA CLUSA/ADAP/AENA AENA/CLUSA/CARE AENA/CLUSA/CARE AENA AENA SERVIÇOS DISTRITAIS DE SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL de MOGOVOLAS Jovens de Nametil) que, usando teatro e dança como meios de comunicação promove acções de sensibilização e colabora com o grupo de teatro Khupulamuno na sede da cultura local. Entre as ONG’s/associações cujas actividades abrangem a vila de Nametil estão a CARE que aposta na área de desenvolvimento agrário, formação/ capacitação das associações locais e apoio no processo de sua legalização. A CARE apoia também os extencionistas dos serviços distritais. A CLUSA, capacita os camponeses associados, na área de comercialização agrícola, desenvolvimento económico e mecanismos de poupança e crédito rurais. AENA (Associação de Extensão Nacional Agrícola) constituída por extencionistas da Agricultura que com fundos da CARE desenvolvem actividades de capacitação dos camponeses e de desenvolvimento agrário em geral, crédito e poupança ao nível da vila. ADAP (Associação para o Desenvolvimento Agro-pecuário), apoia os camponeses na promoção da tracção animal e no fomento pecuário para o desenvolvimento, na vila e em Muatua. AKILIZETHO na formação e legalização das associações, na poupança/crédito e na capacitação dos conselhos locais, em todos os Postos Administrativos. KULIMA que além da formação das associações e da área de HIV/SIDA, vai agora introduzir o projecto de produção de sementes. OPHAVELA realiza trabalhos de capacitação comunitária também na vila. Sobre as associações locais apoiadas por aquelas, foi-nos fornecida a seguinte lista no que se refere ao Posto da Vila Sede: Ao nível do Posto Administrativo da Vila de Nametil existem 366 crianças em situação difícil que vivem com os tios, irmãos ou outras famílias substitutas. Entretanto, este levantamento não abrangeu outros Postos Administrativos que compõem o distrito. No distrito só há um orfanato islâmico de nome Orfanato Hanass Bin Malk, no bairro de Meluli A, que alberga 30 crianças do sexo masculino, onde aprendem os ensinamentos islâmicos, mas também frequentam escolas formais. As crianças não recebem apoio de nenhuma outra instituição. Os serviços de Acção social apenas fazem o acompanhamento e em casos de o INAS trazer alguma oferta, fazem o encaminhamento. No distrito há um comité comunitário que funciona na vila, pois, ainda não foi expandido para os Postos Administrativos. Trabalha com o apoio da UNICEF na identificação das crianças e, as que têm idade escolar são matriculadas e apoiadas com material escolar. Em termos de ONG’s que trabalham na área de Saúde mas não necessariamente com os Serviços Distritais de Saúde, destacam-se o projecto OKUMI na área de Saúde Materno Infantil, saúde reprodutiva, sobretudo, na prevenção contra HIV/SIDA, abrangendo todo o distrito, excepto Nanhupo-Rio. Está também o PSI no Posto de Muatua. O NPCS apoiou, no ano passado, o grupo de teatro 95 KHUPULAMUNO, na sensibilização contra a pandemia e outras doenças. Em resumo, há poucas ONG’s que trabalham em parceria com os Serviços Distritais de Saúde. Na vila funciona um GATV e em termos de centros de Saúde, em todo o Posto Administrativo sede, só funcionam 2, um em Nametil e outro em Mecutamala, a 14km da Vila. Serviços de Saúde Centro de Saúde Nametil Mecutamala Iluluti Km Sede ao Centro 0 28Km 42Km Murririmuie Muatua 36Km 42Km Nanhupo 42Km Calipo 32Km 32Km Comunidades com Assistência dos A.P.S Km2, Mueria – Napila Tolela, Loja Malahipa, Naholokho, Mukwikissa, Naiheva, Maputo, Namijaia Murririmuie Mululama, Mukuluta, Nathere, Nita, Mukopito, Mapheta Tarane, Mutuve Nantira, Natili, Namachapa, Navacuca, Muavire, Namilaba, Miyawa, Malilihe, Luazi. Nacose, Napeso, Kussi, Tukuaxana Nº de APS SERVIÇOS DISTRITAIS DE CULTURA E DESPORTOS: grupos culturais e de dança e teatro existentes nos bairros da vila: BAIRRO Meluli A Meluli A Meluli B Meluli C Meluli C Namacaro A Namacaro A Cavacava Mutacazi B Mutacazi C 96 NOME DO GRUPO Mzoope Josina AJONA (da Escola Secundária) Mzoope Estrela Vermelha Tufo Axipimbe AJOMO Khupulamuno Pahanticua Namuca Associação de Mzoope Grupo de Bankwe (Instrumento tradicional) GÉNERO DE ARTE Dança Teatro Dança Dança Teatro Teatro Dança Dança Dança Música tradicional 3 2 6 1 8 9 5 Todos estes grupos ganharam grande audiênçia na sociedade local, pois, as suas mensagens convergem na sensibilização sobre o HAIV/SIDA, combate à droga, violação de menores, criminalidade e outros males. KHUPULAMUNO que com o apoio da FACILIDADES produziu um filme que retrata aspectos de feitiçaria que, como vimos atrás, leva pessoas a matarem membros da sua família para fins de enriquecimento obscuro. Dentre os grupos de dança, o Mzoope Estrela Vermelha (de mulheres) e Pahanticua (de homens) são os que movimentam multidões para assistirem à sua actuação. O nome “Pahanticua” na tradução livre de Emakhuwa, significa: a capacidade de o grupo distrair e divertir a audiência, leva frequentemente as mulheres a queimarem caril. Por tal facto, as agendas das datas celebrativas ou dos comícios e reuniões do governo com a população, colocam os grupos a actuarem em último lugar, pois, caso contrário o número de audiência reduz-se consideravelmente. E dentre os de teatro, o da Escola secundária (AJONA) é o mais dinâmico porque, tendo como grupo alvo os jovens encontram espaços nas escolas e nos bairros, e contrariamente aos demais grupos, este não espera por comícios ou feriados nacionais para fazer a sua apresentação. Mas também, o grupo de teatro KHUPULAMUNO é dos mais popularizados. As grandes fraquezas dos grupos relacionam-se com as questões logísticas devido à falta de meios para se deslocarem a lugares distantes. O grupo de tufo é o único que tem feito intercâmbio fora do distrito, por exemplo em Nampula. Outro aspecto está ligado ao facto de os grupos não estarem juridicamente reconhecidos, embora se reconheça a sua utilidade na sociedade local e a sua capacidade de intervenção. Sobre apoios, no corrente ano, o grupo AJOMO recebeu fundo e treinamento através do grupo teatro OPRIMIDO de Maputo, para a sensibilização em relação a violação de menores, produção, venda e consumo de drogas, queimadas descontroladas, saneamento do meio e criminalidade. Outro grupo foi o Da parte do governo tem havido apoio no sentido de encorajar e reservar um lugar de destaque no desenvolvimento sóciocultural do distrito. Por exemplo, o grupo KHUPULAMUNO, ganhou a fase provincial do festival de canto e dança, e foi participar na fase nacional em Xai-Xai. O distrito só possui uma rádio comunitária no Posto Administrativo de Iulute, mas em grande parte do território distrital, facilmente são captadas as emissões da rádio Haq, rádio Encontro, rádio Moçambique.. 97 3.6 SITUAÇAO DOS ÓRFÃOS E DAS COVs (em Nampula e Mogovolas) Em Nampula procurou-se fazer o levantamento das instituições que cuidam dos orfãos em termos de sua localização, sua área temática concreta e geográfica de intervenção, sua situação legal, seus possíveis parceiros, colaboradores e financiadores, breve descrição sobre o desenvolvimento das suas instalações e equipamento, as suas principais realizações e seu grau de inserção nas comunidades. A nível da Cidade de Nanmpula existem as seguintes Instituições, sendo que algumas trabalham também nos Distritos, incluindo Mogovolas: TABELA DE ORFANATOS NA CIDADE Orfanato Evanjáfrica Madre de Calcutá CCCOV de Namicopo Madre Dei Infantário Provincial Infantário das Irmãs Infantário de S. Pedro Infantário de Natikiri Localização Número de crianças Sexo F Sexo M Muahivire Namicopo Namicopo Muatala Entidade de suporte Irmãs Irmãs Irmãs DPMAS Napipine Natikiri A nível das organizações, existem muitas que tratam de cuidar do problema das crianças órfãs e em situação vulnerável, embora muitas das vezes de forma transversal. A politica de Moçambique no que diz respeito ao amparo das crianças é de tentar no máximo de não a marginalizar, e, dentro do possível, criar toda uma serie de condições à volta delas, incluindo nos Projectos de ajuda à comunidade, às famílias substitutas, e às outras crianças, que, embora tenham família, muitas das vezes vivem em condições altamente desfavoráveis. 98 Nome ASMUNA (Ass. das Mulheres de Nametil) Localização e zonas de acção Bairro de Mutacazi Área de acção Situação legal Legalizada ADAP/SF (Ass. de Desen. Agro-pecuário APEA (Ass. de Promoção Pedagógica) ACADER (Ass Agrícola de Muecate Rapale e NPL Cidade Bairro de Namicopo Namicopo, Meconta e Muecate AJDR (Ass da Juventude para o Desenvolviment Rural AMAP (Ass das Mulheres para o Alívio da Pobreza) AMORA (Associação das Moçambicanas para a promoção da Rapariga) CMN (Caixa das Mulheres de Nampula) Estrela Vermelha de Nametil (Ass de Tufo) MISSÃO de JOVENS Nampula Cidade Envolvimento da mulher no desen. comunitário Desen. Programas Agro-pecuários Acção Pedagógica e Alfabetização Educação formal, Alfabetização e Educação cívica para a vida Agricultura, credito e micro-empresas Bairro de Namicopo Reintegração da Mulher Em Via de Legalização Nampula Cidade, Mogovolas, Memba Área de Apoio e Promoção da Mulher Legalizada Cidade de Nampula Crédito às mulheres de Npl Em via de legalização Nametil Área de cultura Em via de legalização Nampula Cidade Cidade de Nampula Educação, Desenv. comunitário Alívio a pobreza da criança Ocupação de jovens Ocupação de Jovens Em via de legalização legalizada ORADE (Ass de Apoio a Crianças) AJUDEMOS (Ass da Juventude Moçambicana AMODEJ (Ass moçamb de jovens) Cidade de Nampula Legalizada Legalizada Em via de legalização Em via de legalização Em via de Legalização Em via de legalização Endereço e pessoa de contacto Na sede do Posto Adm de Nametil Ernesto Lopes Tel 26217202 Jeremias Amade Tel 26216762 Augusto Maevela ou Maria da Glória Severiano Tel 26213556 Augusto José Cornélio, Tel 26212464 Natália Luís, Tel 26217454 Bairro de Napipine, Sra. Guida Miranda, cel 826964310 Berlinda Pacheco, Tel 26212992, COCAMO Vila de Nametil ADOC Tel 26213556 Joaquim Box, Cell 820628570 ADOC Tel 26213556 Bernardo Ehora, Tel 26213556 99 Grupo Estrela Vermelha de Mutomoti - Npl AAA Pró-Gen (Ass de Agric e de protecção mulheres Género) Grupo Cultural KUNENE Cidade de Nampula Área da cultura Em via de legalização Momade Anrane, Tel 26213556 Cidade de Nampula Agricultura e protecção de Género Em via de legalização ADOC Tel 26213556 Cidade de Nampula Área da cultura Em via de legalização Selemane, Tel 26213556 No que diz respeito ao atendimento de crianças e adolescentes em situação difícil até Janeiro de 2008, segundo dados fornecidos pela DPMAS, foram atendidas cerca de 20.519 crianças em situação difícil, por diferentes instituições a operar na província, representando 89,2% da meta planificada de 23.000 crianças, conforme a tabela abaixo. DISTRITO/CIDADE Nº DE MENINAS Nacala-Porto Muecate Nacarôa Nampula – Cidade6 Muatala Muhala Napipine Namicopo Meconta Murrupula Nacala-a-Velha Memba-Sede Mossuril – Sede Mogincual – Liúpo Mogovolas – Sede Ribaue – Sede TOTAL Nº DE RAPAZES 1.225 969 513 1.165 670 540 TOTAL DE ÓRFÃOS 2.390 1.639 1.053 714 154 737 364 1.406 1.033 704 181 93 508 197 670 9.468 650 146 737 193 1.468 712 450 219 97 305 172 478 8.002 1.364 300 1.474 557 2.874 1.745 1.154 400 190 813 369 1.148 17.470 MEMBROS DA COMUNIDADE5 55 M/47 H 77/40 84/39 7/5 9/6 6/5 9/5 25/22 22/16 16/8 10/5 11/4 9/3 9/6 5/6 354/212 Refere-se ao nº de pessoas na comunidade, por cada distrito, que foram capacitadas para atender a estas crianças. A letra M representa o nº de mulheres e H o nº de homens. 6 Tal como os dados disponíveis não abrangem todos os distritos, ao nível da cidade de Nampula, o trabalho de recolha dos mesmos, feito pela DPMAS decorreu nalguns Bairros. E mesmo em alguns dos distritos abrangidos, o trabalho foi feito apenas nas sedes distritais, como se pode depreender na tabela. 5 100 Deste universo de crianças 939 foram atendidas nos Centros de Acolhimento; 170, no Infantário Provincial; 665, nos Orfanatos sob a gestão de entidades religiosas e 104, no Centro aberto da ORADE. Em toda a província há cerca de 15 instituições que lidam com as crianças em situação difícil. Também estão em funcionamento 34 comités comunitários em 14 distritos (incluindo a cidade de Nampula e o distrito de Mogovolas) congregando cerca de 413 membros que assistem 11.989 crianças7. Destas instituições há as que apoiam iniciativas de parceiros locais, como por exemplo a UNICEF, que prevê financiar as iniciativas da APAI com cerca de 56.000,00 MZN na área de assistência à COV’s e com cerca de 33.000,00MZN destinados à AGAPE para o mesmo propósito. Decorrem também programas de reunificação das famílias. Entre as Instituições/parceiros na província além da UNICEF e governamentais como Saúde, Educação, Polícia, Registo Civil, Administrações e municípios estão as 7 Organizações da Sociedade Civil que trabalham nesta área de crianças como são as ONG’s, OCB’s, Autoridades/líderes comunitários (Comités Comunitários) e entidades religiosas, ou seja: Visão Mundial, Save the Children, Centro de Cooperação Português para o Desenvolvimento (CCDPortugal), Action Aid, Solidariedade Zambezia, Niilipihe, Nivenyee, Niiwanane e outras. Para responder às necessidades de intercâmbio/colaboração, foi criado um Núcleo Multi-sectorial que integra as instituições supra mencionadas, com papel de coordenação, e que se reúne trimestralmente para a concertação de acções. Porém, tendo em vista a redução de custos, estas reuniões realizam-se em diferentes níveis, quer seja ao nível da cidade, distrital e da comunidade. Realizase uma reunião anualmente envolvendo todos os representantes das instituições que fazem parte do Núcleo. E ao nível da DPMAS os técnicos reúnem-se mensalmente. Segundo os entrevistados e com base na legislação moçambicana, é considerada criança todo o individuo até 17 anos de idade. 101 TABELA DE LOCALIZAÇÃO DAS ONG’S NACIONAIS AO NIVEL DA CIDADE DE NAMPULA APOIANDO COVs Posto Administrativo Muhala Namicopo Muatala Central Entidade Irmãs De Calcutá Agrimuvi (Mulheres) Prodelane (mista) Wiwanana wa aNamphula (mista) Mutava Rex Madre Day Mutauanha Orade AGAPE Muatala Ass. de Namicopo B Ass. Muaweryaka ASMADE Ass. Takatuka Mueda Ass. Mulheres viúvas Ass. Athiana Oovelavela Ass. Pedrolane Ass. Whbale (Nikhalihane) Ass. Niilipihe Ass. Mirruku Ass. Policiamento Comunitá Niilipihe Militar (CCM) Nivenyee Bairro Muahivire Muhala Solid. Zambézia Niwanane 102 Tipo/área de acções Apoio à criança Geração de Rendimento Saúde/saneamento do meio Combate à erosão e saneamento do meio Apoio à criança Apoio à criança Apoio à criança, combate HIV/SIDA Geração de renda/agricultura Combate à erosão Saneamento e combate à erosão Geração de renda/serralharia Geração de rendimento Geração de rendimento Saneamento do meio/latrinas Combate à erosão Apoio à criança, combate HIV/SIDA Combate à erosão/saneamento Geração de rendimento Rapariga grávida nas escolas/ violência doméstica Cuidados domiciliários, crianças órfãs, hervanária, teatro ORFANATO AJUDA DE DEUS (ORADE) Este orfanato está situado na Av: Samora Machel nº27 (na dependência do edifício do Fórum OKHALIHANA) Sr. Joaquim Sabite Box – Coordenador O nome de ORADE provem do facto de a Organização ter iniciado as suas actividades lidando com crianças da rua que até hoje se julga que sobreviviam graças a Deus. Foi criado em 1997 e legalizada faltando a escritura pública. Constituem seus membros pessoas individuais, algumas das quais são parentes dessas mesmas crianças. Tem como: Visão: apoiar e capacitar os jovens para a vida Missão: apoiar os familiares das COV’s via agricultura; Objectivo geral: promover os direitos da criança e da mulher em cumprimento das normas nacional e internacionalmente estabelecidas em seu favor. O seu grupo alvo é constituído por crianças órfãs e vulneráveis e mulheres viúvas, protegendo-as contra a usurpação do poder e direitos por parte dos parentes do marido já falecido, pois muitas das vezes, na altura do falecimento dos maridos, as mulheres viúvas e os seus filhos são espoliados dos seus bens pela família do falecido. 103 A sua área de actuação é no apoio à educação, sobretudo da rapariga, mas não dispõe de centro de acolhimento, as crianças permanecem com seus parentes ou com famílias substitutas ou adoptivas. Estas famílias trazem as crianças com uma declaração do bairro que confirma a sua condição de vulnerabilidade e daí passa-se a tratar de tudo para se poder integrar a criança na escola e/ou prestar apoios possíveis e necessários, incluindo o acompanhamento da sua evolução na escola e na família. Actualmente estão integradas 175 crianças nas escolas primárias e secundárias, das quais 80 são raparigas. Inicialmente o 104 número de raparigas era superior a este, mas reduziu devido ao facto de algumas delas terem se deixado engravidar e o regulamento interno do ORADE determina que não presta assistência a quem fica grávida ou engravida alguém. ORADE tem vocação na capacitação técnica e advocacia pelo direito da criança e da mulher. Desenvolve as suas acções na cidade de Nampula, distritos de Murrupula, Malema, Ribáwè e Angoche, portanto, está em 5 distritos incluindo a cidade de Nampula onde assiste um total de 1225 crianças. O CDS foi o 1º parceiro do ORADE que facilitou a sua capacitação até a legalização, e nas suas actividades conta com as parcerias da COCAMO, INSS, Banco Mundial, Fundos dos EUA para a segurança alimentar na montagem da carpintaria/serralharia. ORADE trabalha em colaboração com conselhos consultivos comunitários e está satisfeito com o seu funcionamento, mas com relação aos comités comunitários considera que falta a capacitação para a clarificação do seu papel. Considera ainda que ao nível da cidade os comités comunitários são muito fortes em todos os Postos Administrativos. Em contra partida, nos distritos os conselhos consultivos são mais vivos/dinâmicos. Nos distritos ORADE trabalha com OCB’s por si capacitadas. No Bairro de Muhala-Expansão tem um número de crianças, enquanto em Muatala formou e capacitou 5 núcleos de apoio às COVs, nas mesquitas e igrejas. ORADE trabalha também com conselhos de escola e é um dos membros de uma escola, a EP2 de Cossore. E tem realizado acções de sensibilização para a não desistência e, o resultado disso é que o índice de desistências reduziu consideravelmente. Em termos das principais realizações, ORADE orgulha-se de ter conseguido promover até aqui: 20 crianças finalistas de 12ªclasse, 4 poços que beneficiam crianças em Murrupula e Ribawe, os parentes das COVs já abrem machambas para sustentar a si e aos seus dependentes, 2 escolas construídas em Murrupula e Ribawe, oficina de serralharia e carpintaria em Murrupula, onde os jovens formados em ofícios estão a formar os outros. ORADE é uma das ONG’s com experiência de mérito no lidar com as crianças, e o seu desempenho torna-a muito conhecida, quer por instituições governamentais como da sociedade civil, incluindo as comunidades. INFANTÁRIO PROVINCIAL Trata-se de uma Instituição estatal sob a tutela da DPMAS. Bairro Piloto, Cell 827474060 – Cristina Ricardo – substituta do director. O infantário é antigo, existe desde 1978, estava localizado no distrito de Mossuril, mas foi transferido para a cidade de Nampula devido a intensificação do último conflito armado. Actualmente hospeda 32 crianças, das quais, 30 compreendem a idade entre 2-16 anos e 2 com 20 anos, estes últimos a fazerem estágio para poderem inserir-se no mercado de trabalho, depois da bolsa de que beneficiaram para estudarem na ADPP em Nacala. As crianças acolhidas são aquelas que se apresentam em situação nitidamente vulnerável e quando chegam ao infantário, aquelas que ainda não têm idade escolar aprendem a cantar e fazer actividades infantis e as outras mais crescidas são integradas nas escolas imediatamente, mesmo 105 que seja a meio do ano. Elas são identificadas através dos comités comunitários, em diferentes partes da província que, depois dum trabalho de verificação nos bairros, aldeias ou comunidades pelas autoridades comunitárias, são encaminhadas ao infantário. Mas também são acolhidas crianças perdidas que ficam temporariamente até à identificação dos seus familiares. No infantário não promovem capacitações na área de ofícios ou profissionalização devido a falta de capacidades internas, em termos de equipamento e outros recursos. O infantário tem como principais parceiros o CC - Portugal (no Bairro de Muahivire), uma Organização que lida com crianças no apoio em material escolar; Igreja Exercito de Salvação (no Bairro de Napipine), buscando integração social da criança e ensinando a cantar; RINO BOYS, um grupo de artistas plásticos que ensina estas crianças a pintar, entre outros parceiros que a DPMAS pode mencionar. Tudo o que diz respeito às acções, financiamentos e parcerias depende da orientação da DPMAS, o infantário nunca tomou iniciativas. Mesmo que apareça uma entidade de boa vontade para apoiar, o que fazemos é encaminhá-la a DPMAS e, se lá for aceite, então, nós recebemos. Mas nunca saímos de forma autónoma na procura de parcerias ou ajudas de fora. Trata-se de um centro de acolhimento, com poucas infra-estruturas embora novas num espaço relativamente largo para implantar serviços como oficinas, campos de demonstração agrícola para aprendizagem das crianças, etc. ORFANATO EVANJAFRICA Bairro de Mutauanha, muito próximo da subestação da EDM, atrás da Escola Secundária de Muatala. Sr. Victor Alberto Carlos – Director do Orfanato, cell 829276500; Sra. Marta Armando – Secretária no Orfanato, cell 826296343. O Orfanato está a funcionar, desde 2001, com o objectivo de apoiar a criança a crescer educada, com vocação profissional para a sua fase adulta. E, ao mesmo tempo, a criança, aprende o evangelho, já que se trata de uma instituição religiosa, cuja vocação é evangelização da sociedade. Além de lidar com crianças órfãs e vulneráveis, a instituição, também, trabalha no apoio às viúvas necessitadas. A identificação do grupo alvo é feita durante as actividades de evangelização em que, segundo a nossa informante, as pessoas são levadas a conhecer o Cristo. A partir daí surgem pessoas a apresentarem as suas preocupações. As crianças identificadas são submetidas à 106 provas para se apurar a sua situação de vulnerabilidade, através de consultas à comunidade, aos líderes locais e à instituição de Acção Social. Neste momento apoia 55 crianças de diferentes proveniências, desde as províncias de Nampula, Niassa, Zambézia, Manica e outras, com idades variadas entre os 4-20 anos, sendo 20 raparigas e 30 rapazes. Dos restantes 5, alguns estão formados e já estão fora, 2 (moço e moça) em professorado e a trabalharem no distrito de Monapo, uma como enfermeira a trabalhar em Quelimane e 2 estão em formação no IMAP, Nampula. Dentre várias actividades que preenchem o tempo das crianças, além da escola, aprendem a tocar diferentes instrumentos musicais, jogos e outras actividades culturais, como forma de aproximar as crianças entre si e aprender a conviver dentro do Orfanato. Entre os seus parceiros e colaboradores, contam-se a DPMAS; Restaurante Copa-Cabana que faz a promoção da criança na área musical, isto é, tem convidado as crianças a participarem nos concertos musicais, ao vivo; Rede da criança; Solidariedade Zambézia e outros. Em relação aos financiadores, a nossa informante explicou que o director é que melhor conhece. Quanto ao espaço geográfico de intervenção, a Evanjáfrica está baseada na cidade de Nampula, mas assume que as suas actividades são progressivamente extensivas a toda a província, embora haja partes deste território provincial que ainda não foram visitadas. 107 Dispõe de infra-estruturas ainda em obras não acabadas, num vasto terreno vedado, cujo plano é de construir dormitórios, escola para as crianças e outras infra-estruturas. Enquanto isso, o trabalho de evangelização que é o enfoque das suas actividades, vai continuar. É de facto um centro de acolhimento que alberga crianças de ambos os sexos com uma faixa etária que abrange o grupo de nosso interesse.. Fora das actividades religiosas, a instituição está empenhada em acções de alívio à vulnerabilidade, buscando alternativas que permitam inserir as crianças no processo de sua preparação social e técnica visando o seu futuro melhor em fase adulta SOLIDARIEDADE ZAMBÉZIA Rua Filipe Samuel Magaia nº644, na Dependência das instalações do Conselho Cristão de Moçambique. Sr. Contas – Coordenador geral, cell 824193039; Sra. Argentina Joaquim Assane – Coordenadora da Campanha contra Abuso sexual da Rapariga, cell 825269826. A Organização surgiu na Zambézia, cidade de Quelimane, em 2000, no momento das cheias que provocaram situações adversas. Esta situação provocou sensibilidade entre algumas igrejas de Quelimane, em dar apoio de solidariedade, que quando se dirigiu ao Governo local para apresentar a ideia, este por sua vez considerou de excelente, tendo encorajado a crescer. Daí o nome de Solidariedade Zambézia que ostenta. A sede funciona em Quelimane, na Av. Eduardo Mondlane/antigas instalações da Agricom e, a única delegação em Nampula, em 2003. Ao nível nacional a Solidariedade Zambézia tem 65 membros entre individuais e colectivos, 10 dos quais se situam em Nampula. Em 2004 filiou-se na rede nacional da criança, a qual representa, em Nampula, como ponto focal, na província, na área social, das Organizações que trabalham 108 em prol da criança, contra abusos e tráfico de menores ou violação dos direitos da criança. O seu objectivo é congregar as iniciativas das organizações e apoiar no desenvolvimento das suas actividades, na área da criança, assim como capacitá-las em desenvolvimento comunitário em geral, para garantir a sustentabilidade dessas mesmas iniciativas. Quanto à abrangência da sua intervenção, a Solidariedade Zambézia, trabalha em Nampula cidade e Rapale, na área de protecção legal da criança; apoio em registos de nascimento; campanha de sensibiliza- ção contra abuso, tráfico e turismo sexual de menores, contra o HIV/SIDA e gravidezes precoces, sobretudo, em raparigas em fase escolar. Neste sentido, em caso de uma menina ficar grávida, primeiro identifica-se o autor e a seguir encaminha-se ao Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança (GAMC) para os devidos procedimentos. Na área de educação, faz apoio em material e uniforme escolares. E embora até agora não tenha avançado no apoio às actividades de geração de rendimento, por falta de fundos para financiá-las, faz capacitação em gestão de micro-negócios/ micro-projectos. Nos distritos da Ilha de Moçambique e Monapo, apoia no registo de nascimentos. Os seus parceiros são DPMAS, MONASO, CCM, DPEC e SEJT da cidade, Registos e Notariado, OMM, COM (Organização dos Continuadores Moçambicanos), GAMC, ORADE, AMORA, AJESOL (Ass. Jesus é a Solução), Todos contra a violência, ORDENA (Organização para a reintegração do deficiente de Nampula), NIILIPIHE, OTM-CS, Ministério Arco Íris, Orfanato Evanjáfrica, Missão da Cidade, JOUAN (em Namicopo), AMUDI (Ass. das Mulheres Dinâmicas) e Associação 12 de Outubro (em Mossuril). A associação Como principais financiadores estão TROCAIRE e FDC (via Rede da criança), British Council, Save the Children e Alliance (só em seminários) e, também, conta com fundos próprios provindos da quotização dos membros e de outras contribuições. No exercício das suas actividades, a Solidar- 109 iedade Zambézia colabora também com os comités comunitários para o atendimento da criança e com o Núcleo Multi-sectorial, coordenado pela DPMAS que engloba as ZIP’s/conselhos de escolas e líderes comunitários. Em termos de desempenho dos conselhos de escola, estes precisam de capacitação para terem o domínio do que devem fazer no terreno. O problema maior é a falta de capacitação para conhecerem o seu papel e aperfeiçoarem o seu trabalho, pois, a vontade não falta porque o assunto é sensível para todos. As suas principais realizações têm sido: - Encontro/seminário regional de busca de informação sobre a implementação da Convenção sobre os direitos da criança (financiado por Save the Children da Noruega e pela Rede da Criança); - Em 2007, registo gratuito de nascimento de 47.491 crianças; - Capacitação em matéria de tráfico, migração ilegal da criança (Save the Children da Noruega); - Seminário para a participação da criança em programas sobre os seus direitos, no sentido de ela própria, criança poder fazer/ advogar algo em seu prol; - Anualmente, escolhe um distrito onde vai organizar o chamado lanche anual para oferecer às crianças; - O apoio em material e uniforme escolares é uma actividade de rotina e já beneficiou 375 crianças; - Campanhas contra abuso sexual da rapariga que, em 2007, resultaram na identificação de 1.200 raparigas grávidas em 60 escolas da cidade de Nampula. Neste ano, fez-se o mesmo trabalho em 30 escolas, também, da cidade e ainda não foi produzido o mapa final, mas acredita-se que o número tenha reduzido consideravelmente, em resultado das intervenções feitas (o mapa sai no próximo mês de Dezembro); - Reunificação das famílias e reintegração das 39 crianças do episódio de Inchope. A Solidariedade Zambézia apresenta como seus pontos fortes: o facto de ser membro da Rede Nacional da Criança que promove capacitações, troca de experiências, possuir staff disponível e capaz de envolver a rapariga e crianças na planificação e implementação e projectos, dispor de Visão e Missão claras que facilitam as suas intervenções, entre outros. LAR ELDA (MISSIONARIOS COMBONIANOS/ARQUIDIOCESE NAMPULA) Bairro de Muahivire-expansão, Quarteirão 1, Casa nº58. Telefone 26218068 Irmã Cármen – cell 826931430 A fundação deste Lar foi financiada por um casal italiano (já falecido) cuja mulher se chamava ELDA, daí a designação de “LAR ELDA”. Nasceu para ajudar meninas órfãs ou em situação vulnerável, desde os 9-19 anos, para proporcionar-lhes um ambiente de educação adequado para uma vida digna, desenvolver e ter uma possibilidade no futuro. 110 Começou a funcionar em 2003, e actualmente alberga 40 meninas até completarem a 12ªclasse ou ter formação em enfermagem. Elas são identificadas em colaboração com outras irmãs religiosas, as quais avaliam rigorosamente a sua situação e concluem que é vulnerável e assim são trazidas para o acolhimento e acompanhamento. O Lar acolhe também meninas vítimas de maus-tratos. Além de crianças, também, a instituição ajuda as idosas em colaboração com instituições religiosas cristãs. Em termos de espaço geográfico, esta instituição funciona em Nampula, mas as meninas são acolhidas de diferentes pontos, umas de Nampula cidade, outras nos distritos e até há crianças recebidas de Pemba, através da colaboração com outras irmãs missionárias. O Lar não dispõe de muitas alternativas, em termos de ofícios para ocupar as meninas. Mas, depois da escola aprendem o bordado, corte e costura, máquina de dactilografar e informática. Aprendem também a criação de animais de pequeno porte. As meninas mais crescidas e com o nível escolar mais avançado, transformam-se em educadoras das outras. O lar não tem financiadores definidos, mas é ajudado por famílias estrangeiras, sobretudo, italianas e de pequenos grupos de religiosos cristãos. Não recebe apoio nem colaboração com instituições do estado, embora seja conhecido, excepto o da primeira Dama da província, e, também, da Chefe do Posto Administrativo de Corrane que ofereceram lanche e material escolar. Apenas a Educação tem colaborado na integração das meninas nas escolas. A colaboração com as comunidades é muito deficiente dado que a maioria dos familiares das crianças acolhidas só aparece no momento de encaminhamento dessa criança ao lar, mas a partir daí nunca mais procuram saber da evolução da sua menina. Porém, alguns familiares aparecem para fazer visita. A experiência que o Lar tem com as meninas é positiva, pois, algumas que saíram estão até a cursar Medicina e tomam o lar como referência, como a casa onde cresceram. As responsáveis do Lar apontaram como pontos fracos, o facto de se criar uma dependência das meninas em relação àquele Lar, uma vez que desde que a menina deixa os familiares se desliga por completo, não tem mais contacto com eles. A sociedade também fomenta discriminação destas meninas, nas escolas, incluindo professores. No lar sente-se falta de pessoal de apoio preparado pedagogicamente para apoiar no ensino de ofícios ou actividades fora da escola, tais como machambas e outras tarefas. 111 IRMÃOS MISSIONÁRIOS DE CARIDADE Bairro de Muahivire-Expansão, Quarteirão 20. Telefone 26240024, Irmão Bernard Muoki. È uma instituição da igreja cristã estabelecida em Setembro de 2003 e transferido de Namicopo, zona do Bispo, em 2005, para o Bairro de Muahivire-Expansão. Dispõe de dois espaços nomeadamente, a “Casa de Alegria,” no Bairro de Muahivire, cidade de cimento, em frente da delegação da TVM – Nampula, que é uma creche que acolhe somente criancinhas do sexo feminino, que 112 chegam debilitadas por doenças ou mal nutridas por várias razões incluindo o HIV/ SIDA. Recebem um suplemento nutricional e outros cuidados até a sua recuperação. E no lado de Muahivire-Expansão funciona o “Lar da Alegria” ainda em construção para, por sua vez, acolher rapazes doentes de epilepsia e idosos. 113 3.7 COMUNICAÇÃO Para identificar a nível da Cidade de Nampula e abrangendo o Distrito de Mugovolas, recursos, actividades e potencialidades da comunicação local existentes, bem como as possíveis lacunas, e para permitir a formulação de uma estratégia futura de comunicação, a equipa do CCP-JHU realizou encontros com os vários órgãos de comunicação existentes nesta urbe e com outras entidades que utilizam a comunicação para fazer chegar as suas mensagens, como é o de ONGs, grupos de teatro e órgãos do Governo. Nampula com uma particularidade de todas elas pertencerem às igrejas: Rádio Encontro (Católica), Rádio Vida (Protestante), Rádio Miramar (Igreja Universal do Reino A estratégia de comunicação do CCP-JHU será implementada na cidade de Nampula, capital da província de Nampula, e no distrito de Mogovolas, que serve de corredor para os distritos do litoral da província. Portanto, serão abrangidos 477.900 habitantes e 273.306 habitantes na cidade de Nampula e no distrito de Mogovolas, respectivamente8, constituindo 12% e 7% num universo de 4.076.642 habitantes de toda a província. Esta província possui potencialidades interessantes em recursos de comunicação relativas a pandemia do HIV e SIDA, quer a nível da comunicação social quer a nível de outros organismos intervenientes. Caracteriza-se, igualmente, por ter muitas rádios comunitárias privadas a nível da cidade de 114 de Deus - IURD), Rádio Haq9 (Islâmica) e um canal televisivo, Televisão Miramar (também da IURD). As mensagens de consciencialização da população sobre esta pandemia são promovidas através de grupos de teatro (as vezes em forma de filmes), 8 RAgenda do Professor 2008; MEC; Maputo. 2007; pág. 9. Dados fornecidos pelo INE. III Recenseamento Geral da População e Habitação, 2007. Resultados Preliminares. Maputo, INE, 2007. 9 Haq, Significa verdade na língua árabe e também em Emacua. canto e dança e programas radiofónicos. Entre as organizações da sociedade civil e do governo existentes em Nampula o CCPJHU conversou com: O Núcleo Provincial de Combate ao HIV e SIDA (NPCS), de Nampula é uma entidade financiadora das iniciativas provinciais no que concerne ao HIV e SIDA. O NPCS não possui projectos com acção específica para a rapariga mas, sim, para a mulher no geral. Sem especificar, confirma que a Direcção Provincial da Educação (DPE) e a Direcção Provincial da Mulher e da Acção Social (DPMAS) têm programas sobre a rapariga e o Projecto Population Service International (PSI) tem um projecto com as trabalhadoras do sexo. Sobre a componente de comunicação, o NPCS tem trabalhado com jornalistas locais. Tem um projecto de recolha e difusão de boas práticas, neste momento apenas com a RM mas que em breve irá se expandir para outras rádios da província. Como instituição coordenadora, o NPCS foi convidado a participar num programa novo da RM sobre HIV e SIDA que foi estreado no distrito de Mogovolas em que se usa a música, o teatro e concursos. Este programa serviu para medir o nível de conhecimento sobre questões ligadas ao HIV e SIDA naquele distrito que é muito baixo. É um programa financiado pelo CNCS e nesta fase abrange apenas 12 distritos da província. 115 O ICS tem tido um papel muito importante na difusão de mensagens a nível da província de Nampula. A partir do ICS o NPCS financiou as rádios comunitárias sob sua tutela a difundirem práticas que ajudam e as que não ajudam. O ICS tem a componente de unidade móvel que tem usado para seus programas de aconselhamento e testagem voluntária. O NPCS aliou-se a um programa da DPE que se chama Família Sem Analfabetismo e acrescentou o slogan “E Sem HIV”, portanto, o programa passou a chamar-se Família Sem Analfabetismo e Sem HIV. Este programa, difundido em Português e em Emacua, tem como objectivo levar a família a discutir e reflectir sobre o HIV e SIDA. Já tem elaborado um projecto com o PSI, a Universidade de Lúrio (UniLúrio) e um outro parceiro em que a PSI vai disponibilizar um técnico para fazer testes e o outro parceiro vai disponibilizar tendas e os estudantes vão fazer trabalho de voluntariado. O NPCS teve que retirar uma exposição sobre HIV e SIDA que tinha sido feita numa escola do distrito de Ribaué porque as peças expostas feriam os bons costumes da comunidade. De acordo com a Coordenadora do NPCS, Nampula tem uma Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Moçambique que está a ser subaproveitada. O NPCS está interessado em fazer parceria com aquela Faculdade. O NPCS acredita que a componente islâmica chega a ser um obstáculo à passagem das mensagens. Por exemplo, a Rádio Comunitária Islâmica Haq tem difundido mensagens segundo as quais a sua religião (a 116 islâmica) permite que um homem se divorcie da sua mulher se esta for seropositiva. E, as vezes, alguns líderes religiosos muçulmanos têm criticado fortemente as iniciativas do Governo e de outras organizações em comícios ou cerimónias públicas. Mas, a igreja Católica já organizou uma marcha sobre HIV e SIDA. Então: “Como comunicar na diversidade?”. Em relação aos Conselhos de Escola, estes têm trabalhado com os Conselhos das Comunidades, principalmente nos distritos. As Casas de Vídeo foram bastante criticadas durante a visita Presidencial, dai que, foram dadas instruções aos líderes das comunidades para controlarem os filmes que passam. Neste momento, o NPCS está a trabalhar nesse sentido para ter o feedback da Iniciativa Presidencial e através dos projectos, o NPCS vai treinar matronas em matéria de HIV e SIDA O NPCS tem estado a desenhar um projecto ambicioso com os Cabeleireiros da cidade de Nampula. O projecto consiste em dar cassetes/discos educativos sobre HIV e SIDA aos proprietários dos Cabeleireiros que passarão a difundir. Essa ideia é também válida para os Barbeiros. O NPCS em Nampula não tem um Responsável para Comunicação, estando esta área assegurada pelo sector de Programas. A MONASO, Delegação de Nampula, é uma instituição umbrella em que estão filiadas, até este momento, mais de 135 associações, dentre elas 3 trabalham especificamente com mulheres: Amora, Mulheres com Visão e Associação da Mulheres Rurais. Os seus maiores parceiros são a DPS e NPCS. A MONASO apoia em material informativo. O Projecto AID vai financiar um projecto de raparigas dos 12 aos 24 anos, que incluirá raparigas trabalhadoras do sexo. Este projecto terá como estratégia envolver os líderes comunitários, encarregados, matronas e jovens. A fase de acompanhamento do projecto vai durar cerca de 6 meses, virado essencialmente para aconselhamento. A nível da componente de comunicação, a MONASO tem usado filmes e rádios comunitárias para fazer passar as suas mensagens. Neste momento, trabalha com as Rádios Parapato e Encontro. Faz a sugestão dos temas dessas rádios para os programas com os quais tem parceria. Em 2005, tiveram um Projecto denominado Comboio da Vida em que se fazia divulgação de mensagens via megafone, mas teve que parar porque a MONASO achou que as pessoas já estavam saturadas. Mais tarde, tiveram apoio do GAS num projecto onde produziram panfletos, folhetos e outros materiais para as escolas com COV’s. A MONASO teve um concurso 117 de documentação de boas práticas onde o Grupo de Pintura e Canto e Dança Ephatto na Conga. A MONASO sustenta que não tem tido falta de colaboração mas de falta de integração e coordenação entre as instituições. O Grupo de Artes Plásticas e de Canto e Dança Ephatto na Conga é um grupo integrante da MONASO desde 2000, composto por 11 membros (7 homens e 4 mulheres). O grupo associa Ekekhai, significa verdade em língua Emacua Niikassope, quer dizer tenhamos cuidado em língua Emacua. 10 9 118 a componente de arte plástica e a de música. Fazem pintura de murais, folhetos, panfletos, dísticos, brochuras, e outros materiais informativos mas também cantam e dançam em Português e Emacua. Tiveram formação em prevenção, estigmatização e desenho de políticas no local de trabalho e género. Tiveram, igualmente, uma capacitação em “Formadores para Formadores de Educadores” pelo Projecto Empresários Contra SIDA (ECOSIDA). Deram uma formação a professores nacionais e estrangeiros em artes plásticas sobre HIV e SIDA. Neste momento, estão a formar crianças em pintura. Já trabalham com crianças há muito tempo. No âmbito da “Promoção das Boas Práticas no Quadro das Reformas do Sistema Prisional em Moçambique” financiado pelo Projecto Mundo, estão a formar 12 prisioneiros em artes plásticas na Penitenciária Industrial de Nampula, na Barragem. No distrito de Mogovolas já deram 4 espectáculos musicais patrocinados pelo Projecto Felicidade, que trata de assuntos ligados a florestas. Tem um disco (com título Ekekhai10) gravado cujas músicas passam pelas rádios da província, onde uma delas é sobre o dilema do HIV e SIDA (faixa # 6, Niikassope11). Ephatto na Conga está a preparar uma exposição para este ano. O Grupo Teatral Timbila é também um grupo profissional de teatro (e cinema) integrante da MONASO composto por 10 membros (2 homens e 8 mulheres). É um grupo formado na Casa da Cultura de Nampula e por artistas finlandeses por 2 anos. Estão capacitados em formar outros grupos teatrais. Tem 7 peças teatrais também traduzidas ao cinema, bem como peças radiofónicas, em Português e Emacua. Tem algumas peças teatrais e filmes sobre a rapariga: Patrocinados pela UDEBA: Educação à rapariga, fala sobre a relação entre a educação formal e tradicional e as causas de desistência da rapariga na escola; Género e HIV, fala sobre prevenção, descriminação, tratamento e equidade de género; Patrocinado pela CARE: PTV, fala sobre os conhecimentos básicos dos PTV’s; e Patrocinado pelo Projecto Felicidade: Violência Doméstica, que fala sobre os direitos da mulher e das crianças. Neste momento, estão a trabalhar com a Concern fazendo peças sobre O Papel do Conselho de Escola que tem como objectivo principal consciencializar as comunidades a perceberem de que as escolas são da comunidade e não das direcções de escolas. As suas actuações têm tido muito impacto porque para além de simples apresentação de peças teatrais tem havido também debates em língua local. Quando fazem as filmagens tem havido participação da comunidade como figurinos mas também como personagens. No distrito de Mogovolas formaram um grupo de teatro local que se chama Kuphulamunu que foi vencedor do Concurso Nacional de Teatro realizado este ano na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, com a peça Direitos do Idoso. O grupo Teatral Timbila implementa a componente de geração de rendimentos. O Grupo possui uma Peixaria, patrocinada pelo NPCS, que está localizada no bairro do Piloto, arredores da cidade de Nampula. Aquela Peixaria é a fonte de sustento das 8 raparigas do grupo (com idades entre 16 e 26 anos), visto que são órfãs. Trabalham naquela Peixaria 2 senhoras viúvas que também se beneficiam. A Rádio Moçambique (RM), Delegação de Nampula tem programas sobre HIV e SIDA financiados pelo CNCS e outros com fundos locais: Programa Juvenil com 4 horas de emissão; Tarde Jovem (patrocinado pela MediaSupport) e Viva Vida com 15 minutos e vai ao ar 2 vezes por semana e Olá Vida da 119 Emissão Nacional que lança mensalmente um tema e um concurso. Esses programas têm 2 formatos: programas de estúdio e emissões ao vivo, conhecidos como Rádio na Rua, onde envolvem as autoridades comunitárias e, às vezes, doentes de SIDA. Tem envolvido a população na concepção dos projectos. Neste momento, a RM está a difundir um programa de emissões ao vivo, patrocinado pelo CNCS, lançado a 21 de Setembro no distrito de Mogovolas e que vai abranger 12 distritos da província de Nampula. Nesta emissão foram convidados o NPCS, lideranças locais, grupos teatrais locais Ntxolontxo e grupos corais. Houve participação dos jovens no debate desse dia, facto que revelou falta de conhecimentos básicos sobre HIV e SIDA (Ex: Os estudantes não conhecem o significado da sigla HIV). Este programa e outros da RM-Nampula tem impacto porque os programas de rádio nos distritos são uma oportunidade, mas, também, as pessoas querem ver os seus ídolos. A componente religiosa (islão) já não é vista como um grande obstáculo e os ritos de iniciação são uma componente muito importante porque é lá onde as raparigas “aprendem a fazer sexo com muitos homens”. A Rádio Haq (RH) é uma rádio privada islâmica que existe desde 17 de Outubro 2007 (em regime experimental) e Abril de 2008 (emissões oficiais). Transmite em Português e Emacua. É uma rádio com 12 120 100 Km. de alcance, pode ser ouvida em Mogovolas, Meconta, Muecate, NampulaRapale, Murrupula e Namina. Por ser religiosa, reserva uma parte das suas emissões a evangelho, portanto, recitação do Sagrado Alcorão. Tem como parceiros a Embaixada dos Estados Unidos da América e o CCP-JHU. A equipa do CCP da JHU já visitou a RH por 3 vezes e treinou os seus trabalhadores a produzirem programas sobre HIV e SIDA que tenham impacto. Promovem um programa sobre HIV e SIDA com 3 componentes: Mensagens, Magazine (de 10 a 15 minutos) e Depoimentos de pessoas vivendo positivamente. Em parceria com a Associação Nivenhe12, estão a preparar um grupo de pessoas vivendo com HIV para produzirem uma peça de teatro para quebrarem o silêncio. Para os próximos 3 meses já tem preparados 12 temas relacionados com HIV e SIDA, fundamentalmente sobre prevenção, transmissão, estigmatização, nutrição e vida positiva. Aos sábados, das 10 as 11 e 30, têm um debate sobre mulher, rapariga e casamento. O tema desta semana, no mesmo programa, é “O Uso do Preservativo: O Que o Islão Diz e O Que os Outros Dizem”. Tem tido debates em directo com painelistas diferentes. Colaboram com a Faculdade de Ciências de Saúde da UniLúrio no apoio técnico e disponibilização dos seus estudantes e/ou docentes para os debates. Tem um outro programa chamado Prós e Contras na Mesa, aos Domingos com duração Nivenhe, quer dizer acordemos em língua Emacua. de 1 hora e 30 minutos que aborda temas gerais e diversos. O próximo tema deste programa será HIV: Modos de Transmissão. Na Rádio Haq não há descriminação religiosa, visto que nem todos os trabalhadores são muçulmanos. Nem a audiência nem os painelistas são apenas muçulmanos. O Director diz que “a primeira missão da sua rádio é transmitir a palavra de Deus (ALLAH), mas não são nenhum obstáculo. Não podemos promover camisinhas, mas sim, fidelidade. Para os jovens aconselhamos a abstinência. Se falarmos de camisinhas vamos levantar conflitos com os princípios islâmicos”. Depois da capacitação com o CCP-JHU, a RH mudou a maneira de conceber os programas sobre HIV e SIDA e a partir da próxima semana vão envolver a componente de teatro nos seus programas. A RH propõe que o CCPJHU faça uma equipa com produtores dos media que passarão a produzir programas sobre HIV e SIDA para os seus órgãos de informação. A Rádio Encontro (RE) de Nampula é uma rádio privada Católica que começou as suas emissões experimentais em Dezembro de 1995 e oficialmente a 1 de Janeiro de 1996 em língua portuguesa e emacua. Tem alcance de 75 Km neste momento gravam somente em cassetes porque o seu estúdio de gravações não está apetrechado com aparelhagem moderna. Como uma estação religiosa, esta rádio tem a missão de formar, informar e evangelizar. Tem programas para crianças, jovens e adultos. O grande constrangimento desta rádio é a promoção do preservativo. Neste aspecto, a rádio tenta arranjar uma linguagem conciliatória entre o discurso religioso e o sócio-científico. No ano passado, tinham um programa virado à rapariga financiado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) que parou por falta de financiamento. Transmitiam o programa da Voz da América que também já não vai ao ar. O apoio que a RE tinha do NPCS-Nampula também acabou. Neste momento, a RE está á espera da aprovação de um projecto submetido à Embaixada dos Estados Unidos da América, em Maputo. Tem um Padre que está a ser formado em 121 Jornalismo no Brasil. A RE é membro do Fórum das Rádios Comunitárias (FORCOM) que tem um Gabinete da Mulheres na região norte do País, com sede na cidade de Nampula, que fala particularmente dos programas dedicados à mulher e à rapariga. A Rádio Miramar (RM) de Nampula é uma estação radiofónica pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) estabelecida em meados de 2007 na cidade de Nampula. Conta, neste preciso momento, com 7 trabalhadores. Com 150 Km de alcance é captada no distrito de Mogovolas. Não tem nenhum programa dedicado especificamente a HIV e SIDA, apenas difundem um programa chamado Utilidade Pública com 1 hora de emissão. Este programa aborda temas diversos incluindo o HIV e SIDA. A RMi nunca fez nenhuma parceria nem com a MONASO nem com o NPCS, mas pode estudar uma parceria nesse sentido. As propostas de parceria são feitas a nível local. No dia 06 de Agosto passado, a RMi pediu a MONASO para que, conjuntamente, organizassem uma marcha sobre HIV e SIDA, mas, até então, não houve resposta. 122 O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA-Moçambique), Delegação de Nampula é uma entidade promotora de liberdade de informação e expressão e pluralidade dos media. O Delegado Provincial do MISA em Nampula é também produtor e apresentador do programa chamado Campo e Desenvolvimento pertencente ao Instituto de Comunicação Social (ICS) difundido pela RM-Nampula. Este programa fala tudo sobre o desenvolvimento do campo e os seus constrangimentos. E, por experiência própria, diz que o projecto do CCP-JHU para o distrito de Mogovolas é oportuno. Por exemplo, só no primeiro semestre deste ano, na Escola Secundária de Mogovolas desistiram 499 alunas devido a gravidez e muitos rapazes. Alia-se a isso o facto de terem descoberto um jazigo de turmalinas (pedras semi-preciosas) no povoado de Nathove, a 16 Km da vila. Entretanto, o MISA em Nampula, concretamente, nunca se manifestou sobre o HIV e SIDA. Instituto de Comunicação Social (ICS), Delegação de Nampula tem as componentes de rádios comunitárias, unidades móveis e mobilização. As unidades móveis divulgam as mensagens áudio e vídeo. Quinzenalmente fazem as medições do impacto através de fichas próprias e tem observado que o trabalho tem estado a resultar. O ICS está representado, neste momento, com rádios comunitárias nos distritos de Ribaué, Meconta, Nacala-Porto e Namialo e futuramente estará nos distritos de Memba e Mossuril. Todas as rádios do ICS têm a componente de HIV e SIDA. As 4 rádios comunitárias do ICS já tiveram finan- ciamento do NPCS. O ICS também conta com o apoio do NPCS na concepção das mensagens e na disponibilidade de técnicos de saúde por parte de outros parceiros. A Rádio comunitária de Namialo tem um programa chamado Rapariga Real virado exclusivamente à rapariga. O ICS-Nampula produz documentários (em vídeo), mas que segundo alguns círculos de opinião estão fora do contexto, particularmente na forma de abordagem dos assuntos. O ICS tem ligações com diversos grupos das comunidades onde tem trabalhado e acredita que o teatro tem um impacto muito positivo a nível das zonas rurais. Neste momento, o ICS tem financiamento da UNICEF para programas de educação da rapariga proposto a nível central usando especificamente as unidades móveis. Contudo, o ICS não tem meios adequados e completos para as suas unidades móveis. A província de Nampula possui um potencial de recursos, quer a nível da comunicação social quer a nível de experiência adquirida, mas nota-se um fraco comprometimento em combater o HIV/SIDA. Verifica-se, igualmente, uma grande ausência de coordenação e colaboração entre as organizações que trabalham nesta área. A cidade de Nampula tem 4 estações de rádios comunitárias privadas (Haq, Encontro, Miramar e Vida13) e 1 estatal (RM) mas não há convergência dos programas sobre HIV/ SIDA. Há também um comportamento de inércia que faz com que não hajam intervenções inovadoras na forma de fazer co13 municação. A comunicação social de Nampula, privada assim como estatal, não tem suas próprias estratégias de comunicação para prevenir o HIV e não consegue manter os programas com fundos próprios. Em Nampula existem exemplos de grupos auto-sustentáveis como são os casos do Grupo Ephatto na Conga e do Grupo Timbila. Nota-se também que esses grupos são profissionais, experientes e da confiança da MONASO, do NPCS e de outros parceiros. Outro facto notável é o desperdício de talentos e experiência, ou seja, os grupos não são auto-sustentáveis. São grupos munidos de profissionalismo e marketing institucional através de seus bons trabalhos e capazes de atrair novas parcerias. O Que Existe? •Existe um número elevado de rádios comunitárias privadas e outras plataformas de comunicação que, apesar de certos constrangimentos de ordem religiosa, tem feito um trabalho considerável na área de HIV/SIDA. Esses recursos de comunicação estão munidos de informações sobre o HIV/SIDA adquiridas em palestras, debates, seminários, etc. Essas rádios estão disponíveis a receber parcerias e novos projectos inovadores que lhes possa dar maior dinamismo. A equipa do CCP-JHU não contactou a Rádio Vida da cidade de Nampula 123 •Existe o ICS e a RM, com uma componente técnica e humana que pode ser aproveitada por outras rádios através de parcerias. São duas instituições com um potencial apreciável em recursos de infraestruturas, equipamento e humanos. Essas instituições estão também disponíveis a receber parcerias e novos projectos inovadores que os possa injectar maior dinamismo. •Existem 2 grupos profissionais (Ephatto na Conga e Timbila) com muita experiência de trabalho admirável. A profissionalização e experiência desses grupos facilita-os a adaptarem-se a novas estratégias de comunicação. Existem também grupos já formados (o caso do grupo Kuphulamunu de Mogovolas) ou que podem ser formados nos distritos face aos objectivos do projecto. •Existe, uma Faculdade de Comunicação na Universidade Católica de Moçambique, Delegação de Nampula que precisa de ser aproveitada. Esta Faculdade pode ajudar a apreciar as plataformas de comunicação que são usadas a nível da província no que concerne ao HIV/SIDA. •Existe, contudo, muito conhecimento por parte das pessoas intervenientes. Todas as entidades que lutam contra a pandemia estão munidas de formações e capacitações em matérias ligadas ao HIV/SIDA. O Que Não Existe •Apesar de existir muita vulnerabilidade da rapariga em Nampula, verifica-se que não 124 existem programas que trabalham em prol da prevenção do HIV/SIDA em raparigas em situação vulnerável. Esta vulnerabilidade da rapariga pode ter a ver, nalguns casos, com o factor religioso islâmico que proíbe a rapariga de usufruir de certos direitos, incluído o direito à informação, mesmo a educação sexual. •Uma das grandes lacunas verificadas entre os projectos relacionados com o HIV e SIDA é a ausência de coordenação e coesão entre elas. Não existe uma coordenação e colaboração nem a nível das políticas e, muito menos, a nível das acções fazendo com que, de certo modo, se verifique uma fragilidade na cooperação e implementação dos projectos, principalmente, para os projectos que operam na mesma comunidade. •A comunicação social em Nampula não é coesa. Isso faz transparecer a ideia de que existe um clima de rivalidade no seio dos media. Isto pode ter a ver com o facto de a maior parte das rádios comunitárias privadas existentes, particularmente, na cidade de Nampula, serem de origens religiosas diferentes: Católicos, Protestantes, Néoprotestantes e Islâmicos. •O grande desafio para o CCP-JHU na implementação do seu projecto é que existem poucos projectos que trabalham exclusiva e especificamente com raparigas adolescentes em situação vulnerável e que operam em Nampula e Mogovolas. •Aliado ao anterior ponto está a ausência da própria rapariga na elaboração das mensagens. Não existe um envolvimento da rapariga nas plataformas de comunicação que são activadas. •Não há facilidades de comunicação quando o poder da religião é visível dentro das comunidades. O maior constrangimento as plataformas do comunicação é o factor is- lâmico. A província de Nampula, segundo estatísticas, é a mais islamizada do País e isso pode criar conflitos com as mensagens que são veiculadas. Portanto, não existe concordância entre o discurso islâmico e sócio-científico e, até, político sobre o HIV e SIDA. 3.8 Encontros com as Organizações em Nampula Organizações em rede Monaso Esta Organização existe a nível nacional e desempenha um papel de coordenação em relação às organizações que trabalham na área do HIV/SIDA. Na conversa com o actual Coordenador apareceu claro que a situação das raparigas esta particularmente em risco em Mogovolas, e que Monapo e Malema são entre os Distritos mais ameaçados pelo HIV/SIDA. À pergunta sobre em quais dos bairros do Posto Administrativo Central de Nampula a MONASO tem intervenções, respondeu que aquela ONG trabalha via seus membros, por sua vez, estes têm acções em diferentes sítios, quer dentro da cidade, ou nos distritos. A MONASO aceita qualquer associação, seja de carpinteiros, comerciantes, músicos, etc, desde que incorporem nas suas actividades a componente de HIV/SIDA. Neste momento, está-se a projectar a capacitação de jovens para melhor desenvolverem actividades na área de negócios, geração de rendimento e também para pensarem na sustentabilidade das suas actividades. Entretanto, sugeriu-nos a contactar as seguintes ONG’s, por achar que elas incorporam componentes que interessam ao GIGV: - Cristo Rei (sr. Fanito, cell 826655050) componente de cuidados domiciliários e produção de medicamentos alternativos; - NIIWANANE (sra. Teresa, cell 826488830) – geração de rendimentos, escolinhas, sensibilização e visitas domiciliárias., dando ênfase ao género e COVs. Tem componente de medicina alternativa, e tem um grupo teatral de 20 jovens/crianças a representar nos Bairros com o apoio logístico da MONASO. A área geográfica de intervenção é a cidade de Nampula e os Bairros de Mutauanha, Napipine, Namicopo, Namutequeliua, Muahivire, Muhala e Muahatala. - AMORA (sra.Guida Mirana,cell 826964310) 125 – advocacia a favor da mulher; - Rede de Mulheres com Visão (sra. Gilberta cel 827066045) – advocacia a favor da mulher; - TIMBILA (sr. Magido cel 825355992) – sensibilização/prevenção através de teatros/ filmes; - Naakihane (824029574) – trabalhavam com ICAP na busca de pessoas que abandonaram o tratamento antiretroviral e faz visitas domiciliárias; - ORADE (Joaquim Box, Cell 820628570) – lida com crianças na OKHALIHANA. CADER (Associação de Camponeses para o Desenvolvimento Rural) Av: Samora Machel, nas instalações da OKHALIHANA. Srs. Augusto José Muaevela – Coordenador e Maria da Glória Severiano – Assistente de Programas, Tel 26213556. Criada em 31 de Dezembro de 1997, possui 200 membros entre homens e mulheres, e já foi legalizada mas falta a publicação da escritura no Boletim da República (veja estatutos em anexo). No concernente à área geográfica das suas intervenções, ACADER está nos distritos de Muecate, Meconta e cidade de Nampula. Ao nível da cidade de Nampula, trabalha no Bairro de Namicopo, Unidade Comunal Palmeiras 2, onde desenvolve actividades na área de educação de crianças órfãs vi- 126 vendo com as famílias adoptivas ou substitutas, alfabetização de adultos. A escolha desta parte de Namicopo deveu-se ao facto de ter sido uma zona de reassentamento dos deslocados da guerra, caracterizada por um número considerável de mulheres cujos maridos “abandonaram” á procura de emprego ou ocupação noutras zonas, por jovens não escolarizados e sem ocupação o que propiciava na zona uma situação deplorável dessas mulheres e jovens, de criminalidade, entre outros males que afectavam, também, as crianças. ACADER viu nesta situação uma oportunidade para uma iniciativa de ajudar a população no combate à tal criminalidade, criando facilidades em infra-estruturas, capacitação em gestão de negócios e protecção do meio ambiente. Em Namicopo, a associação dispõe de infra-estruturas constituídas de salas de aulas, incluindo fonte de água, financiada pela UNICEF por intermédio da DIMAS/ Conselho Municipal, que também beneficia a população circunvizinha. Na escola, de categoria de EP1, frequentam 375 crianças da 1ª a 5ª classes. No que diz respeito às parcerias, ACADER colabora com a Educação que paga os professores e alfabetizadores e, com a ZIP de Namicopo. Colabora com APEA na educação e alfabetização dos adultos e também com a escola 1º de Janeiro, pertencente a uma associação religiosa, localizada na rotunda do Aeroporto. Funciona o conselho de escola que muito precisa de capacitações para melhorar a sua intervenção na ligação entre a escola e a comunidade. Os membros do conselho não percebem o seu papel, não são capazes de fazer a mobilização porque não sabem qual é o seu trabalho como elo de ligação, por falta de capacitação. Comparecem nas reuniões quando convocados para a reunião de encarregados de educação, mas o seu envolvimento continua passivo na maioria das vezes. Entretanto, para fazer face a esta tendência, ACADER submeteu um projecto de capacitação deste conselho ao NPCS, foi aprovado mas ainda não foram disponibilizados os fundos. Funciona nesta comunidade também um conselho comunitário para a gestão da fonte de água. E foi criado um grupo de voluntários para sensibilizar a comunidade no combate ao fecalismo a céu aberto, promoção de latrinas e conservação do meio ambiente, mas ultimamente o dinamismo do grupo está baixando, talvez, por falta de incentivos. Outro parceiro era a Organização Internacional do Trabalho (OIT) que recrutou 14 mulheres entre membros de ACADER e as do Bairro, capacitou-as em matéria de gestão de negócios, poupança (xitike) e crédito rotativo, mas essas mulheres não têm fundos para iniciarem os negócios. Em termos de realizações, ACADER faz uma avaliação positiva, pois, na sua opinião o objectivo tem sido buscar alternativas para ocupação dos jovens, sobretudo, as mulheres que desenvolvendo as suas actividades quase não lhes resta tempo para a prostituição e, deste modo evitam a contaminação com o vírus de HIV/SIDA. Na área de educação, de 2001-2007, ACADER tinha como meta graduar 2000 alunos da 5ª para 6ª classe e conseguiu graduar 1750 alunos. As suas intervenções tornam ACADER uma Organização de reconhecido papel, quer ao nível da comunidade, pois, quando os encarregados de educação são convocados para ajudar nos trabalhos da escola, comparecem em massa. Goza também de reconhecimento por parte da direcção da educação da cidade e da ZIP. Apesar deste reconhecimento ACADER ainda enfrenta dificuldades financeiras, em infra-estruturas e outros recursos para impulsionar as suas intervenções. Entre as suas necessidades sonha em angariar fundos para a construção de mais 4 salas de aulas, um escritório próprio com uma casa de banho e desenvolver actividades de arte e ofícios para ajudar as crianças a aprenderem algum ofício pensando no seu futuro. Para isso tentou fazer lobby com a Embaixada do Japão e com a 1ª Dama, mas ainda nada de concreto senão apenas a esperança. Neste momento, ACADER encontra-se nos preparativos para a realização de sua Assembleia-geral, a ter lugar no distrito de Muecate, nos próximos meses. ACADER é uma ONG antiga que intervém em áreas que de certo modo são do interesse do GIGV, pelo menos ao nível da cidade de Nampula. Porém, a entrevista decorreu com as duas pessoas acima mencionadas que, por sinal, são os gestores dos programas e não houve tempo para conversar com os beneficiários ou outros membros, 127 nem tempo para a visita no terreno das actividades para confrontarmos as informações. O que temos como conhecimento é que em Nampula, ACADER ocupou para seu escritório um compartimento pequeno do edifício do Fórum OKHALIHANA, com muito poucas condições de trabalho. Possui um computador, e como muitas ONG’s, depende de financiamentos para as suas actividades. Até ao momento, queixa-se da falta de financiadores, pois, o maior financiador até aqui é NPCS. Este facto é susceptível de questionamentos se os financiadores não são interessados pelas áreas de intervenção da ACADER ou se o problema está no seu desempenho que pode não merecerr de confiança. Desta forma, havendo interesse de o GIGV estabelecer parceria com esta associação, será necessário aprofundar a pesquisa e entrevistar mais membros e beneficiários, incluindo visitas à zona onde está a operar. REDE DE MULHERES COM VISÃO Rua dos Continuadores nº21 (na dependência da Igreja Adventista do Sétimo Dia), em frente do Shoprite. Apesar de funcionar em instalações de uma Igreja, não é uma ONG religiosa. Tel 26216628; sra. Zumira Abdul Magid Carimo – Coordenadora, cel 824198928. É um fórum de 30 associações de mulheres, criado em 2006, legalizado e tem como: 128 - VISÃO – Mulheres empoderadas - MISSÃO – formar/capacitar mulheres social e profissionalmente de modo a poderem desenvolver qualquer actividade para o sustento e para a inserção social. - OBJECTIVO GERAL – ver a mulher a perceber e a reivindicar seus direitos por mérito, sobretudo, nas associações onde dificilmente a mulher ocupa cargos de chefia. Em resumo é uma ONG que exerce sobretudo a advocacia em favor da mulher e as suas intervenções incluem a formação para a vida, gestão empresarial, capacitação na área de informática, Inglês, elaboração de projectos, desenvolvimento organizacional/institucional, secretariado, direitos de herança e sucessões no âmbito da lei da família, HIV/SIDA e gestão de conflitos nas associações. O seu grupo alvo é constituído maioritariamente por mulheres que vêm pelas respectivas associações membros para aprenderem e depois disseminarem o aprendizado nas suas associações e nos seus convívios. Mas também, incluem-se alguns homens e mulheres singulares. A Organização possui membros que são alunas. As áreas vocacionais das associações membros são: educação para a mulher, HIV/ SIDA. Há projectos em carteira para acções de geração de rendimento no próximo ano. O que a Rede fez até agora na área de HIV/SIDA foi apenas a formação em pre- venção e Género, mas ao nível dos membros é muito difícil dizer algo de concreto, pois, ainda não foi feita pesquisa para se saber sobre acções no terreno. Ainda não foi desenhado um projecto para atacar a questão de desistência das raparigas das escolas, abusos e outras questões. Em termos de espaço geográfico de actuação, a Rede por enquanto concentra acções ao nível da cidade de Nampula, mas a partir do próximo ano projecta expandi-las para Mogovolas, Rapale e outros distritos. Possui um único financiador que é o Grupo África da Suécia (GAS) e um parceiro, a MONASO. E não há ainda um intercâmbio ou colaboração com estruturas comunitárias nem com entidades governamentais, então, é difícil dizer algo sobre os conselhos comunitários. Conclui-se que as acções da Rede têm impacto no sentido de que há mulheres que tendo-se beneficiado dessas capacitações, hoje estão empregadas. Entretanto, subsistem grandes sinais de fraqueza organizacional/institucional, dado que nas associações membros nota-se falta de solidez e entendimento sobre a finalidade das capacitações A Rede constitui um óptimo espaço e boa oportunidade para o debate e reflexão sobre aspectos que colocam a mulher em desvantagem, em termos de sua participação no desenvolvimento da família e de sua comunidade, apesar do seu grande papel NUGENA E uma rede de organizações sociais, que tem como objectivo a promoção da mulher e o equilíbrio da relação de género. Existem desde 1998, mas oficialmente só a partir de 2001. São membros do Fórum Mulher e estão presentes em 18 dos 21 Distritos da Província. Fazem parte desta rede 9 organizações, tendo o apoio do CIDA Canada e da Concern. O seu principal papel consiste em capacitar os seus membros e formar formadores das organizações para a área do género. Associações Juvenis AJID Esta é a Associação da juventude Islâmica para os jovens. Existe oficialmente desde 2004. Os seus objectivos têm que ver com a promoção da cultura, da educação, promovem os valores morais entre os jovens, apoiam os órfãos, realizam palestras sobre HIV/SIDA. Para com os jovens defendem sobretudo os temas da fidelidade e abstinência. Esta associação tem actividades sobretudo na cidade, e são 25 membros. Tem realizado caravanas que chegam aos Distritos onde realizam palestras. Em Mossuril têm o projecto de abrir uma escola primária com madrassa. Em Mossuril 129 as raparigas locais não vão a escola, e eles têm realizado palestras nas mesquitas para mobilizar os pais e as próprias raparigas. Em Angoche, na zona de Luazi tem um Centro para órfãos, com 20 crianças. Além das palestras nas mesquitas, no domingo promovem jogos de futebol, juntam os jovens, e no fim aproveitam para conversar sobre vários temas da juventude. As actividades que realizam são feitas em parceria com a comunidade islâmica. Gostariam de colaborara com a Rádio Haq, que e a Rádio muçulmana, mas não têm financiamento para tal. UNDE (UNIÃO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO ESTUDANTIL) Com a sede nacional em Maputo, na Av: Ahmede Sekou Touré nº2050, telefax 21327126 e fax 2131889, possui 3 delegações províncias, nomeadamente Nampula, Cabo Delgado e Niassa. A de Nampula fica situada na Av: Filipe Samuel Magaia nº44. Telef 26213058 ou cell827045976, sr. Tavares – Oficial do Programa, ou 826565191- sr. Pedro Casaco – Coordenador delegado. A Organização foi criada em 1 de Junho de 1996, é legalizada, os seus membros são estudantes e trabalha com núcleos das escolas que ela própria cria e capacita. O seu propósito é defender os direitos estudantis e divulgar os deveres pedagógicos, pois, o que se verifica é que há mais exigências no concernente aos deveres pedagógicos do estudante e, em contra partida, pouco ou quase nada se respeitam, os seus direitos, por parte das entidades, ou funcionários das instituições do ensino. 130 Desde a sua criação, a UNDE, tem como: VISÃO – escola livre da corrupção, de assédio sexual, da violência e do HIV/SIDA e drogas, onde os direitos dos estudantes são respeitados e levados em conta na tomada de decisões. Tornar a escola um lugar de oportunidades para que os estudantes possam fazer escolhas informadas sobre as suas vidas. OBJECTIVOS – garantir um ambiente de ensino/aprendizagem entre alunos e professores; informar e comunicar assuntos de direitos humanos, direitos e deveres escolares à comunidade estudantil; promover debates nas escolas e programas radiofónicos sobre questões que afligem os estudantes, redução dos conflitos e a promoção de um bom convívio social nas escolas. Estes núcleos são capacitados em gestão/mediação e triagem de conflitos pedagógicos nas escolas; divulgação dos direitos e deveres dos estudantes; promoção de palestras de sensibilização, advocacia e promoção de convívios estudantis. Em cada escola é criado um gabinete de atendimento ao estudante (GAE), constituído por chefe e 2 colaboradores, para velar pelas situações de assédio sexual à rapariga; estes fazem também campanhas de sensibilização sobre o HIV/SIDA, gravidezes precoces; e promovem debates sobre o novo curriculum de ensino. No respeitante a áreas geográficas de actuação, na cidade de Nampula, a UNDE possui núcleos na Escola Secundária 12 de Outubro (Bairro de Muhala-expansão); Escola S. da ADEMO (Bairro de Mutauanha); Escola S. de Namicopo (B.Namicopo); Escola S. Nampaco (zona da Quinta Naza); Escola de Tiacane (B. de Natikire); UP de Nampula; Escola S. de Napipine (B. Napipine); Escola Industrial e Comercial 3 de Fevereiro (B dos Bombeiros); Escola S. de Muatala; e Centro Cultural Islâmico (CCI). Em cada núcleo há activistas que monitoram as actividades. Existe também um plano centralizado da UNDE a partir do qual cada núcleo elabora o seu próprio plano. Apesar deste dinamismo entre estudantes, aspectos burocráticos dificultam a colaboração com as estruturas das escolas e, por isso, propicia um desnível de desempenho entre um núcleo e outro. Em termos de parcerias a UNDE trabalha com a LDH na capacitação técnica em direitos humanos; MONASO em seminários e debates sobre o HIV/SIDA; Conselho Província da Juventude (CPJ-NPL) em intercâmbios juvenis; Rede de Mulheres com Visão em intercâmbios e debates sobre o género e abusos da rapariga. Lida também com conselhos de escola para a capacitação das comunidades circundantes às escolas. O seu principal financiador é o Grupo África da Suécia (GAS) na capacitação técnica e apoio material. No que diz respeito às principais realizações, nos seus 11 anos de defesa do estudante, a UNDE orgulha-se de ter conseguido estar suficientemente divulgada e enraizada nas escolas e, conquistar os corações dos estudantes. A sua capacidade de intervir em assuntos de injustiças escolares e o seu espírito de frontalidade já cria certa inquietação ao nível de algumas entidades de educação. No início de cada ano reproduzse o regulamento interno das escolas que serve de instrumento de defesa contra as injustiças. A criatividade dos seus membros e núcleos, a interacção com estudantes promovendo os intercâmbios, as suas boas relações com 131 os conselhos de escolas e com os parceiros fazem da UNDE uma Organização forte. Associações da área da Educação DESAFIO JOVEM M`Sol Trata-se de uma organização cristã, e o próprio Coordenador é um pastor. Trabalham com jovens vulneráveis, sobretudo com crianças órfãs e vulneráveis e têm estado a apoiar cerca de 360 destas. Estão presentes em Namialo, Meconta e na cidade de Nampula, no Bairro de Nampaco. Neste momento estão a espera de financiamento para poder continuar com as actividades, entre as quais, um projecto de criação de frangos em Morrupula, para ajudar as famílias que cuidam de crianças órfãs, e queriam continuar a trabalhar com activistas que já estavam formados tendo a responsabilidade de visitar, cada um deles, 11 casas de órfãos. Começaram a operar em 2007, mas estão actualmente parados à espera do financiamento do NPCS. O grupo alvo é de jovens entre 12 e 19 anos de idade. Trabalham com estudantes nas escolas primárias de Anchilo em Rapale. Esta zona esta no corredor, onde passa a estrada nacional e a linha férrea, e existe também um quartel. ARO MOÇAMBIQUE No passado esta ONG desempenhou tarefas muito interessantes, trabalhando com parceiros fortes, como por exemplo no Projecto ÊSH da FDC, onde capacitaram núcleos escolares de combate ao HIV/SIDA nas escolas de 10 distritos da Província de Nampula, incluindo Nampula Cidade. A vocação desta ONG é educação, formação e comunicação/informação em diversas áreas que dizem respeito à juventude. Nesta altura está praticamente parada, à espera de conseguir financiamentos. 132 Os planos de actividade desta organização incluem: segurança alimentar, educação da rapariga, abastecimento de agua potável, sensibilização sobre HIV/SIDA nas escolas. Actualmente estão a trabalhar nas escolas realizando palestras, concursos e formação de 10 estudantes e 2 professores em Anchilo. Em Anchilo não há escolas secundárias, e às vezes encontram-se jovens que com 22 anos frequentam a 7ª classe. UDEBA Nasceu como ONG mas actualmente, desde 2004, existe como instituição. Trabalham em colaboração com a Direcção Provincial de Educação e Cultura, e a nível da educação básica no que diz respeito a: - infra-estruturas comunitárias (salas de aul- as, casas de professores) - centros de desenvolvimento comunitários (recursos) - capacitação de professores O tema de HIV/SIDA é tido como transversal. Existe uma forte colaboração com os Centros de Desenvolvimento Comunitários, onde decorrem cursos de alfabetização e implementação de micro-projectos para que os alunos aprendam: - medicina verde - horticultura - olaria - costura - cestaria - fabrico de blocos Estão presentes em 5 Distritos: Nacala Velha, Memba, Mogincual, Nacarroa, Lalaua. Podem-se deslocar a outros Distritos também se houver alguma necessidade. Não operam na Cidade. Em Lalaua, por causa da alta taxa de desistência das raparigas nas escolas, realizaram um inquérito social sobre os ritos de iniciação, e a seguir uma filmagem, graças ao envolvimento dos líderes tradicionais, das matronas responsáveis pelo ritos de iniciação, e das alifas, as professoras das madrassas. O grupo alvo é de crianças e jovens entre 7 e 12 anos. Para os mais velhos realizam torneios de equipas de futebol, debates assim como teatro (trabalhando sobretudo com o grupo Timbila). CONCERN Rua da Cidade de Moçambique, nºTelefone 26212829. Sr. Maurício Sulila – Coordenador da CONCERN, cell 823816040 Sra. Fátima Marcelo Jerónimo – Técnica para a área de Conselho de Escolas, cell 826915680. Sr. Caetano Inlapucha – Oficial para a área de HIV/SIDA e Género. Sr. Júlio Avalinho – Oficial para a área das ZIP’s e Centros de Recursos. Na cidade de Nampula, a CONERN estava a implementar o projecto de Educação, sobretudo, nas capacitações das Zonas de Influência Pedagógica (ZIP’s), tendo realizado actividades, tais como, capacitação psico-pedagógica dos professores, incluindo matérias sobre técnicas e tipos de avaliação e, em matéria sobre a psicologia da criança e sobre a ética profissional na Educação, sendo um dos temas principais o relacionamento professor/estudante (afim de desencorajar o assédio aos alunos). Na componente “crescer”, do mesmo projecto, foram capacitados os coordenadores das ZIP’s para estes fazerem a réplica nas respectivas zonas de influência. Foram construídos 8 centros de recurso de educação e equipados com mapas, bibliografia diversa e entregues equipamentos audiovisuais constituídos por vídeo, televisor e 133 filmes sobre o HIV/SIDA. As ZIP’s que foram abrangidas por este projecto são: Marere, Mutauanha, Serra da Mesa, Barragem, Namicopo, Muatala, 7 de Abril e Napipine. Todos os professores das ZIP’s foram abrangidos na capacitação em saúde sexual e reprodutiva, usando comissões de mães como pontos focais, nas escolas e núcleos de género e HIV/SIDA, criados nessas escolas. Os alfabetizadores também foram abrangidos, com destaque sobre a capacitação em matéria de planificação, usando métodos participativos, com enfoque de género. Ainda a CONCERN apoiou na formação profissional, no IMAP, 11 professores das ZIP’s de Serra da Mesa, Barragem, Marere e Mutauanha. As capacitações incluíam palestras sobre a estratégia de promoção de acções preventivas em relação ao HIV/SIDA. Assim, em cada escola surgiram subcomissões de género e HIV/SIDA para lidar com essas questões. Os núcleos beneficiavam-se de palestras sobre como preparar e dirigir encontros. Foram, também, criados e capacitados grupos teatrais, em 5 escolas, nomeadamente, Tiacane (Natikire); Namicopo B; EPC de Carrupeia; EP2 de Belenenses (Muahala); e EPC de Cossore (Muatala). A ideia era de estes grupos, além de desenvolverem actividades normais de difusão das mensagens, fossem também, trabalhar noutras escolas para criarem inspiração em outros alunos criarem grupos de teatro. 134 No concernente às parcerias que a CONCERN estabeleceu, foi apenas com a Direcção Distrital de Educação onde foram indicadas pessoas para representantes por área como género e HIV/SIDA, conselho de escola, ZIP’s, etc. Com a Direcção Provincial de Educação havia apenas concertação, enquanto com as ONG’s locais não havia muita ligação, senão negociações e consultas. A CONCERN colaborava com a UDEBA e Save The Children na componente de educação para todos, iniciativa que não sobreviveu por falta de financiamento. Colaborou também com o Concelho Municipal e a Direcção Ciência e Tecnologia, na construção de 2 escolas incluindo a capacitação dos respectivos conselhos de escola. Durante a implementação do seu projecto de educação, a CONCERN realizou capacitações dos conselhos de escola, mas somente em 12 escolas é que a capacitação foi em 100% e nas restantes escolas foi um ciclo parcial. As matérias que versavam essas capacitações eram: regulamento do ensino básico; planificação estratégica; contabilidade básica e produção de relatórios; saneamento do meio ambiente/ uso de latrinas; incluía também as trocas de experiências entre os conselhos de escolas. Porque um conselho de escola representa todos os grupos da comunidade escolar, a CONCERN adoptou como estratégia de saída capacitar estes conselhos de escola em: construção e manutenção de escolas; elaboração de micro-projectos de geração de rendimento; incluía também a projecção de filmes, na componente de educação preventiva. LISTA DAS ESCOLAS POR ZIP CAPACITADAS NO AMBITO DO PROJECTO DE EDUCAÇÃO APOIADO PELA CONCERN Nome da Escola Kalonka Cossore Namicopo B Mutauanha Mpuecha Namauatto B Tiacane Acordos de Lusaka Carrupeia Nikutha Barragem Nahene 1 Distância a partir da cidade ≈ 29 Km ≈ 3 Km ≈ 19 Km ≈ 4 Km ≈ 6Km ≈ 13 Km ≈ 7 Km ≈ 14 Km ≈ 3 Km ≈ 5 Km ≈ 4.5 Km ≈ 13 Km Nome da ZIP Nome da Escola Distância Nome da ZIP Ciclo de capacitação parcial Mutava - Rex Mutomote Serra da Mesa Murrapaniua 1 Murrapaniua 2 Napipine ≈ Mutomote Mutomote Serra da Mesa Mutauanha Mutauanha Napipine Ciclo parcial Ciclo parcial Ciclo parcial Ciclo parcial Ciclo parcial Ciclo parcial ≈ ≈ ≈ ≈ A seguir são apresentadas as ZIP’s e o Conselhos de Escolas considerados mais dinâmicos pelo seu desempenho. CONSELHOS DE ESCOLAS (por ordem de classificação quanto ao seu desempenho): - Cossore - Mpuecha - Tiacane - Belenenses - Carrupeia Ciclo de Capacitação (100% completo) Muatala (zona militar) Ciclo completo Muatala Ciclo completo Muatala (no Lourenço) Ciclo completo Mutauanha Ciclo completo Mutauanha Ciclo completo Mutauanha Ciclo completo Marere Ciclo completo Marere Ciclo completo Namicopo Ciclo completo Barragem Ciclo completo Barragem Ciclo completo Namutequeliua Ciclo completo - Nikutha - Serra da Mesa - Mutauanha - Murrapaniua 1 ZIP’s mais dinâmicas (por ordem de classificação quanto ao seu desempenho) - Marere - Muatala - Serra da Mesa - Mutomote - Napipine 135 A CONCERN apontou como factores que poderão constranger a sustentabilidade do projecto de educação, após a sua retirada: - As mudanças de coordenadores das ZIP’s, cujos substitutos ou não estavam a par do processo, ou não levavam a sério as acções iniciadas pelos seus antecessores; - A falta de recursos financeiros para a continuação dos debates/seminários e troca de experiências entre os conselhos de escolas e/ou as ZIP’s, depois da retirada da CONCERN. Quer dizer, não falta a vontade nas pessoas, mas sim, meios para continuarem em frente; - A maior parte das pessoas eleitas para membros dos conselhos e núcleos de escola não é escolarizada, porém, as eleições internas desses membros não são acompanhadas de capacitações. - Com a retirada da CONCERN as capacitações reduziram bastante e, isto constitui uma fraqueza para a continuidade das actividades, quer dos conselhos de escolas, quer das próprias ZIP’s. Solidariedade (Zambézia) Esta Organização é membro e Representante da Rede Nacional da Criança na Província. Dentro das suas actividades promove também a campanha contra o abuso da rapariga, que para tal criou um fórum representativo da rapariga nas escolas da cidade. 136 O Fórum Provincial contra o abuso sexual da rapariga tem como objectivos principais: fortalecer o conhecimento das raparigas sobre os seus direitos, ganhar consciência sobre a importância da educação como fonte para habilidades para a vida, e aprender a dialogar com os pais, parentes e sua comunidade. O problema deste fórum é não ter financiamento para a continuação da campanha. Em principio deveriam estar presentes nas Escolas Secundarias de Nampula, Teacane, EPC de Namutequeliua, EPC da Barragem, EPC Mapara, e EPC de Muthita. Na Escola Secundária de Nampula foi aberto um clube da rapariga, mas sem actividades por falta de fundos. A ideia partiu da experiencia da FAWEMO, e era que nestes clubes a rapariga pudesse ter noções de musica, culinária, e habilidades para a vida em geral. Tiveram cobertura da TVM na altura da campanha, num Programa que teve muito seguimento, e que intitulava-se: Sa Khula Mahiku (=Novidades Diárias) Associações de Mulheres CENTRO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA Bairro de Muhala-Expansão, Quarteirão 29/30, Cell 826957460 – Irmãs Lídia ou Norma. É um centro que iniciou as suas actividades em 2003, atende especialmente mulheres, viúvas, desempregadas ou vulneráveis no ensino/alfabetização dos Adultos; na capacitação em artesanato, croché, corte e costura, culinária e medicina alternativa (medicina verde). Aprendem também conceitos de primeiros socorros, conhecimento de plantas medicinais para a preparação de chás, pomadas, xaropes e outros medicamentos que ajudam a combater algumas doenças como borbulhas, feridas, bronquites e asmas, entre outras. Aprendem a aplicação de argila também no combate às doenças. No centro faz-se também o atendimento de alguns doentes que sem serem do centro demandam o tratamento com recurso as plantas. Como já vimos a maioria são mulheres do bairro que chegam voluntariamente em busca de aprender algo para a vida, além do simples ler e escrever, e frequentam desde o 1º a 3º anos de AEA e no próximo ano pretende-se introduzir a 6ªclasse e curso de informática. Actualmente conta com mais de 500 pessoas, incluindo as que chegam de outras comunidades/bairros, convocadas para participarem nas palestras acabando por se apaixonarem por diversas actividades que o centro desenvolve. Ape- sar existirem alguns rapazes o centro é predominantemente de mulheres e raparigas acima de 14 anos de idade. Embora se trate de um centro gerido por Irmãs religiosas, não há condicionalismo religioso para se ser integrado nas actividades, até porque a grande maioria das mulheres que frequentam o centro professam ou se identificam com a religião islâmica. O objectivo é ajudar as pessoas a prolongarem a sua vida e abrir a sua mente através destes cursos e frequência ao centro de AEA. As palestras que o centro promove são sobretudo educativas para o esclarecimento sobre os direitos de cidadania, a lei da família e outros aspectos dos direitos humanos. Neste sentido, as viúvas são assistidas com a finalidade de recuperarem o seu direito de herança que lhes é negada. Há exemplos positivos de 3 viúvas que estão a receber o direito de aposentadoria dos seus maridos antes de falecerem. O centro possui equipamento audiovisual para as palestras, infra-estruturas como salas de aulas e oficinas de ofícios para a culinária, bordados e corte e costura. Tem como único parceiro a Educação que paga os alfabetizadores e integra as finalis- 137 tas no ensino formal e facilita a produção de certificados de equivalência. Mas a colaboração com entidades como DPMAS é muito difícil devido a morosidade no atendimento, por exemplo de pessoas debilitadas por HIV/SIDA em TARV e que procuram apoio em dieta alimentar. Entretanto, está aberto para parceria neste desafio de ajudar as pessoas a lutarem por uma vida digna. Colabora com outras entidades religiosas. Não possui um financiador a não ser pessoas de boa vontade, sobretudo, es- trangeiros que dão apoio quer material, quer financeiro. É um centro muito procurado no bairro e, muitas vezes fica com espaço bastante reduzido para mais pessoas, sinal de sua importância e do seu papel social nas comunidades circunvizinhas. Não é um centro de acolhimento do tipo internato, apenas as pessoas se concentram para os trabalhos do dia, no fim do qual regressam às suas casas. AMORA (ASSOCIAÇÃO MOÇAMBICANA PARA A PROMOÇÃO DA RAPARIGA) Bairro de Napipine, atrás da Direcção Provincial do Trabalho. Entra-se pela rua que separa os muros do cemitério velho e do parque de estacionamento da TPN. Sra. Guida Miranda – Coordenadora, cell 826964310, e-mail guidamiranda@tdm. com.mz; [email protected]. É uma associação nacional criada em Novembro de 2000 e a Delegação de Nampula dispõe de 40 membros individuais. O seu propósito é promoção da mulher e género através de capacitações em áreas vocacionais, tais como, educação formal, profissional e educação/comunicação preventiva contra o HIV/SIDA. Mas neste momento não está a desenvolver projectos concretos, apenas possui um centro educacional na vila de Rapale (Nampula distrito, entre o tribunal local e a sede do partido Frelimo), com 2 salas de aulas onde frequentam alunos desde 1ª-5ªclasses e turmas de alfabetzação. 138 Em Rapale ainda tem um programa de agricultura com uma machamba de cerca de 12 hectares para beneficiar as comunidades circunvizinhas, onde as famílias recebem por empréstimo uma parcela de terra e certa quantidade de semente para no fim da campanha reembolsar a mesma quantidade que irá beneficiar os outros. Na área de HIV/SIDA forma activistas que promovem palestras de sensibilização e apoia as COV’s. AMORA tem um grupo de crianças em 3 escolas: na escola 1º de Janeiro, na zona do Xitende (rotunda do Aeroporto, Nampula cidade) são 80 COV’s vivendo em famílias substitutas e apoiadas em material escolar; 2 crianças na escola de Namicopo; 2 na escola dos Limoeiros; 4 na escola comunitária dos CTT (Bairro de Carrupeia) e 12 crianças em Rapale. Como atrás referido, o centro não é de acolhimento, mas serve para promover capacita- ções vocacionais, tais como extensão rural, batique/corte e costura, culinária. Em termos de procedimentos para a identificação das crianças vulneráveis, as próprias escolas é que fazem o levantamento/cadastro dessas crianças e algumas delas são parentes dos membros da AMORA. Trabalha também com as lideranças comunitárias/madrassas e igrejas na identificação das meninas para a formação nesses cursos vocacionais. Colabora com a educação/directores das escolas e responsáveis pedagógicos na ocupação de tempo de férias para essas aprendizagens, no sentido de não se desviarem. O centro de formação de alfabetizadores de Mutauanha é outra instituição com que AMORA colabora na disponibilização do material para AEA. A ligação escola comunidade, conselhos de escola, permite a identificação de raparigas que por diversos motivos não conseguiram ingressar na escola e facilita a mobilização dos pais a perceberem as vantagens de a criança frequentar a escola e a participarem nos trabalhos da escola, nas reuniões da escola e contribuições para as beneficiações das mesmas escolas. Nas suas actividades, AMORA conta com os seguintes parceiros: MONASO, NPCS, MOPH, DPS, Rede de Mulheres com Visão, OKHALIHANA, SOLIDARIEDADE ZAMBÉZIA. E teve a Terre des Homens da Alemanha como principal financiador, mas agora já se retirou. Depois contou com a Save the Children, em Nacala-Porto, NPCS em Rapale e Mogovolas. A sua área geográfica de actuação é Nampula-Rapale, Mogovolas (onde grupo de mulheres com projecto de geração de rendimento recebeu apoio do FIL e está a produzir amendoim) e Nacala Porto e Memba. Associação das Mulheres Rurais Rua dos Continuadores nº 21(na dependência da Igreja Adventista do Sétimo Dia). Apesar de funcionar em instalações de uma Igreja, não é uma ONG religiosa. Tel 26216628; sra. Zumira Abdul Magid Carimo – Coordenadora, cel 824198928. É um fórum de 30 associações de mulheres, criado em 2006, legalizado e tem como: -VISÃO – Mulheres empoderadas -MISSÃO – formar/capacitar mulheres social e profissionalmente de modo a poderem desenvolver qualquer actividade para o sustento e para a inserção social. -OBJECTIVO GERAL – ver a mulher a perceber e a reivindicar seus direitos por mérito, sobretudo, nas associações onde dificilmente a mulher ocupa cargos de chefia. Em resumo é uma ONG que exerce sobretudo a advocacia em favor da mulher e as suas intervenções incluem a formação para a vida, gestão empresarial, capacitação na área de informática,inglês,elaboração 139 de projectos, desenvolvimento organizacional/institucional, secretariado, direitos de herança e sucessões no âmbito da lei da família, HIV/SIDA e gestão de conflitos nas associações. O seu grupo alvo é constituído maioritariamente por mulheres que vêm pelas respectivas associações membros, para aprenderem e depois disseminarem o aprendizado nas suas associações e nos seus convívios. Mas também, incluem-se alguns homens e mulheres singulares. A Organização possui membros que são alunas. As áreas vocacionais das associações membros são: educação para a mulher, HIV/ SIDA. Há projectos em carteira para acções de geração de rendimento no próximo ano. O que a Rede fez até agora na área de HIV/ SIDA foi apenas a formação em prevenção e Género, mas ao nível dos membros é muito difícil dizer algo de concreto, pois, ainda não foi feita pesquisa para se saber sobre acções no terreno. Ainda não foi desenhado um projecto para atacar a questão de desistência das raparigas das escolas, abusos e outras questões. Em termos de espaço geográfico de actuação, a Rede por enquanto concentra acções ao nível da cidade de Nampula, mas a partir do próximo ano projecta expandi-las para Mogovolas, Rapale e outros distritos. Possui um único financiador que é o Grupo África da Suécia (GAS) e um parceiro, a MO- 140 NASO. E não há ainda um intercâmbio ou colaboração com estruturas comunitárias. A Rede constitui um óptimo espaço e boa oportunidade para o debate e reflexão sobre aspectos que colocam a mulher em desvantagem, em termos de sua participação no desenvolvimento da família e de sua comunidade, apesar do seu grande papel. Talvez o pouco tempo de sua existência justifique a sua fraqueza organizacional, mas o campo de sua intervenção certamente tange o de interesse do GIGV. Assim, julgamos que é um potencial candidato ao estabelecimento de parceria pelo menos para a área de advocacia, mas precisaria de muito trabalho de capacitações no sentido de promover consciencialização para atacar aspectos, muito mais sensíveis da vida da mulher e da criança na família e na sociedade, em vez de centrar-se na promoção da mulher nas agremiações. Nugena E uma rede de organizações sociais, que tem como objectivo a promoção da mulher e o equilíbrio da relação de género. Existem desde 1998, mas oficialmente só a partir de 2001. São membros do Fórum Mulher e estão presentes em 18 dos 21 Distritos da Província. Fazem parte desta rede 9 organizações, tendo o apoio do CIDA Canada e da Concern. O seu principal papel consiste em capacitar os seus membros e formar formadores das organizações para a área do género. Organizações da área do microcrédito e da geração de rendimento IRAM É uma organização estrangeira de origem francesa que existe em Moçambique desde 1997, e que trabalha na área de microfinanças. O projecto que tem em Nampula chama-se rede das caixas rurais de Nampula, e está a operar desde 2005, com financiamento da cooperação suíça, gerido pela Helvetas. Trabalham em 5 distritos: Erati, Muecate, Mecuburi, Rapale e Meconta. Em Nampula já tem 25 caixas. O empréstimo é feito a grupos e não individualmente. Os créditos são utilizados sobretudo para a área de negócios e de agricultura. OLIPA Existe há 7 anos, e foi a CLUSA que a ajudou a se formar. A palavra olipa significa “ser forte”em macua. Estão em 8 distritos: Nampula-Rapale, Murrupula, Ribaue, Malema, Mecuburi, Muecate e Erati. Esta organização promove associações de produtores, comercialização e ligação com os mercados. Como actividades transversais tem centros de alfabetização em vários distritos, e focam o HIV e o meio ambiente. Estes centros existem em todos os distritos onde estão presentes, menos Erati. Os jovens e muitas mulheres também frequentam estes centros que tem 3 níveis. Trabalham em parceria com Ophavela, e Iram e estas entram com a parte de microcrédito, tendo todas estas organizações uma forte componente de associativismo. Caixa das Mulheres de Nampula Existem desde 2005 e estão presentes em Erati, Muecate, Mecuburi, Meconta, Rapali, além de Nampula cidade. Foi a COCAMO que criou as condições para se tornarem independentes. Funcionam como um Banco onde a poupança e o crédito são as principais actividades. Tem mais de 3000 mulheres que recorrem aos seus serviços e que pedem créditos para pequenos negócios (produtos da machamba, pecuária, e outras vendas informais). A vantagem da Caixa é que concedem 141 crédito mais facilmente do que os Bancos, mas o máximo do empréstimo e de 25000 Mts. O valor de deposito para poupança pode ser mais baixo daquele praticado nos Bancos, isto é de 5 meticais. Não tem tido problemas de crédito mal parados, pois tem tido um retorno de 98% dos empréstimos feitos. Também os jovens podem pedir crédito, mas tem que ter mais de 18 anos. Tem 25 caixas espalhadas pela Província com mais de 5000 clientes, na maioria mulheres. Entre os novos projectos de expansão tem a perspectiva de ir para Nacala Porto para permitir que mulheres e raparigas possam encontrar alternativas de auto-sustentamento que não seja ligado ao negocio do sexo. Ophavela Até 2004 pertenciam a ONG internacional CARE, tem 34.000 beneficiários na Província de Nampula, e estão em 14 distritos incluindo todos os Bairros da Cidade de Nampula e em Mugovolas. Capacitam as comunidades para que possam gerir o seu próprio dinheiro, ajudandoas a criar mecanismos de poupança e de créditos, assim como de um fundo social (por ex. para resolver problemas de saúde). O apoio é dado através de animadores co- 142 munitários (250), que por sua vez formam grupos nas comunidades de poupança e crédito rotativo, sendo as próprias comunidades que pagam os animadores. Estão a tentar criar associações nos distritos para descentralizar e tornar as comunidades auto sustentáveis. Em cada distrito há um oficial de programa, e este é o caso de Mugovolas, e existe um supervisor regional para cada 3 distritos. As actividades da Ophavela tem uma componente de HIV/SIDA, e conseguem atrair 45% de mulheres para as suas actividades, mas procuram parceiros para fortalecer esta componente. Os grupos mais fortes, entre os quais alguns grupos de mulheres, são aqueles que estão perto dos corredores, e na cidade de Nampula, por causa do volume de negócios. Organizações internacionais tendo múltiplas intervenções Existem varias organizações internacionais na Província de Nampula, que implementam Projectos em várias áreas. É o caso da Visão Mundial, da Helvetas, da SNV, da Concern, da Cocamo, da Clusa. Na sua maioria não se encontram a trabalhar na cidade de Nampula e estão presentes nos distritos mais longínquos, seguindo as indicações do Governo, no sentido de apoiar os distritos mais desfavorecidos na luta contra a pobreza e na melhoria dos sistemas de Educação, Saúde, e produção, geração de rendimento, comercialização, e boa governação, sobretudo nos Distritos. Entre estas várias e activas Organizações, destaca-se a SNV. SNV Esta ONG holandesa, trabalha em Moçambique e na Província de Nampula, há mais de duas décadas. È uma organização que tem vindo a desempenhar um papel fundamental, pela seriedade e abrangência das suas intervenções a vários níveis. Está seguindo actualmente uma nova estratégia, baseada nos seguintes pontos: - orientação das actividades em duas áreas que são aquelas dos serviços básicos (BASE) e a de geração de rendimento, produção e criação de trabalho (PIE) focando estes pontos no contexto das prioridades nacionais de desenvolvimento - procura de uma forte colaboração a nível local, essencial para render sustentáveis os esforços que visam á redução da pobreza - tomar a “boa governação para o empoderamento” como um conceito fundamental - cuidar da diversificação das parcerias e dos recursos, para aumentar o impacto das intervenções e para apoiar no fortalecimento da ligação entre micro e macro Para realizar intervenções que são dirigidas aos serviços básicos, foram escolhidas as áreas de Educação, Saúde, Agua e Saneamento e Energia. De facto a SNV assinou recentemente um memorandum de entendimento para apoiar o Sector de Educação no Distrito de Mugovolas, no sentido de reduzir a desistência das raparigas da continuação dos estudos, e enfrentar outros problemas destas. No que diz respeito a Saúde, além de fortalecer o sistema nacional de Saúde em relação ao acesso básico dos utentes, existe a preocupação de melhorar a qualidade do atendimento às mulheres grávidas, por exemplo, devido às altas taxas de mortalidade na altura do parto em Moçambique, e em outros Países Africanos onde estão a operar. No que diz respeito a tripla escolha (PIE), isto é income, production e employement, a SNV baseia-se em experiência e conhecimento que se referem a vários Projectos nestas áreas implementados em outros Países, como Mali, Tanzania, Lao, Nicarágua. A preocupação da SNV é de demonstrar a eficácia das suas intervenções, no sentido de render factíveis os seus Programas, e isto é através da possibilidade de medir sistematicamente os resultados obtidos. A boa governação e o seu fortalecimento é uma outra actividade chave, porque, se assim for, garante-se o desenvolvimento do País. Sabemos que em Moçambique, estas 143 condições ainda permanecem, frágeis, e é preciso fazer-se muito trabalho a nível da liderança e dos próprios citadãos. Assim a capacitação a nível local abrange um leque de aspectos, também no sentido de promover a auto-sustentabilidade, a apropriação das actividades implementadas, sejam quais forem os seus objectivos. Em Nampula, mais especificamente, a SNV esta a juntar e capacitar várias ONGs da área da Educação, pois a ideia é de haver mais coordenação entre elas. A SNV está de facto a apostar na educação da rapariga, e no fortalecimento dos currículos locais, assim como do fortalecimento da ligação EscolaComunidade, e, seguindo a nova estratégia, actualmente também a nível da Cidade de Nampula e da Vila de Mugovolas. Até agora tinha trabalhado mais nas regiões de grande plantações de caju, como Angosce e em toda a região costeira, onde 144 tem tentado fortalecer a cadeia income, emprego e rendimento, e tem assessorado as organizações locais para maximizar o seu impacto. De facto é evidente, cada vez mais, a nível da Cidade de Nampula a necessidade de se melhorar a qualidade de vida das pessoas, particularmente dos grupos mais vulneráveis, e por isto a pertinência das novas intervenções desta organização. 3.8 CONCLUSÕES e RECOMENDAÇÕES Na Província de Nampula existem muitos actores intervenientes sobretudo nos sectores de desenvolvimento. As áreas da Saúde e da Educação aparecem como bastante frágeis mesmo tendo importantes ONGs a trabalhar nestas áreas, sobretudo agora com a retirada da CONCERN. As intervenções para combater o alastramento do HIV/SIDA são bastante recentes, porque esta não é ainda uma Província com alta prevalência, mas os casos de novas infecções são alarmantes nos últimos anos, sobretudo entre os jovens, e particularmente entre as raparigas. Em contraparte, existem nesta Província organizações presentes no terreno há já vários anos, e existe uma forte tradição de formação institucional e de capacitação para o auto-sustentamento das ONGs locais e das CBOs. Ao longo do trabalho para o Mapeamento encontrámos aqui, como na Província da Zambézia, muita potencialidade, mas que precisa de coordenação e de maior interacção entre os vários intervenientes. O sector mais forte e apetrechado é o de microfinanças, ao contrário dos da saúde e da educação. Nesta Província que está crescendo rapidamente do ponto de vista económico, existe de facto uma certa agilidade social e económica, pequenos e grandes negócios e uma rede de comercialização e escoamento dos produtos agrículas que funciona. Nampula é considerada actualmente como a 2ª mais importante cidade de Moçambique, depois de Maputo. No que diz respeito a educação, embora hajam numerosas escolas, em número maior das escolas existentes por exemplo na Província da Zambézia, a situação das desistência das raparigas é muito alta, assim como os casos de gravidezes precoces e de casamentos prematuros. Existem Universidades e até uma Universidade Islâmica, mas que não são acessíveis a muitos jovens, e raparigas especialmente que vivem longe, nas zonas rurais. A situação dos Lares para estudantes, que poderiam acolher os provenientes das zonas rurais, infelizmente é muito precária. Na área da saúde existem poucas organizações fortes, e a maioria daquelas que trabalham na área do HIV/SIDA, fazem-no de forma transversal, paralelamente a outros ramos de interesse. O Núcleo Provincial de Combate ao HIV/SIDA tem tido muitas limitações em apoiar as organizações, sobretudo as pequenas, por causa da dificuldade de acesso aos fundos e de efectuar desembolsos pontuais. Assim, notamos a existência de uma vastidão de Instituições/ONG’s/OCB que trabalham, de diferentes maneiras, estando envolvidas em diversas áreas de intervenção, por vezes tendo a área das COVs e da rapariga como transversal. 145 Poucas são as que somente lidam com a área das COVs, ou da rapariga e mulher, tendo um forte impacto e acções a longo prazo. No entretanto,grande parte das ONG’s contactadas apresentam características positivas no seu desempenho, em geral, assim como requisitos que podem sugerir parcerias interessantes para o Projecto GIGV. A SNV, a CONCERN, entre as internacionais, e a Solidariedade entre as nacionais, representam sem dúvida modelos de organizações, que têm desempenhado ao longo de anos nesta Província um papel muito positivo. A tendência nesta Província tem sido a de se fortalecerem e apoiar em, se para tornarem autónomas daquelas ONGs locais, que têm demonstrado capacidade e que tem sido capacitadas para tal, mas, muitas vezes, negligenciando a situação urbana. No que diz respeito à área da comunicação, foi constatado que, para atingir os nossos objectivos, iremos precisar de: - Promover um programa virado exclusivamente à prevenção da rapariga em situação vulnerável. Este programa tem que tomar em conta o factor religioso islâmico que é muito tradicional e conservador. Pelo facto da componente religiosa ser muito sensível, é preciso realizar um trabalho conjuntamente com as madrassas a nível da cidade de Nampula e no Distrito de Mogovolas para envolver as instrutoras e as alunas, inclusivamente as dos ritos de iniciação. - Unir e coordenar os grupos que serão 146 prováveis parceiros (Rádios e outras ONGs) a alinharem na mesma linha de onda. Isto é possível se se capacitarem e munirem esses grupos de uma estratégia de comunicação comum para que seja eficiente e eficaz. Os grupos devem-se sentir parceiros e irmãos da mesma causa. - Este trabalho de unir e coordenar os grupos intervenientes deverá começar com a própria comunicação social local. A comunicação social local, principalmente as rádios comunitárias devem estar munidas de uma plataforma única e comum. Apesar de ser uma missão difícil, o CCP-JHU tem que procurar uma estratégia que unifique os discursos, respeitando as políticas de cada uma dessas rádios. Isso passa, em primeiro lugar, por assumir as características de cada rádio e, em segundo lugar, incentivá-las com formações e outros incentivos. - A língua joga um papel inquestionável no sucesso da comunicação interpessoal e estratégica. Por isso, o CCP-JHU, tem que ter certeza de que os intervenientes que vão trabalhar directamente com a comunidade, principalmente nas zonas rurais, têm domínio da língua local e que têm conhecimentos básicos da cultura, hábitos e costumes das comunidades em que estão a trabalhar. E ter atenção aos dialectos locais. - Criar e activar os jornais de parede (com material convencional) e road shows (caravanas e jornadas móveis) nas escolas, lares de estudantes e outros centros de grande aglomeração. Passa por trabalhar com os parceiros locais, a comunidade e, principal- mente, a comunicação social que trabalha na comunidade. Os jornais de parede nas escolas são feitos em colaboração com as direcções das respectivas escolas, mas envolvendo mais os alunos. É uma forma criativa de os próprios alunos descobrirem os seus talentos. Através de concursos de peças apresentadas no jornal, os alunos poderão sentir-se incentivados e, consequentemente, irão se empenhar-se ainda mais. principalmente nas zonas rurais. - Criar, activar e solidificar as relações entre os Conselhos Comunitários, Conselhos de Escolas e as lideranças locais a todos os níveis. Isto passa por activar e munir os activistas já existentes, de estratégias com objectivos claros e concretos e incentivàlos. E mais: - Trabalhar com os cabeleireiros e barbeiros locais para passarem vídeos educativos sobre a problemática do HIV e SIDA. É nesses locais onde a maior parte das pessoas troca impressões sobre qualquer assunto, sendo homens ou mulheres. São lugares maioritariamente frequentados por jovens de ambos os sexos. Passa por consciencializar os proprietários dessas casas de que é importante e oportuno assistir a esses vídeos de carácter educativo nas horas de intervalo, incluindo à noite. É importante encontrar uma forma de incentivá-los. - Trabalhar com as Casas de Vídeo para passarem vídeos educativos sobre a problemática do HIV e SIDA. É nesses lugares onde a maior parte dos jovens aprende e “desenvolve” a sua vida sexual, - Envolver as lideranças legítimas locais e a comunidade no geral. Passa por consciencializar os proprietários dessas casas, de que é importante e oportuno passar esses vídeos de carácter educativo nas horas de intervalo, incluindo à noite. É importante encontrar uma forma de incentivá-los. Trabalhar em colaboração com organizações com certa experiência. COMUNIDADES SELECIONADAS ZONA URBANA (Nampula) Bairro de Muhavire Bairro de Muahala Bairro de Muhatala Bairro de Napipine Bairros de confrontação: Bairro de Natiquiri Bairro de Marrere ZONA RURAL (Mogovolas) Bairro de Namacarro A Bairro de Meluli B Bairro de Mutacaze Bairro de Mucocoro Bairros de confrontação: Bairro de Micucuni Bairro de Namarata 147 ZONA URBANA Comunidade de Muhavire Microfinanças NGOs/CBOs Habitantes Educação Saúde H: 24.426 EPC de Serra da Mesa (Conselho de Escola) Ophavela Hospital Militar : Aconselh. Testagem. (microcrédito/ poupança) ITS, TARV Solidariedade Zambézia : campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escola MONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDA Irmãs de Calcutá, Lar Elda, Irmãos Missionários de Caridade: raparigas em sit. desfavor. e órfãos Clínica Privada Boa Saúde Niwanane:crianças, HIV/SIDA, teatro, hervanária M: 24.165 Tot: 48.591 Raparigas: 5.831 148 Geração BIZ : jovens dentro e fora da escola Comunidade de Muahala Habitantes Educação Saúde Microfinanças NGOs/CBOs H: 30.157 EPC Belenenses EPC Namuatto Centro de Saúde Novo de Muahala (PTV) Posto de Saúde de Muahala Belenenses Agrimuvi (mulheres ger.rendimento) Ophavela (Microcrédito/poupança) Solidariedade Zambézia : campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escola MONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDA Irmãs de Calcutá Centro Imac. Cor. de Maria: orfãos M: 29.889 Tot: 60.046 Clínica Privada Boa Saúde AMORA: raparigas fora da escola, direitos e lifeskills Geração Biz: jovens dentro e fora da escola Raparigas: 7.205.5 149 Comunidade de Muhatala Habitantes Educação Saúde Microfinanças NGOs/CBOs H: 23.183 EPC/ZIP de Muhatala EPC Cossore Posto de Saúde anexo ao Hospital Psiquiátrico Ophavela (Microcrédito/poupança) Solidariedade Zambézia: campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escola Niilipihe: COVs, HIV/SIDA M: 22.204 Tot: 45.407 Raparigas: 5.449 150 AGAPE(crianças desfav./HIV/SIDA Infantário Prov., Orfanato Evanjáfrica: órfãos, crianças desfavorecidas Geração BIZ: jovens dentro e fora da escola Comunidade de Napipine Habitantes Educação Saúde Microfinanças H: 20.008 EPC de Napipine EPC Nahene Posto de Saúde de São Pedro Ophavela (Microcrédito/poupança) M: 19.238 Tot: 39.246 NGOs/CBOs Solidariedade Zambézia: campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escola Niilipihe: COVs, HIV/SIDA Niwanane:crianças, HIV/SIDA, teatro hervanária AMORA: raparigas fora da escola, direitos e lifeskills Infantário de São Pedro: órfãos e crianças desfav. Raparigas: 4.709.5 151 Comunidades de confrontação: Comunidade de Natiquiri Habitantes Educação Saúde Microfinanças H: 9.077 EPC Natiquiri Hospital geral de Marrere Ophavela (Microcrédito/poupança) M: 9.237 Tot:18.314 Raparigas: 2.198 152 NGOs/CBOs MONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDA Solidariedade Zambézia: campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escola Niilipihe: COVs, HIV/ SIDA Niwanane:crianças, HIV/SIDA, teatro hervanária Infantário. de Natiquiri: órfãos e criança desfavor. Comunidade de Marrere Habitantes Educação Saúde Microfinanças H: 2.613 EPC ZIP de Marrere Hospital geral de Marrere Ophavela (Microcrédito/poupança) M: 9.237 NGOs/CBOs MONASO: apoio as CBOs, grupos de canto e dança e teatro, HIV/SIDA Solidariedade Zambézia: campanha contra abuso rapariga dentro e fora da escola Niilipihe: COVs, HIV/ SIDA Niwanane:crianças, HIV/SIDA, teatro hervanária Infantário. de Natiquiri: órfãos e criança desfavor. Tot:18.314 Raparigas: 2.198 153 Comunidade de Meluli B Habitantes Educação Saúde Microfinanças H: 2.613 EPC de Nametil Centro de Saúde de Nametil: Aconselh. e testagem, PTV, TARV PAF, HIV/SIDA, PTV e nutriçaõ Ophavela (Microcrédito/poupança) Save the Children e Medicos com Africa: Progr. de Nutrição NGOs/CBOs SNV: educação, comerc, boa gov. microfinan. AMORA : raparigas dentro e fora da escola Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDA EstrelaVermelha grupo de “tufo” canto e dança SIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc. Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetização AJONA: Jovens para aconselh. (na Esc. Sec.) AEPNM (Estudantes e negócios) Infantário Hanass Bin Malk DPMAS: orfãos e crianças desfavorecida 154 Comunidade de Mutacaze A Habitantes Educação Saúde Microfinanças EPC de Nametil (ZIP) Centro de Saúde de Nametil Aconselh. e testagem, PTV, TARV Ophavela (Microcrédito/poupança) Save the Children e Medicos com Africa: Progr. de Nutrição Okaliherana (inic. pequenos negócios) NGOs/CBOs SNV: educação, comerc, boa gov. microfinan. AMORA : raparigas dentro e fora da escola Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDA EstrelaVermelha grupo de “tufo” canto e dança SIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc. Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetização AJONA: Jovens para aconselh. (na Esc. Sec.) Khupulamuno (teatro e HIV/SIDA) Mzoope Organiza, Tufo Axipimbe, Pahanticua : canto e dança e HIV/SIDA DPMAS: orfãos e crianças desfavorecida 155 Comunidade de Mucocoro Habitantes Educação Saúde Microfinanças EPC de Nametil Aconselh. e testagem, PTV, TARV PAF, HIV/SIDA, PTV e nutriçaõ Ophavela (Microcrédito/poupança) Save the Children e Médicos com África: Progr. de Nutrição 156 NGOs/CBOs Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDA SIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc. Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetização DPMAS: orfãos e crianças desfavorecida Comunidades de confrontação Bairro Micucuni Habitantes Educação Saúde Microfinanças EPC de Nametil Aconselh. e testagem, PTV, TARV PAF, HIV/SIDA, PTV e nutrição Ophavela (Microcrédito/poupança) Save the Children e Médicos com África: Progr. de Nutrição NGOs/CBOs Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDA SIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc. Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetização DPMAS: órfãos e crianças desfavorecidas Bairro Namarata Habitantes Educação Saúde Microfinanças EPC de Nametil Aconselh. e testagem, PTV, TARV PAF, HIV/SIDA, PTV e nutrição Ophavela (Microcrédito/poupança) Save the Children e Médicos com África: Progr. de Nutrição NGOs/CBOs Kulima: ed. para saúde, HIV/SIDA SIDA CARE: assoc. agro-pec., comerc. Akhilizeto-CLUSA: associat. e alfabetização DPMAS: órfãos e crianças desfavorecidas 157 BIBLIOGRAFIA - Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (2005) Plano Estratégico Nacional de Combate ao HIV/SIDA 2005/2009. Livro I. Análise da situação.Maputo-Moçambique - Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (2005) Plano Estratégico Nacional de Combate ao HIV/SIDA 2005/2009. Livro II. Objectivos e Estratégias. MaputoMoçambique - DEC, AMODEFA, SEA, MISAU, MJD (1999) Estudo CAP em Saúde Sexual e Reproductiva numa era de SIDA, nas Escolas. Maputo - Direcção de Planificação e Cooperação MISAU (2003) “HIV/SIDA e o Sector de Saúde em Moçambique. Uma análise do impacto do HIV/SIDA sobre os Serviços de Saúde”, Maputo - Figueroa Maria Helena and Larry Kincaid (2002) “Communication for Social Change: and integrated Model for Measuring the process and its outcomes”. The Rockefeller Foundation and Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, Center for Communication Programs - INE (2003) Anuário Estatístico 2003. Moçambique - INE (2002) Inquérito Nacional sobre Saúde Reproductiva e comportamento Sexual dos Jovens Adolescentes. Maputo - MISAU/Direcção Nacional de Saúde, Programa Nacional de Controle das DTS/SIDA (2005) - MISAU/Plano Estratégico Nacioanal de combate ao HIV/SIDA. Sector de Saúde 20042008 - Olupona Omo (2003) HIV/AIDS Situation Analysis in Rural Mozambique . Mozambique. World Vision - UNAIDS (2005) Intensifyng HIV Prevention. UNAIDS policy position paper. - USAID (2004) “Five years Strategic Plan 2004-2008 for PEPFAR, Mozambique 158 159