Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 “Em caso de dúvida, atire”: imaginário coletivo sobre adolescência e juventude em produções cinematográficas brasileiras Priscilla Figueiredo Tânia Maria José Aiello Vaisberg Faculdade de Psicologia Centro de Ciências da Vida [email protected] Programa de Pós-Graduação em Psicologia Centro de Ciências da Vida [email protected] Resumo: O objetivo do presente estudo é investigar psicanaliticamente o imaginário coletivo vigente no Brasil atual sobre a adolescência e a juventude. Justifica-se como proposta que integra um conjunto de pesquisas por meio das quais buscamos produzir conhecimento sobre o ambiente humano atual, contribuindo para uma melhor compreensão e transformacao de condutas preconceituosas contra adolescentes e jovens. Articula-se metodologicamente por meio de um estudo de caso, focalizando uma produção cinematográfica recente, intitulada “Jean Charles (2009). A produção cinematográfica foi assistida em estado de atenção equiflutuante. Posteriormente, foi redigida narrativa transferencial, como forma de registro da experiência de contato com o filme. A seguir, a narrativa foi considerada tendo em vista a produção interpretativa de campos de sentido afetivoemocional ou inconscientes relativos. Foram produzidos interpretativamente dois campos denominados “Trabalho e uma vida melhor” e “Em caso de dúvida, atire”. “Trabalho e uma vida melhor” é um campo do imaginário do jovem migrante, quando se lança em direção a novas terras, organizando-se ao redor da crença de que, num contexto concreto de melhores oportunidades, seria possível construir um futuro melhor para si mesmo e para a própria família. Já “Em caso de dúvida, atire” é um campo do imaginário do policial, organizando-se ao redor da crença de que o adolescente ou jovem migrante, que vem de uma excolônia europeia, seria, essencialmente, um terrorista em potencial. Configura-se, deste modo, uma situação interhumana conflituosa, na qual as condicoes de jovem e estrangeiro se mesclam sob uma forma radical de preconceito que chega a ser atuado de forma violenta como homicídio. Palavras-chave: Psicanálise; Imaginário Coletivo; Adolescência. Área do Conhecimento: Grande Área do Conhecimento: Ciências Humanas – Sub-Área do Conhecimento: Tratamento e Prevenção Psicológica. 1. INTRODUÇÃO Diversas investigações científicas realizadas nas últimas duas décadas, no Brasil e no exterior, evidenciam crescentes índices de problemáticas sociais envolvendo jovens, tais como a violência, as gestações precoces, o uso de álcool e drogas, e as tentativas de suicídio, dentre outros problemas graves e complexos, que merecem especial atenção da Saúde Pública e, na mesma medida, da Psicologia Clínica. [1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13]. Tais questões são vivenciadas pelo jovem como sofrimento emocional, nem sempre reconhecido pelos adultos, que chegam, inclusive, a adotar posturas preconceituosas e desvalorizadoras do jovem e do adolescente [14]. Não questionamos, desta forma, a necessidade de cuidar daquele que sofre, em especialmente quando experiencia esta fase de forma perturbada, conflituosa ou em condições de vida precárias. Contudo, chama a atenção a ausência, na literatura científica nacional, de estudos sobre a adolescência e juventude saudáveis nos dias de hoje. Entendemos ser importante mencionar que essa carência de investigações sobre o desenvolvimento saudável dos jovens pode comprometer a compreensão das condições de vida e das manifestações desta população, relacionando o adolescente a uma figura inerentemente problemática e difícil [14]. Acreditamos, assim, ser fundamental também evitar uma visão patologizperturbaras fases de vida, que sustentaria, deste modo, condutas preconceituosas mais ou menos radicais. 2. OBJETIVO Objetivamos, nesta pesquisa, investigar psicanaliticamente o imaginário coletivo vigente no Brasil atual sobre a adolescência e a juventude. 3. METODOLOGIA Alinhamo-nos ao pensamento blegeriano [15], que afirma que todas as manifestações humanas devem ser compreendidas como condutas, ou seja, como aconteceres que se manifestam simultaneamente nos pensamentos, nos sentimentos, nas crenças, Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 nos valores, nas reações fisiológicas e nas ações humanas diante das situações vividas, bem como nos produtos gerados por estas ações. Realizamos, assim, um estudo de caso [16] da produção cinematográfica “Jean Charles (2009)”, compreendendo-o como expressão de imaginário(s) coletivo(s) acerca da juventude, presentes na cultura brasileira na atualidade. A coleta do material clínico se fez mediante a exposição da pesquisadora, em estado de atenção equiflutuante, ao filme brasileiro, realizado no ano de 2009, no qual figuram personagens adolescentes ou jovens adultos. Finalizada a sessão cinematográfica, foi elaborada uma narrativa transferencial [17], tendo em vista o registro da experiência vivida no contato com o filme, abrangendo tanto o relato do enredo como sentimentos e impressoes. A narrativa foi posteriormente considerada à luz do método psicanalítico em termos de produção interpretativa de camposde sentido afetivo-emocional ou inconscientes relativos [18] segundo os quais se organiza. Esse processo consiste numa atribuição de sentido, pelos pesquisadores, ao fenômeno sobre o qual se debruçam, que demonstre potencial heurístico, ou seja, que auxilie na sua compreensão, do ponto de vista afetivoemocional. Esses resultados são discutidos em relação a um fenômeno bastante retratado na mídia brasileira, nos dias de hoje: a violência policial conta adolescentes e jovens marginalizados, residentes das periferias. 3. RESULTADOS 3.1. Narrativa transferencial O filme conta a história – baseada em fatos reais – de Jean Charles, um brasileiro de origem simples, nascido na cidade de Gonzaga, uma cidade pequena e tranquila, no interior de Minas Gerais, que se muda para Londres na tentativa de prover uma vida melhor para sua família, mandando dinheiro para eles a partir de seu trabalho no exterior. Após arrumar sua vida, trabalhando como eletricista e encanador, Jean ajuda seus primos, um a um, a conseguirem empregos e terem a oportunidade de ajudar a família. Jean é retratado como uma pessoa muito simples e amável, que tenta sempre ajudar aos outros e usa a criatividade para melhorar de vida, nunca deixando de lado a alegria. Algo que me marcou muito é como os atores – e alguns não atores, tendo em mente que quem atua no filme como Patrícia, prima de Jean, é a própria Patrícia – deixam claro ao público como Jean era uma pessoa querida, que muito se preocupava com os outros e que fazia com que muitas pessoas se preocupassem com ele, ajudando-o sempre que possível. Um tema abordado no filme é a imigração de um modo geral, uma vez que é retratada a experiência de vida de diversos brasileiros que na esperança de uma vida melhor se utilizam da criatividade para enfrentar as dificuldades de estar em um país diferente, com outra cultura e que, muitas vezes, não se compreende a língua local. Essas características foram mostradas em todos os brasileiros apresentados durante a história, porém, achamos que foi muito bem passada essa vivência de “brasileiro alegre e sonhador” através do personagem principal, interpretado por Selton Mello. Uma cena muito marcante é a cena em que Jean liga para sua mãe dizendo que só poderá mandar o dinheiro no mês seguinte. Neste momento, Jean chora e demonstra estar sofrendo, não fica claro se a causa disso é à distância em que se encontra da família podendo causar saudade ou as grandes dificuldades que tem encontrado ao longo de sua caminhada. Londres passa por um momento em que tem sofrido diversos atentados terroristas através de bombas colocadas em locais públicos muito populosos. A partir disso a polícia local confunde Jean Charles com um possível terrorista e disparam em sua direção diversos tirar, acertando-o por trás. Após isso, a polícia local mente para ‘encobrir’ seu erro, dizendo que o rapaz havia reagido e tentado fugir quando abordado pelos policiais. Pensamos que esse fato possa tere tornado as coisas ainda mais difíceis para a família que, além de lidar com a dor de perder um ente querido, tem de buscar por justiça e fazer com que o mundo saiba a verdade. No que se refere à morte do personagem, o filme passou-nos a sensação de contar como a morte é algo inesperado. Assim, no dia do ocorrido, Jean levanta-se normalmente, faz suas atividades básicas como barbear-se, ler o jornal, comer e tomar o trem como em qualquer outro dia. O filme retrata muito bem a história que muitos brasileiros conhecem. Porém acreditamos que tenha mostrado muito mais do que a maioria das pessoas tinham conhecimento, pois não se retrata apenas o Jean Charles, brasileiro que foi morto por engano e nunca teve justiça. É ilustrada também a parte da história em que mostra as dificuldades, as alegrias, os relacionamentos de Jean e as dificuldades que sua morte causou para as pessoas a sua volta. Ficamos muito tocadas com a dor dos personagens em perder seu ente querido, pois muitas vezes nos ve- Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 mos – assim como muitas pessoas – pensando em como seria difícil perder alguém que amo.” 3.1. Os campos de sentido afetivo-emocionais Foram produzidos interpretativamente dois campos de sentido afetivo-emocionais. O primeiro, denominado “Trabalho e uma vida melhor”, é relativo às expectativas do jovem migrante, quando se lança em direção a novas terras. O segundo, intitulado “Em caso de dúvida, atire”, refere-se ao imaginário do coletivo humano “o policial” em relação ao jovem migrante, oriundo de países periféricos. 3.1.1.“Trabalho e uma vida melhor” O campo de sentido afetivo-emocional denominado “Trabalho e uma vida melhor” se organiza ao redor da crença de que, num contexto concreto de melhores oportunidades, é possível construir um futuro melhor para si mesmo e para a própria família, traduzido na garantia das possibilidades de subsistência, educação, tratamento médico, lazer e bens de consumo. 3.1.2.“Em caso de dúvida, atire” O campo de sentido afetivo-emocional intitulado “Em caso de dúvida, atire”, está organizado ao redor da crença de que o adolescente ou jovem migrante, que vem de uma ex-colônia europeia, é, essencialmente, um terrorista em potencial. 4. DISCUSSÃO Chama a atenção a contradição observada entre os imaginários do jovem migrante e o do policial, encontrados neste trabalho. O jovem busca um lugar que lhe ofereça melhores condições para, por meio do próprio esforço, garantir uma vida melhor para si mesmo e seus familiares e amigos, integrando-se à sociedade tanto como trabalhador como quanto como consumidor de bens e serviços. Já o policial, imerso no campo “Em caso de dúvida, atire”, o vê como uma pessoa mal intencionada e cruel, que visa agredir violentamente os outros como forma de ameaça à liberdade e a este modo de vida. Pensando psicanaliticamente, podemos considerar que o "engano" que fez com que os policiais londrinos executassem Jean Charles, na verdade, expressa o preconceito traduzido no medo injustificado do migrante que vem de um país periférico. Num plano mais superficial do imaginário retratado no filme, os migrantes são divididos em dois grupos: os bons e trabalhadores e os maus e bandidos ou terroristas. Mas quando há um evento dramático que coloca a cidade de Londres em alerta – uma tentativa de atentado terrorista, fracassada apenas porque a bomba não explodiu -, a polícia londrina parece ser lançada num campo preconceituoso mais profundo e radical, terreno fértil para a emergência de condutas preconceituosas de extrema violência, tais como o assassinato de adolescentes e jovens, considerados, de forma enganosa, bandidos ou terroristas. Acreditamos que o preconceito contra essa população – os jovens de classes/grupos menos favorecidos – retratado no filme “Jean Charles (2009)” pode iluminar outras situações humanas análogas. Aqui no Brasil, temos visto casos de violência policial, que têm sido muito noticiados na mídia, em que a situação parece se organizar, imaginariamente, de forma semelhante. Então, se a polícia londrina justifica o assassinato cometido afirmando Jean Charles havia reagido e tentado fugir quando abordado pelos policiais, em caso ocorrido em São Paulo, amplamente noticiado pela mídia brasileira, policiais militares alegam que assassinaram a tiros dois jovens porque “estavam em uma moto e teriam resistido à ordem de parar e atiraram nos policiais, que reagiram”. Como resultado da investigação conduzida pelo pai de um dos jovens, que identificou as testemunhas do crime, ficou provado que os jovens foram executados por 1 terem sido confundidos com criminosos . Em outro caso, ocorrido em uma cidade do litoral paulista, policiais cercaram e atiraram 25 vezes no carro em que estavam seis jovens, porque o motorista fugiu de uma blitz, alegando, posteriormente, que estavam 2 armados . Artigos científicos [19, 20] apontam que a polícia concentra a repressão nos escalões inferiores da sociedade, ou seja, nos pobres e não-brancos, levantando importante reflexão acerca da forma como os jovens pertencentes a esses grupos sociais são tratados em nosso país. A violência policial, neste contexto, seria indicativa da persistência de um substrato afetivo-emocional preconceituoso, na vigência do qual a cor da pele e a pobreza seriam tomadas como “critérios de suspeição”, ou seja, imaginariamente relacionadas ao crime e à violência. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao CNPq o apoio recebido por meio das bolsas de Iniciação Científica da aluna e de Produtividade em Pesquisa da orientadora. 1 Descrição do caso retirada da versão on line do programa jornalístico Bom Dia Brasil, capturado online em 05/08/2012 de <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/08/pai-investigamorte-do-filho-sozinho-e-ajuda-colocar-cinco-pms-na-cadeia.html> 2 Descrição do caso retirada de http://rederecord.r7.com/video/policiadispara-25-tiros-contra-grupo-de-jovens-que-nao-parou-em-blitz-emsantos-50089095b61c79d456e75036/ Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 REFERÊNCIAS [1] Almeida, M. M.; Oliveira, M. A.; & Pinho, P. H. (2008). O tratamento de adolescentes usuários de álcool e outras drogas: uma questão a ser debatida com os adolescentes?. Revista de Psiquiatria Clínica, 35 (1), p. 402-410. [2] Araújo, L. da C.; Vieira, K. F. L.; & Coutinho, M. da P. de L. (2010). Ideação Suicida na adolescência: um enfoque psicossociológico no contexto do ensino médio. Psico- USF, 15 (1), p. 47-57. [3] Baggio, L.; Palazzo, L. S.; & Aerts, D. R. G. de C. (2009). Planejamento suicida entre adolescentes escolares: prevalência e fatores associados. Cadernos de Saúde Pública, 25(1), p. 142-150. [4] Bernardy, C. C. F. & Oliveira, M. L. F. (2010). O papel das relações familiares na iniciação ao uso de drogas de abuso por jovens institucionalizados. Revista da escola de enfermagem da USP, 44 (1), p. 11-17. [5] Carvalho, G. M., Merighi, M. A. B. & Jesus, M. C. P. (2009). Recorrência da parentalidade na adolescência na perspectiva dos sujeitos envolvidos. Texto e Contexto – Enfermagem, vol.18, n.1, pp. 17-24. [6] Dias, A. C. G.; & Teixeira, M. A. P. (2010). Gravidez na adolescência: um olhar sobre um fenômeno complexo. Paidéia (Ribeirão Preto), 20(45), p.123-131. [7] Franciozi, C. E. S. (2008). Trauma na infância e adolescência: epidemiologia, tratamento e aspectos econômicos em um hospital público. Acta Ortopedica Brasileira, vol.16, n.5, pp. 261-265. [8] Francischini, R. E. S. & Souza Neto, M. O. (2007). Enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes: Projeto Escola que Protege. Revista do Departamento de Psicologia da UFF, vol.19, n.1, pp. 243-251. [9] Marty, F. (2006). Adolescência, violência e sociedade. Agora, vol.9, n.1, pp. 119-131. [10] Nascimento, E. F.; Gomes, R.; & e Rebello, L. E. F. de S. (2009), Violência é coisa de homem? A “naturalização” da violência nas falas de homens jovens. Ciência & Saúde Coletiva, capturado online em 05/08/2012 de < http://dx.doi.org/10.1590/S141381232009000400021>. [11] Nunes, E. L. G. & Andrade, A. G. (2009). Adolescentes em situação de rua: prostituição, drogas e HIV/AIDS em Santo André, Brasil. Psicologia e Sociedade, vol.21, n.1, pp. 45-54. [12] Sant'Anna, A. R. & Lopes, M. J. M. (2002/dec) Homicides among teenagers in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, Brazil: vulnerability, susceptibility, and gender cultures. Cadernos de Saúde Pública, , capturado online em 05/08/2012 de < http://dx.doi.org/10.1590/S0102311X2002000600003>. [13] Souza, E. R. (2005). Masculinidade e violência no Brasil: contribuições para a reflexão no campo da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, capturado online em 05/08/2012 de <http://dx.doi.org/10.1590/S141381232005000100012>. [14] Pontes, M. L. S. (2011). A hora H: o imaginário coletivo de profissionais da saúde mental sobre a adolescência. Dissertação de Mestrado em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. [15] Bleger, J. (1963/1984). Psicologia da conduta. Porto Alegre, RS: Artes Médicas. [16] Stake, R. E. (2005). Qualitative Case Studies. In N. K. Denzin and Lincoln, Y. S. (Eds) Qualitative Research. London, Sage. [17] Aiello-Vaisberg, T. M. J., Machado, M. C. L., Ayouch, T., Caron, R., & Beaune, D. (2009) Les récits transferenciels comme presentation du vécu clinique: une proposition méthodologique. In D. Beaune. (Org.). Psychanalyse, Philosophie, Art: Dialogues. (pp. 39-52). Paris: L'Harmattan. v. 1. [18] Herrmann, F. (1979). O método da psicanálise. São Paulo: EPU. [19] Paes-Machado, E. & Vilar-Noronha, C. A polícia dos pobres: violência policial em classes populares urbanas. Sociologias, capturado online em 05/08/2012 de <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/868/86819 567009.pdf> [20] Pinheiro, P. S. (1997/mai). Violência, crime e sistemas policiais em países de novas democracias. Tempo Social, vol.9, n.1, pp. 43-52.