XXIX CONGRESSO ALAS CRISE E EMERGÊNCIAS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA SANTIAGO DO CHILE 2013 30 DE SETEMBRO A 4 DE OUTUBRO GT 24: Violência, democracia e segurança. Defesa e promoção de direitos Coordenadores/as GT: Alejandro Tsukame Sáez (coordenador principal), Alejandra Mohor, José Vicente Tavares dos Santos, Flabian Nievas. Contato: [email protected] Campo que abarca o tema do GT Os numerosos processos de aprofundamento democrático em curso atualmente na América Latina destacam os esforços dos movimentos sociais na defesa e promoção dos direitos humanos. A experiência política recente e as condições sociais de desigualdade e exclusão ocasionam que o exercício dos direitos seja coartado por diversas formas de violência: violência política e terrorismo de Estado, violência delitiva e violência policial, violência urbana, violência na família, violência na escola, violência nas relações laborais e sociais. Da mesma maneira, diminui a tolerância social a estas formas de violência e por parte do Estado são implementadas políticas de prevenção e controle, que inovam a respeito da separação entre o público e o privado. É fortalecida a consciência cidadã ligada à memória histórica da violência social e suas vítimas. A violência estrutural e social provocada pela aplicação de políticas neoliberais é denunciada, praticamente à margem da vontade democrática dos cidadãos. Cresce a resistência ante os discursos e políticas de segurança que justificam a ordem imperante e restringem o exercício dos direitos. Linhas temáticas 1. As formas de expressão da violência estrutural, política e policial nas sociedades latino-americanas. 2. Expressões de violência institucionalizada. Práticas de genocídio político e social. 3. Memória histórica da violência social. A violência da impunidade. O conhecimento como instrumento de luta contra a impunidade. 4. Ideologias, valores, crenças e práticas que reforçam ou inibem a violência no espaço social. 5. Visibilidade e invisibilidade das violências simbólicas: a violência subjetiva, a intolerância e discriminação, o acosso laboral e sexual, bullying, etc. 6. Desafio que impõe a violência para o aprofundamento democrático. A falta de reconhecimento do “outro” como sujeito de direitos. 7. Violência intrafamiliar (maltrato de crianças, idosos e cônjuge) e violência escolar: imbricação do público e do privado nas políticas de prevenção e controle. 8. Enfoques teóricos e práticas de prevenção da violência. 9. Garantia de direitos como forma de combate da insegurança e da vulnerabilidade social. 10. Iniciativas de defesa e promoção de direitos de grupos vulneráveis: crianças e adolescentes, mulheres, migrantes, etc. 11. Desamparo, repressão e resistência. Obediência, desobediência e autonomia como respostas individuais e sociais. 12. Paradigmas e paradoxos da relação entre segurança pública e democracia na América Latina. 13. O auge do populismo penal na América Latina, causas e consequências. 14. Militarização da região. 15. Privatização da violência (corpos militares e de segurança privada). 16. Conflitos armados: solucionados, em desenvolvimento e latentes. Selo latino-americano, de ciências sociais e atualidade Toda crise, toda mudança, supõe um realojamento das relações sociais e do redesenho do tabuleiro do poder entre os grupos sociais. Em toda crise há pessoas que se beneficiam e pessoas que perdem em termos absolutos ou relativos. As tensões que são geradas geralmente se expressam em forma de violência, às vezes aberta e outras vezes oculta. Muitas vezes esta violência se mostra naturalizada, e é necessário o olhar crítico para descobri-la. Nossa região tem uma longa e particular história de violência, tanto emancipadora quanto opressora. Porém, também de violência que dimana no interior dos grupos sociais, que não consegue se organizar com um senso histórico, senão que fica atrapalhada no imediato, afetando direitos.