CONVERGÊNCIA MERIDIANA Convergência meridiana 1 - Introdução A convergência meridiana é o ângulo C, que num determinado ponto P, é formado pela tangente ao meridiano deste, e a paralela ao meridiano central. Desta forma a convergência meridiana é o ângulo formado entre o norte verdadeiro e o norte de quadricula. Figura 03 2 – Utilização da convergência meridiana A convergência meridiana é utilizada para transformar o azimute verdadeiro, determinando por via astronômica, em azimute plano (norte de quadrícula) e vice-versa. Figura 01 NV NQ C MC O azimute plano é utilizado, em geodésia, no cálculo do transporte de coordenadas planas sistema UTM (E,N). = norte verdadeiro; = norte da quadrícula; = convergência meridiana; = Meridiano central. Figura 04 AzVAB AzPAB C NV NQ Figura 02 - Sinal da convergência meridiana C positivo - no hemisfério sul - lado oeste do MC; - no hemisfério norte - lado leste do MC. C negativo - no hemisfério sul - lado leste do MC; - no hemisfério norte - lado oeste do MC. = azimute verdadeiro da linha AB; = azimute plano da linha AB; = convergência meridiana; = norte verdadeiro. = norte de quadrícula. O azimute verdadeiro é utilizado em topografia para cálculos das coordenadas locais (X, Y). O azimute geodésico é referenciado a superfície elipsoidal, enquanto o azimute verdadeiro é referenciado a superfície geoidal (superfície real da Terra). Em topografia de minas, para locação da área em campo, o azimute verdadeiro é determinado, a partir do azimute plano por técnica GNSS. EDIÇÃO 160 | A MIRA | 51 CONVERGÊNCIA MERIDIANA A pequena diferença existente entre os azimutes pode ser, na pratica, negligenciada sem prejuízo a precisão dos levantamentos topográficos. mesmo no fuso. 3 – Fórmulas utilizadas A convergência meridiana pode ser calculada em função das coordenadas geodésicas Lat/Log ou das coordenadas planas nos sistemas UTM, LTM e RTM. 3.1 – Fórmulas para cálculo da convergência meridiana a partir das coordenadas geodésicas Lat/Long. C = XIII x P x XIII x P3 + C’5 x P5 P = 0,0001∆λ'' → ∆λ = MC - λ Figura 05 Todo o ponto de longitude compreendida entre 48º e 54º tem MC = 51º. 3.2 - Fórmula para cálculo da convergência meridiana a partir das coordenadas planas – Sistema UTM Coeficientes XII = sen φ x 104 C = XV x q - XVI x q3 + F’5 x q5 q = 0,000001 E’ → E’ = |500.000 - E| Onde: Parâmetros dos elipsóides Elipsóide UGGI 1967 - Datum SAD 69 a = 6.378.160,0000 b = 6.356.774,7192 e² = 0,00669454185459 e’² = 0,00673966079587 Elipsóide GRS 80 - Datum SIRGAS 2000 a = 6.378.137,0000 b = 6.356.752,3141 e² = 0,00669438000229 e’² = 0,00673949677548 Elementos das fórmulas φ = latitude geodésica do ponto; e’ = segunda excentricidade; a = raio equatorial do elipsóide; λ = longitude geodésica do ponto; MC = meridiano central do fuso; b = raio polar do elipsóide. Determinação do meridiano central Para determinar o MC, no sistema de coordenadas planas UTM, conta-se, a partir do 1º MC ( λMC = 3º ), de 6º em 6º desta forma 3º, 9º, 15º, ......, 45º, 51º, 57º,.... Para determinar a qual MC pertence o ponto, basta situar o EDIÇÃO 160 | A MIRA | 52 K0 = 0,9996 Significado dos termos = latitude do pé da perpendicular que vai do ponto considerado até o MC; E = abscissa do sistema UTM; e = primeira excentricidade do elipsóide; e’ = segunda excentricidade do elipsóide; K0 = fator de escala; N = grande normal; a = raio equatorial do elipsóide; b = raio polar do elipsóide. φ’ Determinação de φ’ por processo interativo. 1ª Aproximação 2ª Aproximação CONVERGÊNCIA MERIDIANA Determinação de q q = 0,000001 x E’ 3ª Aproximação E’ = │500.000 – E│ 4 – Exemplo aplicativo 4º Aproximação 4.1 – Calcular a convergência meridiana do vértice V1, cujas coordenadas planas sistema UTM são: Elipsóide GRS 80 - SIRGAS 2000 N = 6.816.018,279 E = 673.251,614 5º Aproximação Determinação de φ’ N’ = 10.000.000 - N N’ = 3183981,721 1ª Aproximação 6ª Aproximação 2ª Aproximação φ’1 = 28,66166931º Para o cálculo de φ’ bastam 6 aproximações. 3ª Aproximação 4º Aproximação 5º Aproximação 6ª Aproximação φ’2 = 28,78300777º φ’3 = 28,78333724º φ’4 = 28,78333813º φ’5 = 28,78333814º EDIÇÃO 160 | A MIRA | 53 CONVERGÊNCIA MERIDIANA Como o ponto está a leste do meridiano central. C = - 00º 51’ 15,9296” 4.2 Calcular a convergência meridiana do vértice V1 cujas coordenadas geodésicas são: Determinação de q E = 673.251,614 E’ = |500.000 - E’| E’ = 173.251,614 φ’6 = 28,78333814º Latitude (φ) = - 28º 46’ 18,0422” S Longitude (λ) = - 49º 13’ 30,9833” W MC = 51º C = XIII x P + XIII x P3+C’5 x P5 q = 0,173251614 Determinação de p Determinação dos coeficientes p = 0,0001 ∆λ XV ∆λ = |λMC - λ| → ∆λ = 1º 46’ 29,0167” ∆λ = 00º 23’ 47,5485’’ ∆λ’’ = ∆λ x 3600 Cálculo de N Δλ = 1º 46’ 29,0167” Dados: Cálculo dos coeficientes a = 6.378.137,000 e2 = 0,006694541852 φ’ = - 28º 47’ 00,017” XII P XVI N = 6.383.092,308 XV = 3.076,909676 XV x q = 3.076,909676 XII = sen φ x 104 XIII P³ Δλ” = 6.389,0167” P = 0,63890167 XII = 4.813,204522 XII x P = 3.075,164407 XIII = 2,941710 XIII x P³ = 0,767188 C’5 P5 XVI = 188,916617347 XVI x q3 = 0,980469 F’5 C’5 = 0,001775 F’5 = 2,701953466 Cálculos da convergência C’5 P5 = 0,000189 C = XII x P + XIII x P3 +C’5 x P5 F’5 x q5 = 0,000422 C = 3075,929629” Cálculo da convergência meridiana C = XV x q - XVI x q3 + F’5 x q5 C = 0º 51’ 15,93178’’ C” = 3075,929629’’ Como o ponto está a leste do MC C = - 0º 51’ 15,93178” C = 00º 51’ 15,929629” EDIÇÃO 160 | A MIRA | 54