STS.035
Conclusão da Semana 13
Bibliotecas Convencionais: Uma Revolução Digital
Aaron Bell
Tudo está se tornando integrado no vocabulário universal da tecnologia. De orientação
de míssil a simples simulações laboratoriais de bola-e-rampa no ensino médio, parece que tudo
em nosso dia-a-dia está ficando moderno. Nossas instituições de aprendizagem, em outras
palavras, as bibliotecas, não deveriam ser uma exceção. A iniciativa voltada às bibliotecas
digitais na década passada vem mudando lenta mas seguramente a forma como as imaginamos
e as utilizamos. A Biblioteca Digital Perseus é um novo sistema europeu que está se ramificando
rapidamente pelo mundo. Construído com dois objetivos, Perseus busca adaptar e estruturar
melhor a forma como as informações são apresentadas aos ambientes eletrônicos. Também
busca ampliar as informações eletrônicas para oferecer mais dados "não só para os
acadêmicos, mas para o maior número de pessoas".
Os dois princípios nos quais Perseus é baseado compartilham fortes laços com as
bibliotecas convencionais. Todas as bibliotecas, localizadas em um edifício ou micro chip,
buscam reunir pela primeira vez tantas informações quanto forem possíveis. Estas informações
são então catalogadas meticulosamente utilizando-se algum modelo de interface de busca. Nas
bibliotecas convencionais, esta interface de busca utiliza o sistema Dewey ou os mecanismos de
pesquisa on-line (ou seja, o Barton no MIT); Perseus e outras bibliotecas digitais utilizam
sistemas on-line semelhantes. A eficácia e usabilidade destes sistemas de busca retratam a
filosofia das bibliotecas: as grandes quantidades de conhecimento devem ser utilizadas
facilmente por todo o mundo para provocar mais a pesquisa intelectual. Afinal de contas, as
bibliotecas definem verdadeiramente o conceito global das instituições acadêmicas.
Embora o mecanismo de busca para as bibliotecas possa ser semelhante, Perseus e
outras bibliotecas digitais são inovadoras em como elas apresentam as informações. Perseus
está constantemente tentando promover o formato das informações para maximizar tanto a
facilidade de uso quanto o aprendizado. Um exemplo é o processamento de fotografias e outros
dados de sítios arqueológicos famosos para criar modelos em 3-D. Usando o Quick Time Virtual
Reality (QTVR), os usuários podem fazer mais do que observar passivamente ou ler sobre as
estruturas greco-romanas dos cemitérios de Giza; os usuários podem caminhar pelos sítios e,
com o avanço da tecnologia, explorar as ruínas de culturas antigas usando todos os seus
sentidos. Os aplicativos de realidade virtual de informações encontradas nas bibliotecas
convencionais obviamente ampliam o valor que damos em usar uma biblioteca.
Um outro exemplo de tecnologia que promove a forma como utilizamos a informação
está nos metadados. Existe uma série incontável de livros escritos em idiomas estrangeiros;
como podemos disponibilizar estes recursos para todo mundo? Os metadados ofereceriam
tradução especializada e automática de muitas informações normalmente inacessíveis aos
usuários. Uma outra utilização específica dos metadados é comparar edições diferentes e
revisões das informações. Por exemplo, há muitas versões de clássicos escritos por Marlowe e
Shakespeare. Nas bibliotecas convencionais, os leitores só conseguem investigar uma edição de
cada vez, não tendo chance para apreciar as nuanças entre as revisões. Outro exemplo é
comparar versões diferentes da Bíblia; um leigo em grego e hebreu pode analisar as diferenças
nas edições comparando-as com centenas de traduções.
Outra diferença entre o processamento das informações nas bibliotecas digitais e nas
convencionais é a velocidade com que elas se tornam obsoletas. As informações digitais podem
capturar melhor o ritmo suave da descoberta das informações. Um exemplo disto revisita os
aplicativos atuais pesquisados por Perseus e pela arqueologia. Quando os cientistas
inspecionam um sítio, as fotos que eles tiram são datadas com praticamente um clique na
máquina fotográfica. Até que estas fotografias sejam publicadas em um livro, as informações
podem ser inúteis. As bibliotecas digitais compensam esta defasagem de tempo das bibliotecas
convencionais. As fotos digitais e o Sistema de Posicionamento Global (GPS) podem oferecer
constantemente dados atualizados para os usuários.
Com todos os avanços da tecnologia e o aparecimento da biblioteca digital, é fácil
considerar que a biblioteca convencional será deixada completamente para trás. Todavia, como
definimos uma biblioteca? Se uma biblioteca é um lugar onde o público pode procurar
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informações; uma biblioteca digital é apenas uma outra interface. Por outro lado, se uma
biblioteca for definida por sua facilidade de uso e funções de busca de sistema, a biblioteca
convencional está antiquada. Acredito que se as bibliotecas convencionais sobrevivessem
residiriam em algum lugar entre estas duas definições. Para tópicos como a literatura clássica,
as verdadeiras informações permanecem inalteradas sem levar em consideração a biblioteca.
Shakespeare sempre será Shakespeare. Porém, os aplicativos de metadados oferecem uma
variedade de opções para os usuários. Para outras disciplinas como arqueologia, as informações
estariam freqüentemente obsoletas se elas fossem publicadas tradicionalmente. Em última
análise, o futuro da biblioteca convencional não é uma batalha contra o mundo digital. O acesso
a World Wide Web revolucionou a forma como os usuários pesquisavam em uma biblioteca de
tijolos. É apenas uma questão de tempo antes que as bibliotecas convencionais se unifiquem
com as bibliotecas digitais para cumprir sua suprema finalidade: educar o público e inspirar a
curiosidade intelectual.
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Trabalhos Citados:
Crane, Gregory, et al. “The Symbiosis Between Content and Technology in the Perseus Digital
Library”. Culture Interactive, No. 2 (Outubro 2000).
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