Coordenador do Curso de Teatro A relação transversal com a contemporaneidade e a dedicação ao desenvolvimento individual e conceptual do aluno criador-investigador, são a marca de identidade do Curso de Teatro da ESAD/CR. Aproveitamos a oportunidade da edição deste catálogo para ensaiar mais uma amostra do trabalho desenvolvido ao longo do ano lectivo 2009-10 pelos alunos finalistas. Temos defendido que a formação em teatro - quando encarada a partir da perspectiva transversal com a contemporaneidade e a dedicação ao desenvolvimento individual e conceptual do aluno criadorinvestigador - implica uma aprendizagem essencialmente presencial, feita em aulas práticas em regime de oficina ou no contexto de projectos, onde se trabalham o aperfeiçoamento técnico físico e vocal, a criação de rotinas de trabalho, e o desenvolvimento de códigos de representação contínuos e flexíveis a cada novo projecto. No âmbito da unidade curricular Projecto Teatral III, orientada pelo professor Miguel Borges, os alunos do 3º ano do curso de Teatro apresentaram nove actos performativos, criados e interpretados pelos próprios, a solo ou em grupo.. A novidade introduzida este ano veio da colaboração com o grupo de Cenografia do curso de Design de Ambientes que, orientados pelo professor Henrique Ralheta, contribuíram desde o início do semestre com projectos de espaço cénico para essas performances. Mais uma vez fica marcada a singularidade deste curso pela forma como depende da interacção e da entrega que resultam do trabalho produzido em comunidade. A estranheza e surpresa que este tipo de dinâmica gera, têm vindo a resultar cada vez mais num rito de colaboração criativa, onde estas diferenças se diluem num objecto cada vez mais coeso no momento público da apresentação dos resultados. Esperamos assim que este registo permita, de alguma forma, fixar, celebrar e partilhar as interacções pedagógicas e as dinâmicas criativas entre professores e alunos e entre estes e a escola no seu todo. É com profundo orgulho e um prazer imenso que apresentamos o trabalho dos nossos alunos finalistas, a quem desejamos coragem, perseverança e ousadia para continuarem a entrega que aqui iniciaram. Ricardo Pimentel Diogo Garcia e Vasco Glória Human Nature Human Nature, um espectáculo desenvolvido “de dentro para fora”, ou seja, criado a partir de histórias biográficas marcantes na vida dos autores do projecto. Apresenta-nos de uma forma clara, diferentes contextos e situações, onde o público pode apreender algo de um modo nú e cru. Quantos de nós já não sofreram por solidão? Quantos de nós já não sofreram por amor? Partindo da diferença inerente à condição humana o sentimento acaba por nos aproximar de um modo incontornável e irreversível… Técnica/suporte: Fotografia / papel fotografico. Dimensão: 10 fotos entre 74 x 105 mm e 210x 270mm. Bruno Gonçalves, Dora Conde, Goreti Mourão, Nicole Reynolds, Sara Vigário e Vânia Jordão “Voltamos a Ver-nos” A partir de uma compilação de texto de Harold Pinter. Encenação, Interpretação, Luz e Som: Bruno Gonçalves, Dora Conde, Goreti Mourão, Nicole Reynolds, Sara Vigário e Vânia Jordão Luz e som: Bruno Gonçalves, Dora Conde, Goreti Mourão, Nicole Reynolds, Sara Vigário e Vânia Jordão com o apoio de elementos do 3º ano de Design de Ambientes e Daniel Coimbra. Cenografia: Ana Rita Vieira, André Duarte, Carina Henriques e Sandra Boaventura (3º ano de Design de Ambientes). André Duarte e Joana Estrela Peça em um acto para audiovisuais e dois actores secundários A partir de “As Ligações” de António Torrado, da crónica “Por um triz” de Cidália Dias e de “Arte de amar” de Ovídio ” Quem nunca amou ou foi amado? Quem nunca deixou ou foi deixado? Aqui, abrimos a porta para esta realidade tão comum a todos. Luís, o homem que se encontra perante os nossos olhos, foi deixado. O seu quarto desalinhado espelha o desamparo da sua alma. Irá travar perante nós uma batalha desigual entre a razão e a emoção. Uma batalha que à partida sabe estar já perdida. Apesar disso lutará. Há sempre alguém que luta mais. Há sempre alguém que sofre mais. Afinal é verdade que o amor apesar de eterno não dura para sempre. Cenografia e adereços: Carla Trindade, Joana Oliveira, Tomás Pires, Ruben Silva Agradecimentos: Daniel Coimbra, Miguel Borges Filipa Almeida “Stabat Mater” Sinopse: Maria não encontra o seu filho desaparecido. Esta procura persiste ao longo da peça, porém sucumbe perante a suposta ‘Virgem’ Maria que aqui é simplesmente uma mulher que luta para viver, preconceituosa, ex-prostituta e que só diz asneiras. Um misto de drama e comicidade que tornam esta numa das melhores peças de todos os tempos. Autor: António Tarantino - “O meu teatro é um teatro do “refugo”. Considerando “refugo” aquilo que já não pode ser utilizado nem desfrutado, e é também rejeitado. Ou diferença entre o que somos e aquilo que acreditamos ser.” 4x2 Rita