O IMPERADOR NO CAMPO DE BATALHA Ney Malvasio1 Climério de Mendonça2 Resumo. O presente artigo traz uma reflexão de suma importância para o estudo de liderança e seus desdobramentos no campo de batalha. Pretendemos estudar o possível efeito da presença do comandante supremo em meio ao combate, ombro a ombro com suas tropas. Essa questão sempre foi objeto de pesquisa em meio à História Militar, denotando a importância da presença física do líder junto, ou mesmo, próximo (no caso da guerra atual) à linha de frente, empolgando e motivando o combatente. Durante a Batalha do Passo do Rosário (20/02/1827), ocorrida no Rio Grande do Sul, por pouco, as forças brasileiras não tiveram em campo a pessoa do próprio Imperador, D. Pedro I, fato que se constituiu de suma importância para o desenrolar da guerra da Cisplatina, na qual o Brasil perdeu uma importante província, o atual Uruguai. O artigo enfoca a influência do líder junto a tropa, situação importante até os dias atuais, guardadas as devidas proporções. Palavras-Chave: História Militar, Guerra da Cisplatina, Comando e Liderança, Imperador D. Pedro I, Motivação, Psicologia do combatente. Abstract. The current paper brings into being some reflection of paramount importance to the study of leadership and its consequences on the battlefield. We intend studying the possible effect of the chief commandant’s presence in combat, shoulder to shoulder together with his troops. This subject has always been a research object amid the Military History, denoting the importance of the leader’s physical presence amid, or even near (in the case of the current war) the frontline, stimulating and motivating the combatant. Keywords: Military history, Cisplatina War, Command and Leadership, Emperor D. Pedro I, Motivation, Soldier´s Psichology. 1 Introdução fato é altamente relevante, em vista do Em 1827, durante a batalha do Passo do resultado da batalha, desfavorável às forças Rosário, estivemos perto de ter o líder brasileiras, supremo do País ( Imperador D. Pedro I ), contribuiu para o desfecho da guerra da junto às tropas do Exército Imperial. Esse Cisplatina, em que o Brasil perdeu para 1 e que, em conseqüência Ney Paes Loureiro Malvasio, formado em História pela Universidade Católica de Santos. Endereço: Escola de Administração do Exército. Rua território do Amapá, 455, Pituba, Salvador, BA. [email protected] 2 Climério de Mendonça, formado em Direito pela Universidade Federal do Pará Endereço: Escola de Administração do Exército. Rua território do Amapá, 455, Pituba, Salvador, BA. [email protected] sempre o controle sobre sua 19º província, anônimo, Contribuições para História da a Cisplatina, atual Uruguai. guerra entre o Brasil e Buenos Aires. A batalha do Passo do Rosário, foi o Nesses relatos, ressaltamos a parcialidade principal encontro entre forças brasileiras e das informações contidas devido ao caráter dos adversários (Exército argentino e pessoal das obras. rebeldes uruguaios). Em vista disso, o Tendo estes dados sido compilados, assunto de que trata o artigo, trazendo fato elaboramos o presente artigo que busca praticamente inédito em história militar , tratar do possível desfecho da batalha do constitui em importante contribuição ao Passo estudo da psicologia e Imperador estivesse no campo de batalha. motivação do do Rosário, caso o próprio combatente e ao papel exercido pelo líder durante ações bélicas. 2 O Imperador e a Guerra Para a pesquisa dos fatos inerentes ao A batalha do Passo do Rosário, ou tema deste artigo, empregamos obras Ituzaingó, como também é conhecida, já diretamente ligadas a História Militar e ao serviu de inspiração para vários livros e tema foram artigos de história militar e ensaios de teor fundamentais os livros do general Tasso investigativo. Travada em 20 de fevereiro Fragoso A batalha do Passo do Rosário e de 1827 entre o exército republicano o A comandado pelo General Alvear (exército Campanha de Ituzaingó. Mas não somente platino e aliados orientais) e o Exército as fontes secundárias foram utilizadas para Imperial brasileiro, comando do Marquês o estudo dos fatos históricos ligados ao de Barbacena, a batalha do Passo do tema do artigo. Para se estudar mais Rosário passou para a história militar como profundamente uma ação ocorrida no exemplo de combate indeciso, mas fatal passado, o historiador debruça-se sobre as para a sorte dos países envolvidos, o Brasil fontes primárias, ou seja o relato individual e a Argentina, sem contar os rebeldes de testemunhas oculares do fato, no nosso orientais que ao final da guerra, ganharam caso, de veteranos da guerra da Cisplatina. um país, o Uruguai. em livro do si. Nessa coronel etapa Wiedersphan Na Segunda, mas não menos importante Através dos anos, diversos etapa da pesquisa, utilizamo-nos sobretudo historiadores lançaram teorias a respeito do testemunho de mercenários alemães dos porquês do desfecho infeliz para o presentes no Passo do Rosário, Histórias Império da sangrenta batalha desferida em da Guerra e Revoluções no Brasil de 1825 meio às coxilhas sulinas. Rio Branco a 1835, do tenente Carl Seidler e do relato (1845-1912), o grande diplomata e historiador, o General Tasso Fragoso esquadra comandada pelo Vice-Almirante (1867-1945), que dedicou grosso volume conde ao estudo do episódio, o excelente livro do conduzia além do imperador as tropas de coronel Wiedersphan, isso sem contar os reforço vários relatos de testemunhas oculares arregimentadas na Corte e em outros presentes no dia da batalha; foram alguns rincões do Brasil. A intenção do imperador dos que tentaram entender essa batalha que era elevar o moral da tropa com sua acabou se convertendo em um fracasso do presença no teatro de operações, já que imperador D. Pedro I em manter a dedicava grande atenção à guerra no sul, o província Cisplatina dentro do Império que brasileiro. impopularidade, já que grande parte dos de Souzel. que aos Essa citamos poucos foi força naval anteriormente, lhe granjeando Entretanto, há um ponto ainda pouco brasileiros, à época, pouco se interessava estudado e divulgado sobre os eventos que pelo esforço de manter uma província que levaram ao encontro dos dois exércitos não guardava grandes laços de afinidade naquela manhã de verão de 1827. É um com o resto do império brasileiro. ponto de análise de psicologia militar, Voltando ao cenário da guerra, D. referimo-nos ao comportamento da tropa Pedro desembarcou em Santa Catarina seis em presença do chefe supremo, pois em dias depois, sua predisposição era rumar o Ituzaingó ou no Passo do Rosário, as mais rápido possível para a província do tropas imperiais poderiam ter tido a Rio Grande e encontrar-se em meio aos oportunidade de enfrentar o inimigo seus soldados do “Exército do Sul”. Esse incentivadas pelo próprio imperador no corpo de exército tinha como ponto de campo de batalha. concentração a vila de Santana, esse era o O fato é que quando organizou-se o destino de viagem do imperador. Iria Corpo de Exército do Sul, preparado para reunir-se às tropas, exortá-las, comandar esmagar a rebelião oriental (uruguaia) e seus exercícios, e com isso, motivar seus deter soldados para um encontro decisivo com o exército platino (argentino), perdeu-se muito tempo em preparativos e os inimigos platinos e orientais. as tropas acabaram entregues à inatividade. Além desse procedimento, D. Pedro D. Pedro I, contrariado com esse estado de designara um novo comandante-em-chefe, coisas, embarcou para o sul com grande em substituição ao General Rosado, que contingente de tropas de reforço para pecou pela sua falta de audácia numa engrossar as que já se encontravam no sul. ocasião em que a ação era mais do que Partiu em 24 de novembro de 1826 numa necessária. O escolhido foi o Marquês de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant que ele soubesse do falecimento da Pontes Oliveira e Horta, brasileiro nato, imperatriz no dia seguinte ao ocorrido. militar, político, diplomata e empresário Sabe-se que ele só teve conhecimento empreendedor, trouxera para o Brasil o disso oito dias depois de decidir abandonar primeiro motor a vapor para uso agrícola, a região sul, já encontrava-se às portas de bem como o primeiro navio Desterro(hoje Florianópolis). a vapor, politicamente foi um dos pilares do nosso O motivo do seu inesperado retorno movimento de independência. Contudo, está mais ligado às intrigas palacianas apesar de ter recebido educação militar envolvendo desde a mais tenra idade e de ter servido rumores dilatados por diplomatas ingleses durante anos, inclusive em Angola, o que acabaram por chegar ao conhecimento marquês não acumulava a experiência das do monarca em viagem pelo sul. As tropas, armas no campo de batalha. Esse fato lhe ao saberem da notícia do retorno do granjeou a antipatia de alguns comandantes soberano, e pouco depois, da morte da imperiais no teatro da guerra, entre eles os imperatriz, generais Lecór e Sebastião Barreto, esse melancolia e pesar. D.ª último participou da batalha de Ituzaingó, bastante comandando uma divisão de tropas de brasileiros, isso sem falar do contingente infantaria. de alemães incorporados ao Exército do a marquesa de Santos e foram popular alvo de grande Leopoldina era entre seus súditos Mas, tão ao seu feitio, D. Pedro I não Sul, presentes em duas unidades, o 27.º de chegou ao acampamento de Santana. Em Caçadores e o Esquadrão de Lanceiros 16 de dezembro partiu abruptamente para Imperiais do capitão von Quast que, Desterro para embarcar de volta à Corte. praticamente a veneravam. O resultado Essa atitude inesperada do imperador dessa atitude precipitada do imperador nesse episódio, que, entretanto era ponto resultou numa grande decepção para a comum tropa, em seu comportamento, é um efeito verdadeiramente normalmente explicada pelo falecimento desmoralizador, da imperatriz Leopoldina. A verdade é que depreender dos relatos da época, e na essa versão dos fatos constitui-se em mais guerra, o moral da tropa é que acaba uma das lendas de nossa história, já que a decidindo o resultado das batalhas. imperatriz cerrou seus olhos um dia antes 3 A Batalha e seus desdobramentos da decisão do imperador de retornar ao Rio de Janeiro. É claro que com como podemos Pouco depois desses acontecimentos as inesperados, o marquês de Barbacena comunicações da época, era impossível assumiu seu comando em Santana em 1.º de Janeiro, verificando o lastimável estado brasileiras em que se encontravam seus soldados. Ele resistiram a todas as cargas de cavalaria mesmo desfechadas por Alvear. Por fim, o descreveu a situação em correspondência para a corte: formaram quadrados e iminente esgotamento das munições, o incêndio grassando pelo campo fazendo Um exército nu, descalço, sem munição de guerra e boca, sem remédios, sem cavalos e reduzido depois de um ano à mais humilhante defensiva.(WIEDERSPHAN,1961) de guerra imperial na retaguarda, motivaram a ordem de retirada. Isso sem mencionar a divisão de cavalaria sob o O marquês soube mostrar suas qualidades de chefia vítimas entre os infantes e o saque do trem e administração, comando de Bento Manoel (demonizado pela série A Casa das Sete Mulheres da encontradas. Rede Globo) que acabou não participando Rapidamente reorganizou o exército e pôs- do combate, alguns autores identificando se em marcha no dia 13 de janeiro para posteriormente Bento Manoel com o enfrentar o “Ejercito Republicano” de Marechal Grouchy que cometeu a mesma Alvear que invadira o Rio Grande em falta em Waterloo(1815), contribuindo franca ofensiva. Depois de marchas e para a derrota decisiva de Napoleão contra-marchas, se Bonaparte. Alvear por sua vez, não soube defrontaram após a alvorada de 20 de aproveitar a ocasião e não empreendeu fevereiro no Passo do Rosário, a batalha uma feroz perseguição ao adversário, durou das seis da manhã às duas da tarde, mesmo por que seu exército encontrava-se quando quase sem munição e com o quase tão alquebrado quanto o nosso. matagal Apesar do exército imperial não ter sido apesar das Barbacena dificuldades os incendiado iniciou dois pelos uma exércitos argentinos, retirada. Os completamente batido ou destroçado, brasileiros naquela manhã apresentavam retirou-se do campo, se a batalha não foi mais ou menos seis mil homens para opôr- um encontro decisivo, certo é que não foi se aos sete mil e quinhentos ou mais uma vitória brasileira. No tempo do combatentes inimigos. Os números são um império, alguns autores como Ladislau dos tanto imprecisos até hoje. Santos Titára (1801-1861) e Luís Manuel Durante o extenuante combate, parte de Lima e Silva (tio do futuro duque de da cavalaria brasileira foi batida, morrendo Caxias), quiseram reivindicar uma vitória logo no início o Marechal José de Abreu, para as armas imperiais em Ituzaingó, mas gaúcho, veterano de outras campanhas na estudos posteriores já são mais realistas, região. As duas divisões de infantaria pois estão baseadas em dados de arquivos. O que ficou claro através dos relatos posteriores ao combate, foi o denodo e o -E se o imperador atingisse Santana? E ainda: sacrifício da tropa brasileira naquela dura batalha, a resistência tenaz da infantaria -E se tivéssemos o imperador no campo de batalha? formada em quadrados esperando as cargas de cavalaria, resistência que acabou Realmente, se D. Pedro I não fôsse presa de atitudes impensadas e rompantes provocando o famoso episódio do coronel incompatíveis oriental suas responsabilidade à frente da nação, a charlateiras (platinas) de coronel ao ver sua situação poderia ter sido outra. Exporemos cavalaria ser rechaçada pelos soldados alguns fatos que servem de argumentação brasileiros. As baixas, números nunca para nossa hipótese, pois a presença do confiáveis de todo após tantos anos, soberano, não só em Santana, como no registram que o Brasil teve quase 200 campo de batalha seria suficiente para mortos, entre eles quatorze oficiais e bem elevar o moral da tropa a tal ponto que mais de 350 feridos, prisioneiros e seria muito mais difícil para o inimigo extraviados. Os números mais precisos a enfrentar o “Exército do Sul”. Oribe, que arrancou com a sua alta respeito das baixas da batalha foram Não esqueçamos que nessa época, a colhidos pelo barão do Rio Branco nas memória dos feitos de Napoleão ainda suas Efemérides Brasileiras. Já, os platinos estava e orientais tiveram aproximadamente 150 psicologia militar de então, e perdurou por mortos e 250 feridos. Dentre os mortos, 21 todo o século XIX como padrão de oficiais, o que atesta, de um lado as comportamento na guerra. Muitos dos que furiosas e galantes cargas de cavalaria dos lutaram no Passo do Rosário tinham adversários, e de outro, a bravura dos combatido nas guerras napoleônicas, como soldados nos quadrados que não cederam o coronel Frederico de Brandsen do lado um milímetro durante toda a batalha, num platino (morto na batalha) e o major tempo em que a guerra ainda se decidia no britânico William Yeats, comandante do combate corpo a corpo. 27.º de caçadores alemães, além dos 4 Valor Militar e Exemplo diversos veteranos da campanha peninsular Entretanto, depois de todos os estudos que foram redigidos sobre sobremaneira (campanha presente anglo-portuguesa contra na o a trágica exército napoleônico em Portugal). O batalha de 20 de fevereiro de 1827, uma imperador dos franceses, durante suas pergunta campanhas, incentivava e emulava suas analisada: ainda não foi devidamente tropas com sua presença no campo da glória, exortando-os ao esforço máximo, braço e escreveu categoricamente que coisa que sempre conseguia, o que lhe deixou a manga do uniforme rota para garantiu o “mito de salvador”. O imperador exibir com orgulho o sangue vertido pelo D. Pedro I nunca escondeu sua admiração imperador. pela figura de Napoleão. Outros exemplos D. Pedro I era famoso por suas contemporâneos exemplificam a força do inspeções de surpresa aos quartéis e magnetismo pessoal do líder junto às suas arsenais, tropas na ocasião do sacrifício máximo exercitando-se pela Pátria. Na história sul-americana, o característica pouco conhecida de sua exemplo de Bolivar e San Martin liderando personalidade o fato de que o imperador seus comandados em mais de uma batalha, tinha verdadeiro espírito de soldado e como em Ayacucho em 1824, atestam a chegava a deixar perplexos os militares de força da presença do comandante-em-chefe carreira quando exercitava-se no pátio dos da Nação e sua influência sobre a quartéis junto às fileiras. Vejamos as psicologia do combatente, do simples palavras que Theodor Bosche, um alemão soldado. que viveu no Brasil durante o reinado de empolgando com os soldados eles. É e uma D. Pedro I, nessa época, mal iniciava D. Pedro I, em seu livro Quadros seu caminho para o infortúnio que o levaria Alternados registrou sobre as qualidades à abdicação em sete de abril de 1831, marciais de D. Pedro I: apesar do resultado final da guerra da que Não há talvez no mundo soldado algum contribuíram para sua desgraça. Contudo, que entenda melhor do que D. Pedro do Cisplatina ser um dos fatores seu prestígio junto aos soldados era inegável. O tenente Carl Seidler (mercenário alemão de Brunswick), do 27.º manejo das armas e dos exercícios com a espingarda.(BARROSO,1930) E em outro trecho mais elucidativo: de caçadores deixou impressões a respeito do monarca em seu livro de memórias Os soldados nunca a sabiam manejar sobre o Brasil. Apesar de mostrar-se, no convenientemente; D. Pedro então pegava livro, desiludido com D. Pedro e os numa espingarda, fazendo exercício junto brasileiros, o tenente Seidler escreveu que com eles. Executava magistralmente todos na batalha do Passo do Rosário ainda os exercícios, obrigando soldados que tinham estado ao serviço de seus países a acreditava piamente em seus ideais de reconhecer que nunca haviam visto pessoa defesa do Império Brasileiro. Na batalha, o mais tenente foi ferido por um tiro de raspão no (BARROSO,1930) exímia no manejo das armas. oportunidade de encontrar-se em meio à Era um procedimento que lembra uma ação real no famoso cerco do Porto, das principais máximas de Maquiavel em poucos sua obra prima, O Príncipe: Cisplatina. anos depois da Guerra da Nesse episódio célebre, D. Pedro, Um príncipe não versado em milícia, além de outras desventuras... encurralado com suas forças no perímetro não pode ter a estima de seus soldados da cidade do Porto, teve de enfrentar os nem confiar neles sitiantes miguelistas, mais numerosos, rugindo à volta da cidade. Uma testemunha ocular dos combates que se desenrolaram, As fontes sobre a campanha sulina Simão da Luz Soriano em História do registram que o Exército do Sul pouco se Cerco do Porto, mostra-nos o sangue-frio exercitou até o fatídico dia 20 de fevereiro. de D. Pedro na hora do sacrifício: A situação seria outra caso o imperador tivesse visitado as tropas em Santana, ... corria incessantemente, exposto ao fogo obrigando os soldados a participarem de do inimigo, todas as baterias, tanto as que um rigoroso ritmo de adestramento, aliado deitavam para o norte como as que caíam à sua capacidade pessoal nesse campo. para o sul da cidade, onde ordenava como Falta-nos um último detalhe, o da atitude capitão ou, freqüentes vezes, servia como soldado, perante o inimigo, quando as balas silvam sem nunca os perigos lhe quebrantarem o ânimo. de verdade, quando o perigo é real. Nesse momento, nem sempre o treinamento E em outra ocasião, após ter visto um exemplar é garantia de perseverança no oficial que se encontrava ao seu lado ser campo de batalha. Como o imperador teria morto: se saído? A resposta é que podemos indicar seguramente como teria sido ... mas até correu risco iminente, quando o uma bala de artilharia, partindo do alto de comportamento do imperador frente às Vila-Nova, veio bater contra uma casa e hostes de cavalaria platinas. A resposta para isso encontra-se na campanha que D. lhe passou, de ricochete, junto da cabeça, depois dele já ter feito algumas pontarias. Pedro moveu contra seu irmão D. Miguel para reaver o trono de sua filha, D. Maria 5 Conclusão da Glória, após abdicar do trono brasileiro. Esses fatos a respeito da atitude marcial de O antigo imperador do Brasil teve a D. Pedro I, indicam que o desfecho da batalha do Passo do Rosário, quem sabe de Rio da Prata. Rio de Janeiro: Bibliex, seu reinado, poderiam não ser os mesmos 1956. caso tivéssemos o imperador em campo, ou até sua simples presença na organização do exército no Rio Grande. Seria a ocasião SEIDLER, Carl. História das Guerras e dele reencenar as glórias de Napoleão em Revoluções do Brasil de 1825 a 1835. São dezenas de batalhas conduzindo seus Paulo: EDUSP-Itatiaia, 1975. soldados para a vitória à frente das “Águias Imperiais”, só que dessa vez, em meio às coxilhas rio-grandenses, à frente dos WIEDERSPHAN, pavilhões auri-verdes. Campanha de Ituzaingó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1961. Referências ANÔNIMO. Contribuições para a História da Guerra entre o Brasil e Buenos Aires. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1975. BARROSO, Gustavo. A Guerra do Vidéo. 1.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930. FRAGOSO, General A. Tasso. A Batalha do Passo do Rosário. 2. ed. Rio de Janeiro: Bibliex, 1961. HISTÓRIA do Exército Brasileiro. 1.ed. Brasília/Rio de Janeiro: EME, 1872. v. II. LIMA E SILVA, Marechal Luís Manoel de. Guerra com as Províncias Unidas do Henrique Oscar.